EBD – A Deposição demissão da Rainha Vasti e a Ascensão subida, promoção de Ester – LIÇÃO 7 ADULTOS

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EBD – A Deposição demissão da Rainha Vasti e a Ascensão subida, promoção de Ester – LIÇÃO 7 ADULTOS

TEXTO ÁUREO

“Antes, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tg 4.6) Há um tempo oportuno que Deus faz chegar para que sejamos instrumentos usados em suas mãos, mas para isso, é necessário nos portarmos com humildade em sua presença sempre.

VERDADE PRÁTICA

Devemos nos conservar humildes, confiando na justiça de Deus, pois Ele governa a todos, abatendo ou exaltando. Deus abate e exalta, não é porque ele seja um ditador, tirano, opressor não, é porque como soberano, ele ama os humildes, como justo repreende o exaltado.

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 LEITURA DIÁRIA

Segunda – Et 1.5-8

Assuero faz um convite de um banquete público ao povo da fortaleza de Susã. 5 E, acabados aqueles dias, fez o rei um convite a todo o povo que se achou na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.

6 As tapeçarias eram de pano branco, verde e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas.

7 E dava-se de beber em vasos de ouro, e os vasos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo o estado do rei.

8 E o beber era, por lei, feito sem que ninguém forçasse a outro; porque assim o tinha ordenado o rei expressamente a todos os grandes da sua casa que fizessem conforme a vontade de cada um.

Terça – Et 1.9

A rainha Vasti também oferece um banquete, porém, restrito às mulheres. 9 Também a rainha Vasti fez um banquete para as mulheres da casa real do rei Assuero.

Quarta – Et 1.10-12

A rainha Vasti resiste a ordem do rei 10 E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,

11 que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista.

12 Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.

Quinta – Et 1.13-15, 20-22

O rei se aconselha com sábios e destitui a rainha 13 Então, perguntou o rei aos sábios que entendiam dos tempos ( porque assim se tratavam os negócios do rei na presença de todos os que sabiam a lei e o direito;

14 e os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, Memucã, os sete príncipes dos persas e dos medos, que viam a face do rei e se assentavam os primeiros no reino )

15 o que, segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasti, por não haver cumprido o mandado do rei Assuero, pela mão dos eunucos.

20 E, ouvindo-se o mandado que o rei decretar em todo o seu reino ( porque é grande ), todas as mulheres darão honra a seus maridos, desde a maior até à menor.

21 E pareceram bem essas palavras aos olhos do rei e dos príncipes; e fez o rei conforme a palavra de Memucã.

22 Então, enviou cartas a todas as províncias do rei, a cada província segundo a sua escritura e a cada povo segundo a sua língua: Que cada homem fosse senhor em sua casa; e que isso se publicasse em todos os povos conforme a língua de cada um.

Sexta – Et 2.1-4

O rei Assuero decide escolher uma nova rainha 1 Passadas essas coisas, e apaziguado já o furor do rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que fizera, e do que se tinha decretado a seu respeito.

2 Então, disseram os jovens do rei que lhe serviam: Busquem-se para o rei moças virgens, formosas à vista.

3 E ponha o rei comissários em todas as províncias do seu reino, que reúnam todas as moças virgens, formosas à vista, na fortaleza de Susã, na casa das mulheres, debaixo da mão de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus enfeites.

4 E a moça que parecer bem aos olhos do rei reine em lugar de Vasti. E isso pareceu bem aos olhos do rei, e assim fez.

Sábado – Et 2.16,17

A rainha escolhida foi a judia Ester. 16 Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.

17 E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti.

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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ester 1.10-12,16,17,19; 2.12-17

Ester 1

10 – E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,

11 – que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista.

12 – Porém a rainha Vasti recusou vir  conforme  a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.

16 – Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente pecou contra o rei a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes e contra todos os povos que  há  em todas as províncias do rei Assuero.

17 – Porque  a notícia deste  feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos, quando se disser: Mandou o rei Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não veio.

19 – Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue que Vasti não entre  mais  na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela à sua companheira que seja melhor do que ela.

Ester 2

12 – E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com as coisas para a purificação das mulheres),

13 – desta maneira, pois, entrava a moça ao rei; tudo quanto ela desejava se lhe dava, para ir da casa das mulheres à casa do rei;

14 – à tarde, entrava e, pela manhã, tornava à segunda casa das mulheres, debaixo da mão de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse e fosse chamada por nome.

15  Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.

16 – Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que  é  o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.

17 – E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti.

HINOS SUGERIDOS:  457, 491, 525 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

  1. INTRODUÇÃO

Esta lição apresenta o contraste entre duas mulheres, Vasti e Ester. Vasti, a rainha que foi deposta por se recusar a obedecer ao rei. Ester, a judia que se tornou rainha e teve como marca obedecer às orientações de seu primo Mardoqueu. Para aprofundar nesses contrastes estudaremos o banquete de Assuero e recusa de Vasti; a deposição de Vasti; a ascensão da jovem judia Ester. Nesta lição, também perceberemos a atributo incomunicável de Deus denominado de presciência. Ele conhece de antemão todas as ações humanas.

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  1. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

  2. A) Objetivos da Lição:
  3. I) Explicar o banquete de Assuero e a recusa da rainha Vasti;
  4. II) Refletir a respeito da resistência e da deposição da rainha Vasti;
  5. III) Mostrar a ascensão de Ester ao posto de rainha.
  1. B) Motivação: Obediência é um atributo bíblico muito importante para desenvolver a humildade cristã. O contrário da obediência é a desobediência que pode levar ao orgulho e a arrogância. Estas trazem consequências inevitáveis. A Palavra de Deus nos mostra que obedecer é melhor que o sacrificar (1 Sm 15.22).
  2. C) Sugestão de Método: Para concluir a lição, estabeleça um contraste a respeito dos comportamentos de Vastir e Ester: a) Vastir: recusa-se a ir festa do rei; b) Ester: a jovem judia que obedeceu aos conselhos de seu primo, Mardoqueu. Em seguida, mostre que tal comportamento obediente de Ester resultou na sua elevação de rainha. Esse posto, mais tarde, se mostrará crucial para o livramento que o Senhor nosso Deus fará em favor de seu povo. Neste livro, embora não esteja grafada, percebemos a providência divina atuando do início ao fim.
  3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

  4. A) Aplicação: Há um tempo oportuno que Deus faz chegar para que sejamos instrumentos usados em suas mãos. Assim como Deus fez na vida de Ester, que aguardou o tempo oportuno para chegar ao posto de rainha, Ele requer que confiemos em seu favor para que o tempo oportuno também chegue em nossa vida para fazer a sua vontade.
  5. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

  6. A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
  7. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A recusa da rainha Vasti”, localizado após o primeiro tópico, explica o contexto histórico-cultural do episódio; 2) O texto “Ester”, ao final do terceiro tópico, destaca um resumo biográfico da personagem.

INTRODUÇÃO

Deus estabeleceu princípios imutáveis, pelos quais governa a todos os povos, independente de cultura, época ou lugar. Princípios e ensinos divinos, que o homem que os guardar será bem sucedido. Nesta lição, veremos o claro contraste entre as condutas de Vasti e de Ester, a obediente moça judia que ascendeu ao trono de rainha de um dos maiores impérios de todos os tempos, o Império Persa.  Duas mulheres totalmente diferentes, com condutas e comportamentos desiguais, desobediência e obediência que mudaram a vida de ambas.

 

PALAVRA-CHAVE: Obediência

I – O BANQUETE DE ASSUERO E A RECUSA DE VASTI

  1. O rei Assuero.

Filho de Dario, Assuero governou o Império Persa por 20 anos (486-465 a.C.), reinando “desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et 1.1). Vejam a grande variedade de povos e culturas. Durante o seu reinado, Assuero buscou exibir a grandeza e a riqueza de seu império de maneira admirável, impressionante. Seu nome grego é Xerxes. No terceiro ano de seu reinado, Assuero convidou a nobreza imperial e os senhores de todas as províncias para mostrar-lhes a grandiosidade do reino e as suas riquezas. A recepção durou 180 dias. Esta exibição extravagante não apenas destacava a riqueza e o poder de Assuero, mas também servia para reforçar seu domínio sobre um império tão vasto e diversificado.

Acredita-se que foi nessa ocasião que Assuero tratou, com seus generais e conselheiros, da expedição militar que faria contra a Grécia, batalha que se transformou em um grande fracasso, conforme narra, em detalhes, o historiador grego Heródoto (484-425 a.C.). Esse plano ambicioso terminou na famosa Batalha de Salamina, que, segundo o historiador grego Heródoto (484-425 a.C.), resultou em um grande fracasso para os persas.

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  1. Um banquete público, outro exclusivo.

Passados os 180 dias, Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Havia muito luxo e ostentação, além de bebida à vontade, em uma festa programada para durar sete dias (Et 1.5-8). Enquanto o rei oferecia seu banquete público, Vasti organizava um banquete exclusivo particular para as mulheres do palácio (Ester 1:9). Este evento paralelo demonstrava o papel significativo das mulheres na corte persa, embora separadas em suas próprias celebrações. Assuero tinha como mulher a rainha Vasti, que alguns estudiosos acreditam ser a mesma Améstris, citada por Heródoto em seu livro História.

Ela também ofereceu um banquete, porém restrito às mulheres do palácio (Et 1.9). A diferença entre os dois banquetes também ilustra as hierarquias e separações sociais da época. Enquanto Assuero exibia sua grandiosidade e poder para toda a população, Vasti dirigia uma reunião mais restrita, mostrando a diferença entre os espaços públicos e privados dentro da vida no palácio.

  1. O convite à rainha.

No sétimo dia de seu banquete, depois de ter bebido bastante, Assuero estava em euforia: “o coração do rei [estava] alegre do vinho” (Et 1.10). Foi quando ordenou que lhe trouxessem a rainha Vasti, “com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista” (Et 1.11). A rainha simplesmente recusou acompanhar os sete eunucos que o rei enviou para conduzi-la à sua presença (Et 1.12).

A reação de Vasti causou um grande alvoroço entre os príncipes e nobres presentes. A negativa de Vasti foi vista como uma afronta direta à autoridade do rei e, por extensão, uma ameaça à ordem social e à hierarquia patriarcal prevalecente no império. Esse evento levou a uma discussão entre os conselheiros do rei sobre as implicações da desobediência de Vasti e o resultado foi a sua demissão como rainha.

SINÓPSE I

O rei ordena a rainha Vasti para o acompanhar a fim de que sua formosura fosse mostrada aos convivas. A rainha não aceita.AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

“A RECUSA DA RAINHA VASTI

A rainha Vasti se recusou a desfilar diante dos amigos do rei, possivelmente por ser contra o costume persa uma mulher apresentar-se diante de uma reunião pública de homens. Este conflito entre o costume persa e a ordem do rei colocou-a em uma difícil situação, e ela escolheu não obedecer à ordem de seu marido embriagado, na esperança de que ele, mais tarde, recobrasse o juízo. Alguns sugerem que Vasti estava grávida de Artaxerxes, que nasceu em 483 a.C., e não queria ser vista em público naquele estado.

Qualquer que tenha sido o motivo, sua atitude foi uma quebra de protocolo que também colocou Assuero em situação difícil. Se uma ordem era expedida por um rei persa, ele nunca poderia revertê-la (leia nota sobre 1.19). Enquanto se preparava para invadir a Grécia, Assuero havia convidado muitos importantes oficiais de todo o império para ver o seu poder, riqueza e autoridade. Caso sua autoridade sobre a própria esposa fosse colocada em dúvida, sua credibilidade militar — o maior critério de sucesso para um rei da antiguidade — seria prejudicada. Além disso, o rei Assuero estava acostumado a ter o que queria” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 687).

 

II – VASTI RESISTE À ORDEM DO REI E É DEPOSTA afastada do seu cargo.

  1. A recusa da rainha.

São diversas as opiniões a respeito das condutas do rei e da rainha nesse episódio. Fontes extrabíblicas tentam justificar a desobediência de Vasti, com versões que pintam como absurda a pretensão do rei em apresentá-la em seu banquete. O uso de fontes não bíblicas é saudável quando servem para aclarar o sentido do texto escriturístico. Contudo, podem levar à prática da eisegese quando dão à Escritura um sentido alheio ao que foi revelado. Em vez de especular excessivamente sobre as motivações ou caracterizações externas, devemos considerar o propósito da narrativa: ilustrar a dinâmica do poder, a dignidade pessoal, e a soberania de Deus na história de Seu povo. A narrativa bíblica é: uma festa pública acontecia e a rainha recusou atender ao rei.

O texto para por aí. Fica difícil sustentar algum recato da rainha, principalmente se ela for, como alguns imaginam, a mesma Améstris citada por Heródoto, uma mulher astuta e sanguinária. A interpretação deve sempre respeitar o contexto e o texto bíblico, usando fontes externas para esclarecer e não distorcer a mensagem revelada. Portanto, ao analisar a recusa de Vasti, devemos manter o equilíbrio entre o entendimento histórico-cultural e a fidelidade ao texto bíblico, reconhecendo que a Bíblia nos oferece o essencial para compreender a importância desses eventos no plano divino.

  1. A aplicação da lei.

Assuero estava, de fato, sob influência do vinho quando ordenou a vinda de Vasti, mas sua decisão de depô-la do cargo não se deu de forma intempestiva numa hora não oportuna ou autoritária. Esta atitude de Assuero nos mostra uma liderança que valoriza a prudência e o aconselhamento antes de tomar decisões que afetariam o reino. Ao não agir por impulso, Assuero mostrou um exemplo de como líderes devem buscar sabedoria e orientação antes de tomar decisões importantes. Apesar da fúria, o rei suportou o constrangimento público de receber de volta os eunucos, sem a rainha. Em seguida, submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14). O caso nos mostra a importância da liderança responsável e da aplicação justa da lei.

Assuero nos mostrou o exemplo da necessidade de governar com base em princípios de justiça e prudência, buscando conselhos e considerando as consequências de suas ações. A pergunta do rei demonstrava prudência: “o que, segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasti, por não haver cumprido [o seu mandado]”? (Et 1.15). Assuero estava em uma difícil situação. Como poderia exercer o governo do império se não tinha autoridade sobre sua própria esposa? Este modelo de liderança é aplicável não apenas na esfera secular, mas também na espiritual. A liderança responsável envolve tomar decisões justas e prudentes que beneficiem a comunidade como um todo.

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  1. A sentença de Vasti.

Examinado o caso, Memucã, um dos sábios, aconselhou ao rei que depusesse demitisse Vasti. Liderança pressupõe envolve muita responsabilidade. Pela grande repercussão, a conduta da rainha seria um péssimo exemplo para todas as mulheres do reino: “Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos” (Et 1.17). Isso provocaria desrespeito e discórdia nos lares (Et 1.18). O conselho de Memucã agradou a Assuero e seus nobres, e ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22).

Uma das qualificações exigidas do líder cristão é exatamente esta: exercer o governo da própria casa. Conforme a bíblia, a liderança no lar é vista como uma qualificação essencial para a liderança na igreja. Homens que governam bem suas casas demonstram a capacidade de liderar com sabedoria, justiça e responsabilidade, princípios fundamentais para o cuidado da igreja de Deus. O princípio bíblico é: o homem que não lidera em casa não é apto para cuidar da Igreja de Deus (1 Tm 3.4,5).

Paulo nos mostra que uma das qualificações exigidas do líder cristão é a capacidade de exercer o governo da própria casa: “Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?)”. Este princípio reflete a importância de demonstrar liderança e responsabilidade no ambiente familiar como uma base para liderar na igreja.

SINÓPSE II

A recusa de Vasti a leva a perder o posto de rainha no reino de Assuero.

 III – ESTER: A JUDIA SE TORNA RAINHA EM TERRA ESTRANHA

  1. Quatro anos depois.

Há certo consenso entre os estudiosos de que a escolha da substituta de Vasti ocorreu após a frustrada campanha militar que Assuero lançou contra os gregos. A destruição quase total das forças navais persas na Batalha de Salamina, ano 480 a.C., forçou seu retorno para Susã. A Batalha de Salamina foi um evento crucial que marcou uma derrota para o Império Persa. Assuero (Xerxes) tinha grandes expectativas de expandir seu domínio sobre a Grécia, mas a campanha militar resultou em um desastre para as forças persas.

Passada a ira, o rei se lembrou de Vasti, do que ela havia feito e do que ele havia decretado (Et 2.1). Assim, no 479 a.C., aconselhado por seus servos mais próximos, Assuero decide escolher a nova rainha (Et 2.2). Seus conselheiros sugeriram que belas jovens virgens fossem reunidas de todas as províncias do reino, para que o rei pudesse escolher entre elas. Esta proposta levou à seleção de Ester, uma jovem judia, que mais tarde desempenharia um papel crucial na preservação do povo judeu no Império Persa (Ester 2:2-4).

  1. O universo da escolha.

Apesar de governar um império originário de longas sucessões entre famílias da Média e da Pérsia, Assuero decidiu escolher a nova rainha dentre moças de todas as províncias do reino. A elevação de Ester de uma jovem judia desconhecida a rainha do Império Persa demonstra a capacidade de Deus para guiar e proteger Seu povo em circunstâncias adversas. Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4). Quando Deus dirige o processo, nenhum detalhe fica esquecido. Ele cuida de tudo. O cuidado de Deus em cada detalhe do processo de seleção de Ester nos mostra como a providência divina atua nos menores pormenores para assegurar o cumprimento dos Seus planos. O concurso foi divulgado e muitas moças levadas à Susã.

Mardoqueu morava próximo ao palácio e, com ele, a prima Ester, criada como filha. Levada à casa do rei, Ester ficou sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres, de quem logo conquistou a simpatia (Et 2.7-9). A preferência de Hegai por Ester não foi apenas uma coincidência, mas uma providencia da mão de Deus guiando os eventos. Esta visão de Deus trabalhando através das ações humanas para realizar Seus propósitos oferece uma profunda confiança na Sua soberania. Havia uma graça especial em Ester. Além de se apressar em dar-lhe os seus enfeites e alimentos, e sete moças para lhe assistirem, Hegai “a fez passar ao melhor lugar da casa das mulheres” (Et 2.9).

Embora o texto não diga, não há outra explicação: o Deus que estava com José, estava também com Ester (Gn 39.2,21,23). A escolha de Ester e a maneira como ela ganhou a simpatia de Hegai demonstram que Deus estava ativamente envolvido em cada detalhe, preparando-a para desempenhar um papel fundamental na preservação do Seu povo. Assim como Deus guiou José e Ester em momentos críticos, Ele continua a dirigir os eventos em nossas vidas, cuidando de cada detalhe para cumprir Seus propósitos soberanos.

  1. A obediência de Ester.

Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse qual era o seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. No entanto, há algumas considerações que podem ajudar a entender o contexto e a importância dessa instrução: Mardoqueu pode ter temido que a revelação da identidade judaica de Ester pudesse prejudicar suas chances de ser escolhida como rainha ou por questão de segurança, revelar a identidade judaica poderia atrair atenção indesejada ou possíveis hostilidades. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu, à risca, a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer. Ester demonstrou uma obediência total às instruções de Mardoqueu, independentemente de entender completamente o motivo.

Esta atitude revela um profundo respeito e confiança em sua orientação. Mardoqueu demonstrava profunda preocupação com o bem-estar de Ester, passando diariamente diante do pátio da casa das mulheres para saber como ela estava (2.11). Havia respeito e cuidado mútuo entre eles. Esse cuidado constante reflete o amor e a responsabilidade que Mardoqueu sentia por sua prima, enquanto Ester demonstrava respeito e obediência a ele.

Cumpridos os 12 meses de preparação, chegou a vez de Ester ser levada à presença de Assuero: “E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti” (Et 2.17). Aqui vemos um exemplo claro da providência divina em ação. Vejam como Deus pode dirigir eventos e decisões humanas para cumprir Seus propósitos. A providência de Deus estava evidente em cada etapa do processo, desde a seleção inicial até a aceitação de Ester pelo rei.

SINÓPSE III

A jovem judia Ester é elevada ao posto de rainha numa terra estranha.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

“ESTER

Uma exilada judia que viveu na Pérsia durante o reinado de Assuero (Xerxes, 486-465 a.C.). O nome Ester vinha do persa stara, “estrela”, ou de Ishtar, uma deusa babilônia. Seu nome heb. era Hadassa, que significa “murta”. Ester era órfã e foi criada por seu primo Mardoqueu. Sua beleza foi o motivo de ter sido contada entre as virgens trazidas a Assuero para a seleção de uma rainha para reinar no lugar de Vasti. Foi escolhida, tornou-se rainha, e viveu no palácio em Susã (q.v.).

Ester também é notada por sua bravura e lealdade ao seu povo. Arriscando a própria vida, ao revelar, pela primeira vez, que era judia, fez uma súplica ao rei para assinar um novo decreto, desfazendo o decreto de Hamã contra os judeus” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.696).

CONCLUSÃO

Ester havia chegado ao posto em que, no tempo oportuno, seria um instrumento para cumprir os propósitos divinos. Onde Deus nos coloca ele nos usa. Um dos atributos incomunicáveis de Deus é a sua presciência. Somente Ele conhece, de antemão, todos os acontecimentos futuros (Is 46.9,10). Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: Que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim. 10 Sou eu que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; sou eu que digo: O meu conselho subsistirá, e realizarei toda a minha vontade,  Podemos confiar nossa vida inteiramente à sua direção, pois Ele sabe o que é melhor para nós (Jr 29.11). Eita glória.

REVISANDO O CONTEÚDO

  1. Qual a diferença entre o banquete de Assuero e o de Vasti?

Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Vasti também

ofereceu um banquete, porém, restrito para as mulheres do palácio (Et 1.9).

  1. Qual o procedimento adotado por Assuero para decidir o futuro da rainha?

Ele submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14).

  1. Que resolução foi acompanhada do seu decreto de deposição de Vasti?

Ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22).

  1. Quais os critérios para a escolha da nova rainha?

Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4).

  1. O que se destaca na obediência de Ester?

Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu à risca a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer.

VOCABULÁRIO

Eisegese: Interpretação de um texto atribuindo-lhe ideias do próprio leitor.

 

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