EBD – A NATUREZA DA SABEDORIA E O SENTIDO DA VIDA – LIÇÃO 6 JOVENS
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudarem os uma seção de Provérbios considerada o coração do livro. Ela apresenta a sabedoria em primeira pessoa, mostrando que ela estava antes e durante o processo criativo de Deus, gerada e ungida pelo Criador. Essa sabedoria quando está presente em nós, traz sentido e segurança para o caminho. Por isso, quando a encontramos, na verdade, acham os a vida e o seu sentido (Pv 8.35).
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I – DEUS: A FONTE GERADORA DE SABEDORIA
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1. A importância de Provérbios 8.22-31.
A seção bíblica de Provérbios 8.22- 31 é considerada pelos estudiosos como a mais importante do livro. Diferentemente de outras seções do livro de Provérbios, em que advertências a respeito da família, da castidade sexual, do cuidado com o coração eram enfatizadas, esta seção traz uma descrição bela da origem da sabedoria. A seção também mostra como que a sabedoria, apresenta suas orientações que revelam segurança no percurso da jornada. Importante destacar que a seção se encontra na primeira pessoa. Veja como o texto é introduzido: “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos e antes de suas obras mais antigas” (Pv 8.22). A sabedoria fala em Provérbios.
A seção de Provérbios 8.22-31 realmente se destaca por sua profundidade e beleza poética, sendo uma das passagens mais significativas do livro. Aqui, a sabedoria é personificada e fala em primeira pessoa, o que dá um caráter único e íntimo à sua mensagem.
A sabedoria não é opressiva; pelo contrário, ela traz alegria e segurança. Isso nos leva a refletir sobre como muitas vezes buscamos orientações externas enquanto a verdadeira sabedoria está disponível para nós, pronta para ser acolhida.
1.2. A sabedoria gerada e criada por Deus.
Esta seção nos mostra que o próprio Deus gerou a sabedoria. Por isso, é muito interessante meditarmos na expressão “me possui” que aparece no versículo 22. Ela aparece no texto hebraico como “quanar” que, ao longo do texto de Provérbios, carrega o sentido de “comprar”, “adquirir” ou “possuir”, Os estudiosos, porém, concordam que a palavra no versículo 22 é ambígua e, por isso, ela tem muitas formas de tradução. Contudo, há uma convergência para reconhecer que ela tem a ver com a ideia de que a sabedoria existia antes da criação de Deus. Expressões como “desde a eternidade, fui ungida”; “antes de haver abismos, fui gerada”; “ele ainda não havia feito a terra” (vv.23-26) convergem bem para esse sentido. Antes mesmo de existir o mundo visível a sabedoria estava com Deus.
A palavra “quanar” no hebraico, que pode ser traduzida como “possuir”, “comprar” ou “adquirir”, sugere uma intimidade especial entre Deus e a sabedoria. O fato de que a sabedoria é descrita como algo que foi “gerado” ou “ungido” antes da criação do mundo nos remete à ideia de que ela não é apenas uma qualidade ou atributo divino, mas uma presença ativa e essencial no ato da criação.
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1.3. A sabedoria e o processo de criação.
Os versículos 27-29 retrata a sabedoria atuando no processo da criação. Eles mostram que, enquanto Deus criava os céus (v.27), passava sobre e fortificava as faces do abismo (vv.27,28), quando cuidava do mar e estabelecia os fundamentos da terra (v.29): a sabedoria estava com Deus durante todo o processo criativo. Entretanto, o versículo mostra que a própria sabedoria estava como uma aluna de Deus, folgando e participando de sua criação (vv.30,31). Toda essa descrição da sabedoria tem uma referência com o Evangelho de João: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3). Não por acaso, ao longo da História, a Igreja sempre viu a sabedoria descrita aqui como um tipo de Cristo. Nosso Senhor, por excelência, é a sabedoria encarnada como luz que ilumina os homens (Jo 14.5).
Nos versículos 27 a 29, a descrição da sabedoria como uma participante ativa na criação nos mostra que ela não é apenas um atributo divino, mas uma presença dinâmica e envolvente. A imagem da sabedoria “folgando” e “participando” da criação sugere uma relação íntima e alegre entre Deus e a sabedoria, quase como uma dança criativa onde ambos estão em harmonia.
A ligação com o Evangelho de João é muito significativa. Ao afirmar que “no princípio era o Verbo”, João estabelece a ideia de que Cristo, como o Verbo, estava presente desde a eternidade e foi fundamental na criação de todas as coisas. Isso reforça a visão da sabedoria não apenas como um conceito abstrato, mas como uma pessoa — Cristo — que se manifesta na criação e na vida dos seres humanos.
A Igreja ao longo da História reconheceu essa relação simbólica entre a sabedoria de Provérbios e Cristo, destacando que Ele é a sabedoria encarnada. Essa afirmação nos convida a refletir sobre como podemos integrar essa sabedoria em nossas vidas diárias. Assim como a sabedoria estava presente na criação, podemos buscar essa mesma presença em nossas ações, decisões e relacionamentos.
II – O PRIVILÉGIO QUE A SABEDORIA TRAZ
2.1. A beleza de saber.
O capítulo 8 de Provérbios mostra a natureza divina da sabedoria e o quanto torna-se um privilégio adquiri-la. Infelizmente, não são todos que a possuem. Tiago, o irmão do Senhor, disse que podemos adquiri-la pedindo a Deus (Tg 1.5). Por isso, é muito importante ponderarmos que a espécie humana é a único da criação que tem a capacidade de saber, conhecer. Nenhum outro ser terreno pode ter o conhecimento da realidade, nem o mineral, nem o vegetal, nem o animal irracional. Por isso, sobre nós pesa o privilégio e a responsabilidade de saber as coisas. Somos os únicos que podemos compreender o início e o fim da vida, os acertos e os erros de nossas escolhas e, a partir da criação, perceber a existência do Criador que ordena todas as coisas (Rm 1.20). Só o ser humano tem esse privilégio.
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A passagem de Tiago nos encoraja a pedir a Deus por essa sabedoria, o que nos mostra que ela é acessível, mas também que depende de nossa humildade e disposição para buscar. Isso implica que a sabedoria é um presente divino, e ao reconhecê-la como tal, somos chamados a cultivá-la em nossas vidas.
O fato de que somos os únicos seres da criação com a capacidade de saber e conhecer traz à tona uma responsabilidade imensa. Essa capacidade nos permite refletir sobre nossas ações, aprender com nossos erros e acertos, e desenvolver um relacionamento consciente com o Criador. Quando Paulo menciona em Romanos 1.20 que podemos perceber a existência do Criador através da criação, ele ressalta que essa consciência nos diferencia dos outros seres vivos.
2.2. A beleza de aplicar a sabedoria à realidade
A sabedoria não é só conhecimento, ela tem a ver com a aplicação de uma compreensão à situação concreta. Todo o livro de Provérbios é um convite ao leitor para aplicar os conselhos às situações concretas da vida. É exatamente o que ensinou o Senhor Jesus, o maior sábio por excelência, a respeito de ouvir, compreender e aplicar: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha” (Mt 7.24,25). Assim sendo, o valor da sabedoria se encontra em sua aplicação para solucionar ou se prevenir de uma situação concreta da vida. Suas orientações trazem segurança para a vida, por isso somos assemelhados à fortaleza de uma rocha que não se abala.
A comparação feita por Jesus, ao falar sobre o homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha, é uma ilustração poderosa. Essa metáfora enfatiza que, ao ouvir e colocar em prática os ensinamentos, estamos nos preparando para enfrentar as tempestades da vida. A rocha representa uma base sólida, uma segurança que vem da aplicação da sabedoria em nossas decisões e ações. É como se estivéssemos construindo um alicerce forte que nos sustenta mesmo diante das adversidades.
A aplicação prática da sabedoria nos ajuda não apenas a resolver problemas, mas também a prevenir situações difíceis. Quando conseguimos ver além do conhecimento teórico e o aplicamos em nossas vidas, criamos um caminho mais seguro e resiliente.
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2.3. A beleza de estar consciente à respeito do propósito das coisas
Além de conhecer e aplicar a sabedoria, um dos grandes privilégios que ela nos proporciona é a consciência à respeito do propósito das coisas. Apensa o ser humano tem a capacidade dotada por Deus para isso. Infelizmente, como resultado do pecado, perdemos muito a capacidade de compreender o nosso propósito (Gn 3.4-12). Não menos ruim, há quem diga que não há propósito na vida do ser humano. Essas frases fazem parte do vocabulário de quem gosta de brincar de desconstruir o outro. Geralmente, quem faz isso já se encontra desconstruído por dentro. A sabedoria da Fé Cristã zela sempre pela construção positiva do sentido na vida das pessoas, pois olhando para Deus e observando a natureza, conforme narrado em Provérbios 8, há um propósito muito claro na criação. Ora, a vida no mundo só é possível porque cada ser vivo está agindo segundo o seu propósito, a sua função. Entretanto, só o ser humano pode ter consciência disso. A propósito, qual é o sentido da sua vida?
É verdade que, devido ao pecado, muitas vezes nos sentimos perdidos ou desconectados do nosso verdadeiro propósito. A narrativa de Gênesis nos lembra que essa desconexão não é algo novo; é uma luta humana contínua. E o fato de algumas pessoas afirmarem que não há propósito pode, de fato, refletir uma desilusão interna ou uma busca por significado que ainda não foi encontrada. Essas falas podem ser um sinal de dor ou confusão em relação à própria vida.
A sabedoria da Fé Cristã, oferece um caminho para a construção positiva do sentido da vida. Provérbios 8 nos convida a observar a criação e reconhecer que tudo tem um papel e um propósito. Quando percebemos que cada elemento da natureza cumpre sua função e que nós também temos um papel único a desempenhar, isso traz uma nova perspectiva sobre nossa existência.
III – CONSCIENTIZANDO-SE DO SENTIDO DA VIDA
3.1. É sábio compreender o sentido da vida
Ainda no capítulo 8, o sábio escreve; “Porque o que me achar achará a vida e alcançará favor do Senhor” (Pv 8.35). Quem acha a sabedoria, acha o sentido da vida, seu propósito a ser desenvolvido no mundo. Por isso, de acordo com o Novo Testamento, Jesus é o sentido da vida do cristão. Sim, Ele é o centro de onde tudo é ordenado (Fp 3.14). Ele é o ápice da nossa vida e o centro da nossa existência. É a partir dEle que tudo fará sentido na vida do cristão. Isso é sabedoria! É a partir de Jesus que nossa vocação, família e ministério fazem todo sentido.
Jesus é o sentido da vida do cristão, isso toca em um aspecto central da fé. Ele não é apenas uma figura histórica ou religiosa, mas a própria essência do que significa viver com propósito. Ele é descrito como o “Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14:6), o que implica que todas as áreas da nossa vida — seja vocação, família ou ministério —ganham nova luz e significado quando estão alinhadas com Ele.
3.2. A vocação na vida.
Descobrir a vocação da vida é um desafio bem complexo. Nem todos conseguem responder assertivamente o que deseja ser profissionalmente ou que tipo de vocação deseja desenvolver na obra de Deus. Descobrir essa vocação é muito importante para tomar as demais decisões ao longo da vida. Descobrir a nossa vocação tem a ver com o conhecimento pessoal a respeito das habilidades naturais, senso de autorrealização no que faz e, principalmente, para os cristãos, o que Deus quer soberanamente que façamos. Isso pode ser constatado na vida do apóstolo Paulo que tinha plena convicção da sua vocação apostólica ao expressar que “pregar o Evangelho” era uma obrigação imposta a ele (1 Co 9.16). Não era uma obrigação humana, mas uma imposição que vinha do alto. Essa é a grande diferença da descoberta vocacional de um cristão, pois trata-se de um senso de dever imposto diretamente do alto.
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A conexão entre autoconhecimento e vocação é crucial. Saber quais são nossas habilidades naturais e o que nos traz satisfação é um passo importante para encontrar um caminho que ressoe com quem realmente somos. Para os cristãos, essa busca é ainda mais rica, pois envolve discernir o que Deus deseja para nossas vidas. A vida do apóstolo Paulo é um exemplo poderoso disso. Ele tinha uma clareza impressionante sobre sua missão e a encarava como uma obrigação divina. Essa percepção não só moldou sua vida, mas também impactou profundamente a história do cristianismo.
3.3. O Espírito Santo gerando motivação.
É importante perceber, claramente por meio da Palavra de Deus, que não estamos sozinhos para descobrir a nossa vocação. Em Êxodo 31, Deus encheu a Bezalel com o seu Espírito, juntamente com Aoliabe, de sabedoria, entendimento e ciência para fazer trabalhos artísticos para o Tabernáculo (Êx 31.1-11). Em Atos, lemos que o Espírito Santo separou mestres e profetas, incumbindo-os de uma tarefa transcultural no sentido de proclamar o Evangelho às nações (At 13.1-3). Sim, por intermédio do Espírito Santo, a sabedoria divina continua a produzir poder criativo. Nós, somos os instrumentos pelos quais a sabedoria fluirá no poder do Espírito Santo para produzir algo que glorifique a Deus e supra uma necessidade do próximo. Assim, em Cristo, estaremos realizados quando descobrirmos o que viemos fazer no mundo para glorificar a Deus e servir o próximo. Tudo o que fazemos, direta ou indiretamente, afetará o outro. Por isso, nenhum dom ou vocação pode ser desassociada da virtude maior: o amor (1 Co 13.1-3). Quando isso acontece é porque a sabedoria divina se manifestou.
A passagem em Êxodo 31 é um belo exemplo de como Deus capacita pessoas com habilidades específicas para realizar tarefas que têm um propósito maior. Bezalel e Aoliabe foram escolhidos e dotados com a sabedoria divina para criar algo que não apenas atendia a uma necessidade prática, mas também glorificava a Deus através da arte e da beleza do Tabernáculo.
Da mesma forma, em Atos 13, vemos o Espírito Santo atuando na comunidade cristã, separando mestres e profetas para uma missão transcultural. Isso demonstra que o chamado de Deus muitas vezes envolve um aspecto comunitário e colaborativo. Não estamos apenas buscando nosso próprio propósito, mas também nos unindo a outros para cumprir uma missão maior que beneficia toda a humanidade.
CONCLUSÃO
Qual é o sentido da sua vida? Talvez, você demore alguns meses, ou até mesmo alguns anos, para responder assertivamente. Mas você tem um propósito dado por Deus para viver. Por isso. busque a sabedoria em Deus para estar consciente do propósito da sua vida. Então, todas as escolhas que você fizer, seja do ponto de vista afetivo, seja do ponto de vista profissional e ministerial devem ser coerentes com o propósito consciente da sua vida em Deus.