EBD – A PARTIDA E O LEGADO DE PAULO – LIÇÃO 13 ADOLESCENTES
Vamos descobrir
Depois de acompanharmos tantas viagens do apóstolo Paulo até a sua prisão, veremos o que aconteceu com e depois de Atos 28. As cartas que ele enviava para se comunicar com as igrejas e seus amigos, nos mostram a trajetória final do Apóstolo. Além disso, eles trataram da aplicação dos ensinos de jesus ao dia a dia das igrejas. Assim, nelas há mensagens para correção de algum comportamento errado, de ensino e de encorajamento.
Hora de aprender
O apóstolo Paulo deixou um grande legado. Através do seu ministério, ele influenciou a formação e o desenvolvimento da organização das igrejas. Ele estabeleceu as bases da teologia cristã, formou líderes, demonstrou como pregar o Evangelho e como viver a vida cristã.
As cartas paulinas compõem o Novo Testamento e transmitem uma poderosa mensagem para todos nós.
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I – O QUE ACONTECEU DEPOIS DE ATOS 28?
As informações sobre a vida de Paulo, depois da sua prisão em Roma, estão nas cartas que escreveu.
Podemos identificar algumas localidades onde o Apóstolo esteve. São elas: Creta (Tt 1.5); Mileto (2 Tm 4.20); Éfeso (2 Tm 1.18; 4.12); Trôade (2 Tm 4.13); Filipos (1 Tm 1.3) e Nicópolis (Tt 3.12). Até que ficou preso, pela segunda vez, em Roma (2 Tm 1.17). Depois disso, a Bíblia não relata, mas conta a tradição que o Apóstolo foi decapitado por volta de 68 d.C.
Timóteo e Lucas foram cooperadores de Paulo até o fim (2 Tm 4.9,11,16). Em seus últimos meses de vida, sabemos que Paulo escreveu para Timóteo, pedindo que o visitasse na prisão o mais rápido possível; provavelmente, porque o inverno estava chegando. Assim, ele pede que o rapaz leve sua capa e também os seus livros (2 Tm 4.13). Ao mesmo tempo, Paulo incentivava ao jovem obreiro que se mantivesse firme (1 Tm 4.12).
As palavras que Paulo escreveu a Timóteo, um pouco antes de sua morte, comprovam que ele foi um homem que viveu para Deus: “Fiz o melhor que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé” (2 Tm 4.7) — belo exemplo que o Apóstolo deixou para seu discípulo.
O livro de Atos termina com a prisão de Paulo em sua casa, em Roma, e não traz expressamente o que aconteceu com Paulo e com o seu ministério após isso. Essa prisão aconteceu por volta do ano 60 d.C., e ali ele permaneceria por aproximadamente dois anos. Entre os anos 60 e 62 d.C., naquele contexto, Paulo escreveria as conhecidas “epístolas da prisão”, que são as cartas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon.
Após esses dois anos, Paulo é solto da prisão e iniciaria uma nova expedição missionária (62 d.C.). Por dois anos ele revisitou as igrejas da Ásia e da Grécia. Em 64 d.C. ele recomenda Tito para a igreja de Creta e o constitui como obreiro (na lição anterior vimos a grande missão de Tito diante dos Cretenses). Outro cooperador recomendado foi Timóteo, a quem Paulo exortou que permanecesse em Éfeso. Então, nesse contexto foram escritas, em 64 d.C., as epístolas a Tito e a Timóteo (primeira carta), conhecidas como “Epístolas Pastorais.
No ano 64 d.C. ocorreu em Roma o que ficou famoso como “o grande incêndio”, onde 10 das 14 zonas da cidade estiveram em chamas por 6 dias. Nesse período, Nero era o imperador Romano; conhecido por sua “criatividade para o mal”. Muitos historiadores apontavam que ele mesmo havia planejado esse incêndio, pois além de ter o prazer no horror (sim), ele tinha o desejo de construir um novo palácio (e construiu): a Domus Aurea, ou Casa Dourada, que nos dias de hoje é objeto de visitação de turistas. Fizemos essa contextualização para introduzir um tempo muito específico na história da igreja: a era da perseguição. Perceba que até o ano 64 d.C. a perseguição aos Cristãos se dava pelos próprios judeus, mas o império romano em si não consideravam os Cristãos como uma ameaça. No entanto, com o imperador Nero, e diante do contexto acima, a história mudou. Para mudar o estigma de que ele próprio havia autorizado o incêndio, Nero simplesmente acusou os Cristãos de terem sido os causadores; e isso pode ser encontrado nos arquivos do historiador Tácito (que não era Cristão; muito pelo contrário; mas que traz essa narrativa). Inclusive, a título de curiosidade, os escritos de Tácito trouxeram a citação do Senhor Jesus, que segundo ele foi o “fundador da seita”. Ou seja, trata-se de uma das evidência de que Jesus, o homem, realmente existiu.
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Portanto, diante desse contexto de perseguição o apóstolo Paulo foi novamente preso, e entre 65 e 68 d.C. foi encerrado na prisão Mamertina. Perceba que agora o “tratamento” foi outro, pois Paulo não foi mais preso em uma prisão domiciliar, mas em uma prisão localizado no fórum romano, na antiga Roma. Ali Paulo escreveria a segunda carta a Timóteo. Entre 66 e 68 d.C. Paulo seria morto decapitado. Nessa era de perseguição à Igreja de Cristo, outros apóstolos também seriam martirizados, como no caso do apóstolo Pedro, que segundo a história foi crucificado (de maneira invertida).
II – COMUNICAÇÃO: AS EPÍSTOLAS
Paulo não só viajava bastante, como também escrevia muitas cartas. Era um meio de comunicação importante, para que ele mantivesse contato com as igrejas.
O conteúdo das cartas de Paulo era focado nos ensinos, que visavam explicações sobre quem é Deus, sobre a importância da morte e ressurreição de Jesus e de como deve ser a vida do cristão na igreja e na sociedade em geral.
As cartas do Novo Testamento foram escritas no idioma grego. Não existia folha de papel, então elas eram escritas em papiros ou pergaminhos. Aliás, você sabe o que esses materiais são? Papiro era a folha feita do miolo da planta egípcia aquosa. Pergaminho era uma folha feita do couro de animais.
Muitas vezes a produção de uma carta contava com o trabalho dos escribas, ou amanuenses, que eram profissionais especialistas em escrever cartas ou documentos.
Naquela época, não existiam correios, como conhecemos hoje. Os viajantes eram “os carteiros” (mensageiros). Eles levavam as cartas para familiares, amigos ou parceiros de negócios. Quando o mensageiro chegava ao destino, ele seguia as orientações dadas pelo remetente, explicava as instruções extras, lia ou simplesmente entregava a carta.
A epístola (ou carta) tinha por objetivo substituir a presença da pessoa-remetente. Por isso, geralmente o tom é oral, como se fosse uma conversa.
A Bíblia destaca alguns irmãos e irmãs que trabalharam como mensageiros das cartas paulinas: Febe (Rm 16.1,2), Tíquico (Ef 6.21,22; Cl 4.7-9), Onésimo (Fm 10,12, Cl 4.9).
Também mostra que Tércio colaborou com escriba (Rm 16.22). Além disso, o Apóstolo Paulo também escreveu cartas de próprio punho (1 Co 16.21; Gl 6.11; Cl 4.18; 2 Ts 3.17).
Aprendemos muito sobre a história do apóstolo Paulo nesse trimestre; sobre o seu chamado pelo Senhor Jesus, suas viagens missionárias, a forma categórica com que pregava o evangelho; até mesmo sobre os seus últimos dias (prisão, contexto final e morte). Além de tudo isso estar registrado nos céus, o apóstolo Paulo deixou uma coletânea de cartas escritas, que serviam de comunicação entre as igrejas. Essas cartas são espirituais, inspiradas pelo Senhor, pois o propósito maior era tratar com a igreja (doutrina, ensinamentos, revelações, entendimentos, entre outros tópicos abordados).
Lembre-se que Paulo realizou 4 viagens missionárias ao todo (contando essa última), e era necessário a comunicação tanto com os Obreiros (a exemplo de Timóteo e Tito), como com a igreja em si (que também era direcionada aos Obreiros). Esse trabalho era conjunto, pois alguns escreviam (um trabalho de cronista / escrivão), outros transportavam. Conforme vimos na lição anterior, Tíquico e Febe fizeram o transporte de cartas (trabalho louvável), enquanto Tércio e Lucas exerceram o papel de escriba. Abaixo veremos um pouco mais sobre as 13 cartas Paulinas (assim conhecidas).
III – AS CARTAS PAULINAS
O Novo Testamento é composto por 27 livros. Desses, 13 são de autoria do Apóstolo Paulo. Trata-se das cartas escritas por ele. Vamos conhecer um pouco de cada uma delas?
Primeiramente, ele escreveu seis cartas para igrejas diversas:
- Gálatas. Escrita provavelmente da Antioquia da Síria, para as igrejas na região da Galácia, entre 46 e 48, antes do Concilio de Jerusalém. Tema principal: liberdade cristã.
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- 1 Tessalonicenses. Escrita para a igreja em Tessalônica, entre 52-53 d.C., durante o tempo em que esteve em Corinto. Tema principal; vida cristã e a volta de Cristo.
- 2 Tessalonicenses. Escrita um pouco depois de 1 Tessalonicenses, entre 52-53 d.C., quando Paulo ainda estava em Corinto. Tema principal: o Dia do Senhor.
- 1 Coríntios. Escrita para a igreja de Corinto, por volta de 55 d.C., quando Paulo estava em Éfeso. Tema principal: divisão e outros problemas.
- 2 Coríntios. Escrita em 56 d.C., quando ele estava na Macedônia. Tema principal: defesa do ministério de Paulo.
- Romanos. Escrita aos cristãos em Roma, quando o Apóstolo estava em Corinto em 58 d.C. (At 20.2, 3). Tema principal: a justificação pela fé.
Durante o período da sua primeira prisão em Roma, Paulo escreveu mais quatro cartas, que são conhecidas como “Cartas da prisão”.
- Colossenses. Escrita para a igreja de Colossos, entre 60 e 62 d.C. Tema principal: a supremacia de Cristo.
- Efésios. Escrita entre 60 e 62 d.C. Tema principal: vida prática em Cristo.
- Filemom. Escrita para Filemom, entre 60 e 62 d.C. Tema principal: perdão e amor.
- Filipenses. Escrita entre 60 e 62 d.C., para a igreja de Filipos. Tema principal: a alegria no Senhor.
Há também as “Cartas Pastorais”. Essa é uma classificação para as três cartas pessoais que Paulo enviou — duas para Timóteo e uma para Tito — cujo conteúdo é voltado para os pastores.
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- 1 Timóteo. Escrita por volta de 63 d.C., para seu discípulo Timóteo. Tema principal: aconselhamento pastoral e modo de agir.
- Tito. Escrita entre 63 e 67 d.C., para Tito. Tema principal: a conduta cristã.
- 2 Timóteo. Escrita entre 67 e 68 d.C., para Timóteo. Tema principal: o bom combate.
O Novo Testamento comporta 27 livros, sendo que 13 (quase metade) corresponde às cartas Paulinas. Isso significa que as cartas escritas pelo apóstolo Paulo fazem parte do Cânone Bíblico. E o que isso significa? Cânone ou Cânon é uma palavra de origem grega κανόνας, kanónas; que significa “medida”; ou na nossa linguagem contemporânea “parâmetro”. Quer dizer que as escrituras sagradas possuem uma “medida”, um conjunto de requisitos e “parâmetros” que fazem com que elas sejam consideradas como Divinamente inspiradas. O antigo testamento, com os 39 livros, já tinha o seu Cânon “fechado”, mas a Bíblia conforme conhecemos, com o total de 66 livros (adicionando os 27 do novo testamento), só foi consolidada próximo do século 4º d.C. Muitos foram os livros apócrifos (falsos, ou obscuros, não aceitos), fruto da alegoria, do paganismo ou do misticismo. Só para os irmãos terem ideia, os “Livros depois de Cristo” dentre os apócrifos contam mais de 100 (entre evangelhos diversos, “atos” diversos, dentre outros); então por isso surgiu a necessidade da consolidação do Cânon; do padrão espiritual; da medida exata dada por Deus; e as cartas de Paulo estão dentre os livros constantes no rol completo da Bíblia sagrada.
As 13 cartas, conforme se pode ver acima, podem ser divididas (didaticamente, claro; não que o sejam na prática), entre “Cartas às igrejas”, “Cartas da prisão” e “Cartas Pastorais”. As “Cartas às igrejas” são: Aos Gálatas, Aos Tessalonicenses (duas cartas), Aos Coríntios (duas cartas) e Aos Romanos; em um total de seis cartas diversas. As famosas “Cartas da prisão” são: Aos Colossenses, Aos Efésios, Aos Filipenses e a carta dirigida para Filemom. Por fim, as “Cartas Pastorais” são As duas cartas de Paulo a Timóteo e a carta de Paulo a Tito (com as instruções para a missão em Creta).
Nessas cartas encontramos um rico conteúdo espiritual, que serve de base para os ensinamentos na igreja de hoje, e nos orienta na direção da sã doutrina. É interessante o quão fidedigno são esses escritos, sendo muitas vezes colocado à prova por geógrafos, geólogos, arqueólogos, historiadores, filósofos e teólogos. A descrição dos fatos (principalmente de Atos dos apóstolos, objeto da nossa lição do 3º trimestre) está em perfeita relação com o mundo real em todos os aspectos – também – científicos (conforme vimos acima).
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CONCLUSÃO
As cartas foram ferramentas para a comunicação da fé cristã. Paulo fez bastante uso desse recurso para se comunicar com as igrejas que fundou. Era uma forma de ensinar e apoiar as igrejas, mesmo estando distante. E ainda hoje, essas cartas nos ensinam muito.
Pessoalmente, este comentarista aprendeu muito ao transmitir os ensinamentos da palavra de Deus. Que todos os professores e alunos que confiam no nosso conteúdo também tenha sido enriquecido pela palavra do nosso Senhor. Glória a Deus.