EBD – A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA – LIÇÃO 4 ADOLESCENTES
Hora de Aprender
Desde a época da experiência com Jesus, na estrada para Damasco, Paulo já sabia que tinha um chamado específico para pregar o Evangelho para os não judeus. No entanto, muitos anos se passaram, até que fossem registradas suas atividades e viagens missionárias. Durante esse tempo, Paulo estava sendo preparado para cumprir o chamado. Vejamos o que aconteceu depois que Barnabé o levou para ensinar em Antioquia.
ASSISTA A VIDEO AULA DA LIÇÃO. CLIQUE AQUI
Clique aqui e participe do nosso Grupo no WhatsApp
I – O CHAMADO MISSIONÁRIO
Como estudamos anteriormente, a igreja de Jerusalém se dispersou quando Estêvão foi apedrejado (At 8.1,4; 11.19-21). Assim, os irmãos da Judeia fugiram por causa da perseguição e se espalharam por diversas regiões. O que parecia ruim, na verdade, transformou-se em bênção, pois os que fugiram falaram sobre Jesus nos lugares onde se estabeleceram. Em algumas cidades, esses irmãos evangelizaram somente judeus; em outras, pregaram também a não judeus, os também chamados gregos (algumas vezes na Bíblia, a palavra “grego” refere-se a não judeu).
Vimos também que Paulo e Barnabé ensinavam na Antioquia da Síria (At 11.25,26). A igreja ali era generosa. Ouvindo que havia fome em Jerusalém e na Judeia, por meio de Paulo e Barnabé, enviaram dinheiro para ajudar aos irmãos daquela região (At 11.29,30).
Certo dia, enquanto os profetas e mestres oravam, o Espírito Santo falou com a igreja. Ele ordenou que Barnabé e Paulo fossem enviados como missionários para outros lugares (At 13.2).
Assim, eles seguiram a orientação divina. A liderança da igreja orou, jejuou e impôs as mãos sobre eles para que partissem. E, assim, Paulo partiu com Barnabé e João Marcos para sua primeira viagem missionária (At 13.5), que durou aproximadamente dois anos. A partir dessa passagem bíblica, o Apóstolo passa a ser chamado apenas por Paulo, a versão romana do seu nome, e não mais por Saulo (At 13.9).
Antes de entrarmos no contexto da primeira viagem missionária, que tal atualizarmos a nossa linha do tempo que estamos construindo sobre a história de Paulo?
AMPLIE O SEU CONHECIMENTO FAZENDO O NOSSO CURSO PARA PROFESSORES DA EBD. CLIQUE AQUI.
05 d.C. – Nascimento de Paulo
10 d.C. – Mudança para Jerusalém
15-20 d.C. – Período de estudo com o Rabino Gamaliel
33 d.C. – Período da morte, ressurreição e ascensão de Cristo
34 d.C. – Saulo persegue os cristãos
34-36 d.C. – Jesus aparece para Saulo: o chamado
36-39 d.C. – Paulo na Arábia, Damasco e Jerusalém
40 d.C. – Barnabé e Paulo se encontram e realizam a obra missionária;
Após o período na Arábia, Paulo apresenta-se “preparado” para a realização da obra missionária. Ao encontrar-se com Barnabé, ambos realizaram a primeira “ação missionária” ao levar as ofertas da igreja em Antioquia para os crente da Judeia (os irmãos da Judeia enfrentavam um período de fome à época).
A primeira expedição missionária, entretanto, ocorreria pouco tempo depois, e apesar de ser um pouco mais rápida e curta do que as outras duas viagens feitas (que veremos nas lições seguintes), teve grande importância para inaugurar o “modelo” de pregação e implantação de igrejas que seria aplicado pelos próximos anos.
O tópico 3 tratará de maneira específica sobre essa primeira viagem, mas podemos “adiantar” um pouco do seu roteiro! Eles partiram de Antioquia da Síria e foram inicialmente para a ilha de Chipre, e lá visitaram as cidades de Salamina e Pafos. Posteriormente (saindo da ilha do Chipre) foram para Perge e Antioquia da Pisídia. Finalmente seguiram o caminho para Icônio, Listra e Derbe. Todas essas cidades hoje pertencem ao território Turco.
II – AS VIAGENS NA ÉPOCA DE PAULO
Nesta época, uma viagem poderia ser feita por terra ou pelo mar. Viajar era perigoso. Por questão de segurança, os comerciantes viajavam em caravanas — grupos de pessoas com camelos e jumentos. Era comum as pessoas viajarem a pé. Em média, uma caravana percorria 30 km por dia, caminhando 3 km por hora. A cavalo, a média era de 120 km por dia. Alguns tinham mula ou jumento para carregar as bagagens; outros possuíam carruagem, como por exemplo, o eunuco etíope (At 8.26-31).
ASSISTA AO VÍDEO DA DINÂMICA DA LIÇÃO. CLIQUE AQUI.
Algumas viagens duravam dias. Então, onde os viajantes paravam para dormir? Os romanos não só construíram estradas, mas também hospedarias. O objetivo era que os oficiais (do exército ou do Estado) tivessem condições de viajar com certa estabilidade. Porém, as pessoas comuns, que não eram militares ou oficiais do governo, também poderiam aproveitar o serviço. O mais comum, no entanto, era se hospedar nas casas das pessoas.
Vemos que os cristãos eram incentivados a receber os viajantes: “Não deixem de receber bem aqueles que vêm à casa de vocês; pois alguns que foram hospitaleiros receberam anjos, sem saber” (Hb 13.2).
As dificuldades de percurso não desanimaram Paulo e seus companheiros. Conscientes de que enfrentariam desafios durante a viagem, confiaram no Senhor. Sabiam que Deus estava com eles e guardaria o caminho por onde passassem.
Hoje em dia os meios de transporte são variados: avião, ônibus, carro, motocicleta, embarcações, bicicleta, entre outros. Tudo isso facilita não só a nossa mobilidade, mas a eficiência e tempo das nossas viagens. Na época de Paulo, no entanto, não era assim.
As viagens eram muitas vezes feitas a pé, por meio de caravanas. Inclusive nos períodos das festas tradicionais judaicas (por exemplo na Páscoa, onde todos subiam para Jerusalém para adorar no templo) várias caravanas eram formadas. Como ele caminhavam longas distâncias (até 30 km por dia), as caravanas cantavam Salmos durante as peregrinações. Essa “coletânea” de Salmos ficou conhecida como “cântico dos degraus” (que vai desde o Salmo 120 até o Salmo 134). Além disso, os outros meios de locomoção (além das caravanas a pé) eram as viagens a barco e a cavalo (ou camelos).
O apóstolo Paulo provou “um pouco de tudo”, e fez trechos via embarcações (principalmente para as ilhas), outros caminhando, e outros em expedições. De modo geral, muitas eram as dificuldades ao longo do caminho, desde as hostilidades no sentido criminal (assaltos e saques, pelos despojadores) até mesmo os perigos pelas feras do campo (leões, ursos, serpentes e toda sorte de animal peçonhento). Durante o caminho, o apoio dos irmãos era fundamental, tanto para oferecerem uma estadia, quanto para oferecerem pão e água. Acima de tudo, eles tinham o Espírito Santo como uma verdadeira bússola, que sempre apontava a direção que deveriam seguir (e a direção que não deveriam seguir).
III – A ROTA DA PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
Partindo de Antioquia da Síria, a rota foi a seguinte: Paulo e Barnabé foram para Selêucia e de lá pegaram um barco até a ilha de Chipre (At 13.4), passando pelas cidades de Salamina e Pafos. De Chipre, continuaram para Perge da Panfília (At 13.13) até Antioquia da Pisídia (At 13.14). A parada seguinte foi em Icônio (At 14.1), de onde foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia (At 14.6). Dali, fizeram o caminho de volta pelos mesmos lugares até regressarem ao ponto de partida, Antioquia da Síria. Se olharmos em um mapa, veremos que hoje esses lugares estão na Turquia.
Por onde passaram, Paulo e seus companheiros usaram a estratégia de pregar o Evangelho na sinagoga da cidade. A sinagoga era o lugar onde os judeus se reuniam aos sábados para ouvir sobre as Escrituras, orar e cantar. Quando o Apóstolo falava de Jesus, a mensagem do Evangelho impactava a audiência. Além disso, milagres e sinais aconteciam.
Os ensinos de Paulo tiveram impacto para além do território das sinagogas. De modo que. não demorou muito para que os não judeus também se interessassem pela mensagem trazida pelos viajantes. Era o Espírito Santo trabalhando nos corações e levando os pecadores ao arrependimento. Assim, aumentava o número de cristãos e novas igrejas foram surgindo.
BAIXE NOSSO APLICATIVO E TENHA ACESSO AO MATERIAL COMPLETO. CLIQUE AQUI
Ao final dessa primeira viagem, ao visitar as igrejas por onde tinham passado, Paulo e Barnabé seguiram o modelo que a igreja de Antioquia havia estabelecido. Eles escolheram a liderança local, oraram e jejuaram com esses líderes para que o Senhor os protegesse e eles cuidassem com amor e sabedoria da igreja (At 14.23). Esse vínculo do Apóstolo com a igreja que o enviou revela obediência e compromisso com a igreja e com Deus.
Conforme já mencionamos, a primeira viagem missionária foi um pouco mais curta do que as outras duas seguintes, mas teve grande importância para o estabelecimento do “modelo” da igreja. A liderança local era de suma importância, pois futuramente eles receberiam as cartas do Apóstolo Paulo, tão ricas e cheias de instrução, e que até nos dias de hoje nos serve de base espiritual doutrinária.
O roteiro dessa primeira viagem compreende o atual território Turco. Eles partiram de Antioquia da Síria por meio de uma embarcação e seguiram para a ilha de Chipre, e lá visitaram as cidades de Salamina e Pafos. Saindo do Chipre foram para Perge e Antioquia da Pisídia. Por fim, seguiram o caminho para Icônio, Listra e Derbe. Abaixo deixaremos um mapa ilustrativo com essa rota:
Primeira viagem missionária de Paulo (Imagens Bíblicas Grátis)
Ao passar por essas cidades, Paulo sempre procurava a sinagoga local e anunciava o evangelho do Senhor Jesus. Vale lembrar que como Paulo foi fariseu, então ele tinha propriedade para discutir e disputar os assuntos com o mais alto nível eclesiástico. O maior empenho do apóstolo Paulo era convencê-los de que as profecias messiânicas apontavam para o Senhor Jesus, e que Ele as havia cumprido. Com muita propriedade, ele também buscava explicar que convinha padecer o Cristo, para que todos alcançassem a salvação por meio da graça e da fé, e que o Reino de Deus seria estabelecido através de uma sucessão de fatos, inclusive com o evento da segunda vinda do Senhor Jesus (evento esse que ansiosamente aguardamos).
Se nos perguntássemos se essas viagens missionárias “surtiram efeito”, basta olhar para nós, em pleno século XXI, representando “os confins da terra”, estudando a palavra de Deus. Isso significa que o evangelho pregado lá no ano 40 d.C. se espalhou e chegou até nós, e por isso conhecemos a obra do Senhor Jesus e podemos dizer que somos seus servos. Verdade é que muitas foram as contribuições desses servos de Deus, e certamente serão galardoados pelo Senhor Jesus naquele Grande Dia.
ESTÁ PRECISANDO DE MATERIAL PARA PROFESSORES? CLIQUE AQUI
CONCLUSÃO
O relato de Atos dos Apóstolos conta que a liderança da igreja em Antioquia estava servindo a Deus quando o Espírito Santo revelou que era o momento de enviar Paulo e Barnabé para o trabalho missionário. Os dois partiram com a bênção dos seus líderes para realizar a tarefa de pregar o Evangelho de Jesus. Ao final da viagem, voltaram à Antioquia para contar sobre o que Deus fez em cada cidade (At 14.27). Aprendemos com Paulo e Barnabé a importância de obedecer aos líderes e prestar conta da atividade ministerial. Que Deus continue despertando a chama missionária em sua Igreja nos dias atuais!