EBD – A PROTEÇÃO CONTRA A IMORALIDADE – LIÇÃO 4 JOVENS

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EBD – A PROTEÇÃO CONTRA A IMORALIDADE – LIÇÃO 4 JOVENS

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito da imoralidade sexual. Meditaremos no capitulo 5 de Provérbios e, a partir desse texto, veremos o quanto ele é relevante atualmente, pois vivemos em uma sociedade marcada pela sensualidade em tudo quanto é produzido do ponto de vista cultural. Finalmente, nos conscientizaremos a respeito da moralidade sexual ensinada pela Bíblia como instrumento protetor contra a imoralidade sexual na vida do jovem cristão. Assim, veremos que quem pratica a moralidade sexual bíblica age com sabedoria.

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I – ADVERTÊNCIA CONTRA A IMORALIDADE

1. 1. Compreendendo o capítulo 5

O quinto capítulo do livro de Provérbios inicia com o apelo à prática da sabedoria. O capítulo 4 desenvolveu a ideia da proteção do coração a partir da prática da sabedoria, onde o pensamento, o sentimento e a vontade são dominados por Deus para as saídas da vida; o capítulo 5 inicia como uma repetição da importância de “atender”, “inclinar” e “guardar” a sabedoria (Pv 5.1,2). Essa é a sabedoria aplicada ao relacionamento entre homem e mulher. O leitor é convidado a adquirir a sabedoria divina com o propósito de aplicá-la no relacionamento com o outro sexo. Assim, os versículos 3 a 6 apresentam a mulher estranha, aquela que seduz o jovem no caminho da vida (cf. Pv 7.6-23). Os versículos 7 a 14 expõem a consequência destruidora da relação com essa mulher imoral. E, finalmente, nos versículos 15 a 23, o autor sagrado faz um apelo à fidelidade no matrimônio como antídoto contra a imoralidade sexual.

A repetição de termos como “atender”, “inclinar” e “guardar” enfatiza a necessidade de atenção e comprometimento na busca pela sabedoria divina. Essa sabedoria não é apenas teórica, mas deve ser aplicada na vida cotidiana, especialmente nas relações interpessoais.

A figura da “mulher estranha” é um alerta claro sobre os perigos das seduções que podem desviar o jovem do caminho certo. É interessante notar como o texto destaca não apenas as consequências destrutivas dessa relação, mas também a valorização da fidelidade no matrimônio. Os versículos finais do capítulo oferecem um contraste entre a imoralidade e a alegria encontrada na fidelidade.

1.2. A mulher estranha

É inevitável encontrar-se com a mulher imoral no caminho da vida, mas não é inevitável cair em sua sedução. Sua característica principal é a arte de seduzir. Seus lábios “destilam favos de mel”; seu paladar, “é mais macio que o azeite” (v.3). Contudo, embora a sedução da mulher imoral tenha grande poder de atração, logo esse “doce prazer” momentâneo dá lugar a “um fim amargoso como absinto”, “agudo como a espada de dois fios”; ele faz descer para a morte (vv.4,5). Essa mulher imoral não tem compromisso com a retidão nem com o conhecimento (v.6) e, por isso, torna-se uma parábola alusiva à vida de imoralidade que o jovem não deve e nem precisa trilhar. No início, esse estilo de vida é atrativo, mas logo não tarda mostrar que é uma verdadeira escravidão que leva à morte (cf. Pv7. 21-23).

A metáfora utilizada, comparando seus lábios a “favos de mel” e seu paladar a “azeite”, ilustra perfeitamente como as seduções da vida podem parecer irresistíveis à primeira vista. Essa imagem evoca uma sensação de prazer e atração que pode facilmente enganar, levando muitos a se deixarem levar por caminhos que parecem promissores, mas que, na verdade, escondem consequências devastadoras.

A descrição do fim amargo que se segue ao prazer momentâneo é um alerta poderoso. A transição do doce para o amargo simboliza como as decisões impulsivas e imorais podem resultar em dor e arrependimento.

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1.3. As consequências da imoralidade

Os versículos 7 a 14 iniciam com o apelo do sábio: “Afasta dela o teu caminho e não te aproximes da porta da sua casa” (Pv 5,8). Ora, se o(a) jovem não se afastar da(do) mulher (homem) imoral, estale) o tragará. O tempo passará, e o remorso consumirá a vida desse(a) jovem. Ele(a) falará no seu coração: “Como aborreci a correção” (Pv 5.12). Por isso, o caminho do bom senso está em ouvir a voz dos mestres e dos ensinadores (Pv 5,13), pois a vontade de Deus é que não sejamos condenados dentro da congregação dos santos (Pv 5.14). Por isso, seguir o caminho da mulher imoral é percorrer o caminho da perdição, da insensatez e do desiquilíbrio moral. Naturalmente, os jovens cristãos são convidados pelo texto sagrado a não trilhar a marcha da insensatez imoral.

Essa ideia de não se aproximar da porta da casa dela simboliza a necessidade de evitar qualquer situação que possa levar à tentação. O sábio reconhece que a imoralidade não é apenas um ato isolado, mas um caminho que pode levar a consequências devastadoras.

A frase “Como aborreci a correção” revela a dor do arrependimento, mostrando que muitas vezes as pessoas ignoram a sabedoria e os avisos dados por aqueles que se preocupam com seu bem-estar. Esse reconhecimento tardio é um poderoso lembrete da importância de ouvir e valorizar as orientações dos mestres e ensinadores.

II – A RELEVÂNCIA DE PRÓVERBIOS 5 CONTRA A IMORALIDADE

2.1. Uma sociedade sexualizada

Por que Provérbios 5 é tão relevante para nós? Ora, a nossa geração é herdeira dos movimentos sociais de contestação sexual. Mais especificamente, a partir do que foi denominado Protestos de Maio de 1968, em que um movimento de jovens franceses universitários protestou contra os valores do Ocidente na universidade de Paris. Movimentos parecidos também estavam em andamento na América do Norte e Inglaterra. Esse período histórico marca o início da ideia da normalização da contestação de qualquer perspectiva de moderação na questão sexual. O sexo passou a ser tratado como um fim em si mesmo, onde a recreação individual fosse seu maior objetivo. Por isso, toda forma de relacionamento sexual entre adultos passou a ser normalizada. O slogan “É proibido proibir” resume bem os valores seculares que a nossa geração herdou a partir de maio de 1968.

Provérbios 5 oferece uma perspectiva que contrasta com essa normalização da libertinagem. Ele nos convida a refletir sobre as consequências das escolhas que fazemos, especialmente no que diz respeito à sexualidade. A sabedoria contida nesse capítulo nos lembra que o sexo não é apenas uma questão física ou recreativa; ele envolve aspectos emocionais, espirituais e relacionais profundos. A busca desenfreada por prazer imediato pode levar a arrependimentos duradouros e a um vazio existencial, algo que é ecoado na experiência de muitas pessoas hoje.

2.2. Não se pode dominar o desejo sexual?

Essa era a consequência das ideias gestadas por trás do Movimento de 1968. A tese da vida sexual moderada nos limites do matrimônio, como ensina a Fé Cristã, como repressão sexual é uma consequência natural do que já estava gestado por intelectuais antes do movimento de 1968. Hoje, o jovem está inserido numa cultura secularizada e sexualidade em que o Movimento Cultural Pop com suas músicas, filmes e literatura estimula a sexualização dos corpos, de modo que leva a pessoa a pensar de fato ser impossível moderar os instintos sexuais. Logo, as consequências naturais dessas ideias são gravidez precoce, multiplicação dos abortos propositais, vícios em pornografia, transição de gêneros etc.

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É interessante observar como as ideias que emergiram do Movimento de 1968 ainda reverberam na sociedade contemporânea. Esse movimento, que buscava a liberdade individual e a quebra de normas tradicionais, sem dúvida influenciou a forma como a sexualidade é percebida hoje; através dos “apelos” da cultura pop, que promove uma sexualização mais intensa e desinibida.

Nesse sentido, a pressão da cultura secularizada pode fazer com que os jovens sintam que é impossível moderar seus instintos sexuais, levando a consequências como gravidez precoce e o aumento de abortos. Além disso, o acesso fácil à pornografia e as discussões sobre identidade de gênero também refletem essa transição cultural.

A visão bíblica sobre sexualidade enfatiza a importância do sexo dentro do contexto do matrimônio, considerando-o um aspecto sagrado e uma expressão de amor entre os cônjuges. Assim, segundo a Bíblia, a sexualidade deve ser vivida de forma responsável e respeitosa, refletindo o plano divino para as relações humanas. Passagens como Hebreus 13:4, que diz que o casamento deve ser honrado por todos e que o leito conjugal deve ser mantido puro, ressaltam essa perspectiva.

2.3. O enfraquecimento da ideia do casamento

Naturalmente, em muitas realidades, o conceito bíblico de casamento é enfraquecido, a ideia de que o casamento é para sempre, que o relacionam ento profundo e verdadeiro é para a vida toda, não faz sentido para muitos jovens hoje. Muitos deles se tornaram, de fato, produto do meio e infelizmente já se casam com o pensamento de se separar se o casamento não der certo. Não por acaso, 0 apóstolo Paulo traça um panorama da profunda distorção da natureza humana que pode ser constatado na vida de muitos jovens hoje: “Por isso, Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seu coração. Como resultado, praticaram entre si coisas desprezíveis e degradantes com o próprio corpo” (Rm 1.24 – NVT), É uma distorção completa do propósito de Deus para o bem-estar do ser humano. Por isso, Provérbios 5 faz muito sentido no cenário em que vivemos hoje.

A citação de Romanos 1:24 é bastante pertinente, pois reflete a realidade de como os desejos humanos podem se desviar do propósito original de Deus. Essa “entrega aos desejos pecaminosos” pode ser vista como uma consequência da desconexão entre os valores contemporâneos e os princípios eternos que regem o bem-estar humano. A busca por satisfação imediata muitas vezes leva à superficialidade nos relacionamentos, prejudicando o desenvolvimento de laços profundos e significativos.

III – A MORALIDADE SEXUAL CRISTÃ COMO PROTEÇÃO CONTRA A IMORALIDADE

3.1. A delimitação da moralidade sexual cristã

Em uma de suas obras, o apologeta cristão, C. S. Lewis, nos lembra uma doutrina cristã constrangedora para quem não passou pela experiência da regeneração e se encontra imerso na cultura atual: a castidade como uma prática da virtude cristã. Dessa maneira, ele ainda nos lembra que a virtude da castidade se resume na seguinte regra: “O casamento deve ser com fidelidade completa ao cônjuge ou, fora dele, apenas completa abstinência sexual”. Sim, pela Palavra de Deus, a moralidade sexual tem uma delimitação muito clara: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6.18; cf. 7.8; 1 Tm 2.22).

Assim, diferentemente das ideias dominantes de nossa sociedade cultural, a Bíblia não considera o instinto sexual degenerado como algo insuperável em que o ser humano não pode vencer. Quem passou pela experiência de regeneração, com o auxílio do Espírito Santo, pode desenvolver as virtudes do “domínio próprio” e da “temperança” e, como o apóstolo Paulo, pode exclamar: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12).

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C.S. Lewis realmente provoca uma reflexão profunda sobre a castidade e a moralidade sexual, especialmente em um mundo que frequentemente valoriza a liberdade sexual acima de tudo. A ideia de que a castidade é uma virtude cristã pode parecer constrangedora para muitos, especialmente para aqueles que não compreendem a regeneração e o novo nascimento em Cristo. No entanto, essa perspectiva é fundamental para entender não apenas os ensinamentos bíblicos, mas também o propósito mais amplo da sexualidade humana.

A regra que Lewis estabelece – fidelidade no casamento ou abstinência fora dele – é uma diretriz clara que desafia as normas culturais modernas. A moralidade sexual bíblica, como mencionado, não é apenas uma lista de proibições; ela tem como objetivo proteger e valorizar a intimidade entre os cônjuges. A passagem de 1 Coríntios 6:18 ressalta que o pecado sexual tem implicações profundas, não somente espirituais, mas também físicas e emocionais. A prostituição e outros comportamentos sexuais fora do casamento são descritos como pecados que afetam diretamente o corpo, enfatizando a importância de tratar nosso corpo com dignidade e respeito.

A regeneração, então, se torna um ponto chave nessa discussão. A transformação interna proporcionada pelo Espírito Santo capacita o indivíduo a viver de acordo com esses princípios elevados. O domínio próprio e a temperança não são apenas ideais distantes; eles são frutos da ação do Espírito na vida do crente, permitindo que se resista às pressões externas e internas da sociedade.

3.2. A pedagogia da abstinência sexual

Aos jovens solteiros, cabe o desenvolvimento da virtude da castidade cristã, isto é, a abstinência sexual como preparação para o casamento. Como vimos, do ponto de vista bíblico, o(a) jovem cristão (ã) não é puramente instinto sexual. Ele(a) sabe que a satisfação sexual tal qual a Bíblia ensina não é egoísta, descartável e ilusória, mas cumpre um sentido quando nos unimos à pessoa amada e com ela compartilhamos e dividimos toda uma história de vida que glorifique a Deus no casamento (1 Co 6,20; cf, 1 Co 10.31,32).

Enquanto esse tempo não chega, nos guardamos, esperamos a pessoa amada. Desse modo, percebemos que a abstinência sexual é pedagógica, pois ela nos ensina que em tudo deve haver comedimento, equilíbrio e parcimônia. Com ela, na vida de solteiro, aprendemos que devemos esperar passar por períodos de abstinência na vida de casado. Sim, a abstinência sexual também ocorre na vida dos casados, por causa de uma doença ou tratamento de saúde em que um dos cônjuges não pode manter um relacionamento sexual regular por um período, quer por propósitos espirituais entre os cônjuges em comum acordo (1 Co 75). Assim, a abstinência sexual na vida de solteiro ensina que na vida de casado nem tudo no relacionamento entre homem e mulher tem a ver com sexo.

A ideia de que a satisfação sexual deve ser entendida dentro de um contexto mais amplo, onde o amor e a união significam compartilhar uma vida e uma história juntos, é muito enriquecedora. A Bíblia nos ensina que o sexo no casamento é uma expressão de amor e compromisso, e não algo meramente físico ou egoísta. Isso muda completamente a forma como os jovens veem suas próprias vidas e relacionamentos.

Tudo isso contribui para um entendimento mais profundo do que significa ser verdadeiramente unido a outra pessoa em um compromisso diante de Deus. A castidade se torna assim uma prática rica em significado e propósito, moldando não apenas os indivíduos, mas também as bases das famílias que eles formarão no futuro.

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3.3. A beleza da vida sexual dentro do matrimônio cristão

Segundo o ensino bíblico, o relacionamento sexual só é possível no casamento (1 Co 7.8,9). Essa união profunda e verdadeira se concretiza diante de Deus no relacionamento sexual entre um homem e uma mulher (Gn 2.24). Essa união, segundo o texto bíblico, ninguém pode separar (Mc 10.7-9), pois ela não se resume à mera necessidade fisiológica, mas é a necessidade de, diante de Deus, estabelecer um projeto de vida e viver um projeto atemporal divino que é o estabelecimento de uma família. Em vista disso, Provérbios 5 traz uma seção de versículos em que o sábio estimula que se desfrute da vida sexual com sua esposa, aquela da sua juventude (Pv 5.15-19).

No casamento, homem e mulher podem, e devem, desfrutar do prazer sexual em que o amor, o respeito e o compromisso de vida de ambos foram aliançados diante de Deus e da Igreja do Senhor, até que a morte os separe (Mt 19.6).

De acordo com a Bíblia, o relacionamento sexual é um dom sagrado que se concretiza dentro do contexto do matrimônio, e isso reflete uma visão profunda sobre a união entre um homem e uma mulher.

Quando Gênesis 2.24 fala sobre “deixar pai e mãe e unir-se à sua mulher”, está enfatizando que essa união é um passo significativo e transformador na vida de duas pessoas, criando uma nova família sob a orientação divina. Essa relação íntima é descrita como algo que ninguém deve separar, refletindo a seriedade e a santidade do matrimônio.

Quando Jesus afirma em Mateus 19.6 que “o que Deus uniu, ninguém separa”, ele reforça essa ideia de que o matrimônio é uma obra divina. O casamento não é apenas um contrato social; é uma união espiritual que envolve não só os cônjuges, mas também Deus como testemunha e participante ativo dessa aliança.

CONCLUSÃO

Temos visto os apelos da imoralidade sexual presente em nossa sociedade. Entretanto, a Palavra de Deus nos afirma que não precisamos ser dominados por eles. É muito melhor viver de acordo com o que a Palavra de Deus nos ensina, de modo que podemos, sob o Espírito Santo, ter nossos sentimentos e vontade ordenados pela Palavra de Deus. Logo, no matrimônio, podemos nos realizar por completo de um modo que glorifique a Deus em nós.

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