EBD – A Realidade Bíblica das Finanças – Lição 9 Jovens – 2° Trimestre 2024.

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PREFÁCIO

Qual a importância do Dinheiro para a sociedade? Qual a importância da educação financeira? O Cristão deve se interessar por esses assuntos? Qual a relevância da saúde financeira para uma família? Como isso pode interferir nos casamentos? Existe uma forma correta de administrar os recursos aos olhos de Deus? O que Deus espera de mim em relação às minhas finanças? A prática de dizimar é aplicável mesmo após o novo testamento? Todos esses questionamentos revelam a importância do tema para a igreja. Sabemos que uma das formas de o adversário fazer o homem cair e errar é atuando com base na sua falta de conhecimento, e o próprio Deus fez essa advertência (Os 4:6).
Economicamente, os recursos na terra são considerados escassos (ou finitos), então administrá-los é um pressuposto básico. O dinheiro, por sua vez, possui grande relevância no que se refere à disponibilização de bens, produtos, serviços e atendimento de necessidades. Dessa forma, não podemos considerá-lo como algo ruim, mas devemos aprender a lidar com ele sem a necessidade de se embaraçar.
Desejar um bom emprego com uma boa remuneração talvez seja o desejo de muitos jovens, e por esse motivo muitos estudam e se dedicam. Porém, esses jovens estarão preparados para lidar com as suas próprias finanças? Aliás, quais o princípios e valores devem ser cultivados pelo jovem cristão, para que prospere e honre a Deus ao mesmo tempo? Para todas as coisas encontraremos resposta na Palavra de Deus.

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INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios do ser humano é lidar com os recursos financeiros. Vivemos em um mundo onde o dinheiro é largamente utilizado, e a sua influência alcança todas as pessoas, quer creiam em Deus, quer não. Mas o que o Cristianismo ensina a respeito do dinheiro, o seu uso e de que forma esses ensinos podem ser aplicados à nossa vida? É o que veremos nesta lição.

A Bíblia é a principal fonte de consulta e de informações para o servo de Deus. Existem conselhos para absolutamente todas as áreas da vida, e não seria diferente com uma área tão importante que é a área financeira. Por muitos anos existiu um certo preconceito ao tratar sobre esse tema, mas ao abordarmos situações práticas percebemos que grande parte dos problemas das famílias (incluindo as famílias cristãs) perpassam por problemas financeiros. Ignorar essas verdades seria ignorar que precisamos sim de ajuda.
A presente lição tem por objetivo, à luz da Bíblia, trazer orientações ao Jovem sobre como proceder (e sobre como não proceder) com o dinheiro. Não nos esqueçamos que, apesar de, pela fé, sermos cidadãos dos céus, temos uma vida aqui na terra, que se sujeita também a leis e variáveis terrenas, sendo o dinheiro e suas diversas aplicações uma delas.

I – O DINHEIRO E SUA UTILIDADE

  1. Uma breve história.

Para que possamos compreender a importância do dinheiro, é importante conhecer um pouco da sua história. Segundo historiadores e financistas, o dinheiro surgiu da necessidade de se mensurar quantidades de valores para se adquirir bens. Nos tempos antigos, a troca ou câmbio era utilizada para que as pessoas pudessem ter os bens ou serviços de que necessitavam. Mas como calcular o valor de um bem? Se eu tenho, por exemplo, cinco sandálias de couro e desejo trocá-las por duas sacas de grãos, que tipo de equivalência haveria entre esses bens? Como ter certeza de que nessa troca uma pessoa não ganharia mais, e a outra, menos? O sistema de trocas serviu por um bom tempo, até que houvesse uma busca peta uniformização de um bem que representasse um valor: o dinheiro. Então surgiram as moedas de metal inicialmente de metais preciosos, e depois feitas de metais não tão valiosos.

O dinheiro, enquanto instrumento de troca, pode ser traduzido como uma ferramenta fundamental para que se possa viver em uma sociedade. Seria como “ter o que oferecer para receber o que, pela outra parte, é oferecido”. Oferecemos dinheiro (pelo valor agregado que ele possui) e em troca recebemos o que é oferecido: bens, serviços, mercadorias, alimentos, segurança, bem-estar, lazer, cuidados com a saúde, moradia e de certa forma o financiamento do mínimo existencial.
Em conceitos microeconômicos, os dois lados de uma negociação são conhecidos como “oferta” e “demanda”. O preço, por sua vez, é uma variável que permeia tanto a oferta quanto a demanda. O dinheiro, por fim, seria um quantificador; aquilo que torna “tangível”, e que movimenta o mercado nos eventos de compra e venda (ou seja, o dinheiro é a ponte entre a compra e a venda; o elemento proporcional à oferta e à demanda).

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  1. O valor do dinheiro. 

O tempo passou, e o papel passou a ser usado para representar determinados valores, chamado de papel-moeda. Hoje existem transações bancárias feitas por meios digitais, como por exemplo, o PiX. E por mais que os modelos de transações monetárias possam ter evoluído e mudado com o passar do tempo, para muitas pessoas ter dinheiro é sinal de status e de poder. As Escrituras Sagradas não condenam ter bens materiais, entretanto, alertam para o amor ao dinheiro (1 Tm 6.10).

Por muito tempo o dinheiro foi associado ao que é físico (moedas, metais, papel-moeda, cheques etc.), todavia nos tempos modernos o dinheiro é considerado mais como um elemento do que como um “objeto”. A era digital transforma o dinheiro em dígitos, registros, códigos e chaves criptográficas; conceitos desconhecidos por uns, mas cotidianos para outros. No fim, discute-se mais o valor do câmbio. As chamadas “moedas fortes” são características por proporcionarem maior poder de compra (a valorização do dinheiro diante dos produtos ofertados). Como consequência algumas profissões também surgiram (ou se aperfeiçoaram), como programadores, cientistas de dados, analista de dados, e afins. O Cristão deve temer tal avanço? Seria pecado o interesse por tais assuntos? Não necessariamente. A bíblia não faz proibições ou vedações expressas sobre tal tema; e entendemos que, na verdade, trata-se de algo natural para a sociedade. Interessa principalmente ao jovem estar “por dentro” das novas atualizações.
No entanto, o que se alerta é para o envolvimento não apenas com o dinheiro, mas com todas as atividades que lhes são associadas. A busca incessante e ambiciosa; o amor e o apego ao dinheiro; o desenvolvimento de sentimentos como por exemplo de avareza; são exemplos de consequências que podem ter o dinheiro como causa, e aqui reside o perigo. Essa lição possui grande importância pois acreditamos que a educação financeira (e principalmente financeira-espiritual) trará os princípios necessários para uma vida próspera e ao mesmo tempo de plenitude com o Senhor, sem a necessidade de se embaraçar com as coisas terrenas (2 Tm 2:4).

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  1. Um assunto bastante espiritual.

Há quem pense que tratar de finanças é um assunto carnal, pois para essas pessoas, na eternidade não seremos medidos pelo que temos, e sim pelo que fizemos com o que nos foi dado. Mas em muitas passagens das Escrituras, como veremos, Deus fala sobre o dinheiro. É Ele que diz: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos” (Ag 2.8). Jesus mencionou o dinheiro e a sua influência na vida de uma pessoa quando observou a viúva trazendo as duas únicas moedas que tinha para dar de oferta (Lc 21.1-4), quando pagou o imposto (Mt 17.24-27), quando narrou a Parábola do Bom Samaritano, que deu dois denários ao dono da estalagem, e ao falar da dracma perdida (Lc 15.8-10). Mesmo em seu ministério, Jesus experimentou sustento financeiro, e nos é dito que Judas, o traidor, valia-se dos recursos do ministério de Jesus para pegar dinheiro para si (Jo 12.6). Portanto, finanças é um assunto espiritual, e o Senhor Jesus sabia da necessidade de se lidar com o dinheiro enquanto esteve neste mundo.
Uma das estratégias que o adversário utiliza contra cristãos é a ridicularização de alguns assuntos, para que os indivíduos se tornem verdadeiros ignorantes, e assim se tornem “presa fácil” para ataques diversos. O próprio Deus falou por meio do profeta Oséias que o povo perece por falta de conhecimento (Os 4:6). Assim, entender que o dinheiro é um mecanismo importante e aprender a utilizá-lo da maneira correta deve ser a postura do Crente prudente.
A começar, o Servo de Deus deve convidar o Senhor Jesus para ser o verdadeiro Senhor da sua vida, e para governar todas as áreas, inclusive a financeira. Aliás, em estudos realizados, constatou-se que uma das maiores causas de separação de casais é a questão financeira. O Jovem que está se preparando para o casamento precisa desde cedo criar essa consciência e desenvolver a sua maturidade no assunto.

II – DEUS E O DINHEIRO

  1. Os dízimos.

O assunto dos dízimos era tratado em Israel com naturalidade, como uma forma de os judeus reconhecerem o poder de Deus e o sustento divino em suas vidas. Os dízimos eram trazidos pelos hebreus e serviam para custear os elementos utilizados no culto e os levitas. Ele antecede à Lei de Moisés, pois Abrão, após vir de uma guerra, entregou o dízimo a Melquise- deque (Hb 7.1,2). Lamentavelmente, há em nossos dias quem insista em dizer que os dízimos são contribuições para serem feitas pelos judeus, na Antiga Aliança, e que na Nova Aliança os dízimos foram abolidos. Curiosamente, essas pessoas não excluem de suas vidas os textos da Antiga Aliança que falem de bênçãos, vitórias, ou de que Deus estará presente com eles. Para tais, Deus é o Senhor de toda a provisão, mas não é o que repreende o seu povo quando esse deixa dizimar. O Senhor chamou de Ladrões os que se esqueciam de trazer seus dízimos para a Casa de Deus (Ml 3710). O Antigo Testamento é tão Palavra de Deus quanto o Novo, e por meio dele, o Eterno nos alerta para que não esqueçamos a sua obra e não sejamos dominados pela avareza. Como os hebreus, também somos convidados a entregar nossos dízimos como uma questão de fé, em gratidão pelo que temos recebido do Eterno. Nossos dízimos mantêm nossas igrejas, os ministros, cumprindo sua vocação, e provê, a partir da igreja, socorro aos nossos irmãos que precisam de auxílio.
Talvez se perguntássemos aos jovens sobre o dízimo, quase que em sua totalidade eles responderiam pelo senso comum apenas sobre a décima parte a ser dedicada. Mais do que nunca se faz necessário a criação da consciência de que de fato tudo que temos (até mesmo a nossa integridade física, a vida e o ar que respiramos) nos foi dado por Deus, e que por Ele somos sustentados. O conceito de devolver – e não meramente de dar – o dízimo passa a ser introduzido a partir dessa premissa. Ou seja, se devolvemos é porque primeiro recebemos; e de fato é assim que ocorre. O Senhor nos dá toda a condição física, emocional e intelectual para produzirmos, e além disso abençoa a nossa produção. Comer dos frutos das próprias mãos é bênção do Senhor (Sl 128:2), pois nos permitiu colher o que plantamos, no pressuposto de termos as nossas plantações por ele abençoada. Portanto, Deus permitiu com que administrássemos a maior parte (90%), e requer de nós apenas a devolução da fração que por Ele nos foi orientada.
Além disso, uma cultura e pensamento importante a ser desenvolvido é que o Crente não está  devolvendo o dízimo apenas na igreja e para a igreja. O servo de Deus, antes de tudo, tem compromisso com o próprio Deus e entrega, por fé, nas mãos do próprio Deus. A administração por parte dos obreiros – que por Deus foram separados para aquele ofício – é uma matéria importante, porém secundária, e não deve tomar o lugar daquele que é o real propósito: a fidelidade ao Senhor.

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  1. Honrando ao Senhor.

“Honra ao SENHOR com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9). Honrar é dar destaque, é privilegiar. Deus deve ser honrado não com o que sobra, mas com os primeiros frutos e rendimentos do nosso trabalho. E Ele honra aqueles que o honram, abençoando-os de tal forma que não tenham falta: “E se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão de mosto os teus Lagares” (Pv 3.10).

O nosso Deus não opera com barganha, e não trabalha com contraprestações. No entanto, Ele tem prazer em nos recompensar. Um dos meios de agradar ao Senhor é honrando-o. A honra se relaciona com a fidelidade, e nada mais agrada a Deus do que a obediência. Além disso, a honra também se relaciona com a ocupação de destaque. Nesse sentido, colocamos Deus em um lugar de destaque em nossas vidas quando Ele se torna o primeiro em tudo. O nosso tempo, a nossa força, a nossa cognição, a nossa entrega; tudo em uma ponderação superior ao nosso Deus; assim o honraremos. Agora, por que não o honrar também com as primícias da nossa fazenda, visto que também faz parte da nossa vida? Além do mais, conforme a profecia em forma de poesia escrita em provérbios (Pv 3.10) nos garante que haverá uma recompensa para aquele que assim agir; e a recompensa é superabundar. Isso corre porque onde Deus está coisas maravilhosas acontecem. Então, se colocarmos Deus em posição de honra diante das nossas finanças, essa área da nossa vida provará da prosperidade de Deus. Percebamos que nesse caso não é barganhar, mas apenas uma consequência diante da própria bondade de Deus.
  1. Auxiliando os irmãos.

Deus pode nos dar mais recursos do que realmente necessitamos. Desses recursos, podemos poupar e nos preparar para o futuro, o que é lícito. Mas também devemos nos lembrar daqueles que têm menos e que precisam ser socorridos em momentos de dificuldades. Paulo, escrevendo aos Coríntios, mostrou o exemplo dos cristãos filipenses. Esses crentes souberam que os irmãos em Jerusalém estavam passando necessidade, e mesmo tendo poucos recursos, pediram ao apóstolo para participar daquele socorro enviando os poucos recursos de que dispunham, e que seriam enviadas para Jerusalém. Ninguém tem tão pouco que não possa ser partilhado, e a generosidade faz a diferença quando nos damos ao Senhor (2 Co 8.5).

Em uma de suas cartas, o Apóstolo Paulo revela que a caridade é um dom (1 Co 13), e pela correta interpretação entendemos que a caridade constitui uma das facetas do Amor. Quem ama é Caridoso. Assim, é característico daquele que possui boas dádivas dentro de si o desejo de ajudar ao seu irmão. Muitos gostariam, mas não podem fazer em grande escala (vivem no seu limite financeiro); outros poderiam, mas estão apegados demais para abrir o coração. Feliz é aquele por Deus foi abençoado e que não mede esforços para contribuir, principalmente na obra de Deus.
Nas mais diversas cidades e nos mais diversos campos, sempre haverá uma necessidade de atendimento, reforma, construção, suporte, amparo, além do financiamento da obra missionária, onde obreiros com suas famílias completas se deslocam para longe de suas casas para fazer a obra de Deus. Esses homens de Deus precisam se alimentar, se vestir, suprir as necessidade da sua família e de seus filhos.
Muitas são das demandas no reino de Deus. Para todos que podem ajudar, basta permitir que o Espírito trabalhe no íntimo e traga uma essência de desprendimento.

III – ADVERTÊNCIAS CONTRA MAU USO DO DINHEIRO

  1. O cuidado com a avareza e o enriquecimento ilícito.

O dinheiro tem o poder de mudar o pensamento de algumas pessoas. E muitos acabam substituindo Deus pelos bens materiais, esquecendo-se de que o “amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males” (l Tm 6.10). Muitos irmãos se afastam dos propósitos do Senhor na busca por mais dinheiro, independentemente da fonte pelo qual ele virá. Roubar pode trazer aumento para a renda de uma pessoa, mas é um pecado, e quem faz isso é ladrão. Receber propina também se configura em injustiça, ainda que traga riquezas e status para quem a recebe. Deixar de pagar um funcionário que trabalhou é um ato condenado na Lei de Moisés (Lv 19.13). Portanto, a avareza não pode fazer parte da vida de quem serve a Deus. Nos tempos antigos, os povos no entorno de Israel aceitavam que pecados sexuais fossem aceitos como oferendas, mas Deus rejeitou tais costumes: “Não permitam que o salário pago a prostituta ou a prostituto, por qualquer voto, seja trazido à Casa do SENHOR, seu Deus; porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao SENHOR, seu Deus” (Dt 23.18 – NAA). O princípio aqui é que Deus aceita somente o fruto das finanças de um trabalho honesto e agradável a Ele. Para o Senhor, a forma como trabalhamos para obter nossos recursos faz a diferença.

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APLICATIVO - DESCOMPLICANDO A TEOLOGIA

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Como fundamentado no início da lição, o dinheiro é um artefato humano, criado para facilitar a circulação econômica na sociedade. Isso significa que espiritualmente essa moeda é ineficiente (no sentido de que a “moeda espiritual” é diferente da moeda humana). Um paralelo interessante que se pode fazer com esse assunto é a parábola do rico insensato, que na sua avareza ajuntava riquezas de maneira insaciável (Lc 15:18). Jesus, porém, ao contar aquela parábola trouxe o questionamento “o que tens preparado para quem será?” (Lc 12:20). Esse questionamento pode ser visto em duplo aspecto: em um primeiro momento o fato de que ao partir para eternidade tudo ficará aqui, e então outro herdará (o “quem” aqui seria esse “alguém”); mas outra interpretação interessante seria pensar “Quem no mundo espiritual vai aceitar essas suas riquezas? Para quem você ajuntou isso?”. Seria o mesmo que dizer: “no mundo espiritual a moeda não é essa; isso não é aceito aqui”. Portanto, a avareza é sinal de desconhecimento das funções do dinheiro, que é de fato ser útil (e mesmo que a utilidade seja utilizá-lo como fonte de “segurança”, isso não se pode confundir com a avareza).
Além disso, um alerta que se faz é sobre a forma com que se obtém o dinheiro. Talvez esse seja o ponto crítico, e por isso que a ambição e o amor ao dinheiro podem gerar muitos problemas. Isso porque, para o homem ambicioso e insaciável “nunca é demais”, então ele é capaz de fazer de tudo para levar vantagens em negócios: enganam o seu próximo, sonegam tributos, auferem rendimentos por meio de apostas (o que tem se tornado bem comum), entre várias outras modalidades. O cristão deve se distanciar desses comportamentos pois possuem como pano de fundo a desonestidade, a mentira, o engano, e muitas outras práticas reprovadas pelo Senhor.
  1. Não seja fiador de ninguém.

Uma das mais sérias advertências que a Palavra de Deus nos dá é para que não sejamos fiadores de ninguém. Ser fiador é garantir que a dívida de outra pessoa seja paga com os nossos recursos, e isso é temerário (Pv 6.1-4). Se por um Lado podemos passar por problemas financeiros advindos de escolhas malfeitas e impensadas por nós, quando nos tornamos fiadores estamos comprando a divida de outra pessoa. Caso a pessoa deixe de pagar o financiamento, seremos nós que responderemos por ele com nossos recursos e bens. Por isso, não aceite ser fiador de ninguém.

Para um jovem talvez seja distante a ideia de ser fiador de alguém, visto que na tenra idade isso não é muito cotidiano. No entanto, basta chegar à fase adulta que esse instituto se torna mais comum; seja para ser fiador de um aluguel para alguém, ou até mesmo a prática descrita pela linguagem popular de “emprestar o nome” para alguém. De modo geral, ser fiador é o mesmo que ser um garantia viva do cumprimento de um acordo ou contrato feito por outra pessoa. Ou seja, caso um terceiro quebre aquele contrato, o fiador funcionaria como uma garantia ativada por uma cláusula. O Rei Salomão fez diversas advertências sobre tal prática, principalmente aos jovens, visto que o Livro dos Provérbios os têm como público-alvo. Lá, o sábio Rei diz que ser fiador é o mesmo que entregar a sua sorte a outrem. Imagine o quão destrutivo isso não seria para um jovem, que está a construir a sua vida. Portanto, podemos dizer que esse tópico constitui um verdadeiro conselho, tendo como fundamento o princípio da prudência.
  1. Saiba lidar com os recursos que Deus dá.

É preciso que aprendamos a guardar para o futuro. Salomão apresenta o exemplo da formiga: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão 0 seu pão: na sega ajunta o seu mantimento” (Pv 6.6-8). Esses insetos juntam comida na época em que ela é mais abundante, e no inverno ficam abastecidos. Tenha também cuidado com os cartões de crédito. Eles são bons para as compras, mas precisam ser usados com bastante cuidado, pois nos dão a falsa sensação de que o que compramos não precisará ser pago, pois a fatura leva vários dias para chegar. Não é errado ter cartões de crédito, pois eles facilitam a vida de muita gente, mas se o seu possuidor não tiver controle dos gastos, logo estará endividado, pois os juros dos cartões são altíssimos. Portanto, use-o com sabedoria. Não se perca comprando coisas desnecessárias. Às vezes somos tentados a comprar um produto ou bem de que não precisamos, com um dinheiro que não temos, para impressionar pessoas com quem não temos qualquer comunhão. Por isso, devemos ter bastante cuidado com o que gastamos.
No nosso país nunca foi cultural incluir na educação financeira na educação escolar básica. Então, ou esse assunto era tratado internamente (pelos pais ou até mesmo pelo interesse próprio, o que é difícil), ou então seguia-se a ordem natural de crescer com certo nível de ignorância sobre tal assunto. Aliás, as bases da ciência econômica é a eficiência na administração, alocação e utilização de recursos, no pressuposto de eles serem escassos. Então, entender que os recursos podem se esgotar é fundamento básico para iniciar uma caminhada na educação financeira. Portanto, aconselha-se ao jovem que se debruce sobre esse tópico, inclusive no contexto do casamento.
O Senhor Jesus nos ensinou (também) o princípio da economia quando realizou os milagres da multiplicação dos pães e peixes. Após servir à multidão, Jesus  sempre mandava os discípulos recolherem os cestos com o que sobejava. Ora, poderíamos nos perguntar: “se Ele mesmo multiplicou e teria poder para multiplicar mais e mais, então por que recolher o que não foi consumido?”. Justamente por esse motivo acreditamos nesse ensinamento reflexo que essas parábolas nos trazem, o de zelar, cuidar e administrar aquilo que por Deus nos foi concedido.

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CONCLUSÃO

A forma como lidamos com o dinheiro mostra quem está no comando de nossa vida. Não é errado ter recursos financeiros, desde que não sejam eles que mandem em nós. O dinheiro tem a capacidade de mudar o pensamento daquele que se deixa levar por ele, e por isso, somos advertidos a não colocar nosso coração nas riquezas, pois elas são instáveis e podem nos desviar dos propósitos divinos. Portanto, usemos o dinheiro com sabedoria, cientes de que prestaremos contas a Deus de nossa mordomia.

O dinheiro enquanto recurso e ferramenta de troca é um instrumento poderoso e constitui peça fundamental na sociedade. Saber utilizá-lo e administrá-lo deve ser uma prioridade para o cristão, pois é justamente a falta desse conhecimento que gera consequências ruins, como o endividamento, a má administração, o apego, a avareza, e até mesmo a busca por fontes ilícitas de renda.
Reconhecer o Senhor Jesus como Senhor das nossas vidas, também configura reconhecer que Ele é o Senhor sobre os nossos recursos. Isso deve ser visto positivamente por todos nós, pois Ele é abençoador e faz com que os seus filhos prosperem desde o plantio até a colheita. Além disso, não podemos esquecer de que a bênção do Senhor se aperfeiçoa sobre nós quando nos desprendemos e abrimos o nosso coração para a obra missionária, para cooperar nas comunidades locais, para atender as necessidades dos irmãos que mais precisam, além de atender às ordenanças básicas como devolver o dízimo do Senhor, para que continuemos prosperando sobre todos os negócios.
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