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EBD – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUE – LIÇÃO 8 ADULTOS

EBD – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUE – LIÇÃO 8 ADULTOS

TEXTO ÁUREO

“Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei?” (Et 3.3)

A determinação de Mardoqueu de não se curvar perante Hamã vinha da sua fé em Deus. Ele nao fez uma pesquisa antecipada para determinar o modo mais seguro e popular de agir; ele teve a coragem de resistir sozinho. Fazer o que é certo nem sempre o tornara popular. Os que fazem o que é certo sempre estão em minoria, mas obedecer a Deus e mais importante do que obedecer ao mal. (At 5.29).

VERDADE PRÁTICA

Como cristãos, somos sujeitos a conflitos ético-morais e devemos decidir sempre de acordo com a vontade e a orientação de Deus.

Como cristãos, reconhecemos que estamos no mundo, mas não somos do mundo (João 17:14-16). Isso sugere que enfrentamos os mesmos dilemas que qualquer pessoa, mas com um aspecto e responsabilidade diferente.

  • Somos chamados a ser luz e sal da terra (Mateus 5:13-16), o que significa que nossas decisões devem refletir mostrar os valores do Reino de Deus.

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LEITURA DIÁRIA

Segunda – Êx 23.7; Pv 17.15

A conveniência de se comprovar a acusação para não cometer injustiças. 7 De palavras de falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio. 15 O que justifica o ímpio e o que condena o justo abomináveis são para o SENHOR, tanto um como o outro.

Terça – Sl 139.16; Hb 4.13; Ap 20.12

As nossas obras estão escritas diante de Deus

16 Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia. 13 E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.

12 E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.

Quarta – Êx 17.8-13

Hamã provavelmente era um amalequita, um povo inimigo de Israel 8 Então, veio Amaleque e pelejou contra Israel em Refidim. Dt 25:17-18;

9 Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, e peleja contra Amaleque; amanhã, eu estarei no cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão.

10 E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão e Hur subiram ao cume do outeiro.

11 E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas, quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia.

12 Porém as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado, e o outro, do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs.

13 E, assim, Josué desfez a Amaleque e a seu povo a fio de espada.

Quinta – 1 Sm 15.2,8,33

O termo “agagita” costumeiramente é atribuído ao rei Agague. 2 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito. 8 E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas; porém a todo o povo destruiu a fio de espada.  33 Disse, porém, Samuel: Assim como a tua espada desfilhou as mulheres, assim ficará desfilhada a tua mãe entre as mulheres. Então, Samuel despedaçou Agague perante o SENHOR, em Gilgal.

Sexta – Gn 34.1-31

Episódios bíblicos relatam vingança de família.

1 E saiu Diná, filha de Léia, que esta dera a Jacó, a ver as filhas da terra.

2 E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a.

25 E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todo macho. Gn 49:6;

26 Mataram também a fio de espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram Diná da casa de Siquém e saíram.

27 Vieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade, porquanto haviam contaminado a sua irmã.

Sábado – Mt 5.9; Rm 12.18-21; Hb 12.14

Aos cristãos não pertence a vingança, mas o perdão e a paz.

9 bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Mc 9:50; Hb 12:14;
19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Dt 32:35; Mt 5:39; Lc 6:29; Hb 10:30;
20 Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Pv 25:21; Mt 5:44;
21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
14 Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ester 2.21-23; 3.1-6

Ester 2

21 – Naqueles dias, assentando-se Mardoqueu à porta do rei, dois eunucos do rei, dos guardas da porta, Bigtã e Teres, grandemente se indignaram e procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero.

22 – E veio isso ao conhecimento de Mardoqueu, e ele o fez saber à rainha Ester, e Ester o disse ao rei, em nome de Mardoqueu.

23 – E inquiriu-se o negócio, e se descobriu; e ambos foram enforcados numa forca. Isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei.

Ester 3

1 – Depois dessas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou; e pôs o seu lugar acima de todos os príncipes que estavam com ele.

2 – E todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava.

3 – Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei?

4 – Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isso, de dia em dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que era judeu.

5 – Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor.

6 – Porém, em seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir todos os judeus que havia em todo o reino de Assuero, ao povo de Mardoqueu.

Hinos Sugeridos: 225, 304, 305 da Harpa Cristã

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PLANO DE AULA

  1. INTRODUÇÃO

A lição desta semana traz um contexto de conspiração, inveja e tramas dentro da corte persa. Nele, as figuras de Mardoqueu e Hamã se destacam. Mardoqueu descobre uma conspiração e a faz chegar ao conhecimento do rei, poupando-lhe a vida. Inexplicavelmente, Hamã aparece elevado ao cargo acima de todos os príncipes do reino. Diante desse contexto, esse capítulo tem muito a nos ensinar. Vivenciaremos contextos dominados pelas mais dramáticas tramas. Mardoqueu experimentou isso. Mas ele resistiu. Da mesma forma somos instados pela Bíblia a resistir diante de todo contexto inóspito, pois a nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.11-16; Rm 13.12).

  1. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

  2. A) Objetivos da Lição:

  3. I) Tratar a respeito da descoberta de Mardoqueu acerca de uma conspiração contra o rei;
  4. II) Abordar a exaltação de Hamã pelo rei;
  5. III) Relacionar a resistência de Mardoqueu com o ódio de Hamã.
  1. B) Motivação: Mardoqueu é um personagem que revela determinação, resiliência e coragem. Tudo isso vinha de sua fé em Deus. Era aquele que fazia o certo independente das opiniões alheias. Em nossa vida cristã somos desafiados a ser determinados, resilientes e corajosos para perseverar em nossa fé.
  2. C) Sugestão de Método: Para introduzir o primeiro tópico, sugerimos que você trace o perfil de Mardoqueu. Por exemplo, a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal traz os pontos fortes de Mardoqueu: 1) Denunciou uma conspiração de assassinato contra o rei; 2) Atenção suficiente para adotar sua prima; 3) Recusa de curvar-se diante de qualquer pessoa, exceto Deus; 4) Ocupou o lugar de Hamã como segunda pessoa no comando do reino de Assuero. Explique que esse perfil nos estimula a aproveitar as oportunidades de Deus para fazer o que é correto, confiar que Ele está tecendo os acontecimentos de nossa vida, que vale a pena perseverar nas atitudes corretas. A vida de Mardoqueu é um exemplo para a nossa perseverança em Cristo.
  3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

  4. A) Aplicação:

Mardoqueu não se curvou diante de Hamã que exigia poder, prestígio e posição. Da mesma forma, devemos prestar adoração somente a Deus, e jamais nos curvar a qualquer ideia, pensamento ou ideologia que se rebele contra o Deus dos céus.

  1. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

  2. A) Revista Ensinador Cristão.

Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

  1. B) Auxílios Especiais:

Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Mardoqueu”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda mais o estudo sobre Mardoqueu; 2) O texto “Por que Hamã queria destruir todos os judeus se apenas um homem o tinha desafiado?”, ao final do terceiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito do ódio de Hamã sobre os judeus.

INTRODUÇÃO

A ascensão de Ester ao trono foi celebrada com grande festa. Uma judia se tornou rainha do governo mais poderoso daquela época. Através dela, Deus concedeu ao seu povo uma grande libertação dos desígnios malignos de seus inimigos.
Assuero decretou feriado e se mostrou muito generoso, distribuindo presentes aos seus súditos. Mesmo na condição de rainha, Ester permaneceu obedecendo a Mardoqueu: não revelou a ninguém que era judia. Havia muito o que acontecer na corte. Conspiração, inveja e tramas. A história continua. Embora Ester tivesse sido escolhida e coroada rainha do grande império persa (2.17), não se orgulhou, nem se envaideceu por causa da sua posição social e do poder que acabara de receber. Não desprezava os conselhos do seu primo, de condição humilde, nem menosprezou sua tradição espiritual. Pelo contrário, manifestava um espírito de mansidão, humildade e submissão após tornar-se rainha, como sempre fizera antes.

PALAVRA-CHAVE: RESISTÊNCIA

I – MARDOQUEU DESCOBRE UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA O REI

  1. Os bastidores do poder.

Em ambientes de poder, seja no trabalho, na igreja ou na sociedade, frequentemente enfrentamos a tentação de agir com egoísmo e deslealdade.

Ambientes de poder costumam ser cercados de sentimentos facciosos injusto perverso. É da natureza humana caída alimentar discórdias, intrigas e ressentimentos, os quais, quando não dissipados, levam a terríveis tragédias. Nem o meio evangélico fica isento. No ambiente evangélico, assim como em qualquer outra esfera, é fundamental cultivar uma atitude de serviço e um compromisso com a verdade, evitando as armadilhas da ambição e do ressentimento. Isso é de origem maligna e deve ser rejeitado pelo verdadeiro cristão (Tg 3.14-18). 14 Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Nos dias de Assuero, dois de seus guardas, Bigtã e Teres, ficaram muito indignados contra o rei e tramaram assassiná-lo. Mardoqueu trabalhava junto à porta do palácio e ficou sabendo do plano. Fiel ao rei, contou a Ester para que o avisasse, o que ela fez em nome de Mardoqueu (Et 2.21,22). Mardoqueu poderia ter ignorado a trama ou até usado a informação para ganho próprio, mas escolheu agir com honestidade. Ao contar a Ester sobre a conspiração, ele demonstrou fidelidade ao rei e, mais importante, um compromisso com a justiça e a proteção da vida. O fato de ter sido promovida a uma posição elevada, não envaideceu Ester: ela não se envergonhou do primo e nem aproveitou da informação para projetar ainda mais o próprio nome. Ester agiu com humildade e respeito, reconhecendo a importância de honrar aqueles que a ajudaram a chegar onde estava. Além de permanecer obedecendo a Mardoqueu, transmitiu ao rei a informação dando-lhe o devido crédito (Et 2.20,22b).

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  1. A investigação.

A atitude de Ester se revelou não apenas eticamente correta, mas também revestida de prudência. A prudência na investigação é um escudo contra a injustiça e a desonestidade. Embora possivelmente ela não imaginasse, houve uma investigação prévia para apurar a informação, descobrindo-se que, de fato, havia um plano homicida em andamento. Bigtã e Teres foram enforcados (Et 2.23). Mardoqueu certamente buscou certificar-se da conversa que ouviu, antes de transmiti-la a Ester. O rei, mesmo ouvindo da rainha, teve o cuidado de apurar a informação. É uma questão de justiça. Nesse ponto, Assuero agiu como um líder sensato e não exerceu o poder de forma precipitada. Um líder que age com base em rumores ou informações não verificadas pode facilmente cometer injustiças.  Mesmo sendo confiáveis as fontes, como no caso de Mardoqueu e Ester, é conveniente que se busque comprovar toda acusação, para não cometer injustiça (Êx 23.7; Pv 17.15). Agir com base apenas no “ouvi dizer” estimula fofocas e torna o líder suscetível sujeito a manipulações. Em situações de conflito e acusação, uma investigação justa é essencial para garantir que nossas ações sejam guiadas pela verdade, e não por sentimentos de raiva ou vingança. “Que Deus guarde o nosso coração de toda inimizade e porfia discursão. A vingança não nos pertence. Como filhos de Deus, devemos perdoar e buscar a paz.”

  1. O registro dos fatos.

Mais importante do que os registros humanos são os registros divinos. A Bíblia nos ensina que Deus tem um registro perfeito de todas as nossas ações. Em Salmo 139:16, lemos que Deus viu nosso embrião e que em Seu livro estão escritos todos os nossos dias, antes mesmo que qualquer um deles existisse.

Desde a Antiguidade, era costume registrar os fatos ocorridos no cotidiano das cortes. As crônicas do rei ficavam arquivadas para serem consultadas (Et 6.1). O ato de fidelidade de Mardoqueu e a importância que teve para o rei e seu reino ficaram registrados. O registro das boas ações de Mardoqueu nas crônicas reais serve como um símbolo para a justiça divina. Com ou sem registro humano, devemos sempre fazer a vontade de Deus, sabendo que diante dEle todas as nossas obras estão escritas (Sl 139.16; em Hb 4.13; reforça que nada em toda a criação está oculto aos olhos de Deus; tudo está descoberto e exposto diante dAquele a quem devemos prestar contas. Em Ap 20.12) vemos que no dia do julgamento, os mortos serão julgados segundo o que está registrado nos livros, de acordo com suas obras. Para o cristão, sabermos que nossas ações são registradas diante de Deus deve nos motivar a viver com honestidade e fidelidade, mesmo quando não somos observados pelos homens.

SINÓPSE I

Mardoqueu demonstrou um ato de fi delidade ao rei ao descobrir uma conspiração contra a coroa.

AMPLIANDO CONHECIMENTO

“Hamã, o primeiro ministro da Pérsia, é a primeira figura política na Bíblia a idealizar um plano sinistro para, em sua esfera de influência e autoridade, exterminar os judeus. Este plano de genocídio (isto é, um esforço sistemático de matar todas as pessoas de um grupo étnico, nacional ou religioso) contra a raça dos judeus se compara ao plano de Antíoco Epifânio, no século II a.C. (veja Dn 11.28, nota), aos perversos planos de Adolf Hitler […].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a A  Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição Global, editada pela CPAD, pp.838-39.

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

MARDOQUEU

Após o último levante de Jerusalém contra o domínio de Nabucodonosor, a família de Mardoqueu foi deportada para a Babilônia. Ele provavelmente nasceu em Susã, cidade que se tornou uma das capitais do Império Persa após Ciro ter conquistado a Babilônia. Também herdou uma posição oficial entre os judeus cativos, que o manteve no palácio mesmo após a expulsão dos babilônios. Certa feita, ficou sabendo de uma conspiração para assassinar o rei Assuero, contou a trama a Ester e salvou a vida do monarca. A vida de Mardoqueu foi repleta de desafios, os quais ele transformou em oportunidades. Quando os pais de Ester morreram, ela foi adotada por seu primo Mardoqueu.

Os próprios pais dele provavelmente haviam sido mortos e ele sentiu-se responsável por ela. Mais tarde, quando foi recrutada para o harém de Assuero e escolhida rainha, Mardoqueu continuou a aconselhá-la. Logo depois disso, ele se pôs em conflito com o segundo no comando do império, Hamã. Embora disposto a servir o rei, Mardoqueu se recusou a curvar-se e reverenciar o representante do rei. Hamã ficou furioso. Por isso, ele planejou matar Mardoqueu e todos os judeus. Seu plano se tornou lei para os medos e os persas, e parecia que os judeus estavam irremediavelmente condenados. […]  A grande honraria que o rei proporcionou a Mardoqueu arruinou o plano de Hamã de pendurá-lo na forca. Deus havia preparado uma eficiente estratégia contra a qual o plano de Hamã não poderia prevalecer” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD).

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II – HAMÃ É EXALTADO PELO REI

  1. Um novo personagem.

Hamã era muito rico em (Et 3.9). Hamã usa sua posição para tramar um plano assassino contra os judeus, oferecendo uma grande soma de dinheiro 530 toneladas de prata ao rei para garantir a execução de seu decreto. Já entra em cena sendo elevado por Assuero acima de todos os príncipes do reino (Et 3.1). Assuero, ao elevar Hamã, confere-lhe uma autoridade que ele usa para promover seus próprios interesses e alimentar seu ódio contra Mardoqueu e o povo judeu. Identificado como agagita, Flávio Josefo afirma que Hamã era amalequita, um povo historicamente inimigo de Israel (Êx 17.8-13; em Refidim os amalequitas atacaram Israel mais foram derrotados. Nm 24.7). O termo agagita costuma ser associado a Agague, o rei amalequita mencionado em 1 Samuel 15.2,8,33. Versões bíblicas como a NVI e a NTLH apresentam Hamã diretamente como “descendente de Agague”. Hamã é um tipo daqueles que se levantam contra o povo de Deus, mas a história de Ester nos mostra que, apesar das tramas e conspirações dos inimigos, Deus continua sendo soberano e capaz de proteger e salvar Seu povo.

  1. Um herói (aparentemente) esquecido.

O texto não nos informa o motivo da exaltação de Hamã. Enquanto isso, nada mudou para Mardoqueu, apesar de seu ato heróico. Mardoqueu, mesmo sem reconhecimento imediato, continuou fiel em sua posição e responsabilidades. Sua atitude nos mostra sabedoria em não buscar recompensas imediatas ou reconhecimento humano, mas confiar que Deus e valoriza cada ato de justiça e fidelidade. Tornou-se um herói (aparentemente) esquecido. É preciso ter sabedoria e prudência para viver momentos de aparente injustiça. Ser guiado pela própria vista pode nos levar a crises emocionais e espirituais, principalmente quando os fatos nos parecem desfavoráveis. Asafe quase se desviou olhando para a prosperidade dos ímpios (Sl 73.2-17). O Salmo 37:7 nos exorta a descansar no Senhor e esperar pacientemente por Ele, não nos indignando com aqueles que prosperam em seus caminhos iníquos. Mardoqueu viveu essa verdade, mantendo sua integridade e confiança em Deus, mesmo quando não era reconhecido pelos homens. O exemplo de Mardoqueu nos apresenta um cenário que poderia ter tido o mesmo desfecho. A história de Asafe no Salmo 73 serve como um alerta sobre o perigo de fixarmos nossos olhos na prosperidade dos ímpios. Ele quase se desviou por causa da inveja e do ressentimento ao ver os ímpios prosperarem enquanto os justos sofriam. No entanto, ao entrar no santuário de Deus, Asafe compreendeu o fim dos ímpios e encontrou paz. Mardoqueu, da mesma maneira, não se deixou levar pela inveja da exaltação de Hamã, mantendo sua fé e paciência, confiando que Deus, eventualmente, faria justiça.

  1. Evitando frustrações.

A busca incessante por mais, seja poder, status ou reconhecimento, pode desviar-nos do verdadeiro propósito de nossa vida e missão. Mardoqueu, ao não ambicionar posições elevadas, evitou cair na armadilha da frustração e manteve seu foco naquilo que realmente importava.

Quando nutrimos altas expectativas, nos tornamos sujeitos a muitas frustrações decepções. Mardoqueu era servo do rei, mas não tinha acesso direto ao palácio. Para alertar Assuero da conspiração, precisou de que Ester levasse a informação (Et 2.22). Mardoqueu não pertencia ao primeiro escalão real e permaneceu exercendo a mesma função de antes, não se abalando emocionalmente. Mardoqueu poderia facilmente ter se sentido injustiçado ou menosprezado por não ter sido reconhecido imediatamente por seu ato heroico. No entanto, Mardoqueu permaneceu firme em sua posição, desempenhando suas funções com diligência e sem queixas. Essa atitude está alinhada com a instrução bíblica de contentar-se com o que se tem, sabendo que Deus está conosco e nunca nos deixará nem nos abandonará (Hebreus 13:5). A Bíblia nos ensina a nos contentar com o que temos e não viver ambicionando coisas altas (Hb 13.5; Rm 12.16). A ambição exagerada pode levar à frustração e à insatisfação constante. Considerar merecer mais do que tem, gera constante insatisfação e não contribui em nada para o nosso progresso.

SINÓPSE II

Enquanto Mardoqueu foi aparentemente esquecido, o rei honrou Hamã, elevando-o ao posto mais alto da corte.

III – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU E O ÓDIO DE HAMÃ

  1. Reverenciado por todos.

No contexto cultural e religioso da época, curvar-se diante de uma autoridade poderia parecer um ato de adoração ou reverência, o que conflitaria com a devoção exclusiva devida a Deus. Para os judeus, inclinar-se ou prostrar-se diante de alguém além de Deus poderia ser interpretado como idolatria, algo estritamente proibido pela lei mosaica (Êxodo 20:3-5). Portanto, podemos entender a resistência de Mardoqueu como uma expressão de sua fé e obediência aos mandamentos divinos.

Assuero ordenou que todos os seus servos se curvassem e se prostrassem diante de Hamã. Mardoqueu não se curvava e nem se prostrava (Et 3.2). Essa recusa não passou despercebida e gerou uma série de consequências, incluindo a ira de Hamã, que se sentiu profundamente ofendido e humilhado pela desobediência de Mardoqueu. Há distintas opiniões quanto aos motivos que o levaram a agir assim. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, Mardoqueu recusou-se a se inclinar diante de Hamã por lealdade fidelidade a Deus: “Tudo indica que a homenagem prestada a Hamã pelos servos do rei e por outros, ou era imerecida, ou conflitava com atos religiosos que os judeus reservavam exclusivamente à adoração a Deus. Daí, Mardoqueu não concordar em curvar-se ou prostrar-se diante de Hamã. A história de Mardoqueu, portanto, nos oferece lições valiosas sobre a importância de manter nossa e convicções, mesmo diante de pressões externas. Na vida cristã, frequentemente enfrentamos situações em que nossa lealdade a Deus é testada. Pode haver momentos em que nos sentimos pressionados a comprometer nossos princípios para agradar a outros ou evitar conflitos. Assim, a firmeza de Mardoqueu nos lembra que devemos ser fiéis a Deus em todas as circunstâncias, confiando que Ele está no controle e que nos sustentará, independentemente das consequências. Os três companheiros de Daniel evidenciaram demostraram a mesma convicção crença, fé (Dn 3.1-12)”.

  1. A condição de judeu.

A fúria de Hamã foi intensificada pelo fato de Mardoqueu ser judeu.

O texto bíblico sugere que havia mesmo um motivo religioso para a conduta de Mardoqueu. A fidelidade de Mardoqueu a Deus, era o motivo dele agir desta maneira. Depois de os servos do rei lhe questionarem algumas vezes porque não cumpria a ordem de Assuero, sua única resposta foi que era judeu. E judeu temente a Deus, não se curva a ninguém a não ser a Deus. A notícia chegou a Hamã, que também ressaltou a origem judia. O agagita encheu-se de furor não apenas contra Mardoqueu, seu ódio foi extensivo a todos os judeus, os quais planejou destruir por completo (Et 3.4-6). Hamã, identificado como agagita, possivelmente carregava uma inimizade histórica contra os judeus, que lembrava os conflitos antigos entre os israelitas e os amalequitas. De fato, essa inimizade pode ter sido a causa que alimentou seu desejo de exterminar todos os judeus no império persa. A intenção de Hamã de destruir um povo inteiro revela a profundidade de seu ódio e a gravidade de sua proposta genocida. Hamã não seria o único a almejar o extermínio de todo o povo judeu.

 

  1. Inimizades intergeracionais.

Além de se sentir ferido em seu orgulho, é possível que Hamã estivesse agindo movido por uma inimizade intergeracional – Flávio Josefo diz isso –, o que confirmaria sua descendência de Agague, o rei amalequita morto por Samuel (1 Sm 15.32,33). Hamã por ser descendente dos amalequitas, povo inimigos de Israel, odiava Mardoqueu e queria destruí-lo com todo o seu povo. Hamã percebeu que a única forma de satisfazer seus anseios egoístas era matar a todos os que negassem sua autoridade. Sua busca de poder pessoal e seu ódio pela raça judaica o consumia.

A Bíblia relata alguns episódios de vingança entre famílias, como no caso dos filhos de Jacó que mataram os siquemitas por causa do ultraje feito a Diná, filha de Leia (Gn 34.1-31). Além da Bíblia, a história secular apresenta inúmeros exemplos desses conflitos alimentados e repetidos ao longo de muitas gerações. Não muito longe de nós, em solo brasileiro, são conhecidas as histórias de perpetuação de violência por disputas econômicas (geralmente por terras) ou ofensas morais. Que Deus guarde nosso coração de toda inimizade e porfia. A vingança não nos pertence. Como filhos de Deus, devemos perdoar e buscar a paz (Mt 5.9; 9 bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; (Rm 12.18-21; Hb 12.14). 14 Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Como seguidores de Cristo, somos chamados a romper esses ciclos de violência e rancor. Assim, devemos buscar o perdão, a reconciliação e a paz.

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SINÓPSE III

Enquanto Hamã era reverenciado por todos, Mardoqueu o resistia.

AUXÍLIO VIDA CRITÃ

“POR QUE HAMÃ QUERIA DESTRUIR TODOS OS JUDEUS SE APENAS UM HOMEM O TINHA DESAFIADO?

1) Hamã era agagita (3.1), um descendente de Agague, rei dos amalequitas (1 Sm 15.20). Os amalequitas eram antigos inimigos dos israelitas (leia Êx 17.16; Dt 25.17-19). O ódio de Hamã estava direcionado não só a Mardoqueu como também a todos os judeus.

2) Como segundo no comando do Império Persa (3.1), Hamã adorava seu poder e autoridade e a reverência a ele demonstrada. No entanto, os judeus viam a Deus como sua autoridade máxima e não a um homem. Hamã percebeu que a única forma de satisfazer seus anseios egoístas era matar a todos os que negassem sua autoridade. Sua busca de poder pessoal e seu ódio pela raça judaica o consumia.

Hamã adorava o poder e o prestígio da sua posição, e ficou enfurecido quando Mardoqueu não respondeu com a reverência requerida. A fúria de Hamã não era apenas contra Mardoqueu, mas contra o que ele defendia — a dedicação dos judeus a Deus como única autoridade digna de reverência. A atitude de Hamã foi preconceituosa: Ele odiava um grupo de pessoas por terem um credo ou cultura diferente. O preconceito é proveniente do orgulho pessoal — considerar-se melhor do que as outras pessoas. Ao final, Hamã foi punido por sua atitude arrogante (7.9,10). Deus julgará duramente os preconceituosos e aqueles cujo orgulho os leve a menosprezar as pessoas” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.690).

 

CONCLUSÃO

Uma das aplicações práticas da inteligência espiritual é não nos deixar iludir com a natureza humana (Cl 1.9; 9 Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;  Jr 17.5). 5 Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!

Embora não devamos viver desconfiando de tudo e de todos, também não podemos deixar de ser prudentes e ignorar a malignidade do coração humano (Mt 10.16; 16 Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. 15.19). 19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.  O Maligno pode suscitar ódio contra nós de onde menos esperamos. Mardoqueu experimentou isso. Precisamos estar atentos e revestidos de toda a armadura de Deus para que possamos resistir e vencer o mal. Nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.11-16; Rm 13.12). 12 A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

  1. Que virtude ética Ester revelou no episódio de informar ao rei acerca da conspiração?

O fato de ter sido promovida a uma posição elevada não envaideceu Ester: ela não se envergonhou do primo e nem aproveitou da informação para projetar ainda mais o próprio nome.

  1. O que aprendemos com Assuero a respeito de como tratar uma acusação?

O rei, mesmo ouvindo da rainha, teve o cuidado de apurar a informação. É uma questão de justiça. Nesse ponto, Assuero agiu como um líder sensato. Não exerceu o poder de forma precipitada.

  1. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, por qual razão Mardoqueu não se prostrava perante Hamã?

Tudo indica que a homenagem prestada a Hamã pelos servos do rei e por outros, ou era imerecida, ou conflitava com atos religiosos que os judeus reservavam exclusivamente à adoração a Deus.

  1. O que pode ter movido Hamã a desejar a morte de todos os judeus?

Além de sentir-se ferido em seu orgulho, é possível que Hamã estivesse agindo movido por uma inimizade intergeracional – Flávio Josefo diz isso –, o que confirmaria sua descendência de Agague, o rei amalequita morto por Samuel (1 Sm 15.32,33).

 

  1. O que são inimizades intergeracionais?

São conflitos, alimentados e repetidos ao longo de muitas gerações.

Pr. Jeovane Santos: Pr. Jeovane Santos da Igreja Assembleia de Deus na Bahia, Bacharel em Teologia, Pedagogo, Licenciado em Matemática, Pós Graduado em Gestão, Autor do Livro Descomplicando a Escatologia, Criador do Canal Descomplicando a Teologia no YouTube e do Curso Completo Para Professores da EBD

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