EBD – APRENDENDO A FAZER BOAS ESCOLHAS- LIÇÃO 4 ADOLESCENTES
Vamos descobrir
E muito bom crescer e poder começar a fazer as nossas próprias escolhas. Na adolescência temos um pouco mais de autonomia do que havia na infância. E, inevitavelmente, enfrentamos situações que exigem decisões. E nem sempre nossos pais estão juntos para nos ajudar a escolher. Nessas situações, precisamos fazer boas escolhas. Hoje aprenderemos mais sobre isso.
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I – LIVRE ARBÍTRIO, UM PRESENTE DE DEUS
Você já ouviu falar em livre arbítrio? O termo, segundo o dicionário, é a “possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade”. Sobre esse conceito, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, diz: “Cremos, professamos e ensinamos que o homem é uma criação de Deus […], dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o bem e o mal” (CPAD, p.77). Ou seja, o ser humano tem liberdade para fazer suas escolhas.
A questão do livre-arbítrio já aparece no início da Bíblia. Quando Deus forma o homem e o coloca no jardim do Éden, Ele dá uma ordem: não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.16,17). Adão e Eva tinham liberdade para escolher obedecer a Deus ou não. E eles escolheram pecar contra Deus (Gn 3.6). E, depois, tiveram que lidar com as consequências da sua escolha (Gn 3. 7,16-19,23).
Por meio do livre-arbítrio temos a possibilidade de escolher ser fiéis a Deus ou não (Dt 30.19). É baseado nessa premissa que, em certa ocasião, Josué convocou o povo de Israel a tomar uma decisão. Ele estava encerrando sua atuação como líder do povo de Israel e falou seriamente à nação, dizendo que cada um teria que escolher se iria servir a Deus ou se iria se corromper e praticar a idolatria, adorando os diversos falsos deuses dos povos vizinhos. Entretanto, Josué deixou claro que ele e toda sua família iriam servir ao Senhor (Js 24.15). E o povo de Israel respondeu que iria servir e adorar apenas a Deus (Js 24.16,22).
De igual modo, cada cristão tem o livre-arbítrio (1 Co 6.12). Independente da tradição religiosa da sua família, você também precisa fazer uma escolha diante de Deus. Cada pessoa precisa decidir-se quanto a fé em Cristo (Jo 14.6). É necessário que cada um confesse seus pecados diante de Cristo e o aceite como único e suficiente Salvador (Rm 10.9). De todas as decisões que você terá que tomar na vida, essa é certamente a mais importante de todas (Sl 119.30).
Sim, é uma escolha individual porque seus pais não podem fazê-la por você (At 4.12). Hoje, nesta aula você tem a oportunidade de tomar a decisão mais importante de sua vida (At 16.31).
Falar sobre livre-arbítrio é um dos maiores desafios enfrentados pelo Crente que decidiu se debruçar um pouco mais sobre as Escrituras Sagradas. Muitas correntes doutrinárias surgiram para defender “os dois lados da moeda”, o que nos leva a imediatamente a aconselhá-los sobre alguns cuidados devem ser tomados antes de estudar esse tema de maneira “autônoma”, como por exemplo, o de utilizar sempre livros de autores cujos princípios e fundamentos doutrinários sejam da mesma corrente doutrinária adotada por nós da Assembleia de Deus.
Existe uma corrente que defende que não temos livre-arbítrio; tão somente “livre agência”, que seja a liberdade de escolha consciente; porém não haveria liberdade plena (ou livre-arbítrio) pelo fato de estarmos enviesados com o pecado e o mal. Essa corrente defenderia, portanto, que o livre-arbítrio se encerrou no Éden, quando o homem perdeu o estado de “puramente inocente” e “desconhecedor do mal”. Nós, porém, não acreditamos assim! Acreditamos que o livre-arbítrio não só existe como ele é importante e fundamental para o reino de Deus. Nesse sentido, defendemos que o livre-arbítrio é aplicável em pelo menos 4 esferas essenciais: execução, adoração, salvação e responsabilidade. Com muita calma e paciência veremos cada uma delas!
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A aplicação do livre-arbítrio enquanto “liberdade de execução” representa um quantificador de obediência! “Como assim, professor”? Veja que Deus dá ordem aos seus servos e temos a liberdade de executá-la ou não; e partir da nossa posição seremos quantificados / qualificados como “servo obediente” ou “servo desobediente”. Quer um exemplo? Quando Deus enviou uma ordem para Saul e ele não a executou totalmente ele foi quantificado/qualificado como um servo desobediente; e foi exatamente nesse contexto que surgiu a “famosa” frase “obedecer é melhor do que sacrificar” (1 Sm 15:22). Veja que sem o livre-arbítrio a quantificação das obras restariam prejudicadas (o que seria obediência e desobediência, afinal?).
No caso do livre-arbítrio aplicado ao contexto de adoração, temos que Deus nos deu liberdade para adorar justamente porque não aceita (nem aceitaria) adoração forçada! Tente imaginar um contexto onde o próprio Deus automatiza a adoração; não faria sentido algum, concorda? O próprio Senhor Jesus disse que “os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” (Jo 4:23).
O livre-arbítrio aplicado ao contexto de salvação talvez seja o mais “polêmico”. Na verdade muitos acreditam que livre-arbítrio aplica-se só a essa temática, mas como aprendemos hoje, não é bem assim! A aplicação é mais ampla do que imaginamos, sendo essencial no contexto de quantificação / qualificação, por exemplo. Nesse sentido, entendemos que existe o livre-arbítrio para salvação! A carta aos Hebreus faz uma citação muito clara: “Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz,8 não endureçais o vosso coração […]” (Hb 3:7,8ª). Portanto entendemos que existe o fenômeno do “endurecimento do coração”, o que em outras cartas Paulo categoriza como “dura cerviz”. Pedro diz que esses homens “andam segundo as próprias concupiscências” (2 Pe 3:3b) e que voluntariamente ignoram a palavra de Deus (2 Pe 3:5a). Juntando as partes, o apóstolo Paulo traz a explicação sobre o porquê de isso acontecer! Ele explica que tais homens andam “na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração” (Ef 4:17,18). Assim, a vaidade e o entenebrecimento da ignorância retiram a sensibilidade do homem à voz do Espírito, e assim, por conta da perda da sensibilidade, os homens “se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza” (Ef 4:19). Todos esses alertas feitos pelos apóstolos em relação ao endurecimento, à vaidade, à ignorância e à perda da sensibilidade revelam o caráter “dinâmico” da salvação; onde por um lado ela é ofertada (mediante a graça de Deus, sem méritos humanos), mas por outro lado ela precisa ser recepcionada; e nisso entendemos que há liberdade.
Por fim, temos o livre-arbítrio aplicado ao contexto de responsabilidade; como um mecanismo de causa e efeito. Essa categoria será abordada nos tópicos seguintes, pois se relaciona, inclusive, com a lei da semeadura! De antemão, podemos adiantar e dizer que ela tem a ver com o homem material (veja que as três “categorias” anteriores tinham um sentido espiritual); com o fato de estar inserido em uma sociedade; e pincipalmente em relação às escolhas que fazemos para a nossa vida terrena.
II – VOCÊ É RESPONSÁVEL POR SUAS ESCOLHAS
Um adolescente não tem plena liberdade de escolhas diante da sociedade. Até mesmo perante a Lei, seus pais ou responsáveis é que possuem autoridade legal para muitas questões. Porém, a autonomia para decisões do adolescente cresce conforme vai chegando à idade adulta. Por isso é tão importante aprender sobre responsabilidade (Gl 6.4,5).
A parte mais difícil de ter liberdade de escolha é a responsabilidade de administrar as consequências de cada decisão. Entender isso é sinal de maturidade. Muitas pessoas desejam ter mais liberdade. Mas a maioria não entende que saber escolher o que é certo é mais importante do que fazer o que se deseja. Aprenda: toda escolha têm consequências (Rm 14.12).
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Diante disso, você deve desenvolver a autorresponsabilidade, isto é, aprender a fazer boas escolhas mesmo quando ninguém está monitorando você. Na vida, você terá que tomar muitas decisões: em relação a suas amizades, ao seu comportamento, aos seus estudos, a sua rotina familiar. Quem tem autorresponsabilidade sempre escolhe fazer o que é certo, mesmo quando ninguém está olhando: sempre cumpre suas obrigações, mesmo quando os pais não estão por perto: sempre fala a verdade e faz o que é justo, porque sabe que isso agrada a Deus: e sempre se recorda que a Palavra diz que o Senhor “[…] recompensará cada um de acordo com o que fez” (Rm 2.6).
Conforme comentamos no final do tópico anterior, o livre-arbítrio inserido no contexto das tomadas de decisões revela um caráter autorresponsável de causa e efeito; semeadura e colheita. Portanto, desde já o adolescente precisa se sentir convocado a desenvolver-se no caminho da maturidade, da prudência, do entendimento e da sabedoria, pois a palavra de Deus é fonte de virtudes.
Ao longo da nossa vida realizamos diversas escolhas; desde as mais simples como “o que comeremos no café da manhã” ou “qual roupa vou usar hoje” até as escolhas mais complexas, como “qual a carreira profissional devo construir” ou “com quem vou me casar”, entre outras. Obviamente quando somos mais jovens as nossas decisões são proporcionalmente dotadas de menor potencial reativo (as escolhas mais simples possuem consequências mais simples). Por exemplo, talvez nada demais mude no seu dia se você escolheu ir com uma camisa branca para o culto, e não com uma camisa azul. Porém, chegará um tempo em que as nossas decisões possuirão um “peso” maior para nós e para aqueles sobre quem realizamos algum tipo de influência (pais, irmãos, esposa, filhos, dependentes); e é exatamente pensando nesse tipo de escolhas e decisões que desde cedo devemos aprender a cultivar o discernimento, a sabedoria e principalmente a sujeição ao Senhor de todos os nossos planos e intentos.
Dessa maneira, o nosso melhor conselho é para que desenvolva o entendimento de que antes de tudo a nossa vida é guiada por Deus; então ninguém melhor do que Ele para nos orientar nas tomadas de decisões. Em outras palavras, nas várias fases da nossa vida o Senhor nos colocará no caminho, mas dará a nós a oportunidade de optar por ele (ou não). A autonomia e a liberdade de decisão requererá de nós uma visão de curto, médio e longo prazo; e por esse motivo as nossas decisões devem ser responsáveis.
Como dica de leitura para esse assunto (decisões) indicamos o livro da CPAD “Discernindo a Voz de Deus”, do Rev. Alcir Florentino dos Santos. Lá o autor trará testemunhos de sucesso e fracasso pessoas que obedeceram e desobedeceram a voz do Senhor.
III – CADA DECISÃO É UMA SEMEADURA
Paulo escreveu na Carta aos Gálatas que “[…] o que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá” (Gl 6.7). O apóstolo estava utilizando uma imagem da agricultura para ensinar um princípio de vida: Não é possível plantar sementes de morango e colher maçãs: ou plantar feijão e colher arroz. De igual modo, cada decisão tem um tipo de consequência. Todos os dias precisamos tomar boas decisões, de acordo com a Palavra de Deus (Ef 5.8).
O apóstolo Paulo prossegue em seus conselhos: “Não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita” (Gl 6.9).
Por isso, sempre escolha o bem e não mau; o amor e não o ódio; o perdão e não a vingança: a verdade e não a mentira.
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Ao longo da vida, você será tentado a fazer coisas que não agradam a Deus. Em algumas situações, você também poderá ficar em dúvida sobre o que fazer, Mas você não estará sozinho. O Espírito Santo de Deus está com você todos os dias (Jo 16.7,8). Conte com a ajuda dEle. Clame por Ele e você receberá toda ajuda e orientação necessária.
A lei da semeadura revela a justiça na caminhada aqui na terra. O bom Deus nos permite plantar livremente, porém, no pressuposto de que colheremos os frutos daquilo que plantamos. Isso significa que se plantarmos o bem, o amor, a dedicação, a disciplina; colheremos frutos proporcionais. Da mesma maneira ocorre com sementes ruins.
Algumas passagens e provérbios elucidam a lei da semeadura, como provérbios 19:3 que diz: “A estultícia do homem perverterá o seu caminho, e o seu coração se irará contra o Senhor”. Esse provérbio retrata o homem que tomou decisões equivocadas (por conta da sua estultícia; ou imperícia; ou imprudência; ou negligência; ou desobediência) e que no final das contas atribui ao Senhor o seu insucesso! Portanto, desde já entenda que Deus não é o “culpado” por decisões imprudentes, principalmente aquelas em que Ele não foi consultado! Sobre isso lamentações descreve “de que se queixa o home senão dos seus próprios pecados?” (Lm 3:39). São verdades encontradas na palavra do Senhor, e com muito amor trazemos para que não venhamos cometer tais erros diante do nosso Deus!
Nesse sentido, uma das melhores sementes que podemos plantar na nossa adolescência é a semente da obediência e honra aos pais. Este é o primeiro mandamento com promessa presente na palavra de Deus, e a recompensa estabelecida é “para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá”. Entendemos, ainda, que o termo “prolongar” não significa apenas ter uma vida longa; mas ter uma vida longa e muito bem vivida. É semelhante ao termo “velho e farto de dias” que encontramos nas passagens do antigo testamento (por exemplo, Gn 35:29), onde o “farto de dias” significa não apenas “muitos dias” (em quantidade), mas fatura também no sentido de qualidade. Resumindo, quem honra os pais, ouve os seus conselhos e os obedece tem promessa da parte de Deus para uma vida abençoada e próspera.
CONCLUSÃO
É hora de amadurecer. Entenda que o livre-arbítrio demanda autorresponsabilidade. Assuma, imediatamente, a postura de filho obediente e tenha uma vida responsável e dedicada, que agrade ao Senhor.