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EBD – Daniel – Uma jornada de fidelidade – Lição 1 Jovens

EBD – Daniel – Uma jornada de fidelidade – Lição 1 Jovens

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, teremos o privilégio de nos aprofundar nos estudos do Livro de Daniel. Considerado o “Apocalipse do Antigo Testamento”, em virtude das revelações e visões escatológicas que o Senhor deu ao profeta, Daniel é um livro histórico e profético. Ele abrange o período no qual os israelitas estiveram exilados na Babilônia, destacando as experiências marcantes e desafiadoras de Daniel e seus amigos em terra estrangeira.
Ao percorrermos os seus 12 capítulos, seremos conduzidos a uma compreensão mais profunda da relevância e urgência da mensagem de Daniel para os nossos dias. Daniel é um exemplo inspirador para os cristãos em geral e os jovens em particular. Seu testemunho de vida nos encoraja a enfrentar as adversidades e a cultura secularizada, pluralista e neopagã que predomina na sociedade ocidental contemporânea. É um modelo de líder levantado por Deus numa cultura hostil. Na primeira lição, teremos uma visão panorâmica do livro e do seu contexto, e o início da vida dos jovens hebreus no cativeiro babilônico.

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I – O LIVRO DE DANIEL

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1.1. Panorama geral.

Os 12 capítulos do Livro de Daniel percorrem um longo período histórico que começa com a primeira invasão babilônica ao Reino de Judá (605 a.C.), até a queda da Babilônia diante de Ciro da Pérsia (536 a.C.). O livro narra a trajetória de Daniel e de seus amigos, destacando os desafios culturais, políticos, morais e espirituais que eles suportaram em terra estrangeira. Ao longo de todo esse tempo, o profeta viveu e serviu com fidelidade a Deus perante as cortes imperiais, desde a juventude até a sua velhice. Também registra as mensagens proféticas que o Senhor lhe revelou, inclusive interpretações de sonhos, visões de animais simbólicos e uma visão detalhada dos eventos escatológicos. Por isso, o livro é chamado de “Apocalipse do Antigo Testamento”.

O Livro de Daniel, classificado como Livro Profético, é um livro rico em história, ensinamento e revelação. Apelidado como “Apocalipse do Antigo Testamento”, o livro traz consigo (também) aspectos acerca dos últimos tempos, e que se relacionam com as revelações feitas ao apóstolo João descritas no livro do apocalipse, no Novo Testamento. Importa mencionar – antes de adentrarmos propriamente na lição – que o livro foi escrito em um longo período histórico, ao longo de aproximadamente 70 anos; portanto, os seus capítulos perpassam por vários contextos e até mesmo impérios diferentes.

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1.2. Autoria e mensagem.

É dominante entre estudiosos judeus e cristãos que o autor deste livro é o próprio Daniel, conforme atestam as evidências internas (Dn 8.15; 27; 9.2; 10.2) e a referência de Jesus ao profeta (Mt 24.15). Os seus registros históricos revelam um período crucial e angustiante para os israelitas, no qual viveram exilados em meio a uma cultura diferente e hostil. O seu conteúdo vibrante compõe uma mensagem repleta de significados e ensinamentos. Destaca a necessidade de o crente manter a fé inabalável em momentos de adversidades e nos recorda de que podemos ser íntegros em qualquer ambiente. Mostra que Deus é soberano e o Senhor da história, pois o reino, o domínio e a majestade dos reinos lhe pertencem (Dn 7.27).

Era comum no contexto histórico do livro de Daniel a presença de Cronistas, que eram responsáveis pelo registro formal dos acontecimentos. No entanto, é consenso entre os estudiosos que o livro de Daniel foi por ele mesmo escrito. Sabemos (pela leitura do próprio livro) que Daniel foi um homem de Deus, que constantemente orava e se comunicava com o Altíssimo, e por esse motivo tinha uma grande intimidade e relacionamento com Deus. Portanto, o que podemos esperar do conteúdo, é (em um primeiro momento) o registro das experiências e (em um segundo momento) das revelações que ele teve.

1.3. Estrutura e peculiaridades.

Por se tratar de um documento histórico, e ao mesmo tempo, profético, é possível dividir o livro em duas seções que formam um todo perfeito. Na primeira parte (capítulos 1 a 6), são narrados os fatos e as experiências importantes na vida de Daniel dentro da Babilônia. Na segunda (capítulos 7 a 12), estão as visões e as mensagens proféticas, que revelam acontecimentos dos séculos seguintes e até o tempo do fim.

Uma das peculiaridades do Livro de Daniel é que, embora seja considerado um profeta, Daniel não profetizou diretamente ao povo, como outros profetas do Antigo Testamento. Em vez disso, ele serviu como um conselheiro e intérprete de sonhos e visões para reis e governantes da Babilônia. Outra característica notável deste livro é o uso de duas línguas diferentes. A maior parte, do capítulo 2 ao capítulo 7, está escrita em aramaico. Os capítulos 1 e 8 até o final do livro são escritos em hebraico. Essa mudança de língua reflete a natureza do livro, que abrange eventos ocorridos na Babilônia e profecias relacionadas a Israel.

Conforme comentamos anteriormente, é possível dividir o livro de Daniel em duas grandes temáticas; o registro de fatos históricos e experiências, e o registro de revelações. Além disso, apesar de não ter profetizado diretamente para o povo (ou contra o povo), Daniel profetizou acerca dos tempos e dos eventos sobre o tempo; e muitas das suas profecias são objeto de estudo. Fala-se inclusive que muitas das profecias presentes no livro já se cumpriram, restando apenas algumas que estão relacionadas com o tempo do fim. Isso nos leva a crer, mais ainda, que o fim está próximo.

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II – COMPREENDENDO O CONTEXTO

2.1. O contexto histórico.

No pano de fundo histórico dos primeiros capítulos do Livro de Daniel, há um cenário de agitação e instabilidade decorrente da disputa pelo predomínio político na região. Em 605 a.C., após derrotar o Faraó Neco do Egito, na Batalha de Carquemis (Jr 46.2), a Babilônia estava se consolidando como grande potência mundial. Liderada por Nabucodonosor, o exército babilônico invadiu e sitiou Jerusalém no terceiro ano do reinado de Jeoaquim (2 Rs 24.1-6). Era o início das invasões babilônicas ao Reino de Judá e sua capital. Posteriormente, em duas outras oportunidades, a cidade voltou a ser invadida: em 597 a.C. (2 Rs 24.10-14), e a terceira, a maior de todas elas, em 586 a.C., ocasião em que a cidade foi arrasada e o Templo, destruído.

Em um período anterior, após a morte de Salomão, Israel fora divida em dois reinos, apelidados de “Reino do Norte” (com Efraim) e “Reino do Sul” (o Reino de Judá). Cite-se que o Reino do Norte foi invadido e tomado pelos Assírios, na pessoa do Rei Senaqueribe, enquanto o Reino do Sul foi invadido e tomado pelos Caldeus, com o Rei Nabucodonosor, e aqui entramos no contexto da lição.
Quando o rei Nabucodonosor invade o Reino de Judá, leva para Babilônia muitos Judeus como cativos, mas toma para o palácio alguns dos mais sábios e instruídos, e entre esses selecionados estava o então Jovem Daniel.
Portanto, o início do livro de Daniel remonta o período inaugural do cativeiro, na Babilônia; mas ao longo da escrita, podemos perceber até mesmo uma mudança de império; onde posteriormente seria o império Persa (com o rei Ciro e Dario).

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2.2. Um rei ímpio.

Jeoaquim era filho de Josias e sucedeu seu pai como rei de Judá aos vinte e cinco anos de idade (2 Rs 23.36). Foi um rei ímpio que não andou nos caminhos do Senhor. O profeta Jeremias proclamou a mensagem de Deus, alertando Jeoaquim e o povo de Judá sobre a vinda do juízo divino devido à idolatria e à injustiça. Ele exortou o rei e o povo a se arrependerem e a se voltarem para Deus. Jeoaquim não apenas rejeitou as palavras do profeta, mas também queimou o rolo no qual a Palavra de Deus estava escrita (Jr 36.20-26).

Antes da invasão do Reino do Sul, muitos avisos foram enviados da parte de Deus pelos profetas da época. O povo estava entregue à idolatria, e os reis que conduziam a nação haviam de todo se corrompido. A impiedade e a injustiça se multiplicou de tal modo que o Senhor resolveu entrar com juízo com aquele povo, entregando-o nas mãos das nações vizinhas.

3.3. Deus castiga seu povo.

Israel havia virado as costas para Deus. Em vez de arrependimento, os líderes e a nação endureceram o coração para não seguirem os seus estatutos (2 Cr 36.14). Por essa razão, o Senhor estava disciplinando o povo da promessa, ao permitir o seu cativeiro e a destruição da cidade. O profeta Daniel é enfático ao escrever que foi o Senhor que entregou o rei de Judá nas mãos de Nabucodonosor e permitiu que os utensílios do Templo fossem saqueados e profanados. O Senhor corrige quem Ele ama (Hb 12.6) e toda a história está sob o seu controle. Ele é soberano sobre todas as coisas e até mesmo os ímpios podem ser usados para cumprir a sua vontade!

Parte do povo sabia que aquela invasão era a título de disciplina. A muitos profetas aqueles fatos já haviam sido revelados, e até mesmo já se tinha mensagens de esperança, como no caso da profecia do profeta Habacuque, que falou acerca da disciplina de Deus, mas também trouxe um cântico de esperança (pois o próprio Deus já lhe havia comunicado que aquele período apesar de necessário seria passageiro). Ou seja, até mesmo na disciplina e no juízo, Deus tratou o povo com amor.

III – A RELEVÂNCIA DO LIVRO DE DANIEL PARA OS NOSSOS DIAS

3.1. Um Livro para todas as épocas.

Olhando para a jornada íntegra deste jovem hebreu até a sua velhice, chegamos à conclusão de que o Livro de Daniel é para todas as épocas. Retirado à força de sua casa, quando ainda tinha cerca de quatorze anos, Daniel foi conduzido até uma terra estrangeira. Dentro de uma cultura hostil, cercado por inimigos, enfrentou diversos ataques e desafios ao Longo de sua trajetória. Esteve exilado por mais de setenta anos até o fim da vida. Enfrentou conspirações, mudanças culturais e políticas, sendo pressionado de diversas formas, mas não negando a sua fé. Embora centenas de anos tenham se passado desde a sua época, sua trajetória é um exemplo inspirador para os dias em que estamos vivendo. O Livro de Daniel, por ser a Palavra de Deus, continua atual e a sua mensagem urge para esse tempo. A história de Daniel pode ser a nossa história!

De maneira objetiva, podemos dizer que o livro de Daniel é um livro para todas as épocas porque primeiramente os seus ensinamentos são atemporais (exemplo de fé, devoção, santidade e entrega), e também pelo fato de que as profecias nele contido apontam para um tempo futuro; tempo esse que ainda aguardamos (conforme comentamos acima, a maioria das profecias já se cumpriram, mas algumas ainda são aguardadas).

3.2. Um mundo transtornado.

O período do profeta foi um dos mais turbulentos em termos de mudanças geopolíticas na região do Oriente Médio e no Mundo Antigo. Ele viveu em um mundo cujas características se repetem hoje:

a) Mundo frágil e cheio de incertezas.

Estudiosos têm caracterizado o período recente, principalmente pós-pandemia, como um mundo frágil, ansioso, não-linear e incompreensível. A Babilônia era palco das transformações e agitações globais da sua época. Daniel viu impérios desmoronarem e reis caírem, enquanto as pessoas sobreviviam com expectativas aterrorizantes. A sua trajetória irá nos ensinar a encontrar resistência e coragem em dias ruins além de esperança numa época de desespero.

b) Mundo com constante transição de poder.

Daniel serviu nos impérios babilônico e medo-persa com a mesma fé e fidelidade. Nenhum soberano o fez mudar suas convicções, tampouco o poder o seduziu. Com ele, somos Lembrados de que os reis, presidentes e governantes desta terra passam, mas o Senhor permanece para sempre. Não importa quem esteja no poder político, o cristão mantém sua esperança sempre em Deus.

c) Mundo de conflitos e violência.

Daniel viu de perto os horrores da destruição provocada pelas guerras entre nações e sentiu na pele o sofrimento decorrente do exílio. Semelhantemente, o mundo contemporâneo continua a ser palco de conflitos internos e internacionais, ações terroristas e violências de todas as formas, provocando dor e migração forçada. Isso nos faz recordar das pessoas que se encontram nessas situações, que precisam da nossa oração, apoio e busca por soluções.

d) Mundo hostil aos valores judaico-cristãos.

É possível traçar um paralelo da época de Daniel com o panorama da cultura contemporânea, essencialmente hostil à visão de mundo judaico-cristã. Da mesma forma que aquele jovem hebreu foi pressionado a abandonar sua crença em razão das pressões culturais e religiosas dentro da Babilônia, os cristãos de hoje estão enfrentando ataques severos da cultura anticristã, a exemplo do Relativismo e do Secularismo, dentre outras correntes filosóficas. Como veremos no decorrer do trimestre, o Livro de Daniel nos ensinará a ter sabedoria e inteligência espiritual para combater as estratégias do Inimigo no tempo presente.
Daniel foi levado para uma terra distante não apenas geograficamente, mas “distante” em tradições e valores. O desafio daquele jovem – no início da sua carreira – foi muito grande, e somente pela força da comunhão com Deus é que ele conseguiu superar todas as dificuldades.
Os servos do Deus Jeová, Deus dos Judeus, eram constantemente desafiados por aqueles povos, pois eles tinham deuses próprios, e achavam afrontoso os Judeus não reverenciarem os seus deuses e, além disso, terem um Deus para chamarem de “seu”.
Aquele também foi um período de grandes guerras entre nações, e grandes avanços territoriais. Vale lembrar que Daniel viu passagens de reis e de impérios, mas foi mantido no “cargo” que alcançara pela sabedoria que Deus havia nele depositado.
Em nenhum momento Daniel se contaminou com os manjares das nações pagãs, nem se deixou corromper pelas muitas propostas seduzentes que lhe eram oferecidas. Ele se manteve fiel, e Deus o honrou tendo um encontro com ele e lhe revelando os mais profundos mistérios encontrados na palavra.

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3.3. Devoção e testemunho público.

A inspiração do Livro de Daniel vai além da devoção pessoal O seu testemunho nos mostra que a sua convicção não estava confinada ao ambiente privado, preferindo enfrentar os Leões a renunciar uma confissão pública da fé. Ele é um grande exemplo bíblico de como podemos usar a sabedoria e o conhecimento de Deus para testificar em diversos lugares da sociedade.

Durante a sua jornada, Daniel passou por muitas provações, mas todas Elas tiveram como objetivo engradecer o nome do Senhor. Tudo que Daniel desenvolvia no particular, era revelado nas ocasiões públicas, quando nas mais difíceis e irreversíveis situações, Deus lhe dava vitória. Assim, o nome do Senhor se fez conhecido entre aquele povo, e muitos desenvolveram temor pelo Deus de Daniel, o nosso Deus.

CONCLUSÃO

O livro de Daniel possui uma mensagem singular para a Igreja na atualidade. A sua vida na Babilônia é um exemplo de coragem, fé e integridade diante de circunstâncias adversas. Ele nos ensina a confiar em Deus em todas as situações e a buscar a sua vontade para a nossa vida.

Pr. Jeovane Santos: Pr. Jeovane Santos da Igreja Assembleia de Deus na Bahia, Bacharel em Teologia, Pedagogo, Licenciado em Matemática, Pós Graduado em Gestão, Autor do Livro Descomplicando a Escatologia, Criador do Canal Descomplicando a Teologia no YouTube e do Curso Completo Para Professores da EBD

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