EBD – ESTUDO, ORACAO E AS SETENTA SEMAMA DE DANIEL – LIÇÃO 12 JOVENS 

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EBD – ESTUDO, ORACAO E AS SETENTA SEMAMA DE DANIEL – LIÇÃO 12 JOVENS

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o capítulo 9 do livro de Daniel, ocasião em que o profeta se acha profundamente preocupado com o destino de seu povo e de Jerusalém. Ele busca entender o plano de Deus para a restauração de Israel e o fim do exílio. Com fervor espiritual, orou a Deus buscando respostas, e sua oração sincera é atendida por uma revelação profunda por meio do anjo Gabriel. Esta revelação divina contém a profecia das Setenta Semanas, por meio da qual Deus faz saber sobre um período de tempo decretado para o seu povo e sua cidade santa. Neste episódio, além de aprendermos mais uma vez com a postura piedosa de Daniel, veremos a história redentora que se desdobra na Bíblia, incluindo a vinda do Messias, sua morte e o subsequente destino de Jerusalém.

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I – ESTUDO E INTERCESSÃO DE DANIEL

1.1 Estudando as profecias.

O reino dos caldeus havia chegado ao fim com a queda da Babilônia (Dn 5.30-31), e agora Israel encontrava-se sob o domínio do Império Medo-Persa, sob o governo de Dario. Consciente acerca das visões que Deus lhe dera, a mente de Daniel se volta para o seu povo, dedicando-se ao estudo das antigas profecias por meio das Escrituras (v.2). Ele se recordou da referência de Jeremias, profeta que vaticinou sobre o cativeiro babilônico. Ele tinha convicção de que Deus falara com Jeremias e que podia falar com ele também. Tendo estudado os livros, os pergaminhos trazidos de Jerusalém, Daniel teve entendimento acerca do cumprimento da desolação de Jerusalém no período de setenta anos. Esta profecia encontra-se nos capítulos 25 e 29 de Jeremias, referindo-se ao período de provação dos israelitas sob domínio estrangeiro.

Daniel era um homem de Deus e levava uma vida de extrema comunhão. Apesar de ter sido levado bem jovem para a Babilônia (entre os cativos), ele não perdeu a esperança de ver a resposta de redenção por parte de Deus para com Jerusalém. Das janelas do seu quarto, constantemente ele orava e suplicava com as suas mãos em direção a sua nação.

Sobretudo, Daniel também tinha conhecimento das profecias! No reinado de Dário, já no império Persa, ele entendeu que o número de anos em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos, conforme as palavras de Jeremias (Dn 9:2).

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1.2 Persiste em ler.

É interessante perceber o zelo de Daniel em ler e estudar o ensino ministrado por outros profetas, O verdadeiro profeta, afinal, jamais despreza o estudo sistematizado das Escritura. Daniel era um homem de oração e também dos Livros, tinha visões, mas nunca abandonou a Palavra escrita de Deus. Eis um dos segredos de como viver na Babilônia, sem que a ‘Babilônia’ viva em você. Isso nos lembra de que a leitura da Bíblia e de livros de bons autores é vital para o entendimento do cristão sobre as questões espirituais. Por isso, Paulo aconselha o jovem Timóteo a persistir na leitura (1 Tm 412).

Este tópico chama atenção à dedicação de Daniel à palavra de Deus (especialmente aos escritos dos profetas). O contexto era de cativeiro, mas ele não tinha perdido os seus bons hábitos de leitura, oração, jejum e consagração. Em meio às dificuldades ele manteve a esperança na promessa de Deus; e em ter conhecimento de que os dias da redenção se aproximava, agora ele faria de tudo para buscar “mais informações” da parte de Deus. Isso ele fez com orações e súplicas, conforme veremos abaixo.

1.3 Oração e jejum.

Ao compreender a mensagem, Daniel buscou o Senhor em oração e súplicas, com jejum (v.3). Ele estava empenhado em uma busca profunda e sincera pela ajuda divina. Ao longo de sua jornada de fidelidade, Daniel sempre se mostrou um homem de oração. Ele orou por livramento; orou para agradecer, e agora orava para interceder. Daniel tinha convicção de que era preciso voltar-se ao Senhor com um coração contrito e arrependido por causa da sua nação. Por isso, ele põe-se a interceder pelo povo de Judá, de Jerusalém e de todo o Israel. O uso do pano de saco e as cinzas simboliza arrependimento. A oração do profeta foi, sobretudo, uma confissão de reconhecimento de culpa (vv.4-14). Embora íntegro, Daniel não se pôs acima do povo, mas na mesma condição. Ele não apresenta desculpas ou justificativas, antes reconhece a justiça do Senhor e suplica pelo seu perdão (w.15-19). Com este exemplo bíblico, um verdadeiro modelo de influência que devemos seguir, somos inspirados em nossos dias a compreender o valor da oração intercessória e do jejum (Ef 6.18; 1 Ts 1.2; 1 Tm 2.1,2; Mt 6.16-18).

É importante refletirmos no fato de que Daniel, pessoalmente, estava em uma posição de destaque; quem sabe até mesmo “confortável”; mas em momento algum deixou o seu espírito repousar no comodismo. Ao contrário disso; ele se despiu de qualquer vaidade e vestiu-se de pano de saco. Ele não olhou apenas para si, mas para a nação como um todo! O fato de ele buscar “informações” (nas profecias) sobre quais seriam “os próximos passos” para o povo é a prova disso!

A partir desse momento, Daniel assume uma posição de intercessor! Ele relata que dirigiu o seu rosto ao Senhor Deus, “para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza” (Dn 9:3). O conteúdo das suas orações consistiram primordialmente em confissão dos pecados e faltas do povo, além de um chamamento ao arrependimento.

Daniel ora confiando na misericórdia do Senhor, conforme diz esse trecho: “[…] não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias” (Dn 9:18). Ou seja, ele estava dizendo: “não é porque merecemos, Senhor; mas porque o Senhor é Misericordioso”. Essa oração lembrou muito uma oração do salmista Davi, quando ele diz: “Mas eu sou como a oliveira verde na Casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para sempre, eternamente” (Sl 52:8).

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II – DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO

2.1 A resposta da oração.

Antes mesmo de terminar a sua intensa oração, o anjo Gabriel aparece repentinamente diante dele (v.21). Este ser angelical, o mesmo registrado no capítulo 8, é mencionado na Bíblia como mensageiro de Deus (Lc 1.19,20, 26). Foi enviado nesta ocasião em resposta à súplica do profeta, para lhe dar entendimento sobre a visão (vv. 22,23). Apesar do espanto, Daniel deve ter experimentado um conforto indescritível ao ouvira voz do anjo. Seu pedido moveu o céu. Muitas vezes, em nossas vidas, não recebemos uma resposta divina rápida, daí a necessidade da perseverança (Cl 4.2). No caso de Daniel, porém, o Senhor apressou-se em atender ao seu servo, porque era ele ‘mui amado’ (v.23). A verdade maravilhosa é que Deus tem prazer em ouvir a oração dos seus filhos, sobretudo quando se concentram na glória do seu nome!

Daniel relata que enquanto ele orava “o varão Gabriel” (o anjo mensageiro da parte de Deus) veio voando rapidamente e tocou-lhe à hora do sacrifício da tarde (Dn 9:21). Ele detalha ainda que era o mesmo anjo que ele já tinha visto anteriormente. Nos impressiona as primeiras palavras do Anjo Gabriel para Daniel: “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra e entende a visão” (Dn 9:23). Não sei se você já se questionou em algum momento se a sua oração de fato é “ouvida por alguém”; ou até mesmo se a suas orações não são feitas em vão; porém, essa passagem deixa claro que os céus recebem o nosso clamor!

2.2 Oração aos anjos?

Você deve notar que Daniel dirigiu a sua oração a Deus, e não ao anjo Gabriel. Em lugar algum das Escrituras temos autorização para orar aos seres angelicais. Esse tipo de prática é chamada de angelolatria, ou seja, idolatria aos anjos. Embora eles sejam seres espirituais com poderes extraordinários superiores aos homens (Sl 8.4,5; 103.20; 2 Pe 2.11), são criaturas limitadas, Não são oniscientes (1 Pe 1.12) e recusam a adoração (Ap 22.8,9); antes, adoram a Deus e a Cristo (Ap 5.11,12). Eles são ‘espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). Assim, supostas mensagens angelicais não podem perverter o Evangelho revelado em sua Palavra (Gl 1.8). Por essas mesmas razões, conforme consta em nossa Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil, a ideia de que todas as pessoas possuem um anjo da guarda designado para acompanhá-las durante toda a sua vida não tem sustentação bíblica.

Apesar de os anjos estarem a serviço de Deus, nós não direcionamos as nossas orações e súplicas para eles. As nossas orações devem ser feitas a Deus, o Pai, em nome do Senhor Jesus, que é o único intermediador entre Deus e os homens. O próprio Jesus disse isso: “[…] Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar (Jo 16:23). Agora vem um aprendizado muito importante: por que oramos em nome de Jesus? Para responder, precisaremos contextualizar!

Antigamente quando o povo queria oferecer sacrifícios e levar as suas ofertas pacíficas e de adoração ao Senhor, deveriam fazer por meios dos sacerdotes; e ao tempo determinado o sumo sacerdote estabelecia essa “intermediação”. Ocorre que as coisas reveladas no antigo testamento eram verdadeiras sombras das coisas futuras (Hb 10:1), o que significa que eram dotadas de imperfeição, pois os antigos sumos sacerdotes ofereciam “cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo” (Hb 7:27).

Agora, porém, temos o Senhor Jesus na figura do Sumo Sacerdote perfeito e eterno, como diz Hebreus 8 “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade…” (v 1,2). E o que isso significa? Significa que agora Ele é o nosso mediador (v 6). Ele permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo (Hb 7:25); “portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:26). Que coisa magnífica, não é mesmo queridos jovens? O Senhor Jesus é o caminho para a vida eterna porque Ele é o único que nos leva (literalmente) a Deus! As nossas orações são até mesmo aperfeiçoadas (traduzidas) por meio Dele! Quão excelente!

2.3 A revelação das Setenta Semanas e o Messias.

A mensagem de explicação do anjo celeste revela um tempo determinado de setenta semanas decretadas por Deus para o seu povo e sua cidade santa (v. 24). Fazendo uma contagem histórica da profecia de Jeremias, Daniel compreendia que o cativeiro estava terminando. Isso viria a se cumprir por intermédio do Decreto de Ciro, não muito tempo depois. Contudo, o anjo dá um entendimento mais profundo e apocalíptico das Setenta Semanas, que se aplica não somente a Israel, mas a todo 0 mundo. Semelhantemente a Daniel, Deus quer que você amplie o seu entendimento e tenha uma dimensão mais profunda da sua Palavra e da vida espiritual.

As Setenta Semanas simbólicas destacam sobretudo o tempo e a obra do Messias. Ele é descrito como o Ungido e o Príncipe (vv. 25,26). O verso 24 apresenta seis aspectos da sua obra redentora: acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e ungir o lugar santíssimo.

Daniel estava ciente de que algo aconteceria com o seu povo, pois o “relógio” que marcava o tempo do cativeiro (profetizado pelo profeta Jeremias, como vimos) já marcava o tempo determinado. A sua oração, portanto, além da confissão pelos pecados, era para saber acerca dos “próximos passos”; e assim Deus respondeu, através do anjo Gabriel.

O anjo traz uma das revelações mais profundas para Daniel! Essas revelações foram confirmadas muitos anos depois, no livro do Apocalipse (por isso muito dizem que as profecias de Daniel são como um “Apocalipse do antigo testamento”). Tais revelações ficaram conhecidas como “As Setenta Semanas”, pois representam um “cronograma” marcado nos céus para a história da humanidade (primeiramente de Israel, mas de maneira geral da humanidade).

Conforme veremos, essas semanas não são semanas de dias (conforme o calendário humano), mas semanas de anos! Ou seja, uma semana seria igual a 7 anos. Sete semanas igual a 49 anos. Sessenta e duas semanas, equivalente a 434 anos. Esses números são todos importante e logo entenderemos o que eles significam! De início podemos dizer que essas 70 semanas são dividias em três partes: 7 semanas (49 anos), 62 semanas (434 anos) e a última semana, que conforme veremos, representa uma “semana especial”. Senão, vejamos!

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III – ENTENDENDO AS SETENTA SEMANAS

Os subtópicos 3.1, 3.2 e 3.3 do Tópico 3 foram todos consolidados em uma tabela (constante na penúltima página), pois entendemos ser uma maneira mais didática para o entendimento do assunto que em si já é complexo. Portanto, assim fizemos para simplificar! Esperamos em Deus que os irmãos gostem!

3.1 Semanas de anos.

Na Bíblia, o número setenta possui um sentido profético. Nesta profecia, as Setenta Semanas são semanas de anos, não de dias. A leitura da passagem (vv. 24-27) mostra que as semanas estão divididas em três grupos. Sendo semanas de anos, totalizam 490 anos. Os três grupos são: a) 7 semanas (49 anos), b) de 62 semanas (434 anos), c) uma semana (7 anos).

Sete semanas (49 anos): O início deu-se com o decreto da reconstrução de Jerusalém (v.25). Os principais estudiosos do assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes Longímano, baixado em 445 a.C. (cf, Ne 2).

Sessenta e duas semanas (434 anos): Refere-se ao período do advento do Messias, Jesus de Nazaré (vv.25,26). Neste tempo o Senhor foi morto e mais tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança do general do exército romano, Tito, em 70 d.C.

Uma semana (7 anos): Esta semana ainda não aconteceu (v. 27). Compare Daniel

9.27 com Mateus 24.15 e veja como se trata de uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última semana refere-se, então, ao período que implicará o advento do Anticristo e o início do tempo de tributação para Israel e para o mundo. A Grande Tribulação será o período de maior angústia da história humana (Ap 6.15-17), quando o mundo testemunhará a ira do Senhor (Jr 30,7). Essa etapa da história foi determinada por Deus para fazer justiça contra a rebelião dos moradores da Terra e preparar a nação de Israel para o encontro com o seu Messias.

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3.2 As duas metades da septuagésima semana.

A Septuagésima Semana pode ser dividida em duas metades distintas. A primeira metade será marcada pelo reinado absoluto do Anticristo – “o príncipe”, de acordo com Daniel 9.26b. Ele enganará Israel fazendo uma aliança com o povo judeu (Dn 9.27a), e buscará a adoração como se fora Deus (2 Ts 2.4b), profanando o santuário, o lugar santo para o povo de Israel, como alertou o próprio Senhor Jesus (Mt 24.15). A segunda metade terá início quando Israel se negara adorá-lo, e então o Anticristo quebrará o acordo de paz- depois de três anos e meio (Dn 9.27b) – e perseguirá o povo judeu. Essa segunda metade é A Grande Tributação propriamente dita (1 Ts 5.3; Jr 30,7). Ao final do período de sete anos, aparecerá o Libertador de Israel: “E. assim, todo o Israel será salvo (Rm 11,26).

3.3 Intervalo e a igreja.

O estudo das Escrituras demonstra um longo intervalo de tempo que precede a septuagésima semana, A Bíblia identifica este intervalo profético como “o tempo dos gentios” (Lc 21.24). Atualmente, estamos no tempo da graça de Deus e temos de anunciar 0 ano aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4,18,19).

É importante ressaltar que a profecia de Daniel refere-se a Israel e a Jerusalém, A Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação (Ap 3,10), pois terá sido arrebatada. Neste período, receberemos nossos galardões consoante ao trabalho que executamos na expansão do Reino de Deus. A promessa de Jesus à sua Igreja é a de preservá-la desse sofrimento (1 Ts 1.10; 59; Lc 21.3536).

CONCLUSÃO

Ao término desta aula, a profecia das Setenta Semanas de Daniel nos leva a reconhecer a importância da dedicação ao estudo e da vigilância constante. Aprofundar nosso entendimento dessas profecias escatológicas requer esforço contínuo e atenção aos detalhes, pois são temas complexos que nos desafiam a ir além da superfície. Que o Senhor nos dê graça e continue guardando a sua igreja.

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