EBD – HUMANISMO: A CRIATURA COLOCADA ACIMA DO CRIADOR- LIÇÃO 3 JUVENIS
CONECTADO COM DEUS
Você já ouviu falar a respeito do humanismo? Sabe o que significa e como ele surgiu? Nesta lição vamos tratar a respeito deste termo filosófico. Veremos que, ao longo da história, o homem, influenciado pelo Diabo, sempre tentou colocar ao si mesmo acima do Criador. Deus nos criou de forma distinta (Gn 1.26). Por isso, o ser humano é considerado a obra prima da criação. Porém, ainda assim, nunca seremos mais do que aquele que nos criou. O que a abordagem humanista apregoa é colocar o ser humano em uma posição superior à do Criador. Essa não é uma ideia nova, mas ultimamente temos ouvido palavras como “empoderamento” e “determinação” que estão trazendo uma nova roupagem à velha e conhecida visão humanista.
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1. QUE É O HUMANISMO
Para facilitara nossa compreensão a respeito desse tema, vejamos a definição apresentada pelo Dicionário Houaiss para humanismo: “movimento intelectual difundido na Europa durante a Renascença e inspirado na civilização greco-romana, que valorizava um saber crítico voltado para um maior conhecimento do homem e uma cultura capaz de desenvolver as potencialidades da condição humana”. A principal característica desse movimento é o antropocentrismo, que destaca o homem como o centro do conhecimento e a sua valorização como a medida de todas as coisas.
1.1. Como surgiu o humanismo
Segundo os historiadores, a Itália foi o principal centro humanista entre os séculos XIV e XVI, no período da Renascença, após a era medieval, marcando a transição entre a Idade Média e a Moderna. De acordo com os que difundiram esse movimento, os chamados humanistas, os valores éticos dependem somente do ser humano, e não de Deus. Tal ideologia apregoa a falta de valores e verdades absolutas (relativismo), cultuando as criaturas. Como? Retirando a crença de que Deus deveria ser o centro do universo, criticando os ensinamentos baseados nas Escrituras e passando a validar mais outras formas de conhecimento. O humanismo pode levar o ser humano à soberba e esse sentimento não somente desagrada a Deus, mas destrói nossos relacionamentos e a nós mesmos. O soberbo jamais consegue reconhecer suas deficiências. Por isso, tome cuidado, pois Deus resiste aos soberbos (Tg 4.6), Todavia, o Pai Celeste dá graça aos humildes, àqueles que têm o coração quebrantado e contrito, que se chega a Ele com humildade, reconhecendo suas limitações.
O humanismo representou um movimento literário que marcou a Europa um período de transição entre a idade média e o Renascimento. O que iniciou como um movimento artístico, na prática, trouxe uma larga produção de efeitos na cultura e na sociedade.
Apesar do evidente “sucesso” entre os séculos XIV e XVI, traços do humanismo já eram percebidos desde a era pré-socrática. Por exemplo, algumas das citações de Protágoras (490 a.C. – 415 a.C.) remetem ao agnosticismo, como sendo um pensamento (mesmo que ainda embrionário) em superação à ideia de que seria necessário uma “força espiritual” regente no universo. Mais adiante, o próprio Sócrates trouxe ideias pré-humanistas, como a famosa citação “conhece a ti mesmo”. Aristóteles, por sua vez, contribuiu (ainda que indiretamente) com o desenvolvimento dos pensamentos lógicos.
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Vale destacar que essencialmente os movimentos humanistas são não-teístas, e não necessariamente anticlerical. Veja que o anticlericalismo opõe-se à participação de autoridades religiosas no âmbito político-democrático; enquanto o movimento não-teísta estabelece a desnecessidade da existência de um deus (ou de Deus).
Nesse sentido, as principais características / influências do humanismo são: Antropocentrismo (descentralização de “deus” e consolidação do homem como a figura central); Racionalismo (corrente filosófica que convoca o homem à produção de pensamentos baseado na razão, e não na metafísica); a busca pelo ideal e pelo belo; e o Iluminismo (movimento intelectual que defendia o desenvolvimento da ciência como sendo o ponto mais importante para o desenvolvimento da sociedade como um todo).
1.2. O engano
O que leva o ser humano a crer que o humanismo é benéfico? Certamente o sentimento de arrogância e autossuficiência que vem do Inimigo. Observe se não é o mesmo que se apoderou do príncipe de Tiro, descrito pelo profeta Ezequiel (Ez 28.1-10). Nesse texto bíblico, o profeta faz uma alusão a Satanás. Ele continua agindo no meio da humanidade, tentando as pessoas para que se sintam absolutas em si mesmas, ignorando a soberania e o poder do Eterno,
Uma prova da nossa insuficiência é demonstrada na limitação da nossa vida. Por mais rica, famosa e “poderosa” que uma pessoa seja nessa terra, ela não poderá acrescentar nem um dia a mais a sua existência, visto como somos frágeis e impotentes (Jó 14.1,2). Tiago na sua epístola diz que tanto o rico quanto o pobre passarão, como a flor da erva (Tg 1.9-11).
O apóstolo Paulo nos diz que a vaidade é fonte do pensamento gentílico, e que a dureza do coração do homem é o que o afasta de Deus! Vejamos: “E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração” (Ef 4:17,18). Portanto, é a própria ignorância do homem que o leva a agir assim, e isso entenebrece (escurece) o seu entendimento.
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Nesse sentido, a maior demonstração de sabedoria que um homem pode ter é o de reconhecer o Senhor como Deus. Aquele que foi incapaz de entender a obra da criação, a complexidade do universo e as leis naturais regentes, na verdade ainda não compreendeu a profundidade da Sabedoria do Altíssimo! Sobre isso acrescenta o apóstolo Paulo: “ Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11:33-36).
2. AS CONSEQUÊNCIAS DO HUMANISMO
2.1. O que os humanistas rejeitam?
O movimento humanista rompeu com o Teocentrismo (a crença de que Deus é o centro de todo o universo e de toda a vida humana). Assim, passou a prevalecer a ideia do Antropocentrismo (o homem colocado no centro do universo e da vida humana). Dessa forma, eles passaram a se importar mais com assuntos que não têm origem em Deus, rejeitando-o como soberano sobre tudo e todos.
Como falamos anteriormente, dentre as principais características do humanismo têm-se o rompimento da ideia de uma figura espiritual central e o estabelecimento do homem como sendo o verdadeiro “agente” do universo; o que é de certa forma absurdamente ignorante. A atuação do homem é limitada ao que lhe é oferecido. Ele escolhe as opções que lhes são propostas. A nossa capacidade de criação é mínima, limitada ao pensamento e à matéria; diferente da ação divina, o criador da matéria com a qual o homem se debate; e inclusive criador do próprio homem, que contra o seu criador se rebela.
2.2. Sentimentos destrutivos
O humanismo traz muitas consequências prejudiciais ao ser humano e à sociedade, pois provoca sentimentos destrutivos. O primeiro deles é o orgulho. Ele nos afasta de Deus e nos dá a falsa ideia de que somos capazes e podemos tudo. Tem muita gente que em sua oração “determina” a cura, a bênção. Nós não “determinamos” nada, mas humildemente pedimos ao Pai, em nome de Jesus Cristo e Ele nos atende por sua graça e bondade. Muitos crentes oram para passar em um vestibular muito concorrido, em um concurso difícil, por exemplo. Claro que fazem também a sua parte que é estudar. Contudo, quando alcançam o que tanto desejaram e clamaram ao Senhor, atribuem a conquista ao seu próprio esforço, sabedoria e recursos pessoais. Comumente, não se lembram de Deus, honrando-o e reconhecendo que tudo vem dEle. Não se iluda acreditando que foram seus talentos e esforços os únicos responsáveis por alcançar grandes feitos. O orgulho nos impede de reconhecer que foi Deus que tudo nos ofereceu. No seu devido tempo, o Criador vai julgar toda a soberba, a qual sabemos, precede a queda (Pv 16.18).
É importante destacar que o coração do homem é enganoso Ur 17.9). Logo, um movimento cultural e filosófico, definido como um conjunto de ideais e princípios que não priorizam valores morais como: amor, respeito, justiça, solidariedade, honra etc. não pode ser seguido por um cristão. Apenas os valores divinos devem ser o nosso padrão a ser seguido, pois os seres humanos são falhos, não sendo capazes de ser os responsáveis pela criação e desenvolvimento destes valores. Por esse motivo, guarde o seu coração (Pv 4.23).
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As raízes do humanismo são profundas, e muitas vezes encontramos fragmentos do seus pensamentos nos mais diversos nichos, inclusive no meio religioso. Poderia ser até contraditório, mas algumas pessoas que adotam o teísmo como filosofia de vida convivem com a ideia de que o homem é o centro do universo. Essas heresias são extremamente destrutivas, pois impedem uma perfeita comunhão.
Nesse contexto, muitos cristãos imaginam que Deus está a serviço deles, ou que Deus teria o dever de agir. Devemos entender que nós é que somos os servos (promovidos a filhos, inclusive), e que tudo o que conquistamos diante do Senhor é mediante a ação da sua misericórdia, por meio da sua bondade. A melhor forma de se chegar perante o nosso Deus é com humildade!
Sobretudo, todas as nossas conquistas são fruto da bênção de Deus! Ele nos permite plantar e nos permite colher. Essa é considerada uma bem-aventurança para aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! O Salmo 128 garante: “Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem” (v. 2).
2.3. A desobediência
O Senhor usou vários profetas para alertar o seu povo a fim de que se arrependesse dos seus pecados e se voltasse para Ele. Caso contrário, seria levado cativo. Mas a rebeldia dos israelitas fez com que não dessem atenção à voz dos profetas. Eles se tornaram obstinados em suas próprias “verdades” e acreditaram que o Templo jamais seria destruído. Dessa forma, permaneceram em seus erros, dando ouvidos aos falsos profetas, que afagavam as suas vontades, falsamente falando em nome de Deus e sabemos qual foi a consequência. O Templo foi destruído, o povo sofreu muito, passando anos no cativeiro Babilônico, em meio a diferentes culturas malignas.
O interesse do nosso Deus é que tenhamos uma vida plena, com bênçãos e prosperidade da parte Dele. Tudo isso é possível mediante o fruto da obediência; em uma simples consequência por trilhar os caminhos do Senhor.
Todavia, o pecado e a desobediência não agradam ao Senhor, e também possuem a sua “remuneração”. A principal consequência da desobediência é viver distante do Senhor e distante da sua bênção. Ora, se é na presença de Deus que provamos das delícias, então obviamente estar fora da sua presença resulta na quebra da expectativa e na perda da verdadeira esperança que está em Cristo Jesus.
O povo de Israel viveu longos períodos na presença de Deus, mas quando a nação se estabilizou, logo se esqueceu da lei do Senhor. Por sua infinita bondade e por sua longanimidade, por muitos anos o Senhor pacientemente enviou os seus profetas a fim de exortar o povo e trazer arrependimento. Não ouvindo o conselho do Senhor, o povo colheu os frutos do seus próprios caminhos!
3. O PERIGO DO HUMANISMO
O humanismo acaba sendo uma porta de entrada para outras filosofias e seitas. Como o humanismo rompeu com o pensamento vigente na era medieval, também chamado de “Período das Trevas”, tudo o que estava relacionado a Deus ou à religião cristã passou a ser questionado ou mesmo condenado. É fato que, no passado, a corrupção da Igreja Católica a serviço do Estado trouxe consequências terríveis, pois seus líderes já haviam se distanciado do Senhor. Por esse motivo, o humanismo encontrou um terreno muito fértil para aprofundar suas raízes.
Vivemos tempos difíceis (2 Tm 3.1), em que cada vez mais pessoas se autodenominam ateias, não crendo em Deus, ou agnósticas, avaliando que não é possível afirmar com certeza se Deus existe ou não.
Há um perigo rondando os jovens atualmente. Muitos se declaram sem religião, embora infelizmente, um grande número é oriundo de lares cristãos. Por este motivo, é de suma importância que você tenha bases cristãs solidificadas na Palavra de Deus para combater as ideologias humanistas que confrontam a sua fé no Senhor, Todo-Poderoso.
Embora o humanismo não tenha surgido recentemente, os seus efeitos ainda estão muito presentes; e mais ainda nessa geração pela velocidade de propagação da informação. Aquilo que antes era encontrado apenas em livros complexos agora é “consumido” de maneira até mesmo “passiva” através das redes sociais. Ou seja, muitas vezes estamos expostos a certos tipos de conteúdos e nem imaginamos qual é a sua verdadeira raiz.
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Sobre isso, é cada vez mais comum entre os jovens a opção pelo ateísmo, na justificativa (mesmo que não intencional) de que seguir uma linha espiritual é algo “ultrapassado”; ou mesmo com o argumento de que viver com a mente apenas nessa vida é algo corajoso (no sentido de que não há necessidade de pensar no pós vida); ou ainda, no sentido de que não precisamos de um “deus” para nós. Temos que ter muito cuidado com esses pensamentos! Eles surgem muitas vezes disfarçados, para não “espantar” imediatamente os cristãos, principalmente.
Entenda que o maior sinal de sabedoria, inteligência e compreensão que o homem pode demonstrar é exatamente curvar-se diante do Criador. Achar que o universo é simples é uma postura reducionista e prova a total ignorância do indivíduo, pois quanto mais estudamos mais percebemos o quão distante estamos do verdadeiro Saber! O conhecimento é uma fonte inesgotável, e achar que tudo é “um fim em si mesmo” no mínimo é fruto de uma reflexão superficial.
O apóstolo Paulo disse: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15:19). Ou seja, viver para esta vida – e apenas para ela –, ainda que fosse com Cristo (para usufruir apenas das bênçãos terrenas, por exemplo), seria sinal de ignorância. Agora pense; se esperar Cristo apenas nessa vida (e não pensar na eternidade) já é algo imperfeito, quanto mais miserável não seria o homem que nada espera nessa vida, senão ela mesma.
Portanto, perceba que o prêmio da nossa consolação é um prêmio contabilizado para a eternidade, onde o tempo não pode produzir os seus efeitos materiais (onde a traça e a ferrugem não corroem, como disse o Senhor Jesus). Portanto, não tenha vergonha de reconhecer a sua inferioridade diante do Senhor; de entender que o homem é sim inferior à força criadora; de negar o humanismo e o ateísmo; de assumir um relacionamento com Deus e de ser um discípulo seu.
PARA CONCLUIR
Na Lição deste domingo aprendemos que o humanismo, erroneamente tenta colocar o homem no mesmo patamar de Deus. Essa ideologia conduz o homem à soberba, a acreditar que ele tudo pode e se basta, Mas a verdade, quer creiam ou não, é que todos somos finitos, frágeis e dependentes do Criador até mesmo para continuar respirando. Se nosso coração parar de bater, ainda que por alguns segundos e nos faltar o ar, perecemos.