EBD- Lição Adulto- A Deturpação da Doutrina Bíblica do Pecado

EBD- Lição Adulto- A Deturpação da Doutrina Bíblica do Pecado

LIÇÃO 02 ADULTOS – 3 TRIMESTRE DE 2023 – A Deturpação da Doutrina Bíblica do Pecado

TEXTO AUREO: “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” (Rm 3.20)

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO AUREO: Este versículo, encontrado na carta de Paulo aos Romanos, enfatiza que nenhuma pessoa pode ser justificada diante de Deus por meio das obras da lei. A lei mencionada aqui refere-se à lei de Moisés, que inclui os mandamentos e os requisitos religiosos dados por Deus ao povo de Israel.

A lei tem um papel importante ao revelar o conhecimento do pecado. Ela define o padrão moral e os mandamentos de Deus, mostrando-nos o que é certo e errado aos olhos de Deus. No entanto, a lei não tem o poder de justificar ou tornar alguém justo diante de Deus.

Isso porque todos nós somos pecadores e falhamos em cumprir perfeitamente a lei de Deus.

A justificação diante de Deus, ou seja, ser considerado justo e aceito por Ele, não pode ser alcançada por nossas próprias obras ou obediência à lei. Pelo contrário, é pela graça de Deus, através da fé em Jesus Cristo, que somos justificados.

Jesus, através de Sua morte e ressurreição, cumpriu perfeitamente a lei e ofereceu-se como sacrifício pelos nossos pecados.

Portanto, esse versículo nos lembra da nossa total dependência da graça de Deus para a salvação. Não podemos confiar em nossas próprias obras ou méritos para nos tornarmos justos diante de Deus. Em vez disso, devemos confiar em Jesus e no Seu sacrifício redentor como a base de nossa justificação.

A lei nos aponta para a nossa necessidade de um Salvador e nos direciona para Jesus, que é o único que pode nos tornar justos perante Deus.

VERDADE PRATICA: O pecado de Adão arruinou toda a humanidade. Contudo, Jesus Cristo pode regenerar eficazmente o pecador.

INTERPRETAÇÃO DA VERDADE PRATICA:

Esse trecho destaca a influência do pecado de Adão sobre toda a humanidade e a capacidade de Jesus Cristo em regenerar eficazmente o pecador. Vamos interpretar esse entendimento.

Segundo a narrativa bíblica, no livro de Gênesis, Adão foi o primeiro ser humano criado por Deus. Ele desobedeceu aos mandamentos de Deus ao comer do fruto proibido no jardim do Éden, introduzindo assim o pecado no mundo. Como resultado desse pecado, a humanidade foi afetada, passando a herdar uma natureza pecaminosa e enfrentando as consequências do pecado, como a separação de Deus e a morte espiritual.

No entanto, o sacrifício de Jesus Cristo na cruz trouxe a possibilidade de regeneração para o pecador. Jesus, o Filho de Deus, se tornou humano, viveu uma vida perfeita e sem pecado e voluntariamente deu Sua vida como um sacrifício pelos pecados da humanidade. Através de Sua morte e ressurreição, Jesus oferece a salvação e a regeneração espiritual para todos que creem Nele.

A regeneração refere-se à transformação espiritual que ocorre na vida do pecador quando ele coloca sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador. Essa regeneração é um ato sobrenatural do Espírito Santo, que purifica e renova o coração e a natureza do indivíduo, capacitando-o a viver uma vida em obediência a Deus.

Portanto, a interpretação desse trecho ressalta a realidade do pecado que afeta toda a humanidade por causa da queda de Adão, mas também destaca o poder redentor de Jesus Cristo em oferecer regeneração e salvação a todos que creem Nele. É por meio da fé em Jesus que o pecador pode experimentar uma nova vida, ser reconciliado com Deus e receber a esperança da vida eterna.

LEITURA DIÁRIA:

Segunda – 1 Jo 3.4 Pecado é transgredir a Lei de Deus

Terça – Rm 5.12 0 pecado de Adão passou a toda raça humana

Quarta – 2 Co 5.17 Em Cristo, 0 pecador torna-se uma nova pessoa

Quinta – 1 Pe 1.15 A santidade é um princípio ético e moral da fé cristã

Sexta – Hb 13.4 A prostituição não pode macular a sexualidade do cristão

Sábado – l Co 6.19 0 corpo do cristão é morada do Espírito Santo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Romanos 3.9-20

I – O ENSINO BÍBLICO DA NATUREZA PECAMINOSA

  1. Definição de Pecado

O termo hebraico “chatá” e o grego “hamartia” são palavras usadas nas Escrituras para descrever o pecado. Ambas têm a conotação de “errar o alvo” ou “cometer um erro moral”. Isso significa que o pecado envolve não apenas errar, mas também escolher deliberadamente o caminho errado em relação aos mandamentos de Deus.

A Bíblia define o pecado como a transgressão da Lei de Deus. Isso significa que quando uma pessoa desobedece ou viola os mandamentos e princípios estabelecidos por Deus, ela está cometendo pecado. O pecado não se limita apenas a errar, mas também envolve uma atitude de rebelião e desobediência contra Deus e Sua Palavra.

O pecado tem consequências não apenas em relação a Deus, mas também em relação ao próximo. Ele afasta o homem de Deus, interrompe a comunhão com Ele e leva a comportamentos pecaminosos em relação aos outros. Além disso, o pecado também inclui a omissão de fazer o bem quando se tem a oportunidade.

A condição do homem não regenerado é caracterizada pelo pecado. Somente por meio do novo nascimento, ou seja, do processo de regeneração espiritual, é possível expelir o pecado da vida de uma pessoa. Essa reconciliação e restauração do relacionamento entre o homem e Deus só é possível em Cristo Jesus.

É por meio de Jesus e Sua obra redentora que o pecador pode experimentar o perdão, a purificação e a reconciliação com Deus.

  1. A universalidade do Pecado

O pecado afeta toda a humanidade: A transgressão de Adão teve um impacto universal, corrompendo a natureza humana e colocando todos os seres humanos em uma condição de pecado. Essa corrupção se manifesta em nossa inclinação para o mal e em nossa incapacidade de alcançar a perfeição por nossos próprios esforços.

O pecado como rebelião contra Deus: O pecado não é apenas um erro moral ou uma falha individual, mas é uma rebelião ativa contra Deus e sua autoridade. Ele envolve a quebra da Lei de Deus e a recusa em seguir seus mandamentos. Essa rebelião cria uma separação entre o homem e Deus, resultando em uma ruptura no relacionamento com o Criador.

A universalidade do pecado: Todos os seres humanos são afetados pelo pecado, e não há exceção. Independentemente de nossa origem, cultura ou condição social, todos nascemos em pecado e somos propensos a cometer transgressões. Isso ressalta a necessidade de uma solução divina para a redenção da humanidade.

A solução em Cristo Jesus: A reconciliação do homem com Deus e a restauração de sua natureza corrompida só podem ser alcançadas por meio de Cristo Jesus. Ele é a resposta para o problema do pecado, oferecendo perdão, regeneração e transformação interior.

Somente através da fé em Cristo podemos ser libertados da escravidão do pecado e experimentar a vida em abundância em comunhão com Deus.

Isso nos leva a reconhecer a gravidade do pecado, mas também nos traz esperança, pois encontramos a solução definitiva em Jesus Cristo. Somente por meio dele podemos ser perdoados, transformados e reconciliados com Deus, recebendo a vida eterna e a restauração de nossa verdadeira identidade como filhos de Deus.

Vídeo aula da lição 2 dos adultos do 3º Trimestre 2023

  1. Corrupção Total.

De acordo com os versículos citados, podemos compreender que o pecado é a corrupção da natureza humana em todas as suas áreas: mente, moral e espírito. Desde a queda de Adão, todos os seres humanos nascem em pecado, e essa inclinação para fazer o mal é resultado direto desse estado pecaminoso.

A corrupção do pecado afeta todas as áreas da vida humana, impedindo o homem de buscar a Deus por seus próprios esforços.

No entanto, a regeneração e libertação do pecado não podem ser alcançadas apenas pelos esforços humanos. É necessária a intervenção divina através do Espírito Santo, que convence o homem de seu pecado e de sua necessidade de salvação.

Somente pela graça de Deus, oferecida gratuitamente, o homem pode crer, arrepender-se e ser salvo. A libertação do pecado é um presente divino, não é algo que possamos conquistar por nós mesmos.

Dessa forma, podemos concluir que a redenção e a transformação do homem estão disponíveis somente através da obra de Deus em nós, através do Espírito Santo, e não por nossos próprios esforços ou livre-arbítrio. É pela graça divina que somos capacitados a nos aproximar de Deus e receber a salvação.

II – AS TEOLOGIAS MODERNAS

  1. Teologia do pecado social

A compreensão divergente sobre o pecado pode ser observada em relação ao conceito tradicional e à tese do pecado social. Enquanto a perspectiva tradicional enfoca o pecado como uma questão individual e moral, a tese do pecado social amplia essa visão, considerando que o pecado também está presente nas estruturas sociais e nas relações humanas.

De acordo com essa abordagem, o pecado não é apenas uma questão espiritual, mas também está relacionado a fatores como pobreza, injustiça e desigualdade. A tese do pecado social argumenta que é necessário tratar essas questões sociais como parte da redenção do pecado.

No entanto, existem críticas a essa visão. Alguns argumentam que essa abordagem pode enfraquecer a responsabilidade moral do indivíduo, deslocando a ênfase do pecado original e da necessidade de arrependimento pessoal para a resolução de questões sociais.

Essa crítica sugere que a solução para o problema do pecado não pode ser encontrada apenas na resolução de problemas sociais, mas também requer um confronto com a própria natureza humana.

É importante reconhecer que essas perspectivas representam diferentes interpretações e opiniões sobre o conceito de pecado. Cada pessoa pode ter sua própria compreensão e crenças a respeito desse assunto, com base em sua fé, filosofia ou contexto cultural.

  1. Teologia da libertação.

A teologia da libertação é uma corrente teológica que apresenta afinidade com as ideias socialistas de Karl Marx. Seus principais expoentes são Gustavo Gutiérrez, do Peru, e Leonardo Boff, do Brasil, que surgiram na década de 1970. Essa abordagem teológica busca a libertação do oprimido das estruturas opressoras presentes na sociedade.

Uma das características da teologia da libertação é a ênfase na indignação social e na busca pela justiça social, econômica e cultural. Para seus proponentes, o estudo teológico não deve estar centrado apenas em doutrinas bíblicas para libertar o ser humano do pecado, mas também na luta contra as injustiças sociais.

Dessa corrente teológica surgem outras vertentes, como a Teologia da Missão Integral (TMI), que busca abordar questões relacionadas à gênero, sexualidade e raça. No entanto, críticos apontam que essas influências tendem a reduzir a fé cristã a uma militância política de cunho socialista e marxista.

Eles argumentam que as pautas sociais e progressistas muitas vezes são colocadas acima dos valores morais do Reino de Deus.

Assim, há o risco de transformar o Evangelho em um movimento de inconformismo, crítica e assistencialismo, deixando de lado aspectos centrais da mensagem cristã.

Essa crítica se baseia na importância de manter o equilíbrio entre a dimensão social e política do Evangelho e sua dimensão espiritual e moral, buscando uma abordagem integral que promova tanto a transformação pessoal como a transformação social em conformidade com os valores do Reino de Deus.

  1. Liberalismo teológico

Após a Reforma Protestante em 1517, começou a surgir o movimento do liberalismo teológico, que colocava a razão humana acima da revelação divina. Esse movimento questionava a inspiração, inerrância e infalibilidade das Escrituras Sagradas, além de considerar os milagres e o sobrenatural como elementos mitológicos.

No contexto do liberalismo teológico, as doutrinas da fé foram reinterpretadas e resinificadas para se adequarem aos princípios da razão humana e às ideias progressistas da época.

A mensagem da salvação, que antes enfatizava o arrependimento, a confissão de pecados e a transformação do caráter, passou a ser substituída por uma visão progressista que priorizava a transformação social, muitas vezes utilizando como paradigma o marxismo.

Essa abordagem teológica relativizava o conceito de pecado, diminuindo sua importância e impacto, ao mesmo tempo em que promovia o ecumenismo religioso, buscando unir diferentes tradições religiosas em uma visão mais abrangente e inclusiva.

Além disso, toda experiência espiritual passou a ser considerada válida, independentemente de sua base bíblica.

O ideário da teologia liberal é contrário às antigas doutrinas bíblicas que se baseiam na revelação das Escrituras. Em vez disso, busca-se uma interpretação mais flexível e adaptável às demandas e tendências da sociedade contemporânea.

Essa tendência é mencionada na passagem de 2 Timóteo 4:3, que alerta sobre o tempo em que as pessoas não suportarão a sã doutrina, mas buscarão mestres que lhes agradem e satisfaçam seus próprios desejos.

É importante notar que essas são algumas características gerais do liberalismo teológico, mas é preciso lembrar que dentro desse movimento há variações e diferentes correntes de pensamento.

III – A NORMALIZAÇÃO DO PECADO

  1. Crise ética e moral

Na concepção geral, os valores que orientam a conduta de uma pessoa são chamados de ética, e a prática desses valores é denominada moral. Como cristãos, a obediência aos princípios bíblicos reflete nosso caráter (Rm 12.2; 1 Pe 1.15). No entanto, quando o conceito do pecado é deturpado e relativizado, isso leva a desvios e falhas de caráter (2 Tm 3.5).

Essa distorção do conceito de pecado e a consequente crise de integridade resultam em uma sociedade moralmente desajustada (Hc 1.4). A partir dessa crise, observamos a manifestação de ações incompatíveis com a fé bíblica (Rm 2.21,22).

Temas progressistas que violam a ética e a moral bíblicas, como imoralidade sexual, aborto e uso de drogas ilícitas, passam a ser normalizados, indo de encontro aos princípios estabelecidos nas Escrituras (1 Sm 2.6; Rm 1.27; 1 Co 6.15,19).

Essa normalização de comportamentos e práticas contrárias aos princípios bíblicos reflete uma sociedade que abandonou os padrões éticos e morais estabelecidos por Deus.

É importante que como cristãos permaneçamos firmes nos valores bíblicos e busquemos viver de acordo com a vontade de Deus, mesmo quando há pressões contrárias ao nosso redor.

  1. Imoralidade sexual.

A deturpação da doutrina do pecado tem consequências significativas, especialmente no que diz respeito à imoralidade sexual. Ao distorcer a compreensão do pecado, a sociedade tende a avançar na prática de comportamentos sexuais imorais (Rm 1.24).

Em nome da liberdade individual e da autonomia sobre o próprio corpo, o sexo pré-conjugal e extraconjugal são banalizados, a homossexualidade é normalizada (Rm 1.26,27) e a importância da castidade é desvalorizada (Rm 6.12).

Essa flexibilização da moral sexual é acompanhada pela disseminação da ideologia de gênero e pela erotização da infância, o que resulta em um aumento da luxúria e da libertinagem. O pecado é tolerado, a família é enfraquecida e os princípios da santidade são negligenciados (Hb 13.4).

É importante destacar que a Bíblia apresenta diretrizes claras sobre a sexualidade e a importância da santidade em todas as áreas da vida. O afastamento desses princípios leva a uma distorção do plano de Deus para o relacionamento humano e causa danos tanto individualmente como socialmente.

Como cristãos, devemos manter a fidelidade aos ensinamentos bíblicos, preservando a santidade em nossa conduta sexual e promovendo a valorização da família como instituição divinamente estabelecida.

Isso implica em resistir às pressões culturais e buscar viver de acordo com os padrões morais e éticos estabelecidos por Deus.

  1. A dessacralização da vida.

As Escrituras ensinam que a vida humana é sagrada porque tem sua origem em Deus (Gn 1.27). Portanto, a vida é inviolável e deve ser valorizada (2 Pe 1.3). O corpo humano, como templo do Espírito Santo, deve ser cuidado, alimentado e preservado (Ef 5.29).

No entanto, devido à deturpação da doutrina do pecado, tem surgido ideologias que menosprezam a sacralidade e a dignidade humana. Propaga-se a ideia de uma autonomia absoluta sobre o próprio corpo, sem levar em consideração as limitações éticas e morais.

O lema “meu corpo, minhas regras” é usado para reivindicar o suposto direito de uma pessoa usar drogas, se prostituir, realizar aborto, cometer suicídio e praticar a eutanásia. Essas atitudes profanam o corpo que deveria ser consagrado ao serviço de Deus (1 Co 6.19). A criatura, de forma intencional, desafia a vontade do Criador (Rm 1.25).

É importante ressaltar que a dignidade humana e a sacralidade da vida são princípios fundamentais estabelecidos por Deus. Nenhum ser humano tem o direito de agir de forma desrespeitosa com seu próprio corpo ou com o corpo de outras pessoas.

Devemos reconhecer a importância de cuidar e preservar a vida humana, valorizando a santidade do corpo e buscando viver de acordo com os princípios éticos e morais estabelecidos por Deus em Sua Palavra.

CONCLUSÃO

Em conclusão, é importante destacar que a relativização do pecado, ao restringi-lo apenas à solução de questões sociais, e o exclusivismo moral, ao negligenciar causas sociais, não representam a verdadeira essência da fé cristã.

Embora a igreja não deva ser apolítica nem insensível às desigualdades sociais, é fundamental compreender que o mal primário a ser combatido é o pecado presente na natureza humana.

Quando uma pessoa é regenerada pela fé em Cristo, ela passa a repudiar as injustiças cometidas contra o próximo (Rm 1.18; 1 Co 13.6). A igreja verdadeiramente atuante é aquela que continua lutando na terra contra a influência da carne, do mundo, do Diabo, do pecado e da morte (Ef 6.12).

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