EBD – LIVRO DE ESTER – LIÇÃO 6 ADULTOS
TEXTO ÁUREO
“Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Et 4.14) Deus não e especificamente mencionado no livro de Ester, porem fica claro que Mardoqueu esperava que Deus libertasse o seu povo. Embora o livro de Ester não mencione o nome de Deus diretamente, a presença dele ecoa em suas páginas. Ester e Mardoqueu acreditavam no cuidado do Deus. e pelo fatode eles terem agido no momento certo, Deus os usou para salvar o seu povo.
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VERDADE PRÁTICA
A perfeita vontade de Deus é nos guiar por caminhos que levem ao cumprimento de seus eternos propósitos. Nada neste mundo pode frustrar os planos e a vontade de Deus para nossas vidas, mas é necessário andarmos no centro de sua vontade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 2 Tm 3.16,17
O Livro de Ester é a revelação divina escrita, completa e perfeita. 16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, 2Pe 1:20;
17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
Terça – Jr 25.11; 29.10-14
O contexto do Livro de Ester remonta ao Cativeiro Babilônico. 11 E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. 10 Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.
11 Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
12 Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
13 E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.
14 E serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.
Quarta – Ed 1.1-3
O contexto do Livro de Ester remonta ao decreto de Ciro. 1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia ( para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias ), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: 2Cr 36:22; Jr 25:12; Jr 29:10;
2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.
Quinta – 1 Tm 2.1-4
Instruções para os cristãos se relacionarem com governos terrenos. 1 Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens,
2 pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Jr 29:7;
3 Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
4 que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.
Sexta – Et 3.7-13
Tudo parecia bem até que surgiu uma ordem contra os judeus. 7 No primeiro mês ( que é o mês de nisã ), no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, de dia em dia e de mês em mês, até ao duodécimo mês, que é o mês de adar.
Sábado – Et 9.20-28
A instituição da Festa de Purim, o livramento dos judeus. 20 E Mardoqueu escreveu essas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe,…
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ester 1.1-9
1 – E sucedeu, nos dias de Assuero (este é aquele Assuero que reinou, desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias);
2 – naqueles dias, assentando-se o rei Assuero sobre o trono do seu reino, que está na fortaleza de Susã,
3 – no terceiro ano de seu reinado, fez um convite a todos os seus príncipes e seus servos (o poder da Pérsia e Média e os maiores senhores das províncias estavam perante ele),
4 – para mostrar as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber, cento e oitenta dias.
5 – E, acabados aqueles dias, fez o rei um convite a todo o povo que se achou na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.
6 – As tapeçarias eram de pano branco, verde e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas.
7 – E dava-se de beber em vasos de ouro, e os vasos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo o estado do rei.
8 – E o beber era, por lei, feito sem que ninguém forçasse a outro; porque assim o tinha ordenado o rei expressamente a todos os grandes da sua casa que fizessem conforme a vontade de cada um.
9 – Também a rainha Vasti fez um banquete para as mulheres da casa real do rei Assuero.
HINOS SUGERIDOS: 77, 467, 526 da Harpa Cristã
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PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A partir desta lição, estudaremos o Livro de Ester. Veremos como o livro está organizado, a categoria a que pertence, características literárias, autoria e data. Procuraremos também situar o contexto histórico em que o livro foi produzido. Veremos que o exílio de Israel é uma informação essencial para remontar o contexto histórico do Livro de Ester. Finalmente, perceberemos que a providência divina apresentada no livro é um assunto que formula o propósito de Ester. Trata-se de uma providência divina não mencionada, porém, constatada ao longo do livro sagrado.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar a organização do Livro de Ester;
II) Explorar o contexto histórico do Livro de Ester;
III) Expor o propósito e a mensagem do Livro de Ester.
B) Motivação:
Deus sempre esteve no controle da história. O Livro de Ester apresenta o fato de que, a despeito de experimentarmos períodos de ameaças e sofrimento, ele provê o livramento na história. A dor e o sofrimento, por mais difícil de explicar que seja, não anulam a ação da providência divina.
C) Sugestão de Método:
A partir desta lição, estudaremos o Livro de Ester. Nesse sentido, sugerimos que, ao introduzi-la, você apresente o esboço do livro: I) Deus levanta uma nova rainha na hora certa (1.1-2.18); II) Deus usa o primo da rainha para denunciar um trama (2.19-4.17); III) Deus usa a corajosa rainha para resgatar o seu povo (5.1-9.32); IV) Deus promove Mardoqueu por sua fidelidade (10.1-3). Para ter acesso ao esboço mais detalhado, você pode consultar a Bíblia de Estudo Pentecostal edição global na página 832. Esse esboço dará à classe a oportunidade de ver o panorama de todo o Livro de Ester, o que é indispensável para o processo de ensino-aprendizagem de um livro bíblico.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:
O Livro de Ester nos lembra da ação providencial de Deus. Ele nos revela que há um Deus que por meio de sua divina providência dirige a história. Nada que aconteça neste mundo anula a divina providência.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Nome e Panorama Geral”, localizado depois do primeiro tópico, apresenta os marcos cronológicos da história de Ester; 2) O texto “A Instituição da Festa de Purim”, ao final do terceiro tópico, explica os detalhes desta importante celebração.
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INTRODUÇÃO
Concluímos o estudo de Rute. Nesta lição iniciamos o estudo do livro de Ester. Rute é cheio de referências expressas ao nome de Deus. Ester, por sua vez, tem como característica singular, e sempre destacada, a completa ausência do nome de Deus. Ausência do nome mais não ausência do agir e das ações. Nem por isso o agir divino deixa de estar patente no livro. Isso vemos claramente. Ester não contém alusões diretas ao Deus da providência, mas nos apresenta uma história cujo roteiro é, por inteiro, uma manifestação da providência de Deus. Deus ache nos batedores do livro de Ester providenciando tudo para livrar e salvar o seu povo.
PALAVRA-CHAVE: ESTER
I – A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO
1. A categorização ou classificação de Ester.
Da mesma forma que Rute, Ester pertence aos Escritos, os onze livros que compõem a terceira seção da Bíblia Hebraica. E nesta seção – também ao lado de Rute –, integra os Megillot, os cinco livros curtos lidos anualmente nas festas judaicas. O livro de Ester ocupa um lugar especial na liturgia judaica, sendo lido durante a festa de Purim. Esta celebração recorda a intervenção providencial de Deus para salvar o povo judeu da destruição planejada por Hamã, conforme narrado no livro. Essa história reforça a soberania de Deus e a sua capacidade de usar pessoas comuns para realizar Seus propósitos. As categorizações de Rute e Ester também são semelhantes na Bíblia Cristã, na qual figuram entre os livros históricos.
No cânone hebraico, Ester está entre os Ketuvim, ou Escritos, uma seção que inclui diversos gêneros literários e históricos. Já na Bíblia Cristã, Ester é categorizado entre os livros históricos, junto com Rute e outros como Neemias e Esdras. Essa categorização não é apenas uma questão de organização literária, mas também um reconhecimento da importância histórica e teológica dessas narrativas. Por sua reconhecida canonicidade, legitimidade, Ester compõe o conjunto da revelação divina escrita, completa e perfeita (2 Tm 3.16,17). 16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, 17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
2. Características literárias.
O Livro de Ester tem 10 capítulos. Dentre suas características literárias destaca-se sua objetiva historicidade, vista na expressa referência ao rei persa Assuero (Et 1.1) e em vários outros detalhes factuais, fatos, além de seu caráter de fonte primária para a Festa de Purim, anualmente celebrada pelos judeus (Et 9.20-32). A Festa de Purim, comemora a salvação dos judeus da aniquilação planejada por Hamã. Ester 9:20-32 detalha como Mordecai e Ester estabeleceram a celebração de Purim, prescrevendo dias de festa e alegria, troca de presentes e ajuda aos pobres.
O estilo narrativo é menos dialógico que o de Rute. O texto é mais do narrador que dos personagens. Enquanto Rute é marcado por diálogos extensos e interações diretas entre os personagens, Ester é predominantemente narrativo, com o narrador desempenhando um papel central na condução da história. O texto é mais do narrador que dos personagens, o que confere à narrativa uma sensação de continuidade e fluidez, permitindo ao leitor acompanhar os eventos de forma lógica e clara.
3. Autoria e data.
O autor de Ester é desconhecido. Muitos estudiosos consideram que o livro foi escrito por um judeu que viveu na Pérsia, pelo fato de o autor demonstrar amplo conhecimento da cidade de Susã e de sua estrutura, e de importantes documentos do Império Persa. A tradição judaica tem atribuído a Mordecai, a autoria do texto. Embora essa atribuição não seja confirmada, destaca a importância de Mordecai na narrativa e sua possível contribuição para a preservação dos eventos relatados. Como um judeu influente na corte persa, Mordecai teria tido acesso a informações privilegiadas e poderia ter registrado os acontecimentos com precisão.
Considerando essa possível autoria e algumas evidências internas, acredita-se que o livro seja datado ainda do século V a.C. (por volta de 460 a.C.), logo após a morte de Assuero, ocorrida em 465 a.C. Outro fator levado em conta para essa datação é de ordem linguística: o autor empregou algumas palavras persas em meio ao hebraico, mas não fez uso algum de expressões originárias do grego, o que revela um estilo anterior à ascensão da Grécia sobre a Pérsia, que se deu com Alexandre, o grande, em 330 a.C. Ester é um livro de crise. Trata-se de um drama acontecimentos semelhantes aos da vida real. — não uma ficção, mas um fato genuíno. É encenado no palco da história real e reúne personagens verdadeiros. Cinco figuras movimentam-se diante de nós: Assuero, o rei persa; Vasti, a rainha deposta; Hamã, aquele que odiava os judeus; Mordecai, o líder judeu; e Ester, a moça judia que se tornou rainha. Como pano de fundo temos o palácio real, a capital persa e os vários milhares de judeus espalhados por todos os domínios do imperador.
SINÓPSE I
O Livro de Ester tem 10 capítulos e está classificado na categoria de livros históricos da Bíblia Cristã.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“NOME E PANORAMA GERAL
O livro de Ester leva o nome de sua personagem principal, uma judia chamada Hadassa (‘murta’), mas que foi renomeada Ester (‘uma estrela’). Um nome provavelmente escolhido como um reconhecimento de sua beleza, após tornar-se rainha. A história pertence cronologicamente ao período entre o retorno de Zorobabel e Esdras, ou seja, entre o sexto e o sétimo capítulo de Esdras. Os estudiosos chegaram à conclusão de que o rei Assuero a que se refere, é identificado como Xerxes. Assuero ou Akhashverosh equivale no hebraico ao persa Khshayarsha, e é denominado Xerxes em grego. O escritor foi meticuloso ao datar seus acontecimentos. O banquete de casamento em que Ester tomou posse como rainha, ocorreu no sétimo ano do reinado de Assuero (479 a.C.), quatro anos depois da celebração que resultou no divórcio de Vasti. “Acreditava-se que entre estes acontecimentos, Assuero (Xerxes) tenha feito sua mal sucedida expedição à Grécia. Assim, ele retornou da sua derrota vergonhosa em Salamina (480 a.C.) e encontrou consolo nos braços de Ester”. Os acontecimentos indicados no livro variam do terceiro ao décimo segundo ano do reinado de Xerxes, ou de 483 a 474 a.C.” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. II. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 543).
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II – O CONTEXTO HISTÓRICO
1. O povo hebreu no exílio.
Para uma melhor compreensão do contexto histórico do Livro de Ester é importante mencionar o final do período da monarquia do povo hebreu. Em 722 a.C. houve a queda do Reino do Norte sob os assírios (2 Rs 17.6). Os assírios dispersaram as dez tribos do norte, levando muitos israelitas para o exílio e trazendo povos estrangeiros para habitar na terra de Israel. Esse evento marcou a perda da independência e da identidade nacional das tribos do norte. Pouco mais de 100 anos depois, Judá, o Reino do Sul, foi levado para o Cativeiro Babilônico em três levas: 605, 597 e 586 a.C. Conforme Jeremias havia profetizado, o exílio na Babilônia duraria 70 anos (Jr 25.11; 29.10-14).
A última leva, em 586 a.C., foi marcada pela destruição de Jerusalém e do Templo, um evento devastador para o povo de Deus. Foi um período em que Deus tratou com Judá, principalmente para extirpar destruir a idolatria que havia contaminado a nação (Ez 36.16-25). O exílio foi um tempo de disciplina divina, um chamado ao arrependimento e à renovação espiritual. A idolatria e a desobediência contínua de Judá levaram ao exílio, mas esse período também foi uma oportunidade para o povo renovar seu relacionamento com Deus. Deus abomina todo o pensamento, sentimento e comportamento idolátricos (Rm 1.18-25). 18 Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 25 pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!
Por isso, nada em nossa vida pode ocupar o lugar que pertence a Ele (1 Jo 2.15-17). 15 Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
17 E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
“A soberania de Deus não encontra limites. Ele age em qualquer época ou lugar para cumprir seus propósitos.”
2. O fim do exílio.
Ao mesmo tempo em que julgava Judá por sua idolatria, o Deus Eterno, Juiz de toda a terra, exercia seu justo juízo sobre a Babilônia, por sua iniquidade (Jr 25.12). 12 Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei da Babilônia, e esta nação, diz o SENHOR, castigando a sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles um deserto perpétuo. Antes, já havia julgado a Assíria, como profetizado por Naum: Deus não tem o culpado por inocente (Na 1.2,3). A justiça divina é infalível e que as nações que se desviam do caminho da retidão enfrentarão a punição de Deus.
Em 539 a.C. Ciro venceu os babilônios e anexou seu território ao Império Persa. Embora Deus tenha julgado Judá por sua idolatria, como confirmado pelo exílio, Ele também exerceu Seu justo juízo sobre as nações opressoras, como a Babilônia. Logo no primeiro ano de reinado, “despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia” Este evento demonstra a soberania divina na manipulação das ações dos governantes para cumprir Seus propósitos. Através do decreto de Ciro, Deus permitiu que os judeus retornassem e reconstruíssem Jerusalém, cumprindo assim Suas promessas. e o fez decretar o retorno do povo judeu para Jerusalém (Ed 1.1-3). O retorno à terra prometida foi possível devido à intervenção direta de Deus através de Ciro, o rei da Pérsia. Daniel havia se humilhado diante de Deus, jejuando e orando fervorosamente para a restauração de Jerusalém, confessando os pecados da nação de Israel (Dn 9.1-19).
Este ato de humildade e busca pela intervenção divina é um modelo para o relacionamento dos crentes com as estruturas de poder terreno. O ensino bíblico a respeito de nosso relacionamento com as estruturas de poder terreno é sempre confiar na soberania divina, buscando, com humildade, a intervenção de Deus em nosso favor (2 Cr 7.14). “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” Este versículo nos ensina que devemos confiar na soberania divina e buscar a intervenção de Deus em nossas vidas e na nossa nação. Agindo assim, poderemos ter “uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”, e contribuir para o cumprimento do maior propósito de Deus, que é a salvação de todos os homens, inclusive dos que não governam segundo os valores divinos (1 Tm 2.1-4). Mesmo quando os governantes não governam segundo os valores divinos, nossa responsabilidade é orar e buscar a Deus para que Ele intervenha e transforme as circunstâncias para cumprir Seu plano de salvação (1 Timóteo 2:1-4).
3. O pós-exílio.
Ester registra fatos ocorridos na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para Jerusalém. A História de Ester revela como Deus, em Sua providência, continuou a cuidar de Seu povo mesmo enquanto eles estavam longe de sua terra natal. Ester, uma jovem judia que se tornou rainha da Pérsia, desempenhou um papel crucial em salvar os judeus de um plano genocida de Hamã, um alto oficial do rei Xerxes. A história mostra que Deus pode usar qualquer pessoa e qualquer situação para cumprir Seus propósitos.
Como Mordecai disse a Ester: “E quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Ester 4:14). Este versículo demonstra a crença na providência divina: Ester estava em sua posição real não por acaso, mas porque Deus a colocou lá para cumprir um propósito maior. Estima-se que mais de 1 milhão de judeus viviam na região da Babilônia. Mesmo com o decreto de Ciro, que permitia a volta para Jerusalém, a maioria absoluta dos judeus decidiu pelo que lhes parecia mais cômodo: permanecer nas cidades que ocupavam na Babilônia. essa decisão nos mostra uma tendência humana de buscar o caminho aparentemente mais fácil e seguro, em vez de enfrentar os desafios e incertezas associados ao retorno e à reconstrução de Jerusalém.
Permanecer na Babilônia significou uma continuidade da vida em um ambiente pagão, onde as leis e costumes locais não estavam alinhados com os valores e a fé judaica. Somente cerca de 50 mil voltaram para Jerusalém no primeiro grupo, liderados por Zorobabel (Ed 1.5; 2.64,65), no segundo ano do reinado de Ciro (538 a.C.). Esse período da história é narrado do capítulo 1 ao capítulo 6 do livro de Esdras. Entre o capítulo 6 e o capítulo 7 há um intervalo de aproximadamente 60 anos. É na segunda metade desse período que se passam os fatos do livro de Ester (483-473 a.C.). O livro de Ester, portanto, complementa a narrativa de Esdras, mostrando que, enquanto alguns judeus estavam empenhados na reconstrução física e espiritual de Jerusalém, muitos outros ainda viviam sob a influência e os riscos de uma cultura estrangeira. A história de Ester é um testemunho da fidelidade de Deus, que não abandona Seu povo, mesmo quando eles estão longe de sua terra prometida.
SINÓPSE II
Os fatos registrados no Livro de Ester se passam na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para Jerusalém.
III – PROPÓSITO E MENSAGEM
1. A providência divina.
O principal propósito do livro de Ester é registrar o cuidado providencial de Deus com o seu povo, a despeito a pesar de suas escolhas fora de seu propósito. o livro de Ester mostra como Deus, em Sua providência, protegeu e preservou os judeus mesmo na Babilônia. Apesar das circunstâncias adversas e das escolhas humanas que podem parecer erradas, Deus está no controle e age para o bem de Seu povo. Ao decidirem permanecer na Babilônia, sob os domínios do Império Persa, os judeus olharam para a estabilidade que imaginavam ter conquistado, não apenas no aspecto econômico, mas também cultural, social e religioso. A escolha dos judeus de permanecer na Babilônia pode ser vista como desobediência ao propósito de Deus de restaurar Jerusalém. Os persas tinham fama de benevolência com os povos que dominavam, principalmente quanto à liberdade religiosa.
O retorno a Jerusalém exigia renúncia e disposição para uma viagem penosa e para a dura reconstrução de uma cidade totalmente destruída. Para muitos, pareceu melhor ficar na Babilônia: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14.12). Embora a decisão de ficar parecesse sensata e segura, ela também representava uma falta de fé na promessa de Deus de restaurar Seu povo em sua terra natal.
2. Uma falsa estabilidade.
Ester nos transmite como mensagem o perigo de confiar nas falsas estabilidades que as estruturas do mundo nos oferecem, e costumam parecer mais vantajosas. A narrativa atinge um ponto crítico quando Hamã, um alto oficial do rei Xerxes, trama o extermínio total dos judeus (Ester 3:7-13). A falsa segurança em que os judeus confiavam desmoronou rapidamente diante dessa ameaça mortal. Estava tudo indo muito bem em Susã, até surgir a ordem de extermínio total dos judeus (Et 3.7-13). A ordem de extermínio não só revelou a fragilidade da estabilidade oferecida pelas estruturas humanas, mas também demonstrou a dependência absoluta do povo de Judá na intervenção divina para sua sobrevivência.
A falsa segurança foi embora. O povo de Judá dependia novamente da intervenção divina para sua sobrevivência. Ester nos mostra Deus agindo mais uma vez, movendo as estruturas humanas; agora, no grande e poderoso Império Persa. A história de Ester nos ensina a colocar nossa confiança no Senhor em todas as circunstâncias. Ela nos mostra que, mesmo quando enfrentamos ameaças e incertezas, Deus está presente e ativo, movendo as peças de Sua criação para cumprir Seus propósitos e proteger Seu povo. Seja qual for a circunstância, é melhor confiar no Senhor do que no homem (Sl 118.8,9). 8 É melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem.
9 É melhor confiar no SENHOR do que confiar nos príncipes.
3. A Festa de Purim.
A história de Ester e a festa de Purim lembram-nos que, independentemente das circunstâncias, Deus controla tudo e Seus planos não podem ser frustrados.
O livro de Ester tem como propósito, também, registrar a instituição da Festa de Purim, ordenada por Mardoqueu depois do grande livramento que os judeus receberam (Et 9.20-28). Purim é o plural da palavra pur (“lançar sorte”). Na festa de Purim Israel celebram com alegria, festas, troca de presentes e caridade aos pobres, seguindo a instrução de Ester 9:22: “como os dias em que os judeus tiveram sossego de seus inimigos, e como o mês que de tristeza se lhes mudou em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem presentes uns aos outros, e dádivas aos pobres.” Conforme Ester 3.7, Hamã lançou sorte para fixar o dia da morte dos judeus.
A festa comemora a frustração desse nefasto danoso plano diante da providencial ação divina para a libertação de seu povo. A soberania de Deus não encontra limites. A história de Purim é um poderoso testemunho da soberania de Deus, que não conhece limites. Ele age em qualquer época ou lugar para cumprir seus propósitos. Mesmo em um ambiente hostil, sob o domínio de um império poderoso, Deus agiu de maneira decisiva para proteger Seu povo. Este evento ilustra claramente que Deus pode intervir em qualquer época ou lugar para cumprir Seus propósitos. A celebração de Purim é, portanto, uma lembrança anual da fidelidade e da providência divina.
SINOPSE III
O propósito do livro é registrar a providência de Deus com seu povo; sua mensagem é a respeito do perigo de se confiar nas falsas estabilidades.
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AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“A INSTITUIÇÃO DA FESTA DE PURIM
Um dia de banquetes e alegria inaugurou a celebração de Purim (9.17,26). ‘Dia de banquetes e de alegria’ é uma hendíadis, uma figura de linguagem que expressa uma ideia por meio de duas palavras independentes — cada uma delas amplificando a outra de modo que no final a ideia é maior que as duas palavras isoladas —, em vez de uma palavra com um modificador (cp. 9.17-19,24,28). O livro tem muitos aspectos poéticos, incluindo aliteração, paralelismo, hipérbole, ironia e também construções quiasmáticas. O nome da festa (Purim ou Festa das Sortes), uma das duas festas não estabelecidas no Pentateuco (cp. Êx 34.18-27; Lv 23.1-44; 25.1-17), mas consideradas pelos judeus tão obrigatórias quanto as celebrações, salienta a importância do lançar sortes como um indício do cuidado providencial do povo de Deus e do controle de seus inimigos (Et 9.24-26).
Foram designados dois dias para as celebrações: os judeus em Susã tiveram dois dias para matar seus inimigos (v. 18) e descansaram no dia 15 de adar (final de fevereiro ou início de março) e, por conseguinte, a celebração deles foi designada para esse dia. Os judeus nas províncias remotas tiveram apenas o dia 13 de adar para responder a seus inimigos, e eles celebraram no dia 14 de adar (9.19). O dia 13 de adar também é celebrado por alguns judeus como a Festa de Ester, por causa da menção de comemorar as práticas do jejum e do seu clamor (v. 31)” (Patterson, D. K, KELLEY, R. H. Comentário Bíblico da Mulher – Antigo Testamento. Vol. I. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 897-98).
CONCLUSÃO
O Livro de Ester nos lembra de que vivemos neste mundo, mas não devemos confiar em suas estruturas. Todos os reinos deste mundo passarão (Dn 2.37-45). Por isso, a Palavra de Deus diz que “a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual a característica mais destacada do Livro de Ester?
Ester, por sua vez, tem como característica singular, e sempre destacada, a completa ausência do nome de Deus.
2. Quais as evidências da historicidade do Livro de Ester?
Muitos estudiosos consideram que o livro foi escrito por um judeu que viveu na Pérsia, pelo fato de o autor demonstrar amplo conhecimento da cidade de Susã e de sua estrutura, e de importantes documentos do Império Persa.
3. Qual o contexto histórico de Ester em relação ao período pós-exílico?
Ester registra fatos ocorridos na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para Jerusalém.
4. Qual o principal propósito do livro de Ester?
O principal propósito do livro de Ester é registrar o cuidado providencial de Deus com o seu povo, a despeito de suas escolhas fora de seu propósito.
5. Que mensagem principal podemos extrair de Ester?
Ester nos transmite como mensagem o perigo de confiar nas falsas estabilidades que as estruturas do mundo nos oferecem, e costumam parecer mais vantajosas.
VOCABULÁRIO
Canonicidade: característica ou qualidade do que é canônico; legitimidade, veracidade, sacralidade.
TEXTO ÁUREO
“Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Et 4.14) Deus não e especificamente mencionado no livro de Ester, porem fica claro que Mardoqueu esperava que Deus libertasse o seu povo. Embora o livro de Ester não mencione o nome de Deus diretamente, a presença dele ecoa em suas páginas. Ester e Mardoqueu acreditavam no cuidado do Deus. e pelo fato
de eles terem agido no momento certo, Deus os usou para sal
var o seu povo.
VERDADE PRÁTICA
A perfeita vontade de Deus é nos guiar por caminhos que levem ao cumprimento de seus eternos propósitos. Nada neste mundo pode frustrar os planos e a vontade de Deus para nossas vidas, mas é necessário andarmos no centro de sua vontade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 2 Tm 3.16,17
O Livro de Ester é a revelação divina escrita, completa e perfeita. 16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, 2Pe 1:20;
17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
Terça – Jr 25.11; 29.10-14
O contexto do Livro de Ester remonta ao Cativeiro Babilônico. 11 E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. 10 Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.
11 Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
12 Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
13 E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.
14 E serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.
Quarta – Ed 1.1-3
O contexto do Livro de Ester remonta ao decreto de Ciro. 1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia ( para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias ), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: 2Cr 36:22; Jr 25:12; Jr 29:10;
2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.
Quinta – 1 Tm 2.1-4
Instruções para os cristãos se relacionarem com governos terrenos. 1 Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens,
2 pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Jr 29:7;
3 Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
4 que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.
Sexta – Et 3.7-13
Tudo parecia bem até que surgiu uma ordem contra os judeus. 7 No primeiro mês ( que é o mês de nisã ), no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, de dia em dia e de mês em mês, até ao duodécimo mês, que é o mês de adar.
Sábado – Et 9.20-28
A instituição da Festa de Purim, o livramento dos judeus. 20 E Mardoqueu escreveu essas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe,…
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ester 1.1-9
1 – E sucedeu, nos dias de Assuero (este é aquele Assuero que reinou, desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias);
2 – naqueles dias, assentando-se o rei Assuero sobre o trono do seu reino, que está na fortaleza de Susã,
3 – no terceiro ano de seu reinado, fez um convite a todos os seus príncipes e seus servos (o poder da Pérsia e Média e os maiores senhores das províncias estavam perante ele),
4 – para mostrar as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber, cento e oitenta dias.
5 – E, acabados aqueles dias, fez o rei um convite a todo o povo que se achou na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.
6 – As tapeçarias eram de pano branco, verde e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas.
7 – E dava-se de beber em vasos de ouro, e os vasos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo o estado do rei.
8 – E o beber era, por lei, feito sem que ninguém forçasse a outro; porque assim o tinha ordenado o rei expressamente a todos os grandes da sua casa que fizessem conforme a vontade de cada um.
9 – Também a rainha Vasti fez um banquete para as mulheres da casa real do rei Assuero.
HINOS SUGERIDOS: 77, 467, 526 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A partir desta lição, estudaremos o Livro de Ester. Veremos como o livro está organizado, a categoria a que pertence, características literárias, autoria e data. Procuraremos também situar o contexto histórico em que o livro foi produzido. Veremos que o exílio de Israel é uma informação essencial para remontar o contexto histórico do Livro de Ester. Finalmente, perceberemos que a providência divina apresentada no livro é um assunto que formula o propósito de Ester. Trata-se de uma providência divina não mencionada, porém, constatada ao longo do livro sagrado.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar a organização do Livro de Ester;
II) Explorar o contexto histórico do Livro de Ester;
III) Expor o propósito e a mensagem do Livro de Ester.
B) Motivação: Deus sempre esteve no controle da história. O Livro de Ester apresenta o fato de que, a despeito de experimentarmos períodos de ameaças e sofrimento, ele provê o livramento na história. A dor e o sofrimento, por mais difícil de explicar que seja, não anulam a ação da providência divina.
C) Sugestão de Método: A partir desta lição, estudaremos o Livro de Ester. Nesse sentido, sugerimos que, ao introduzi-la, você apresente o esboço do livro: I) Deus levanta uma nova rainha na hora certa (1.1-2.18); II) Deus usa o primo da rainha para denunciar um trama (2.19-4.17); III) Deus usa a corajosa rainha para resgatar o seu povo (5.1-9.32); IV) Deus promove Mardoqueu por sua fidelidade (10.1-3). Para ter acesso ao esboço mais detalhado, você pode consultar a Bíblia de Estudo Pentecostal edição global na página 832. Esse esboço dará à classe a oportunidade de ver o panorama de todo o Livro de Ester, o que é indispensável para o processo de ensino-aprendizagem de um livro bíblico.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O Livro de Ester nos lembra da ação providencial de Deus. Ele nos revela que há um Deus que por meio de sua divina providência dirige a história. Nada que aconteça neste mundo anula a divina providência.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Nome e Panorama Geral”, localizado depois do primeiro tópico, apresenta os marcos cronológicos da história de Ester; 2) O texto “A Instituição da Festa de Purim”, ao final do terceiro tópico, explica os detalhes desta importante celebração.
INTRODUÇÃO
Concluímos o estudo de Rute. Nesta lição iniciamos o estudo do livro de Ester. Rute é cheio de referências expressas ao nome de Deus. Ester, por sua vez, tem como característica singular, e sempre destacada, a completa ausência do nome de Deus. Ausência do nome mais não ausência do agir e das ações. Nem por isso o agir divino deixa de estar patente no livro. Isso vemos claramente. Ester não contém alusões diretas ao Deus da providência, mas nos apresenta uma história cujo roteiro é, por inteiro, uma manifestação da providência de Deus. Deus ache nos batedores do livro de Ester providenciando tudo para livrar e salvar o seu povo.
PALAVRA-CHAVE: ESTER
I – A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO
1. A categorização ou classificação de Ester.
Da mesma forma que Rute, Ester pertence aos Escritos, os onze livros que compõem a terceira seção da Bíblia Hebraica. E nesta seção – também ao lado de Rute –, integra os Megillot, os cinco livros curtos lidos anualmente nas festas judaicas. O livro de Ester ocupa um lugar especial na liturgia judaica, sendo lido durante a festa de Purim. Esta celebração recorda a intervenção providencial de Deus para salvar o povo judeu da destruição planejada por Hamã, conforme narrado no livro. Essa história reforça a soberania de Deus e a sua capacidade de usar pessoas comuns para realizar Seus propósitos. As categorizações de Rute e Ester também são semelhantes na Bíblia Cristã, na qual figuram entre os livros históricos. No cânone hebraico, Ester está entre os Ketuvim, ou Escritos, uma seção que inclui diversos gêneros literários e históricos. Já na Bíblia Cristã, Ester é categorizado entre os livros históricos, junto com Rute e outros como Neemias e Esdras. Essa categorização não é apenas uma questão de organização literária, mas também um reconhecimento da importância histórica e teológica dessas narrativas. Por sua reconhecida canonicidade, legitimidade, Ester compõe o conjunto da revelação divina escrita, completa e perfeita (2 Tm 3.16,17). 16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, 17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
2. Características literárias.
O Livro de Ester tem 10 capítulos. Dentre suas características literárias destaca-se sua objetiva historicidade, vista na expressa referência ao rei persa Assuero (Et 1.1) e em vários outros detalhes factuais, fatos, além de seu caráter de fonte primária para a Festa de Purim, anualmente celebrada pelos judeus (Et 9.20-32). A Festa de Purim, comemora a salvação dos judeus da aniquilação planejada por Hamã. Ester 9:20-32 detalha como Mordecai e Ester estabeleceram a celebração de Purim, prescrevendo dias de festa e alegria, troca de presentes e ajuda aos pobres. O estilo narrativo é menos dialógico que o de Rute. O texto é mais do narrador que dos personagens. Enquanto Rute é marcado por diálogos extensos e interações diretas entre os personagens, Ester é predominantemente narrativo, com o narrador desempenhando um papel central na condução da história. O texto é mais do narrador que dos personagens, o que confere à narrativa uma sensação de continuidade e fluidez, permitindo ao leitor acompanhar os eventos de forma lógica e clara.
3. Autoria e data.
O autor de Ester é desconhecido. Muitos estudiosos consideram que o livro foi escrito por um judeu que viveu na Pérsia, pelo fato de o autor demonstrar amplo conhecimento da cidade de Susã e de sua estrutura, e de importantes documentos do Império Persa. A tradição judaica tem atribuído a Mordecai, a autoria do texto. Embora essa atribuição não seja confirmada, destaca a importância de Mordecai na narrativa e sua possível contribuição para a preservação dos eventos relatados. Como um judeu influente na corte persa, Mordecai teria tido acesso a informações privilegiadas e poderia ter registrado os acontecimentos com precisão. Considerando essa possível autoria e algumas evidências internas, acredita-se que o livro seja datado ainda do século V a.C. (por volta de 460 a.C.), logo após a morte de Assuero, ocorrida em 465 a.C. Outro fator levado em conta para essa datação é de ordem linguística: o autor empregou algumas palavras persas em meio ao hebraico, mas não fez uso algum de expressões originárias do grego, o que revela um estilo anterior à ascensão da Grécia sobre a Pérsia, que se deu com Alexandre, o grande, em 330 a.C. Ester é um livro de crise. Trata-se de um drama acontecimentos semelhantes aos da vida real. — não uma ficção, mas um fato genuíno. É encenado no palco da história real e reúne personagens verdadeiros. Cinco figuras movimentam-se diante de nós: Assuero, o rei persa; Vasti, a rainha deposta; Hamã, aquele que odiava os judeus; Mordecai, o líder judeu; e
Ester, a moça judia que se tornou rainha. Como pano de fundo temos o palácio
real, a capital persa e os vários milhares de judeus espalhados por todos os
domínios do imperador.
SINÓPSE I
O Livro de Ester tem 10 capítulos e está classificado na categoria de livros históricos da Bíblia Cristã.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“NOME E PANORAMA GERAL
O livro de Ester leva o nome de sua personagem principal, uma judia chamada Hadassa (‘murta’), mas que foi renomeada Ester (‘uma estrela’). Um nome provavelmente escolhido como um reconhecimento de sua beleza, após tornar-se rainha. A história pertence cronologicamente ao período entre o retorno de Zorobabel e Esdras, ou seja, entre o sexto e o sétimo capítulo de Esdras. Os estudiosos chegaram à conclusão de que o rei Assuero a que se refere, é identificado como Xerxes. Assuero ou Akhashverosh equivale no hebraico ao persa Khshayarsha, e é denominado Xerxes em grego. O escritor foi meticuloso ao datar seus acontecimentos. O banquete de casamento em que Ester tomou posse como rainha, ocorreu no sétimo ano do reinado de Assuero (479 a.C.), quatro anos depois da celebração que resultou no divórcio de Vasti. “Acreditava-se que entre estes acontecimentos, Assuero (Xerxes) tenha feito sua mal sucedida expedição à Grécia. Assim, ele retornou da sua derrota vergonhosa em Salamina (480 a.C.) e encontrou consolo nos braços de Ester”. Os acontecimentos indicados no livro variam do terceiro ao décimo segundo ano do reinado de Xerxes, ou de 483 a 474 a.C.” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. II. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 543).
II – O CONTEXTO HISTÓRICO
1. O povo hebreu no exílio.
Para uma melhor compreensão do contexto histórico do Livro de Ester é importante mencionar o final do período da monarquia do povo hebreu. Em 722 a.C. houve a queda do Reino do Norte sob os assírios (2 Rs 17.6). Os assírios dispersaram as dez tribos do norte, levando muitos israelitas para o exílio e trazendo povos estrangeiros para habitar na terra de Israel. Esse evento marcou a perda da independência e da identidade nacional das tribos do norte. Pouco mais de 100 anos depois, Judá, o Reino do Sul, foi levado para o Cativeiro Babilônico em três levas: 605, 597 e 586 a.C. Conforme Jeremias havia profetizado, o exílio na Babilônia duraria 70 anos (Jr 25.11; 29.10-14). A última leva, em 586 a.C., foi marcada pela destruição de Jerusalém e do Templo, um evento devastador para o povo de Deus. Foi um período em que Deus tratou com Judá, principalmente para extirpar destruir a idolatria que havia contaminado a nação (Ez 36.16-25). O exílio foi um tempo de disciplina divina, um chamado ao arrependimento e à renovação espiritual. A idolatria e a desobediência contínua de Judá levaram ao exílio, mas esse período também foi uma oportunidade para o povo renovar seu relacionamento com Deus. Deus abomina todo o pensamento, sentimento e comportamento idolátricos (Rm 1.18-25). 18 Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 25 pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!
Por isso, nada em nossa vida pode ocupar o lugar que pertence a Ele (1 Jo 2.15-17). 15 Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
17 E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
“A soberania de Deus não encontra limites. Ele age em qualquer época ou lugar para cumprir seus propósitos.”
2. O fim do exílio.
Ao mesmo tempo em que julgava Judá por sua idolatria, o Deus Eterno, Juiz de toda a terra, exercia seu justo juízo sobre a Babilônia, por sua iniquidade (Jr 25.12). 12 Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei da Babilônia, e esta nação, diz o SENHOR, castigando a sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles um deserto perpétuo. Antes, já havia julgado a Assíria, como profetizado por Naum: Deus não tem o culpado por inocente (Na 1.2,3). A justiça divina é infalível e que as nações que se desviam do caminho da retidão enfrentarão a punição de Deus.
Em 539 a.C. Ciro venceu os babilônios e anexou seu território ao Império Persa. Embora Deus tenha julgado Judá por sua idolatria, como confirmado pelo exílio, Ele também exerceu Seu justo juízo sobre as nações opressoras, como a Babilônia. Logo no primeiro ano de reinado, “despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia” Este evento demonstra a soberania divina na manipulação das ações dos governantes para cumprir Seus propósitos. Através do decreto de Ciro, Deus permitiu que os judeus retornassem e reconstruíssem Jerusalém, cumprindo assim Suas promessas. e o fez decretar o retorno do povo judeu para Jerusalém (Ed 1.1-3). O retorno à terra prometida foi possível devido à intervenção direta de Deus através de Ciro, o rei da Pérsia. Daniel havia se humilhado diante de Deus, jejuando e orando fervorosamente para a restauração de Jerusalém, confessando os pecados da nação de Israel (Dn 9.1-19). Este ato de humildade e busca pela intervenção divina é um modelo para o relacionamento dos crentes com as estruturas de poder terreno. O ensino bíblico a respeito de nosso relacionamento com as estruturas de poder terreno é sempre confiar na soberania divina, buscando, com humildade, a intervenção de Deus em nosso favor (2 Cr 7.14). “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” Este versículo nos ensina que devemos confiar na soberania divina e buscar a intervenção de Deus em nossas vidas e na nossa nação. Agindo assim, poderemos ter “uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”, e contribuir para o cumprimento do maior propósito de Deus, que é a salvação de todos os homens, inclusive dos que não governam segundo os valores divinos (1 Tm 2.1-4). Mesmo quando os governantes não governam segundo os valores divinos, nossa responsabilidade é orar e buscar a Deus para que Ele intervenha e transforme as circunstâncias para cumprir Seu plano de salvação (1 Timóteo 2:1-4).
3. O pós-exílio.
Ester registra fatos ocorridos na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para Jerusalém. A História de Ester revela como Deus, em Sua providência, continuou a cuidar de Seu povo mesmo enquanto eles estavam longe de sua terra natal. Ester, uma jovem judia que se tornou rainha da Pérsia, desempenhou um papel crucial em salvar os judeus de um plano genocida de Hamã, um alto oficial do rei Xerxes. A história mostra que Deus pode usar qualquer pessoa e qualquer situação para cumprir Seus propósitos. Como Mordecai disse a Ester: “E quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Ester 4:14). Este versículo demonstra a crença na providência divina: Ester estava em sua posição real não por acaso, mas porque Deus a colocou lá para cumprir um propósito maior. Estima-se que mais de 1 milhão de judeus viviam na região da Babilônia. Mesmo com o decreto de Ciro, que permitia a volta para Jerusalém, a maioria absoluta dos judeus decidiu pelo que lhes parecia mais cômodo: permanecer nas cidades que ocupavam na Babilônia. essa decisão nos mostra uma tendência humana de buscar o caminho aparentemente mais fácil e seguro, em vez de enfrentar os desafios e incertezas associados ao retorno e à reconstrução de Jerusalém. Permanecer na Babilônia significou uma continuidade da vida em um ambiente pagão, onde as leis e costumes locais não estavam alinhados com os valores e a fé judaica. Somente cerca de 50 mil voltaram para Jerusalém no primeiro grupo, liderados por Zorobabel (Ed 1.5; 2.64,65), no segundo ano do reinado de Ciro (538 a.C.). Esse período da história é narrado do capítulo 1 ao capítulo 6 do livro de Esdras. Entre o capítulo 6 e o capítulo 7 há um intervalo de aproximadamente 60 anos. É na segunda metade desse período que se passam os fatos do livro de Ester (483-473 a.C.). O livro de Ester, portanto, complementa a narrativa de Esdras, mostrando que, enquanto alguns judeus estavam empenhados na reconstrução física e espiritual de Jerusalém, muitos outros ainda viviam sob a influência e os riscos de uma cultura estrangeira. A história de Ester é um testemunho da fidelidade de Deus, que não abandona Seu povo, mesmo quando eles estão longe de sua terra prometida.
SINÓPSE II
Os fatos registrados no Livro de Ester se passam na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para Jerusalém.
III – PROPÓSITO E MENSAGEM
1. A providência divina.
O principal propósito do livro de Ester é registrar o cuidado providencial de Deus com o seu povo, a despeito a pesar de suas escolhas fora de seu propósito. o livro de Ester mostra como Deus, em Sua providência, protegeu e preservou os judeus mesmo na Babilônia. Apesar das circunstâncias adversas e das escolhas humanas que podem parecer erradas, Deus está no controle e age para o bem de Seu povo. Ao decidirem permanecer na Babilônia, sob os domínios do Império Persa, os judeus olharam para a estabilidade que imaginavam ter conquistado, não apenas no aspecto econômico, mas também cultural, social e religioso. A escolha dos judeus de permanecer na Babilônia pode ser vista como desobediência ao propósito de Deus de restaurar Jerusalém. Os persas tinham fama de benevolência com os povos que dominavam, principalmente quanto à liberdade religiosa. O retorno a Jerusalém exigia renúncia e disposição para uma viagem penosa e para a dura reconstrução de uma cidade totalmente destruída. Para muitos, pareceu melhor ficar na Babilônia: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14.12). Embora a decisão de ficar parecesse sensata e segura, ela também representava uma falta de fé na promessa de Deus de restaurar Seu povo em sua terra natal.
2. Uma falsa estabilidade.
Ester nos transmite como mensagem o perigo de confiar nas falsas estabilidades que as estruturas do mundo nos oferecem, e costumam parecer mais vantajosas. A narrativa atinge um ponto crítico quando Hamã, um alto oficial do rei Xerxes, trama o extermínio total dos judeus (Ester 3:7-13). A falsa segurança em que os judeus confiavam desmoronou rapidamente diante dessa ameaça mortal. Estava tudo indo muito bem em Susã, até surgir a ordem de extermínio total dos judeus (Et 3.7-13). A ordem de extermínio não só revelou a fragilidade da estabilidade oferecida pelas estruturas humanas, mas também demonstrou a dependência absoluta do povo de Judá na intervenção divina para sua sobrevivência. A falsa segurança foi embora. O povo de Judá dependia novamente da intervenção divina para sua sobrevivência. Ester nos mostra Deus agindo mais uma vez, movendo as estruturas humanas; agora, no grande e poderoso Império Persa. A história de Ester nos ensina a colocar nossa confiança no Senhor em todas as circunstâncias. Ela nos mostra que, mesmo quando enfrentamos ameaças e incertezas, Deus está presente e ativo, movendo as peças de Sua criação para cumprir Seus propósitos e proteger Seu povo. Seja qual for a circunstância, é melhor confiar no Senhor do que no homem (Sl 118.8,9). 8 É melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem.
9 É melhor confiar no SENHOR do que confiar nos príncipes.
3. A Festa de Purim. A história de Ester e a festa de Purim lembram-nos que, independentemente das circunstâncias, Deus controla tudo e Seus planos não podem ser frustrados.
O livro de Ester tem como propósito, também, registrar a instituição da Festa de Purim, ordenada por Mardoqueu depois do grande livramento que os judeus receberam (Et 9.20-28). Purim é o plural da palavra pur (“lançar sorte”). Na festa de Purim Israel celebram com alegria, festas, troca de presentes e caridade aos pobres, seguindo a instrução de Ester 9:22: “como os dias em que os judeus tiveram sossego de seus inimigos, e como o mês que de tristeza se lhes mudou em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem presentes uns aos outros, e dádivas aos pobres.” Conforme Ester 3.7, Hamã lançou sorte para fixar o dia da morte dos judeus. A festa comemora a frustração desse nefasto danoso plano diante da providencial ação divina para a libertação de seu povo. A soberania de Deus não encontra limites. A história de Purim é um poderoso testemunho da soberania de Deus, que não conhece limites. Ele age em qualquer época ou lugar para cumprir seus propósitos. Mesmo em um ambiente hostil, sob o domínio de um império poderoso, Deus agiu de maneira decisiva para proteger Seu povo. Este evento ilustra claramente que Deus pode intervir em qualquer época ou lugar para cumprir Seus propósitos. A celebração de Purim é, portanto, uma lembrança anual da fidelidade e da providência divina.
SINOPSE III
O propósito do livro é registrar a providência de Deus com seu povo; sua mensagem é a respeito do perigo de se confiar nas falsas estabilidades.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“A INSTITUIÇÃO DA FESTA DE PURIM
Um dia de banquetes e alegria inaugurou a celebração de Purim (9.17,26). ‘Dia de banquetes e de alegria’ é uma hendíadis, uma figura de linguagem que expressa uma ideia por meio de duas palavras independentes — cada uma delas amplificando a outra de modo que no final a ideia é maior que as duas palavras isoladas —, em vez de uma palavra com um modificador (cp. 9.17-19,24,28). O livro tem muitos aspectos poéticos, incluindo aliteração, paralelismo, hipérbole, ironia e também construções quiasmáticas. O nome da festa (Purim ou Festa das Sortes), uma das duas festas não estabelecidas no Pentateuco (cp. Êx 34.18-27; Lv 23.1-44; 25.1-17), mas consideradas pelos judeus tão obrigatórias quanto as celebrações, salienta a importância do lançar sortes como um indício do cuidado providencial do povo de Deus e do controle de seus inimigos (Et 9.24-26). Foram designados dois dias para as celebrações: os judeus em Susã tiveram dois dias para matar seus inimigos (v. 18) e descansaram no dia 15 de adar (final de fevereiro ou início de março) e, por conseguinte, a celebração deles foi designada para esse dia. Os judeus nas províncias remotas tiveram apenas o dia 13 de adar para responder a seus inimigos, e eles celebraram no dia 14 de adar (9.19). O dia 13 de adar também é celebrado por alguns judeus como a Festa de Ester, por causa da menção de comemorar as práticas do jejum e do seu clamor (v. 31)” (Patterson, D. K, KELLEY, R. H. Comentário Bíblico da Mulher – Antigo Testamento. Vol. I. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 897-98).
CONCLUSÃO
O Livro de Ester nos lembra de que vivemos neste mundo, mas não devemos confiar em suas estruturas. Todos os reinos deste mundo passarão (Dn 2.37-45). Por isso, a Palavra de Deus diz que “a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual a característica mais destacada do Livro de Ester?
Ester, por sua vez, tem como característica singular, e sempre destacada, a completa ausência do nome de Deus.
2. Quais as evidências da historicidade do Livro de Ester?
Muitos estudiosos consideram que o livro foi escrito por um judeu que viveu na Pérsia, pelo fato de o autor demonstrar amplo conhecimento da cidade de Susã e de sua estrutura, e de importantes documentos do Império Persa.
3. Qual o contexto histórico de Ester em relação ao período pós-exílico?
Ester registra fatos ocorridos na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para Jerusalém.
4. Qual o principal propósito do livro de Ester?
O principal propósito do livro de Ester é registrar o cuidado providencial de Deus com o seu povo, a despeito de suas escolhas fora de seu propósito.
5. Que mensagem principal podemos extrair de Ester?
Ester nos transmite como mensagem o perigo de confiar nas falsas estabilidades que as estruturas do mundo nos oferecem, e costumam parecer mais vantajosas.
VOCABULÁRIO
Canonicidade: característica ou qualidade do que é canônico; legitimidade, veracidade, sacralidade.