EBD- Naum e Habacuque, lição 10 Juvenis

EBD- Naum e Habacuque, lição 10 Juvenis

Prefácio – Introdução

Qual o conteúdo da profecia de Naum? Mesmo após Deus “perdoar” os Ninivitas (pela mensagem do profeta Jonas), Naum profetizou contra esse mesmo povo? Por que Deus se irou contra os Assírios? Qual o conteúdo da profecia de Habacuque? Qual foi o questionamento que Habacuque fez para o Senhor? Deus respondeu Habacuque? O que o cântico de Habacuque revela (no sentido de sentimento)? Esses dois profetas, que foram contemporâneos, trazem riquezas em suas profecias da parte do Senhor.

O Reino do Norte de Israel foi invadido pelos Assírios, que foram um “instrumento” usado por Deus para trazer juízo e disciplina sobre o seu povo. Porém, os Assírios (e Nínive era a sua principal cidade) muito se elevaram não apenas em poder, mas também em soberba e em maldade. A maldade dos Ninivitas incomodou tanto o Senhor que nem mesmo o arrependimento e o concerto feito pela  geração anterior foi capaz de aplacar a sua ira, pois apesar de o nosso Deus ser abundante em misericórdia, Ele também é um justo juiz.

No mesmo sentido, Habacuque se revela como um profeta “sensível” aos acontecimentos, e questiona como Deus em sua santidade poderia tolerar tamanha maldade daquela geração. Ao receber a resposta de Deus, Habacuque entende que os Caldeus invadiriam o Reino do Sul (do qual fazia parte). O profeta então se vê “indignado” sobre o triunfar do ímpio sobre o povo de Deus, mas ao mesmo tempo se conforta em saber que tudo aquilo era temporário; e que, assim como Deus usou os Assírios para triunfar sobre reino do norte, os Caldeus também seriam usados apenas como um instrumento para aplicação de disciplina ao reino do Sul.

Dessa forma, como entendeu que o castigo não seria permanente, mas apenas temporário, Habacuque dedica um cântico ao Senhor, no sentido de que a sua fé não estaria condicionada aos acontecimentos, mas no fato de que confia Nele e no seu agir. Além disso, Habacuque ora por misericórdia e restauração, e deixa um “legado” para as gerações futuras (que enfrentariam o período do cativeiro), para que permanecessem firmes na esperança, pois o Senhor tinha datas marcadas e tempos definidos.

Essa lição possui grande relevância não apenas para conhecermos as estruturas das profecias de Naum e de Habacuque, mas também para conhecermos sobre a natureza do nosso Deus, que apesar de bondoso, paciente e misericordioso, também é Santo e aborrece a maldade.

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 I – A PROFECIA DE NAUM

1.1. A destruição iminente de Nínive

A profecia de Naum vai de encontro a um povo que antes havia sido poupado por Deus, devido ao seu arrependimento, conforme relata Jonas em seu livro. Todavia, as gerações seguintes não abandonaram a crueldade. Assim, o mesmo povo que outrora havia sido instrumento de Deus para castigar Israel, levando-o cativo, agora experimentaria o juízo divino. Ninive, a orgulhosa cidade, seria completamente destruída por Deus.

Naum menciona os leões, símbolo dos assírios: “Onde está, agora, o covil dos leões?” (Na 2.11). Trata-se de uma pergunta retórica do profeta ao anunciar a destruição completa de Nínive, tendo a batalha estendida até os seus muros. Com ojuízo divino sobre Nínive, Judá experimentaria um breve respiro antes que viesse o castigo por meio dos babilônios.

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Na lição anterior estudamos (na profecia do profeta Jonas) acerca do arrependimento e sobre como ele é capaz de invocar a misericórdia de Deus. Aquela geração dos ninivitas se fez sensível à pregação do profeta Jonas e alcançou misericórdia e graça da parte de Deus, de modo que sobre ela não veio juízo. Porém, a geração seguinte dos assírios não seguiu no bom costume e se corrompeu, de modo que a sua maldade se elevou diante de Deus.

Os Assírios marcaram uma época de grande conquistas, principalmente na figura do rei Senaqueribe, que liderou a invasão do reino do Norte de Israel. Nesse período, não só o reino de Israel (reino do norte) foi conquistado, mas também muitas das nações vizinhas, de modo que o povo assírio de ensoberbeceu e se elevou em maldade. O profeta Naum, portanto, se destaca nesse contexto como uma voz que profetizava contra essa nação, externando a reprovação das suas práticas para com Deus.

1.2. A voz do Senhor

Diante das maldades praticadas por Nínive, o Senhor se pronuncia: “Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos” (2.13). Esse relato revela que o Senhor Deus se vinga das maldades praticadas pelos reinos iníquos que se acham invencíveis e onipotentes.

O Senhor viu as maldades e o orgulho dos assírios contra as nações, inclusive, contra Israel. Embora o profeta tenha dito no início que “o SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nEle” (17), Ele também é um fogo consumidor que exerce justiça contra os que praticam a maldade (Na 2.13; 3.5, 6). O tratado de Deus com os povos nos ensina que não compensa uma vida de pecados, separada de Deus. O Senhor é justo e não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear, isso também colherá (Gl 6.7).

Os ninivitas que tempos atrás tinham provado da misericórdia de Deus, agora eram objeto do seu protesto e de um iminente despejar de sua ira. Isso nos mostra que o nosso Deus, por ser constante em seu tratar, valoriza a constância e a perseverança no caminhar do homem. Aquele que abandonou as práticas antigas, que permaneça se santificando. Não há sentido conhecer a verdade e tornar à mentira. Portanto, à mesma medida que o Senhor superabunda em bondade e misericórdia, também atenta para a justiça, pois não se deixa escarnecer.

2 – PERIGO IMINENTE DA QUEDA

2.1. Razões da queda de Nínive

Há muitas razões para a queda de Nínive, A começar por esta ser a cidade que era o centro do poder e regime brutal da Assíria — o povo que havia destroçado nações, inclusive, levado cativo o Reino do Norte. O detalhe é que, enquanto Jonas havia pregado a mensagem de salvação para uma cidade ímpia que parece ter recebido a repreensão, Naum traz uma mensagem de punição e julgamento. Ambos revelam, respectivamente, a misericórdia e a severidade de Deus (Rm 11.22). Nínive seria punida pelos seus muitos pecados, como, por exemplo, a crueldade notória e conhecida por outros povos, bem como pelo aprofundamento de suas práticas de feitiçarias, imoralidade sexual e malícia (3.1-6; 319).

Como já mencionado, o reino dos Assírios foi dominante em certo período, sujeitado muitos reis e nações. Entretanto, podemos perceber que tal povo foi tomado por grande vaidade e sentimento de autossuficiência, de modo que se esqueceu de Deus e do concerto que a geração anterior havia feito, e começou a andar conforme os seus próprios juízos. Os Assírios, portanto, deram-se à idolatria, à feitiçaria, à imoralidade sexual, e toda sorte de malícia, de modo a sua maldade cheirou mal às narinas de Deus.

Nesse sentido, apesar de o Senhor ter utilizado os Assírios como objeto de justiça sobre o reino do norte de Israel (que também se tinha corrompido), agora através do profeta Naum anunciava a sua queda. Os Assírios não sabiam, mas Deus já havia levantado um outro reino, em maior potência, que faria justiça e os assolaria.

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2.2. A justa recompensa da parte de Deus

Assim como não conhecemos o nível de arrependimento do coração humano, também não conhecemos o seu nível de maldade. É Deus quem sonda tanto um quanto o outro (Pv 21.2). Ele é o único capaz de julgar com justiça. De fato, Nínive foi destruída e nunca mais reedificada depois da sua queda em 612 a.C. A justa recompensa da parte de Deus ensina que, quando o pecado alcança determinado nível na sociedade, Deus envergonha o povo, derrubando todos os meios de continuação da maldade. O salmista declara que “o SENHOR conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá” (Sl 1.6).

O império assírio teve a sua queda pela invasão dos Caldeus, que posteriormente se tornaria o império babilônico. Eis que a profecia do profeta Naum se cumpriu, e a justiça de Deus alcançou aquele povo que amou mais a maldade do que a bondade. Deus conhece não só os caminhos, como também as intenções e imaginações do coração do homem. O nível de maldade ou de justiça é quantificado pelo Senhor desde a essência, e por esse motivo Ele é um justo juiz. Veremos também, ao estudarmos a profecia de Habacuque (tópico seguinte), que os Caldeus foram usados como objeto de juízo sobre o Reino do Sul de Israel, que também se corrompeu nos últimos dias.

  1. A PROFECIA DE HABACUQUE

3.1. O clamor do profeta

O profeta Habacuque levantou um clamor a Deus ao contemplar uma sociedade injusta e pecaminosa, na qual “a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai” (Hc 1.3,4). O profeta então suplicou ajustiça divina, porém, inicialmente, não conseguiu encontrar respostas. Quando o Senhor respondeu, o profeta ficou estarrecido, pois Ele enviaria os babilônios, nação mais injusta e cruel para castigar os filhos de Judá (1.6-11). No entanto, o juízo divino viria sobre toda a iniquidade no momento certo. O livro de Habacuque nos leva a refletir que Deus cuida do seu povo, enquanto este enfrenta a oposição deste mundo. Não podemos perdera fé, nem deixar de sermos firmes e constantes na obra do Senhor (1 Co 15.58).

O profeta Habacuque é conhecido como um dos únicos profetas (senão o único) que questionou a Deus. Tal questionamento, no entanto, se dirigiu sobre a tolerância do Senhor com relação à maldade, ou sobre até quando o Senhor esperaria para entrar com Justiça. Podemos entender que Habacuque tinha sim uma sensibilidade e visão “especial”, de modo que observava os acontecimentos “do lado de fora”. Como assim? Ora, a maldade do povo (tanto do reino de Isael, quanto das nações vizinhas) se multiplicou de tal modo que o povo nem mais percebia, pois já tinha se tornado um padrão de comportamento. O zelo, portanto, ardia no profeta Habacuque, que observava o proceder dos povos tendo como referência a santidade de Deus.

Apesar de ser um profeta natural do Reino do Sul (Judá), certamente os recentes acontecimentos no Reino do Norte (invasão pelos assírios) e o posterior triunfo dos Caldeus sobre os mesmos Assírios, influenciaram sobre o seu estado e percepção. “Quem sabe o Reino do Sul também seria invadido”; “Quem sabe um povo ímpio triunfaria sobre o povo de Deus”; esses “rumores” fizeram Habacuque questionar ao Senhor, e o Senhor lhe respondeu.

3.2. O conflito e o triunfo da fé

ASSISTA.

O conflito do profeta por não entender os caminhos de Deus é sanado pela seguinte resposta: “Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa. Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá: se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará” (Hc 2.2,3). Tudo o que Deus fala se cumpre: nenhuma das suas palavras faltarão (Js 21.45: Mt 24.35). Independentemente da soberba do ímpio, enquanto ajustiça de Deus não se cumpre, a posição do fiel deve ser de fé (Hc 2.4).

Quando Habacuque questionou o Senhor sobre os fatos anteriormente citados, o Senhor lhe responde, e diz que a Sua disciplina chegaria ao reino de Judá, e  que tal disciplina viria por meio dos Caldeus. O “conflito” que esse tópico destaca versa exatamente sobre esse ponto: o fato de um povo ímpio triunfar sobre o povo de Deus e ao mesmo tempo ter que confiar no seu agir.

Habacuque inicialmente “sofreu” ao receber essa notícia da parte de Deus, mas ao mesmo tempo, se viu convocado a confiar no Senhor. Isso porque, apesar de anunciar a ruína do Reino do Sul, Deus também disse para Habacuque que – apesar de ser algo necessário – era algo passageiro; que era algo aplicável àquele tempo, e por um período de tempo. Portanto, o Senhor trouxe na sua resposta não apenas um conteúdo de disciplina, mas também o conteúdo de esperança, e nessa esperança Habacuque repousou (confiou).

3.3. A fé inabalável de Habacuque

A oração final do profeta é por renovação. Ele suplica que as obras de Deus fiquem evidentes e que todos vejam a sua glória (3.2). Na mesma oração, ele pede por misericórdia para que a justiça de Deus restaure a nação. Habacuque afirma que, ainda quando a invasão babilônica trouxesse a devastação, sem que nada restasse, todavia, pela fé, ele se alegraria no Senhor (3,17,18). Não podemos perder a confiança naquEle que tem o domínio sobre todas as coisas.

O cântico de Habacuque é conhecido por evidenciar uma fé inabalável, pois ele não condiciona a sua adoração e confiança no Senhor em externalidades (que na poesia da profecia ele compara ao florescer e frutificar das árvores). Ou seja, como um povo poderia confiar em Deus mesmo diante de uma devastação? Tal “força” não veio do homem, mas do próprio Deus que havia anunciado a esperança de um tempo futuro. Portanto, a oração de Habacuque muda, e agora ele passa a clamar por misericórdia, para que Deus se lembre do seu povo e restaure a nação.

Tal profecia teve também como objetivo confortar e encorajar o coração do povo, pois a próxima geração (que seria cativa em outro reino e em outra terra) deveria ser muito forte, entendendo que seriam objeto participantes da obra de Deu. Como exemplo, podemos citar Daniel, Ananias (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias (Abede-Nego), que foram contemporâneos e cativos no império Babilônico, mas que triunfaram grandemente pelo Senhor mesmo naquele lugar, e que marcaram o seu nome na história de Israel. Outro nome a ser citado seria o de Neemias, homem cujo coração foi inundado por um grande propósito de restaurar os muros de Israel, e que participou da reconstrução da cidade em um período posterior.

CONCLUSÃO

O nosso Deus opera com diversos atributos (amor, misericórdia, justiça, santidade, sabedoria, verdade, entre outros), e não apenas através de um, como muitos acreditam (a famosa frase: Deus é amor). Devemos estar atentos para não nos deixarmos influenciar pelo pensamento dessa geração, que deseja viver uma vida desregrada.

O Senhor nos dá todos os dias a oportunidade de sermos servos melhores, e isso é grande sinal de misericórdia. Não nos esqueçamos também que o Senhor é um Justo Juiz, e que atenta para o nosso caminhar (embora seja muito paciente conosco). Devemos, portanto, aproveitar as oportunidades dadas por Deus e abraçar a obediência e a santidade, de modo a vivermos uma vida que lhe seja agradável.

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