EBD – O ENCONTRO DE RUTE COM BOAZ – LIÇÃO 4 ADULTO
TEXTO ÁUREO
“O Senhor galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.” (Rt 2.12) Nossa reputação, imagem é formada pelas pessoas que o observam no trabalho,
na cidade, em casa e na igreja.
VERDADE PRÁTICA
O verdadeiro e puro modelo de bondade é servir uns aos outros de coração, confiando na fidelidade e justiça de Deus. É Deus quem recompensará o servo fiel, a fidelidade e justiça de Deus é a nossa garantia de uma recompensa abundante.
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LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 38.6-11; Dt 25.5-10
O costume do casamento conforme a Lei. 6 Judá, pois, tomou uma mulher para Er, o seu primogênito; e o seu nome era Tamar. 7 Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, pelo que o SENHOR o matou.
8 Então, disse Judá a Onã: Entra à mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita semente a teu irmão.
9 Onã, porém, soube que essa semente não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando entrava à mulher de seu irmão, derramava-a na terra, para não dar semente a seu irmão.
10 E o que fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o matou.
11 Então, disse Judá a Tamar, sua nora: Fica-te viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que, porventura, não morra também este, como seus irmãos. Assim, foi-se Tamar e ficou-se na casa de seu pai. Dt 25.5 Quando alguns irmãos morarem juntos, e algum deles morrer e não tiver filho, então, a mulher do defunto não se casará com homem estranho de fora; seu cunhado entrará a ela, e a tomará por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela.
Terça – Mt 5.13-16
A importância do testemunho pessoal em todas as áreas da vida. 13 Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
15 nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.
Quarta – Mc 2.15-17; Jo 4.3-27
Jesus, o homem puro que interagia com todos. 15 E aconteceu que, estando sentado à mesa em casa deste, também estavam sentados à mesa com Jesus e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores, porque eram muitos e o tinham seguido.
Jo 4.3 deixou a Judéia e foi outra vez para a Galiléia.
4 E era-lhe necessário passar por Samaria.
5 Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José.
Quinta – Mt 11.19
Humildade e mansidão como virtudes cristãs essenciais. 19 Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.
Sexta – 2 Co 9.6; Gl 6.7
A inflexível lei da semeadura na vida. 6 E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Gl 6.7 Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Lc 16:25; 1Co 6:10;
Sábado – Jó 14.7-9
Quando a esperança brota em meio às tormentas da vida. 7 Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. 8 Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó,
9 ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Rute 2.1-4; 11,12,14
1 – E tinha Noemi um parente de seu marido, homem valente e poderoso, da geração de Elimeleque; e era o seu nome Boaz.
2 – E Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele em cujos olhos eu achar graça. E ela lhe disse: Vai, minha filha.
3 – Foi, pois, e chegou, e apanhava espigas no campo após os segadores; e caiu-lhe em sorte uma parte do campo de Boaz, que era da geração de Elimeleque.
4 – E eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O Senhor seja convosco. E disseram-lhe eles: O Senhor te abençoe.
11 – E respondeu Boaz e disse-lhe: Bem se me contou quanto fizeste à tua sogra, depois da morte de teu marido, e deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que, dantes, não conheceste.
12 – O Senhor galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.
14 – E, sendo já hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no vinagre. E ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu do trigo tostado, e comeu e se fartou, e ainda lhe sobejou.
HINOS SUGERIDOS: 178, 410, 473 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A presente lição tem como tema o encontro de Boaz com Rute. Boaz aparece no capítulo dois do livro como um homem próspero e respeitado por todos. Ele tratou Rute como muito respeito. Nesse encontro, percebemos como Deus estava agindo para solucionar um problema familiar e, ao mesmo, configurar todo um plano de salvação que seria plenamente revelado em Jesus Cristo, o nosso Salvador.
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2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar. Apresentar Boaz como o parente remidor.
II) Abordar Mostrar o carinho de Boaz para com Rute.
III) Refletir a respeito da lei da semeadura na colheita de Rute.
B) Motivação:
O encontro de Boaz com Rute revela a preciosa soberania de Deus conduzindo a história de uma mulher. Muitas vezes não compreendemos os caminhos que encontramos na vida. Entretanto, sabemos que tudo contribui para o bem dos que amam a Deus. A vontade de Deus é perfeita e agradável.
C) Sugestão de Método:
No segundo tópico, temos um contraste muito interessante. Uma postura verdadeira de homem, acompanhada por ternura e respeito. Nesse sentido, enfatize o subtópico “a pureza não exclui a ternura”. Mostre, principalmente, aos homens da classe a Bíblia ensina que o homem deve exercer liderança e, ao mesmo tempo, transmitir carinho à esposa e aos filhos, de maneira gentil e generosa. Numa família, é importante corrigir e, igualmente, demonstrar afeto ao cônjuge e aos filhos. Isso traz segurança e equilíbrio a todos.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A lição desta semana nos ensina a depender de Deus, a confiar nos seus desígnios. Com respeito e sensibilidade espiritual, devemos viver a nossa vida cristã honrando a Deus e esperando que o seu propósito e desígnios se revelem em nossas vidas.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Boaz”, localizado após o primeiro tópico, destaca o perfil e o caráter desse personagem; 2) O texto “O Contexto Histórico do Trabalho de Rute”, localizado após o último tópico, apresenta detalhes sobre o labor na colheita.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, o assunto central foi a amizade entre Noemi e Rute; sogra e nora. Nesta, um novo personagem entra em cena: Boaz, o parente remidor. Veremos como o Deus da providência recompensa os que se doam a bons relacionamentos. O Senhor é recompensador daqueles que O buscam e desejam servi-IO com honestidade (SI 18.20, 21). 20 Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça e retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos. 21 Porque guardei os caminhos do SENHOR e não me apartei impiamente do meu Deus.
PALAVRA-CHAVE: ENCONTRO
I – BOAZ, O REMIDOR
1. Um homem próspero.
O capítulo 2 de Rute nos apresenta Boaz, um “homem valente e poderoso, da geração de Elimeleque” (Rt 2.1). Os termos “valente” e “poderoso” referem-se ao caráter íntegro e à influência de Boaz, além de seu poder econômico. Vejam a estatura de Boaz, não apenas como um indivíduo poderoso, mas também como alguém que vive de acordo com os princípios de justiça e misericórdia que Deus valoriza. Um grande produtor rural, Boaz tinha plantações de cevada e trigo, e muitos trabalhadores a seu serviço (Rt 2.5,6,23).
Reunia qualificações e condições para cumprir o papel de remidor. Boaz não apenas permite que Rute, uma estrangeira moabita, colha espigas em seu campo, mas vai além ao instruir seus servos a deixarem propositadamente algumas espigas para ela. Essa atitude revela uma profunda compreensão e aplicação das leis mosaicas sobre cuidado aos pobres, órfãos e viúvas, conforme Deuteronômio 24:19-21. Através dessa ação, Boaz demonstra compaixão e generosidade, refletindo o coração de Deus para com os necessitados.
2. “Goel” e “Levir”.
A palavra “Goel” é um termo hebraico que significa “redentor” ou “parente redentor”. O termo “Levir” vem do latim e significa “cunhado”.
A expressão “da geração de Elimeleque” não nos permite saber o grau de parentesco entre Boaz e o marido de Noemi. Segundo uma tradição rabínica, era sobrinho. Como parente próximo, poderia ser o “goel”, ou seja, o resgatador da terra que o falecido havia vendido (Rt 4.3), como também poderia cumprir o costume antigo do casamento (Gn 38.6-11). Eram duas prescrições distintas contidas na Lei de Moisés. A do resgatador previa que quando um israelita ficasse pobre e precisasse vender suas terras, seu parente mais próximo tinha o dever de comprá-las de volta e restituir-lhe.
Boaz cumpre o papel de Goel ao resgatar Rute e Noemi, comprando a terra que pertencia a Elimeleque e casando-se com Rute para assegurar que a linhagem de Elimeleque continuasse. Um exemplo bíblico adicional de um Goel é Deus sendo descrito como o Redentor de Israel, resgatando Seu povo da escravidão e opressão (Isaías 41:14). E se o hebreu fosse comprado como escravo por um estrangeiro, um parente tinha o dever de resgatá-lo (Lv 25.25-28; 47-59).
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As funções de um Goel incluíam:
1.Redimir a Terra:
Comprar de volta a terra que um parente teve que vender devido a dificuldades financeiras, garantindo que a terra permanecesse dentro da família (Levítico 25:25-28).
2. Redimir Pessoas:
Resgatar parentes que se venderam como escravos devido a dívidas (Levítico 25:47-49).
3. Vingança de Sangue:
Agir como vingador do sangue se um parente fosse assassinado (Números 35:19-21).
Já a lei do levirato previa que o irmão do cunhado (“levir”) se casasse com a viúva e suscitasse descendência ao falecido (Dt 25.5-10; Mt 22.24-48). Tudo indica que essa prática foi ampliada, seguindo uma ordem de parentesco mais abrangente, semelhante à do resgatador (Lv 25.48,49). No caso de Boaz, havia um remidor “mais chegado” que ele (Rt 3.12). as funções de Goel e Levir eram mecanismos importantes na sociedade israelita para assegurar a proteção, provisão e continuidade das famílias. Boaz, ao agir como Goel para Rute, exemplifica a misericórdia, a justiça e a provisão que são reflexos do caráter de Deus.
3. Temor e respeito.
A saudação de Boaz a seus empregados demonstra que ele temia a Deus. O temor a Deus não significa ter medo d’Ele, mas sim ter um profundo respeito e reverência. A invocação a Jeová (“O Senhor seja convosco”), dirigida a todos os segadores, indica, também, seu respeito aos que com ele trabalhavam. Boaz não está apenas cumprimentando-os, mas reconhecendo a presença e a importância de Deus em sua vida e em seus negócios. Para Boaz, tudo o que ele faz deve estar de acordo com a vontade divina. Os empregados lhe retribuem com uma saudação também amistosa e piedosa: “O Senhor te abençoe” (Rt 2.4).
Seus empregados retribuem o respeito, mostrando que há uma relação de reciprocidade, harmonia. Patrões e empregados se valorizam mutuamente, criando um ambiente de trabalho positivo e harmonioso. Patrões e empregados devem se tratar com mútua consideração, reconhecendo a posição e o papel próprios de cada um na relação de trabalho (Ef 6.5-9; 5 Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, Cl 3:22; 1Tm 6:1; Tt 2:9; 1Pe 2:18;
6 não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; 7 servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens, 8 sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre. 9 E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas. Cl 3.22 – 4.1).
SINÓPSE I
Boaz era um homem próspero e respeitado por todos que o cercavam.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“BOAZ
Os heróis são mais fáceis de se admirar do que de definir. Eles raramente percebem seus instantes de heroísmo, e outras pessoas não podem reconhecer seus atos como heróicos. Eles simplesmente fazem a coisa certa no momento certo, quer percebam ou não o impacto causado por sua ação. Talvez a qualidade que compartilham seja uma tendência a pensar nas outras pessoas antes de si mesmos. Boaz era um herói.
Ao lidar com as pessoas, era sempre sensível às suas necessidades. Suas palavras para com seus empregados, parentes e outros eram generosas. Ele oferecia ajuda abertamente, não de má vontade. Quando descobriu quem era Rute, tomou várias atitudes para ajudá-la porque ela fora útil à sua sogra Noemi. Quando Noemi aconselhou Rute a pedir sua proteção, ele estava pronto a casar-se com ela, caso as implicações legais pudessem ser solucionadas” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.358).
II – O CARINHO DE BOAZ PARA COM RUTE
1. A pureza não exclui a ternura.
A pureza e a santidade não exigem que sejamos rudes, grosseiros ou indelicados.
Logo que chegou ao campo, Boaz notou a presença de uma moça diferente entre os que respigavam (Rt 2.5). Informado de que era Rute, dirigiu-se a ela de forma carinhosa. Chamando-a de filha, deu liberdade para continuar catando espigas em sua plantação e lhe assegurou de que seria tratada com o devido respeito: “não dei ordem aos moços, que te não toquem?” (Rt 2.9). Boaz se preocupou com a segurança de Rute. A santidade a dedicação de uma pessoa a Deus, não exigem que sejamos brutos ou agressivos, Boaz nos mostra isso com sua gentileza e consideração. Assédio moral e sexual são atitudes pecaminosas e perturbadoras no ambiente laboral e em qualquer área da vida. Boaz era um cavalheiro, muito educado com todos.
Um viver santo não exige que sejamos rudes e descorteses (2 Rs 4.8,9). Jesus, o mais puro dos homens, convivia com todos (Mc 2.15-17; Jo 4.3-27). Jesus, o mais puro dos homens, também demonstrou ternura e aceitação. Ele comia com pecadores e publicanos (Marcos 2:15-17) e conversou com a mulher samaritana no poço, mostrando compaixão e oferecendo esperança (João 4:3-27). Jesus demonstrou que a pureza não se contamina pela proximidade com o pecador; pelo contrário, o amor e a compaixão podem transformar vidas.
2. Deus estava agindo.
A providência divina não é uma força impessoal, mas a ação soberana de um Deus amoroso que cuida de Seus filhos. Deus estava agindo na vida de Rute, utilizando as circunstâncias e as pessoas ao seu redor para demonstrar Seu amor e cuidado. Ele preparou o cenário para que Rute encontrasse favor aos olhos de Boaz, garantindo assim sua provisão e proteção.
A atitude de Boaz surpreendeu Rute. Boaz não apenas permitiu que ela colhesse em seus campos, mas também a tratou com dignidade e respeito. Esse comportamento não foi fruto do acaso, mas sim da providência divina. Como estrangeira e pobre, certamente ela tinha receio de como seria tratada. Agia com educação e muita discrição (Rt 2.7). Impressionada com o gesto de Boaz, inclinou-se ao chão e, de forma humilde, reconheceu ser indigna do tratamento que recebeu (Rt 2.10).
Quando Boaz demonstrou generosidade, ela se inclinou ao chão em sinal de humildade, reconhecendo que não merecia tal tratamento. Havia uma motivação especial na conduta de Boaz: ele já conhecia a bela história de Rute (Rt 2.11). Um bom testemunho nos abre muitas portas. O bom testemunho de Rute abriu portas e tocou o coração de Boaz, que reconheceu sua honestidade e amor. Aqui vemos a providência divina trabalhando através das ações humanas. Deus, em Sua sabedoria, preparou o coração de Boaz para ser um instrumento de Sua graça na vida de Rute.
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3. Sensível e espiritual.
Boaz conciliava harmonizava firmeza moral e sensibilidade; ternura e espiritualidade. A sensibilidade de Boaz é clara em sua maneira de falar com Rute. O versículo-chave do livro é uma declaração feita por ele a Rute (Rt 2.12). 12 O SENHOR galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do SENHOR, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar. O Deus da providência estava abençoando Rute em recompensa pelo seu devotado amor a Noemi e por toda a reputação que ela havia construído com o seu cuidadoso comportamento.
Boaz tinha uma profunda compreensão espiritual. Ele reconhecia que o Deus dos hebreus não estava limitado a fronteiras territoriais ou barreiras étnicas. E como servo de Yahweh, estava sendo usado para abençoar uma piedosa moabita. Suas palavras tocaram profundamente o coração de Rute e lhe deram grande conforto (Rt 2.13). 13 E disse ela: Ache eu graça em teus olhos, senhor meu, pois me consolaste e falaste ao coração da tua serva, não sendo eu nem ainda como uma das tuas criadas. Essas palavras mostram que a gentileza e a consideração de Boaz proporcionaram um grande alívio e consolo a Rute, destacando sua capacidade de ser sensível às necessidades emocionais dos outros.
SINÓPSE II
Boaz tratou Rute com ternura, respeito e sensibilidade espiritual.
III – A COLHEITA DE RUTE E A SUA SOBREVIVÊNCIA
1. A lei da semeadura.
A lei da semeadura é um ensino espiritual fundamental que nos mostra a justiça e a providência de Deus em nossas vidas. Esta lei ensina que colheremos inevitavelmente aquilo que semeamos, conforme é ensinado nas Escrituras. Em 2 Coríntios 9:6, Paulo escreve: “Quem semeia pouco, também colherá pouco; e quem semeia em abundância, em abundância colherá.
Uma cosmovisão secular produz a ilusão de que vivemos em um mundo “dos homens”, apartados de Deus e não afetados por Ele. Isso é fruto de uma incredulidade crescente (Lc 18.1-8; A ilustração da viúva persistente 1 Tm 4.1). 1 Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, Essa visão dualista em nada condiz com as Escrituras e com a realidade dos que confiam no Senhor da providência. Rute decidiu servir ao Deus de Israel, em vez de Quemós, o deus dos moabitas, cuja adoração incluía o sacrifício de crianças (Nm 21.29; 1 Rs 11.7; 2 Rs 3.26,27).
A decisão de Rute de seguir a Yahweh e apoiar sua sogra Noemi não foi apenas uma demonstração de lealdade familiar, mas também uma semeadura espiritual de fé e obediência. Agora, ela começava a experimentar a mão invisível de Jeová-Jireh agindo graciosamente em seu favor. A lei da semeadura funciona integralmente (2 Co 9.6; 6 E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Gl 6.7). 7 Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. A lei da semeadura é uma realidade espiritual que atravessa todas as esferas da vida. Quando semeamos em fé, obediência e amor, podemos esperar colher as bênçãos de Deus. Por outro lado, semear na carne, com atitudes e ações contrárias aos princípios de Deus, resulta em consequências negativas.
2. Os “acasos” de Deus.
Os “acasos” de Deus são, na verdade, manifestações da Sua providência divina, guiando silenciosamente os passos daqueles que confiam Nele.
O primeiro sinal da ação de Deus foi a escolha aparentemente aleatória casual que Rute fez, indo apanhar espigas no campo de Boaz (Rt 2.3). Para ela, era apenas uma casualidade, quando, na verdade, era um inequívoco claro ato da providência divina. Deus, que tem a autoridade absoluto de todas as coisas, estava direcionando Rute para aquele campo específico, onde ela encontraria favor e provisão. Deus tem o controle de tudo e age em favor dos que o amam (Rm 8.28). 28 E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.
Quando Rute retornou para casa e contou onde havia trabalhado, Noemi não escondeu sua exultação (Rt 2.20). 20 Então, Noemi disse à sua nora: Bendito seja do SENHOR, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos remidores. Noemi reconheceu imediatamente a mão de Deus na situação, percebendo que o encontro de Rute com Boaz não foi um simples acaso, mas uma intervenção divina.
Uma esperança brotou no coração da pobre viúva (Jó 14.7-9). 7 Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.
8 Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó,
9 ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta.
3. O resultado da colheita.
A diligência, a dedicação e a fé de Rute recompensaram-na com provisões imediatas e bênçãos duradouras que transcenderam, ultrapassaram sua própria vida.
Alguns frutos de nossas ações são colhidos de imediato. Outros levam tempo para aparecer. Na vida cristã, também experimentamos os resultados da colheita de maneiras imediatas e a longo prazo. Pela forma graciosa como era tratada, Rute colhia cereais em abundância diariamente nos campos de Boaz (Rt 2.17,21). A colheita garantia sua sobrevivência e de sua sogra. O trabalho árduo durou toda a estação: entre março e abril colheu cevada; e de abril a junho, trigo. Concluído o trabalho, ficou com a sogra (Rt 2.23).
Uma “colheita” ainda maior seria feita por ela em tempo oportuno (Ec 3.1). Quando semeamos boas ações, fé e obediência, muitas vezes colhemos frutos imediatos de paz, provisão e alegria. No entanto, há colheitas maiores e mais profundas que Deus prepara para nós, que surgem no tempo certo. Às vezes, os resultados de nossas ações e orações demoram para se manifestar, mas podemos ter a certeza de que Deus está trabalhando, e no Seu tempo perfeito, colheremos os frutos de nossa fé e obediência. Nosso Deus trabalha por aqueles que nEle esperam (Is 64.4). 4 Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera.
SINÓPSE III
A história de Rute com Boaz revela a validação da lei da semeadura e o bom plano de Deus em sua vida e no mundo.
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AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“O CONTEXTO HISTÓRICO DO TRABALHO DE RUTE”
Quando o trigo e a cevada estavam prontos para serem colhidos, os ceifeiros eram contratados para cortar os talos e juntá-los em feixes. A lei israelita mandava que as laterais dos campos fossem deixadas de lado. Além disso, os grãos que caíam ficavam no chão para as pessoas pobres, que os apanhavam (ato de respigar) e usavam como alimento (Lv 19.9; 23.22; Dt 24.19). O propósito desta lei era alimentar o pobre e impedir que os donos os armazenassem. Esta legislação fazia parte do programa de bem-estar em Israel. Por ser uma viúva sem meios de sustentar a si própria, Rute foi ao campo de Boaz apanhar estes grãos.
Rute foi para uma terra estranha. Ao invés de depender de Noemi ou esperar que algo de bom acontecesse, tomou a iniciativa e foi trabalhar. Não titubeou em admitir sua necessidade e buscou meios para supri-la. Quando saiu ao campo, Deus proveu-lhe todas as coisas. Se você espera pela provisão do Senhor, considere isto. Provavelmente Ele aguarda o seu primeiro passo, o qual demonstrará a importância de sua necessidade.
O trabalho de Rute, embora servil, cansativo e talvez degradante, foi feito fielmente. Qual é a sua atitude quando sua tarefa não corresponde com o seu verdadeiro potencial?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.358).
CONCLUSÃO
A atitude de fé de Rute estava sendo recompensada. Sua prontidão em cuidar da sogra levou-a a encontrar conforto e proteção naquele que seria o resgatador de toda a família e que a incluiria na genealogia do Redentor da humanidade. Colheita imediata e a longo prazo. O Deus de Rute é o nosso Deus. Ele não mudou permanece o mesmo. Ele continua agindo por aqueles que decidem se abrigar debaixo de suas asas. Que é o lugar mais seguro. Confiar nEle e viver fazendo o que lhe agrada é o meio infalível de alcançar sua misericórdia e favor.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quem era Boaz?
Um “homem valente e poderoso, da geração de Elimeleque” (Rt 2.1). Um grande produtor rural, Boaz tinha plantações de cevada e trigo, e muitos trabalhadores a seu serviço (Rt 2.5,6,23).
2. Qual o significado de “goel” e “levir”?
“Goel”, ou seja, o resgatador da terra que o falecido havia vendido (Rt 4.3). “Levir”, o irmão do cunhado.
3. Qual o versículo-chave do livro de Rute?
O versículo-chave do livro é uma declaração feita por ele a Rute: “O Senhor galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar” (2.11).
4. O que motivou Boaz a tratar Rute com tanta generosidade?
Boaz tinha uma profunda compreensão espiritual. Ele reconhecia que o Deus dos hebreus não estava limitado a fronteiras territoriais ou barreiras étnicas.
5. Qual a reação de Noemi quando Rute lhe informou sobre Boaz?
Quando Rute retornou para casa e contou onde havia trabalhado, Noemi não escondeu sua exultação: “Bendito seja do Senhor, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos […]: Este homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos remidores” (Rt 2.20).
VOCABULÁRIO
1. Respigavam: apanhavam no campo as espigas que ali ficavam; colhiam.
2. Laboral: Relativo ao trabalho.
3. Cosmovisão: Visão de mundo; forma de viver.