Lição 07 – O ESTABELECIMENTO DA MONARQUIA
Leitura bíblica semanal
Segunda – 1 Sm 9.1,2
Terça – 1 Sm 10.1-6
Quarta – 1 Sm 11.15
Quinta – 1 Sm 15.10,11
Sexta – 1 Sm 15.24-29
Sábado – 1 Sm 31.1,6,12,13
LEITURA BIBLICA
1 Samuel 8.1-10; 19-22
-
O pedido do povo de Israel por um rei
No final do livro de Juízes encontramos cerca de quatro vezes a expressão “neste tempo Israel não tinha um rei”. Parece que, com tal narração, o autor quer preparar o leitor para a transição para o período monárquico. Quando iniciamos a leitura de 1 Samuel, temos a história do sacerdote, consagrado desde menino, narrada antes da escolha de um rei. Conforme se lê e se compreende o que Samuel fazia, ficamos com a impressão que, além de sacerdote, Samuel exercia a função de juiz, o que fica bem explicito em 1 Samuel 7. 15–17:
Samuel continuou como juiz em Israel pelo resto de sua vida. A cada ano, viajava pelo território e julgava o povo de Israel em três locais: primeiro em Betel, depois em Gilgal e, por fim, em Mispá. Então voltava para sua casa em Ramá, de onde liderava Israel como juiz. Ali Samuel construiu um altar ao Senhor.
O que veremos hoje é como o povo chega ao ponto de pedir um rei ao sacerdote reconhecido como homem de Deus e líder nacional e também se podemos considerar Saul como um rei ou não.
-
Saul o primeiro rei de Israel
Saul foi o primeiro rei de Israel. O seu nome, em hebraico significa “pedido a Deus”.
Como líder do povo, Saul teve um bom início, mas a sua trajetória bastante complicada conduziu-o a perder a coroa. Ele desobedeceu a Deus, tendo uma conduta reprovável. Saul tinha inveja de Davi e tentou matá-lo inúmeras vezes. Por fim, Saul cometeu o suicídio.
Saul foi o primeiro escolhido por Deus para ser rei sobre Israel. Saul era filho de Quis, um homem de posses da tribo de Benjamim.
O nome Saul (ou Saulo) em hebraico significa “pedido a Deus”. O que muito bem se aplica ao pedido feito pelo povo de Israel por um rei, à semelhança dos outros povos.
A história de Saul aparece no 1º livro de Samuel 9 e tem outros registros em 1º Crônicas 9-10. Saul era um homem valente, corajoso, decidido e modesto.
Tinha uma figura imponente, de alta estatura – sobressaía a todos acima dos ombros. Era também popularmente conhecido, pela importância da sua família na tribo benjamita.
A mulher de Saul se chamava Ainoã, filha de Aimaás (1 Samuel 14:50).
Mas muito pouco se fala dela nos relatos bíblicos. Saul teve 8 filhos, sendo destes, os mais conhecidos:
Jônatas e Mical, esposa da Davi. Outros membros da família de Saul aparecem como, por exemplo, o seu primo, Abner, general do exército.
Como foi a escolha de Saul com rei?
VÍDEO AULA DA LIÇÃO 7 DOS ADOLESCENTES DO 2º TRIMESTRE
A rigor, Israel possuía um sistema de governo teocrático, no qual Deus era o seu Rei e líder supremo.
Quando o povo passava por crises e guerras, Deus levantava líderes para defender e guiar o povo.
Estes foram os Juízes, que representavam o governo de Deus entre os israelitas.
Como não havia um rei humano, o povo deveria buscar socorro e salvação em Deus.
O que muitas vezes não acontecia, e se voltavam para ídolos. Mas, Deus na sua bondade, respondia ao clamor, dando-lhes um libertador que defendia as suas causas.
Contudo, com o passar do tempo, somado aos altos e baixos dos juízes, o povo desejou ter um rei assim como todas as nações o tinham.
O pedido por um novo rei aconteceu durante o período de Samuel, que foi sacerdote, profeta e último juiz que os israelitas tiveram.
Esse pedido consistia na mudança da forma de governo. Samuel estava velho e falhara na criação dos seus próprios filhos.
O povo já não via quem os pudesse dirigir depois de Samuel. Os israelitas queriam ser como os outros povos, tendo um rei. Mas ainda na função de juiz vigente, Samuel sentiu-se rejeitado e orou a Deus, mas, na verdade, o povo estava rejeitando o reino de Deus.
Saul encontrou-se com Samuel, numa ocasião em que tinha saído à procura das jumentas de seu pai.
Deus mostrou a Samuel que era aquele o escolhido para ser rei sobre Israel. Samuel ungiu-o rei, particularmente. E depois, numa convocatória, Samuel apresentou o novo rei ao povo.
-
O início da monarquia em Israel
O início da monarquia em Israel
Apesar de a motivação israelita pela monarquia humana fosse errada, pois demonstrava falta de fé no Senhor, estava dentro do propósito de Deus permitir que um dia o povo de Israel tivesse um rei (cf. Gênesis 17:6,16; 35:11; 49:10; Números 24:7-19).
Inclusive, através de Moisés o povo recebeu instruções que regulamentavam a monarquia que seria instituída após a entrada na Terra Prometida (Deuteronômio 17:14-20).
Deus atendeu ao pedido dos israelitas, mas sem que antes advertisse o povo sobre os potenciais abusos da monarquia terrena (1 Samuel 8:10-18). O Senhor também alertou que o rei deveria estar em completa submissão ao governo d’Ele.
Foi nesse contexto que Samuel foi instruído pelo Senhor a ungir o primeiro rei de Israel. O ato significativo de o rei ter que ser ungido publicamente pelo profeta do Senhor, também era uma indicação de que a instituição da monarquia em Israel estava debaixo da autoridade de Deus.
Os reis israelitas só teriam sucesso se agissem conforme a orientação especial de Deus.
Os dois primeiros monarcas de Israel
Saul foi dado ao povo israelita como seu primeiro rei. Sua aparência e porte de guerreiro atendiam muito bem as aspirações do povo, mas na verdade ele foi exatamente um exemplo de tudo aquilo que um rei não deveria ser. O rei Saul fracassou, e seu reinado foi uma verdadeira decepção.
Ele transgrediu as ordenanças divinas e foi rejeitado pelo Senhor (1 Samuel 13-15).
Já tendo rejeitado Saul, Deus ordenou que o profeta Samuel ungisse aquele que seria o segundo rei de Israel, um homem segundo o seu coração.
Esse homem era Davi; talvez uma das pessoas mais improváveis a subir ao trono de Israel.
Davi não era perfeito, longe disso; mas ele foi um exemplo notável de rei que buscou a vontade do Senhor, reconheceu suas falhas, demonstrou verdadeiro arrependimento por seus erros e governou o povo de Israel com sabedoria e graça do Senhor.
A queda de Saul deu lugar ascensão de Davi. Durante toda a monarquia em Israel, o rei Davi foi o monarca mais importante.
O Senhor prometeu a Davi uma dinastia eterna. Seus herdeiros permaneceram diretamente no trono de Judá por mais de 400 anos.
Mas mesmo com a perda da liberdade nacional no tempo do exílio e na posterior submissão ao Império Romano, a promessa de Deus a Davi acerca da preservação de sua dinastia para sempre não caiu por terra.
A aliança de Deus com Davi encontra seu cumprimento pleno e final na pessoa de Jesus, o verdadeiro, perfeito e eterno Rei Messiânico do qual Davi e sua casa prefiguraram.
O desenvolvimento posterior da monarquia em Israel:
Em resumo, a monarquia em Israel tinha a responsabilidade de preservar a justiça com base na proclamação da Lei de Deus. Para tanto, os reis também contavam com a orientação do sacerdócio e dos profetas do Senhor.
Israel teve uma monarquia unida até o reinado de Salomão. Após a morte do rei Salomão, o reino foi dividido em duas partes: o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá). Saiba mais sobre o reino dividido.
A descendência de Davi continuou ativa no trono do Reino do Sul até a queda de Judá diante da Babilônia de Nabucodonosor em 587 a.C.
Já o trono do Reino do Norte foi ocupado por várias dinastias. No geral, os reis do Reino do Norte foram homens maus que frequentemente estavam envolvidos com práticas que desagradaram ao Senhor.
A monarquia no Reino do Norte chegou ao fim quando Israel foi dominado pela Assíria em 722 a.C.
Mas os monarcas do Reino do Sul também não estavam livres de erros, muito pelo contrário.
As reformas promovidas no tempo do rei Josias servem de exemplo sobre como o povo e a própria monarquia de Judá havia de distanciado dos preceitos de Deus (2 Reis 22-23).
Depois do domínio babilônico, o povo judeu ainda ficou submisso aos persas e posteriormente aos selêucidas.
Com a Revolta dos Macabeus, os judeus desfrutaram de alguma liberdade e tranquilidade.
Durante aquele tempo alguns sumos sacerdotes macabeus fizeram uso do título de rei, mas de um modo muito distante daquele dos tempos áureos da monarquia em Israel.
Embora alguns desses governantes fossem vistos como sendo supostamente cumprimentos da esperança messiânica, o Novo Testamento não deixa dúvida de que tal esperança só foi cumprida em Jesus Cristo.
Conclusão:
O povo de Deus queria ser como as demais nações e, por isso, desejou ter um rei. Saul foi o escolhido por Deus para o cargo. Todavia, ele desobedeceu ao Senhor e, como consequência de sua desobediência, foi rejeitado por Deus. Seu fim não foi tão bom quanto o seu início, por causa da desobediência.
Por isso, o conselho de Samuel continua atual: “[…] o obedecer é melhor do que o sacrificar […]” (1 Sm 15.22, ARC).
ANEXO:
Link do canal
https://youtube.com/c/DescomplicandoaTeologia
Link do BLOG
https://descomplicandoateologiaebd.com/blog/
Cursos para professores da EBD.
https://descomplicandoateologiaebd.com/curso-para-professores-da-ebd/
Link do Instagram
Ver comentários (1)
Excelente material... Glória a Deus 🙏