LIÇÃO 06 DE JOVENS TERCEIRO TRIMESTRE EBD – QUALIDADES PESSOAIS E ESSENCIAIS PARA OS DIÁCONOS

I – O MINISTERIO DIACONAL

1. A origem dos diáconos:

Os primeiros diáconos foram instituídos na igreja de Jerusalém, conforme relatado em Atos 6:1-6. Nesse contexto, a igreja estava crescendo rapidamente, e surgiu um problema com relação à distribuição de alimentos entre as viúvas.

Alguns membros da igreja de língua grega sentiram que suas viúvas estavam sendo negligenciadas em relação às viúvas de língua hebraica. Isso refletia uma divisão cultural que existia entre os judeus nativos e os judeus helenizados, que haviam adotado mais elementos da cultura grega.

Para resolver essa questão, os apóstolos decidiram nomear sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para cuidar da distribuição de alimentos e servir às mesas.

Essa função prática permitiria que os apóstolos se concentrassem em suas responsabilidades espirituais de oração e ministração da Palavra. Esses sete homens são considerados os primeiros diáconos da igreja cristã.

2. Um duplo ministério:

Embora o termo “diácono” não seja usado explicitamente para identificar esses sete homens em Atos 6, é amplamente aceito que ali ocorreu a instituição do diaconato.

Eles foram encarregados de servir às mesas, enquanto os apóstolos desempenhavam o ministério da Palavra.

Esse evento estabeleceu um duplo ministério na igreja: o ministério da Palavra, que inclui o ensino e a pregação, geralmente desempenhado pelos presbíteros (ou bispos); e o ministério prático, de servir às necessidades físicas da comunidade, realizado pelos diáconos.

Os presbíteros (ou bispos) são responsáveis ​​pelo pastoreio, ensino e liderança espiritual da igreja, enquanto os diáconos auxiliam em tarefas administrativas e de apoio, como a distribuição de recursos para os necessitados.

3. Bispos e diáconos:

Conforme a igreja cristã se expandiu, tanto os presbíteros (ou bispos) quanto os diáconos foram instituídos em várias igrejas fundadas por apóstolos como Paulo. Esses ministérios locais, liderados por bispos ou presbíteros, eram responsáveis ​​por ensinar e orientar a congregação, enquanto os diáconos cuidavam de questões administrativas e temporais.

Essa estrutura de liderança com bispos (ou presbíteros) e diáconos se tornou um padrão nas igrejas cristãs primitivas e é uma continuação das práticas e princípios estabelecidos pelos apóstolos e líderes da igreja em Jerusalém.

Essa estrutura permitiu que a igreja se organizasse efetivamente para atender tanto às necessidades espirituais quanto às físicas de seus membros e comunidades.

II – AS QUALIFICAÇÕES DOS DIÁCONOS

1. Diferença determinante:

Uma das diferenças essenciais entre os presbíteros (pastores locais) e os diáconos é a aptidão para ensinar. Essa habilidade de ensino é uma exigência específica para os presbíteros, conforme mencionado em 1 Timóteo 3:2.

Os presbíteros têm a responsabilidade de dirigir e ensinar a igreja, enquanto os diáconos atuam em uma esfera mais administrativa e prática, auxiliando nas questões do templo, na arrecadação de finanças e donativos, e na assistência aos necessitados.

2. Da mesma sorte:

Ao usar a expressão “da mesma sorte”, Paulo indica que as expectativas e padrões para os diáconos são semelhantes aos dos presbíteros. Eles também precisam ser honestos, cumpridores de suas responsabilidades e confiáveis em suas palavras.

Além disso, devem evitar comportamentos que possam comprometer sua integridade, como o excesso de consumo de bebidas alcoólicas. A moderação e o contentamento são enfatizados, pois desejos imoderados por bens materiais podem levar à cobiça e ao amor pelo dinheiro, que é considerado a raiz de muitos males.

3. Completando o rol:

Outras qualificações para os diáconos estão relacionadas à vida conjugal, liderança familiar e comportamento financeiro. Eles devem ser homens que vivem uma vida conjugal monogâmica, evitando o divórcio, o novo casamento fora das hipóteses bíblicas de exceção, e mantendo uma liderança exemplar em suas famílias.

Além disso, é importante que guardem o “mistério da fé em uma pura consciência”, o que significa que devem estar convictos de sua salvação em Cristo e viver uma vida íntegra, sem culpa que possa abalar sua fé.

Em resumo, os diáconos devem ser homens comprovadamente dignos, provados em suas qualidades e irrepreensíveis em sua conduta.

Essas características são fundamentais para que possam cumprir efetivamente seu importante ministério diaconal, auxiliando a igreja local em suas necessidades práticas e administrativas, enquanto seguem os padrões éticos e espirituais estabelecidos pelas Escrituras.

EBD- Qualidades pessoais e essenciais para os diáconos/ Lição 6 Jovens- EBD 3° Trimestre 2023

III – A REFERÊNCIA ÀS MULHERES

1. Diaconisas?

Ao mencionar “as mulheres” na mesma seção em que fala dos diáconos, alguns estudiosos têm sugerido a possibilidade de que Paulo estivesse se referindo às diaconisas. No entanto, o contexto geral não fornece evidências conclusivas para essa interpretação.

A palavra “diaconisa” não é usada diretamente neste texto, e Paulo emprega o termo “diácono” de forma mais ampla, referindo-se a servir em geral, não especificamente ao ofício de diácono como cargo ministerial.

A participação das mulheres na obra cristã sempre foi valorizada e reconhecida, como vemos em referências bíblicas, como a citação de Febe, uma mulher que servia na igreja de Cencreia (Romanos 16:1).

Apesar de não termos evidências claras de diáconos mulheres ordenadas como cargo oficial, é inegável que as mulheres têm desempenhado um serviço extraordinário como auxiliares na obra de Deus, especialmente na assistência aos enfermos e necessitados.

2. Esposas dos diáconos:

Outra interpretação para o versículo em questão é que Paulo estava se referindo às esposas dos diáconos, em vez de mulheres em geral ou diaconisas específicas. A palavra grega “gynaikas” pode ser traduzida como “mulheres” ou “esposas”, e a segunda opção parece ser mais plausível nesse contexto.

Nessa visão, Paulo estaria recomendando que as esposas dos diáconos também possuíssem características dignas, como um viver honesto e equilibrado, evitando ser maldizentes ou fofoqueiras. I

sso realça a importância de que não apenas os diáconos, mas também suas esposas, devem viver uma vida exemplar para que o ministério seja bem-sucedido e respeitado.

Em resumo, o texto de 1 Timóteo 3:11 pode ser interpretado de diversas maneiras, mas é importante reconhecer que as mulheres têm desempenhado um papel fundamental na obra de Deus, mesmo que não existam evidências conclusivas sobre a ordenação oficial de diaconisas nos termos do ofício ministerial.

Seja como diaconisas ou como esposas de diáconos, seu serviço e dedicação à igreja são inestimáveis.

CONCLUSÃO

A conclusão de Paulo sobre as instruções aos diáconos ressalta que aqueles que servirem bem receberão respeito e honra perante a igreja. Essa é uma recompensa significativa, pois demonstra o reconhecimento dos frutos de um serviço fiel e dedicado.

Além disso, Paulo destaca que os diáconos que cumprem seu ministério com excelência serão fortalecidos em sua convicção espiritual.

O serviço a Deus é uma jornada de recompensas tanto nesta vida como na eternidade. Aqueles que se dispõem a servir encontram uma profunda alegria interior que não pode ser abalada mesmo diante de perseguições ou dificuldades.

Essa alegria provém do senso de propósito, da satisfação de fazer a vontade de Deus e do impacto positivo que o serviço traz para a vida de outras pessoas.

É importante lembrar que o serviço não é apenas uma tarefa ou uma obrigação, mas uma forma de viver em resposta ao amor e graça de Deus. Através do serviço, podemos manifestar o amor de Cristo ao próximo e contribuir para o crescimento e edificação da igreja.

Que Deus nos capacite sempre com a graça de servir, para que possamos cumprir nossa missão com alegria, integridade e amor, honrando a Deus e impactando positivamente a vida daqueles ao nosso redor. Que sejamos instrumentos de bênçãos em suas mãos e testemunhas do Seu amor e poder transformador.