EBD – Quem É Deus no Novo Testamento – Lição 7 Pré-Adolescentes – 2° Trimestre 2024

Quem é o Deus do Novo Testamento? Qual é a grande diferença entre o Deus do Velho Testamento e o do Novo Testamento? Será que Deus mudou ao longo das Escrituras? O Deus do Velho Testamento era diferente do Deus do Novo Testamento? Será que é o mesmo Deus tanto no Antigo quanto no Novo Testamento?

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INTRODUÇÃO

Querido(a) pré-adolescente, a paz do Senhor! Você já se perguntou por que chamamos a Deus de Pai? Jesus nos ensinou a falar com Deus de uma forma totalmente diferente dos profetas do Antigo Testamento, dizendo: “Pai nosso, que estás no céu…” Nenhum servo de Deus no Antigo Testamento começava a orar com essas palavras carinhosas. Porém, no Novo Testamento, Jesus nos revela que podemos e devemos nos achegar a Deus o chamando de Pai. Uma revelação maravilhosa que afasta todo medo e nos dá a plena liberdade de conversar com Deus (Rm 8.15).

Nenhum Profeta do Antigo Testamento teve a ousadia de chamar Deus de Pai. Sempre O trataram como aquele poderoso, maravilhoso, Deus forte, Deus que cura, concentrando-se em Seu poder. Mas agora, Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos revela que podemos chamá-Lo de Pai, pois Deus deseja estabelecer um relacionamento conosco. Quando Jesus nos apresenta Deus como Pai, Ele está dizendo que Deus está próximo de nós, interessado em nossas vidas, desejando participar ativamente, nos ajudar, nos proteger e nos prover.

Deus deseja prover todas as coisas para nossa vida, mas devemos reconhecer que Ele é nosso Pai e, como tal, Ele também deseja nos orientar. Alguns querem Jesus como médico, como advogado, mas não como Pai, pois o Pai tem autoridade para dirigir e eles resistem a isso. No entanto, devemos compreender que é Ele quem quer dirigir nossas vidas para nos abençoar. Às vezes, podemos pensar que ninguém pode mandar em nossa vida, mas é importante compreender que Deus deseja nos dirigir para nos abençoar.

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1. O PAI SE MANIFESTA NO NOVO TESTAMENTO

Por intermédio de Jesus Cristo, Deus Pai se manifestou no Novo Testamento. O conhecimento que as pessoas tinham de Deus era limitado e confuso. Foi necessário Jesus vir ao mundo e quebrar essa barreira que havia entre Deus e os homens (Jo 17.3).

Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a esta terra como homem, nasceu, cresceu, se desenvolveu e realizou a obra de Deus, tudo isso para nos apresentar Deus, para que possamos compreender que nosso Deus está próximo, quer nos ajudar e nos socorrer. Assim como Jesus, podemos ter essa mesma intimidade com Deus, mas para isso, precisamos cultivar uma vida de oração, consagração, buscando ser íntimos d’Ele. Quer ser íntimo de Deus? Ora mais, jejua mais, afasta-se do pecado.

Se você quer sentir a presença de Deus em sua vida, experimentar o cuidado e a proteção de um Pai, adore-O, reverencie-O, e obedeça à Sua Palavra. No entanto, há pessoas que desejam as bênçãos de Deus, mas não querem obedecer. Isso não é possível, pois quando obedecemos, nosso Pai se alegra e nos abençoa. Contudo, quando agimos de maneira errada, Ele nos disciplina. Essa disciplina não é para nos prejudicar, mas para nos corrigir, para que possamos crescer na graça e no conhecimento. Assim como um pai disciplina seu filho para que este possa crescer e se desenvolver, nosso Deus nos corrige para que cresçamos espiritualmente.

1.a. O Sermão da Montanha.

O discurso de Jesus no Sermão da Montanha foi algo que os judeus nunca tinham presenciado. Em 15 ocasiões, Jesus se refere a Deus chamando-o de Pai; ou seja, em três capítulos de Mateus, Deus é chamado de Pai mais do que em todo o Antigo Testamento. Ali, Jesus revela a sua identificação e intimidade com o Pai, algo nunca visto entre os profetas do Antigo Testamento.

Aqui, Jesus Cristo deixou claro que ele é Filho de Deus e, como tal, é também Deus. Ele possui poder e autoridade para repreender enfermidades e perdoar pecados. A intenção de Jesus Cristo ao vir a esta terra foi revelar a pessoa de Deus, Sua santidade e grandeza. Ao vir, ele nos aproximou de Deus, nos convidou a nos achegarmos a Ele como nosso Pai. Deus é um ser imenso, transcendente, mas ainda assim deseja estar próximo de nós. Seu poder não o afasta de nós; ao contrário, Ele deseja se aproximar de nós. Como está escrito na Bíblia: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós”. A essência de Deus é se aproximar de nós.

1.b. O Pai é mencionado em todo o Novo Testamento.

Em todo o Novo testamento, o Pai é mencionado. Em Atos há a promessa do Pai a respeito do batismo com o Espírito Santo (At 1.4,5); em Romanos somos adotados pelo Pai (Rm 8.15); em 1 Coríntios nosso pai é o único Deus e Criador (1 Co 8.6); em 2 Coríntios nosso Pai é bondoso e ajuda a todos (2 Co 1.3); em Gálatas o Pai habita em nosso coração (Gl 4.6); em Efésios o Pai nos abençoa com bênçãos espirituais (Ef 1.3); em Filipenses o Pai é glorificado eternamente (Fl 4.20); em Colossenses o Pai nos fez capazes de participar do Reino da Luz (Cl 1.12); em 1 Tessalonicenses o Pai nos santifica para a vinda de Jesus (1 Ts 3.13); em 2 Tessalonicenses o Pai nos ama e nos consola para sempre (2 Ts 2.16); em 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemom o Pai nos dá graça, misericórdia e paz (1 Tm 1.2; 2 Tm 1.2; Tt 1.4; Fl 1.3); em Hebreus, Deus é o Pai dos espíritos (Hb 12.9); em Tiago, Deus é o Pai das luzes (Tg 1.17); em 1 Pedro fomos escolhidos para a obediência (1 Pe 1.2); em 2 Pedro o Pai honra e glorifica Jesus (2 Pe 1.17); em 1 João o Pai confirma nossa filiação (1 Jo 3.1); em 2 João o Pai confirma os que obedecem seus ensinamentos (2 Jo 1.9); em Judas o Pai nos santifica e nos protege (Jd 1.1) e em Apocalipse o Pai nos fez reis e sacerdotes (Ap 1.6). Isso significa que nosso Deus é um Pai que demonstra o seu amor para com seus filhos e quer o nosso bem maior (Mt 7.7-11). Somente a terceira epístola de João que não faz referência ao Pai.

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Cada livro do Novo Testamento trata Deus de forma bondosa, misericordiosa, atuante em nossas vidas, nos abençoando, guardando e protegendo. O Pai das luzes, revelado no Novo Testamento, está próximo, fortalece, protege, guarda, absolve e livra. Por isso, devemos adorá-Lo, reverenciá-Lo e obedecer à Sua Palavra. Como está escrito, é melhor obedecer do que sacrificar. As pessoas muitas vezes querem as bênçãos de Deus, mas não estão dispostas a obedecer.

2. “QUEM ME VÊ A MIM VÊ O PAI”

Todos nós temos curiosidade em ver Deus. Foi assim com Moisés; ele pediu a Deus que olhasse a Sua glória e, em resposta, Deus disse que ninguém poderia ver o seu rosto e continuar vivo (Êx 33.20). Essa vontade de ver o Pai acontece por causa da incredulidade. Em nossa natureza pecaminosa só acreditamos naquilo que nossos olhos alcançam. Mas, nós, que somos novas criaturas e fomos justificados por Deus, não podemos continuar na incredulidade. Devemos ter fé por, pelo menos, dois motivos: primeiro, sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6); segundo fé é crer no invisível e no impossível (Hb 11.1).

Muitas pessoas dizem que querem ver Deus ou tocá-Lo, mas isso revela a falta de fé e a incredulidade em Sua existência. No entanto, mesmo que não possamos ver ou tocar em Deus, podemos sentir Sua presença e ouvir Sua voz. Deus já falou comigo e contigo, pois Ele se relaciona conosco de diversas maneiras.

Portanto, é importante buscar a Deus, orar sinceramente, apresentar-se diante Dele e esperar Sua resposta. Alguns crentes só sabem pedir, sem esperar Deus responder. Devemos permitir que Deus fale conosco também, pois Ele deseja uma relação de diálogo e intimidade conosco.

2.a. O diálogo de Jesus com Filipe.

Após um discurso de Jesus sobre as moradas celestiais na casa do Pai, Filipe pede a Jesus que o mostrasse o Pai. Em resposta, Jesus diz que quem o visse estava vendo o Pai (Jo 14.8,9). Filipe fez igual a Moisés. A diferença era que Filipe estava frente a frente com Deus feito carne enquanto Moisés só pôde ver a manifestação de Deus numa planta em chamas sem se queimar.

Felipe queria ver o Pai, conhecer Sua essência e Seu estado, assim como suas características. Mas Jesus revelou a ele que quem O via, via também o Pai, pois Ele e o Pai têm a mesma essência. Embora a necessidade de ver e tocar fosse forte em Felipe, Jesus mostrou que Sua presença encarnada era a manifestação do Pai, em Sua essência, poder e autoridade.

Porém, é importante entender que quando falamos sobre Deus, não estamos falando de um ser humano com características físicas, como mãos, pés, dedos, ou unhas bonitas. A Bíblia nos ensina que Deus é Espírito, o que significa que Ele transcende essas características físicas. Ele é além do físico e do material, e Sua essência é espiritual.

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2.b. A divindade de Jesus no Evangelho de João.

Dos quatro Evangelhos somente o de João relata esse desejo de Filipe de ver o Pai. Isso acontece porque João escreveu seu Evangelho com o propósito de mostrar que Jesus é o próprio Deus. Desde o início do livro de João podemos observar que Jesus é o próprio Deus. Enquanto Mateus e Lucas começam com o nascimento de Jesus e Marcos começa com seu ministério, João inicia com um mistério até então oculto: que Jesus é eterno, estava com Deus e era o próprio Deus (Jo 1.1). E, em todo o Evangelho de João vamos ver essa igualdade do Pai e do Filho. Você consegue entender e crer que Jesus e o Pai é um só Deus?

Em todo o Evangelho de João, vemos a igualdade entre o Pai e o Filho. É possível entender e crer que Jesus e o Pai são um só. O foco principal de João é apresentar Jesus Cristo como Deus. Ele é chamado de “Eu Sou”, uma referência à forma como Deus se apresentou a Moisés no Antigo Testamento. Ao longo do livro de João, vemos Jesus se referindo a si mesmo como “Eu sou”, como o pão da vida, o bom pastor, entre outros. Isso indica que Ele é Deus e possui poder divino.

Portanto, estar perto de Jesus é estar perto de Deus. Conversar com Jesus é conversar com Deus. Ver Jesus é ver Deus, pois Ele é Deus. Essa revelação gloriosa está presente ao longo do Evangelho de João, mostrando a divindade de Jesus Cristo.

3. O AMOR DE DEUS É MANIFESTO AO MUNDO

Nosso Pai celestial criou o mundo com muito amor. Porém o pecado fez o homem se afastar de Deus e a violência tem aumentado a cada dia sobre a face da terra. A rebeldia contra o Criador tem sido constante (Gn 6.11). Mesmo diante de todo esse desprezo que a humanidade tem demonstrado para com Deus, Ele não deixou de amá-la (cf. Jo 3.16).

Assim como um pai ama seu filho, mas precisa discipliná-lo quando faz algo errado, Deus também nos ama e nos corrige para que possamos crescer e nos desenvolver. Além disso, nosso Deus é justo: aquilo que plantarmos, colheremos. É essencial deixar claro para os pré-adolescentes que Deus ama a todos, mesmo aqueles que não creem nele, mesmo aqueles que estão pecando. Porém, isso não significa que todos serão salvos. A salvação é para todos, mas é necessário crer em Jesus Cristo e viver uma vida em conformidade com Ele.

Quem crê em Cristo terá sua vida transformada, se afastará do pecado e se dedicará às coisas de Deus. Essa pessoa fará parte do Reino de Deus e trabalhará para que esse Reino cresça e alcance outras pessoas. Nosso Deus é amor, e Ele deseja que todos sejam salvos, mas a decisão de crer e seguir a Cristo cabe a cada um de nós.

3.a. Jesus Cristo é o amor de Deus manifestado ao mundo (Jo 3.16).

Jesus é a essência do amor. Ele é capaz de perdoar o mais odioso pecador. Através do amor de Cristo, um criminoso malvado foi perdoado no momento da sua morte quando se arrependeu (Lc 23.39). Foi com amor que Cristo perdoou uma adúltera (Jo 8.11). O amor de Deus fez com que muitos enfermos fossem curados por Jesus (Mt 4.24). Através do amor que Jesus saciou a fome dos necessitados (Mc 8.1-9)

Não importa se somos filhos de pastor, se somos consagrados, se cantamos bonito, nada disso tem a ver com o amor de Deus por nós. Ele nos abençoa porque nos ama, e precisamos reconhecer e valorizar esse amor. Quanto mais valorizamos o amor de Deus em nossas vidas, mais Ele nos abençoa e nos guarda.

Cada ato de cura, milagre ou libertação não acontece porque merecemos, mas pela graça e pelo amor de Deus. Ele nos cura, liberta e transforma nossas vidas porque é bom e misericordioso para conosco. Todo ato de Deus em nossas vidas é uma expressão do Seu amor por nós. Ele nos abençoa não porque merecemos, mas por causa do Seu amor e da Sua graça.

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3.b. Deus é amor (1 Jo 4.8).

E, como poderemos saber se Deus é amor? Na primeira epístola de João temos a resposta. Primeiro, foi com o amor de Deus que fomos adotados como filhos (1 Jo 3.1). Por causa do pecado, nos tornamos filhos da desobediência e da ira (Ef 2.2,3). Mas, pela graça de Deus e através da fé, agora somos filhos de Deus. Segundo o amor de Deus nos fará viver eternamente como Jesus Cristo (1 Jo 3.2). Nós não fomos criados para morrer, porém, o pecado gerou a morte (Gn 3.19). Deus, através do seu amor, enviou Seu Filho para vencer a morte e nos dar a vida eterna (1 Co 15.51-57). Terceiro, o amor de Deus nos purifica de todo o pecado (1 Jo 3.5). Enquanto o pecado faz separação entre Deus e os homens (Is 59.2), o amor de Deus nos uniu através do sacrifício de Jesus (Rm 5.8).

CONCLUSÃO

Jesus é a manifestação do amor de Deus ao mundo. E nós somos os transmissores desse amor divino a um mundo sem esperança e sem Deus. Para isso, temos que amar como Cristo nos amou e não andar na prática do pecado (1 Jo 3.6-9). Deus lhe abençoe!

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