EBD – Rute e Noemi: Entrelaçadas pelo Amor – Lição 3 Adulto
TEXTO ÁUREO
“Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rt 1.16) Perceba a determinação da jovem Rute, não só em seguir Noemi, mais em seguir e obedecer ao Deus de Noemi.
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VERDADE PRÁTICA
Amar uns aos outros sem nada exigir em troca evidência ou nos prova que Deus está em nós e nos une em relacionamentos fortes e duradouros. O amor verdadeiro é aquele impulsionado pelo Espirito de Deus, o qual nos capacita a amar sem interesse.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Hb 11.32-34
Tirando força da fraqueza, batalhando e se esforçando. 32 E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas, 33 os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões,
34 apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos.
Terça – Pv 20.11
Quando a manipulação sutil se manifesta desde a infância. 11 Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for pura e reta.
Quarta – Pv 17.17
Quando um amigo é mais chegado que um irmão. 17 Em todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce o irmão.
Quinta – Mt 6.19-21; 1 Tm 6.17- 19; Tg 5.1-6
A situação do rico diante do princípio da Palavra de Deus. 19 Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. 20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. 1 Tm 6.17 Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; 19 que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna. Tg 5.1-6. 1 Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. 2 As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça.
3 O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias.
4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.
5 Deliciosamente, vivestes sobre a terra, e vos deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de matança.
6 Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.
Sexta – Tt 2.3-5. O papel das mulheres mais velhas na orientação das mais novas.
3 As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem,
4 para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos,
5 a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seu marido, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.
Sábado – Lc 24.1-10; Jo 20.11-18
As mulheres como testemunhas no ministério de Jesus. 1 E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado… Jo 20.11-18. 11 E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro 18 Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor e que ele lhe dissera isso.
Hinos Sugeridos: 198, 200, 344 da Harpa Cristã
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Rute 1.6-8; 14-19
6 Então se levantou ela com as suas noras, e voltou dos campos de Moabe, porquanto na terra de Moabe ouviu que o Senhor tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão.
7 Por isso saiu do lugar onde estivera, e as suas noras com ela. E, indo elas caminhando, para voltarem para a terra de Judá,
8 Disse Noemi às suas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo.
14 Então levantaram a sua voz, e tornaram a chorar; e Orfa beijou a sua sogra, porém Rute se apegou a ela.
15 Por isso disse Noemi: Eis que voltou tua cunhada ao seu povo e aos seus deuses; volta tu também após tua cunhada.
16 Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus
17 Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.
18 Vendo Noemi, que de todo estava resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar.
19 Assim, pois, foram-se ambas, até que chegaram a Belém; e sucedeu que, entrando elas em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi?
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PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
A presente lição tem o propósito de, como ponto de partida da relação de amizade entre Noemi e Rute, nos ensinar o valor de uma amizade em Deus mediante a maturidade da vida cristã. A história de Rute e Noemi se contextualiza a partir de uma crise familiar. Desta, desabrocha uma linda amizade que terá como resultado o aparecimento do rei do Davi, bem como a linhagem do Senhor Jesus no Novo Testamento. Esse entrelaçamento de amor tem tudo a ver com o advento do nosso Salvador. A amizade de Noemi e Rute não diz respeito apenas a Davi, mas também ao aparecimento do Rei Jesus.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar a proposta de Noemi;
II) Abordar a convicção amorosa de Rute em relação a sua sogra;
III) Refletir a respeito da convicção de Rute: “o teu Deus é o meu Deus”.
B) Motivação:
A lição desta semana traz um ponto muito importante no primeiro tópico: “sem manipulação emocional”. Noemi apresentou toda a sua amargura e tristeza diante da circunstância que se abateu sobre ela. Entretanto, isso não foi capaz de fazer com que ela aprisionasse emocionalmente suas duas noras. A escolha de Rute em ficar com a sogra foi de livre e espontânea vontade, jamais por pressão de Noemi. Essa maturidade emocional de Noemi é uma imagem poderosa do Antigo Testamento a respeito do equilíbrio e maturidade que podemos desenvolver por meio do Fruto do Espírito Santo (Gl 5.22,23).
C) Sugestão de Método:
Após a exposição da lição, retome os pontos da Convicção de Fé da Mulher e do Amor Prático relatados ao longo da lição. Faça uma revisão e aplicação desses dois assuntos. Para finalizar a aula, sugerimos que você desafie a classe para que, na semana subsequente, cada aluno(a) faça uma ação que revele o amor prático, alinhado com o ensino da Palavra de Deus, em relação a uma pessoa do relacionamento dele(a). Na próxima aula, colha o relato dessa experiência, de modo que toda a classe seja edificada com essa atividade.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:
Convicção de fé e prática do amor são duas lições que podem ser aplicadas de maneira concreta na vida do aluno. No mundo de incertezas, convicções de fé mediante a Palavra de Deus trazem consolo; num contexto de apatia coletiva, o amor prático nos desperta para a vida.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação e desenvolvimento de sua aula:
1) O texto “Perfil da Personagem”, localizado depois do primeiro tópico, apresenta um panorama da vida de Noemi;
2) O texto “A devoção de Rute”, ao final do último tópico, destaca que a decisão de Rute foi orientada por sua fé em Deus.
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INTRODUÇÃO
Já fizemos uma visão panorâmica do livro de Rute. Agora, vamos caminhar por seus capítulos e versículos, focados nos principais personagens da obra: Rute, Noemi e Boaz. Três personagem que nos ensinam grandes lições da parte de Deus, para o nosso elevo espiritual. Nesta lição, estudaremos o relacionamento entre Noemi e Rute, duas mulheres unidas por um amor profundo e uma intensa mutualidade. Quando usamos o amor com maturidade é um sucesso. O caráter voluntário da doação pessoal de sogra e nora é um extraordinário exemplo de abnegação e amizade sincera. Todo relacionamento perfeito é recheado de doação.
Palavra-Chave: Amor
I – A PROPOSTA DE NOEMI
1. Uma crise em família.
É importante considerar as circunstâncias da vida de Noemi para entender o valor e o significado de seus atos. Elimeleque, cujo nome significa “Meu Deus é Rei”, era o chefe da família de Belém, uma pequena cidade na terra de Judá. Em resposta a uma grande fome na região, Elimeleque decidiu migrar com sua esposa, Noemi, e seus dois filhos, Malom e Quiliom, para a terra de Moabe, uma nação pagã e muitas vezes hostil a Israel (Rt 1:1). Esta decisão, embora prática em termos de sobrevivência física, os afastou da terra prometida e do povo de Deus. Lá ficaram por 10 anos. Principal provedor da casa, seu marido Elimeleque (no hebraico, “Meu Deus é Rei”) havia morrido. deixando Noemi viúva. Seus filhos Malom (“doença”) e Quiliom (“definhamento”) casaram-se e tiveram morte prematura, deixando viúvas as moabitas Rute (“amizade”) e Órfã (“pescoço”).
A escolha de esposas moabitas, além de refletir a integração da família na sociedade local, também confrontava a tradição israelita de evitar casamentos com povos estrangeiros, o que muitas vezes resultava em influências religiosas e culturais contrárias ao culto de Yahweh. Considerando a expressão que os nomes tinham na Antiguidade, é bastante provável que Malom e Quiliom não tivessem boas condições de saúde desde o nascimento. A tradição judaica e algumas interpretações teológicas sugerem que os nomes dados na Antiguidade não eram meramente identificadores, mas frequentemente refletiam circunstâncias ou expectativas sobre a vida das pessoas. A vida de Noemi (“agradável”) tornou-se amarga, como ela mesma diria tempos depois, preferindo ser chamada de Mara (“amargosa”) (Rt 1.20).
Noemi enfrentou uma destruição emocional e material. Ela se viu não apenas sem seu esposo, mas também sem seus filhos, e, portanto, sem qualquer suporte econômico ou social significativo, uma situação particularmente desafiadora para uma mulher na cultura patriarcal daquela época. A mudança de nome de Noemi (“agradável”) para Mara (“amargosa”) simboliza sua profunda dor e a sensação de que sua vida havia se tornado um testemunho da severidade do juízo divino.
2. Tirando força da fraqueza.
Todas as pessoas, inclusive as cristãs, estão sujeitas a dias maus (Ec 7.14).
14 No dia da prosperidade, goza do bem, mas, no dia da adversidade, considera; porque também Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada ache que tenha de vir depois dele.
A diferença é como cada uma se comporta em meio às tempestades da vida (Ef 6.13; Mt 7.24-27). Noemi não escondeu seus sentimentos, mas também não os explorou, com autopiedade ou autocomiseração, pena de si mesmo. A autocomiseração é um sentimento perigoso que pode levar a pessoa à depressão, ao negativismo e pior, à ingratidão com Deus. É uma das “doenças do ego” que leva a pessoa a mimar seu próprio ego. Quando soube que Deus havia abençoado o seu povo, “se levantou” com suas noras para voltar a Belém (Rt 1.6,7).
A atitude de Noemi em face da adversidade ensina uma lição valiosa sobre resiliência. Em vez de ser consumida pela dor, ela escolheu agir. Ela teve uma atitude de liderança, mesmo em meio à tristeza e dor que sentia pela perda do marido e dos filhos. A distância entre os campos de Moabe e Belém era superior a 120 quilômetros. Idosa, Noemi soube tirar força da fraqueza subindo e descendo das montanhas, em tempos tão remotos (Hb 11.34). Noemi não ocultou seus sentimentos de luto e dor, mas também não permitiu que eles a dominassem. Sua decisão de retornar a Belém, mesmo em meio a dificuldades, demonstra como podemos tirar força da fraqueza. Se tivesse se entregado aos seus sentimentos, jamais teria tomado uma decisão tão desafiadora. Os problemas da vida não podem nos paralisar (Pv 24.10).
10 Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena. Os problemas da vida não podem nos paralisar, mas podem, sim, ser oportunidades para demonstrar nossa fé , confiando que Deus está sempre presente para nos guiar e sustentar.
3. Sem manipulação emocional.
Rute e Orfa decidiram prontamente acompanhar a sogra. Mas tão logo começaram a viagem, Noemi decidiu liberá-las, para que voltassem à casa dos pais (Rt 1.7,8; 2.11). Mesmo de avançada idade, Noemi pensou primeiro em suas noras e no futuro delas. Noemi, pensando no futuro e bem-estar delas, decidiu liberá-las dessa obrigação. Ela sabia que elas teriam melhores oportunidades de reconstruir suas vidas e encontrar novos maridos em suas próprias terras (Rt 1:8-9). De volta às suas origens, Rute e Orfa poderiam casar novamente e constituírem família (Rt 1.8-13). Noemi assumiu sua condição pessoal, sem apelar aos sentimentos das noras. Noemi demonstrou um profundo amor e altruísmo ao não usar sua situação desesperadora para forçar suas noras a ficarem com ela.
Esse tipo de conduta é fundamental para a construção de relacionamentos saudáveis. A manipulação emocional é sutil e costuma se manifestar desde a infância (Pv 20.11). O pecado não escolhe idade. Pessoas emocional e espiritualmente sadias não são manipuladoras. A conduta de Noemi é um modelo a ser seguido. Em nossas próprias vidas, devemos evitar qualquer forma de manipulação emocional. Devemos tratar os outros com respeito e dignidade, colocando o bem-estar deles acima de nossos próprios interesses. A verdadeira força espiritual reside na habilidade de apoiar e incentivar aqueles ao nosso redor, mesmo quando estamos enfrentando nossas próprias dificuldades.
SINOPSE I
A crise familiar de Noemi traz lições a respeito da perseverança e do bem-estar emocional.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“PERFIL DA PERSONAGEM
Histórico: A esposa de Elimeleque – A mãe de Malom e Quiliom.
História:
– Sua família, por causa da fome, mudou-se para Moabe (1.1).
– Seu marido e filhos, enquanto estavam em Moabe, morreram (1.3,5).
– Rute recolheu espigas nos campos de Boaz, um parente distante, para prover sustento para ela e Noemi (2.1-2). – Noemi buscou segurança para Rute, encorajando-a a se aproximar de Boaz, o parente remidor dessas mulheres (“o remidor” da família,3.1-5).
– Ela cuidou de seu neto, o filho de Rute com Boaz e avô do rei Davi (4.13-17).
Lições de Vida:
– Noemi, apesar de seus amargos desapontamentos, perseverou em sua fé.
– A jornada de fé traz recompensas, quer na terra quer na eternidade” (Bíblia de Estudo da Mulher Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.448).
II – A CONVICÇÃO AMOROSA
1. Uma amizade provada e aprovada.
Órfã amava Noemi, mas seu sentimento e força moral não eram tão fortes quanto os de Rute. Quando a sogra disse pela segunda vez que voltassem para a casa dos pais, Órfã se convenceu de que isso era o melhor para ela. Chorando, abraçou Noemi e voltou para seu povo. Diante da insistência de Noemi, Órfa decide retornar a Moabe. Primeiramente, ela hesita e chora ao se despedir de Noemi (Rt 1:14). Contudo, após avaliar sobre a realidade de sua situação, Órfa escolhe voltar para sua terra natal, Moabe, pois oferecia uma familiaridade e segurança que Belém não podia garantir. Órfa, assim, optou por um caminho que parecia mais seguro e razoável, permitindo-lhe recomeçar sua vida em um ambiente conhecido.
Rute, porém, se apegou a Noemi (Rt 1.14). Rute toma uma decisão diferente. A firmeza e o altruísmo a bondade o amor de Noemi novamente se revelam. Ela insiste para que Rute faça o mesmo que sua cunhada (Rt 1.15). A atitude de Noemi extraiu o que havia no mais íntimo de Rute: uma convicção amorosa por sua sogra, além de uma declaração de fé no Deus de Israel: “[…] aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16). Enquanto Órfa escolhe a segurança de Moabe, Rute se compromete a seguir Noemi até Belém. Rute demonstra uma fé profunda no Deus de Israel, ao ponto de abandonar sua terra e seus deuses. A decisão de Rute não é apenas um ato de lealdade a Noemi, mas também um passo de fé para seguir o Deus verdadeiro. As verdadeiras amizades resistem às mais intensas provas.
Rute escolheu o caminho da fé e do compromisso, abandonando tudo o que era familiar para seguir um chamado maior. Assim como Abraão, Rute não sabia o que o futuro lhe reservava em Belém. No entanto, sua fé no Deus de Israel e seu amor por Noemi a levaram a tomar uma decisão que mudaria sua vida para sempre.
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2. Amizade na adversidade.
A convicção amorosa de Rute é mesmo surpreendente, maravilhosa. Toda vez que usamos a fé em Deus surpreendemos, causamos admiração. Rute estava anunciando um compromisso profundo, que não se limitava a palavras, mas se traduzia em ações reais. Salomão escreveu que “o amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade” (Pv 17.17). Rute estava disposta a enfrentar toda e qualquer dificuldade ao lado da sogra viúva e idosa. As expressões “onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu” e “onde quer que morreres, morrerei eu” (Rt 1.16,17) demonstravam o grau de companheirismo e comprometimento da jovem moabita. Este não era um simples ato de piedade ou um gesto momentâneo de compaixão. E isso não ficou somente em palavras; transformou-se em atitudes concretas por toda a vida. Nesses dias de tanto individualismo, qual tem sido o nível de nossos relacionamentos?
Vivemos em uma sociedade onde o foco muitas vezes está em nossos próprios interesses e oportunidades. Entretanto, a amizade de Rute com Noemi nos ensina que o verdadeiro amor e companheirismo se manifestam na disposição de enfrentar dificuldades e desafios juntos. Somos chamados a cultivar relacionamentos que refletem o amor e a fidelidade ensinados nas Escrituras.
3. Um amor prático.
A Bíblia é clara ao apontar que o amor deve transcender palavras e se manifestar em ações concretas. Em 1 João 3:18, lemos: “Filhinhos, não amemos de palavra nem de língua, mas de fato e de verdade.” Rute é um excelente exemplo desse amor em ação, demonstrando como um amor genuíno envolve sacrifício pessoal, dedicação e compromisso com o bem-estar dos outros.
Chegando a Belém, Rute não ficou parada, envolta em expectativas fantasiosas. Encarando a realidade, prontificou-se a um trabalho humilde e penoso, que era feito por pessoas pobres e necessitadas: ir às plantações e catar espigas que caíam e ficavam no chão durante a colheita, como instituído nos dias de Moisés (Rt 2.2; Lv 19.9,10; 23.22.; Dt 24.19). Rute, ao chegar a Belém, tomou a decisão de trabalhar nos campos, coletando espigas deixadas para trás pelos ceifeiros. Na Palavra de Deus, o princípio básico é: os ricos não podem reter para si toda a riqueza, devendo inclusive auxiliar os necessitados (Mt 6.19-21; 1Tm 6.17-19; Tg 5.1-6); mas também não são obrigados a alimentar o ócio dos pobres, que devem ir ao campo e trabalhar duro para garantir o seu sustento, pois, exceto nos casos de incapacidade física ou mental, o mesmo princípio vige até hoje (Gn 3.19; 2 Ts 3.3.10-13).
Rute trabalhou – e muito nos campos de Boaz. Rute não se deixou intimidar pela humildade dessa tarefa. Ao contrário, ela se dedicou com afinco, demonstrando um profundo compromisso em cuidar de sua sogra, Noemi. Sua disposição para realizar um trabalho árduo, sem reclamar, reflete um amor prático e sacrificial. Seu esforço impressionou o chefe dos trabalhadores. Uma pessoa trabalhadora sempre impressiona, sempre chama a atenção. No fim do dia, recolhia tudo e levava para a sogra (Rt 2.7,17,18). Rute não apenas dizia amar, ela praticava o amor (1 Jo 3.18)
A vida de Rute nos ensina que o amor verdadeiro sempre se manifesta em atitudes concretas. Ela nos mostra que amar é estar disposto a fazer sacrifícios pessoais em prol dos outros. Quando amamos dessa forma, refletimos o amor de Cristo, que se entregou por nós de maneira sacrificial. Como está escrito em Filipenses 2:4-5, “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus.”
SINOPSE II
A convicção amorosa de Rute nos ensina a respeito do amor prático.
III – A CONVICÇÃO DA MULHER: “O TEU DEUS É O MEU DEUS”
1. Uma fé fervorosa.
Tiago nos ensina que a fé sem obras é morta, e Rute explica essa verdade de maneira clara.
Rute é um exemplo de fé fervorosa. A fé de Rute não era meramente teórica ou verbal; ela se manifestava em ações concretas. Cada espiga que Rute recolhia no campo representava não apenas seu trabalho árduo, mas também sua fé viva e ativa. Sua declaração convicta perante Noemi – “o teu Deus é o meu Deus” demonstra sua profunda devoção ao Deus de Israel, sob cujas asas decidiu se abrigar (Rt 2.12). Rute não se limitou a palavras de compromisso. Ela provou sua fé através de suas ações, trabalhando diligentemente para prover para si e para sua sogra. Este trabalho duro nos campos de Boaz não era apenas uma maneira de garantir sustento; era uma manifestação tangível de sua fé em Deus e seu amor por Noemi. Seu fervor é demonstrado em suas atitudes. Rute renunciou ao modelo de vida frívolo dos moabitas, e não seguiu caminhos fáceis entre os belemitas (Rt 3.10).
Manteve uma vida austera e disciplinada e, assim, alcançou uma excelente reputação: “Toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa” (Rt 3.11). Cada dia de trabalho nos campos era um testemunho silencioso, mas poderoso, de sua fé. Rute não esperou que as bênçãos caíssem do céu; ela foi à luta, coletando espigas e trazendo-as para casa. Sua fé a impulsionou a agir, e suas ações confirmaram a sinceridade de sua fé. Ao contrário de uma fé inativa, a fé de Rute estava viva e demonstrada em cada esforço, em cada sacrifício.
2. Uma fé que inspira.
Noemi não apenas falava sobre fé e virtude; ela vivia esses princípios diariamente, sendo um modelo de conduta cristã. Sua decisão de retornar a Belém após a morte de seu marido e filhos não foi apenas um ato de coragem pessoal, mas um testemunho vivo de sua confiança em Deus.
A fé de Rute foi inspirada na vida e crença de sua sogra. Se a nossa vida e crença não inspirar outros, precisamos revê-la. Noemi, como uma figura mais velha e experiente, desempenhou um papel importante na orientação e no exemplo de Rute, muito cuidado, orientação sem exemplo não funciona. Ao referir-se ao Deus de Noemi, Rute dava testemunho de sua fé. A decisão de seguir Noemi para Belém e abraçar o Deus de Israel foi um reflexo direto da influência positiva e inspiradora de Noemi em sua vida. Rute viu na vida de Noemi um exemplo de fé prática e compromisso com os valores divinos, e isso a motivou a seguir o mesmo caminho de fé e dedicação.
Em todos os tempos, as mulheres mais velhas têm a missão de resistir aos ventos da superficialidade espiritual, sendo piedosas, dedicadas a Deus e à família, a despeito das pressões da sociedade mundana. Somente assim poderão inspirar e ensinar as mais novas (Tt 2.3-5). Tal como Noemi foi uma influência transformadora na vida de Rute, cada cristão é chamado a ser uma luz e um exemplo para as mais jovens na fé. Nosso viver diário deve refletir os princípios bíblicos, sendo modelos de santidade, amor e serviço, para que a Palavra de Deus não seja blasfemada, mas glorificada através de nossas vidas.
3. Sensibilidade sob liderança.
As Escrituras evidenciam confirmam a profunda sensibilidade espiritual da mulher. Um exemplo disso é o fato de Maria Madalena e outras mulheres terem sido as primeiras a testemunhar e crer na ressurreição de Jesus (Lc 24.1-10; Jo 20.11-18). É de grande valor quando esse extraordinário potencial feminino é reconhecido e floresce sob uma liderança séria, que orienta o trabalho da mulher, evitando que ela seja explorada em sua fé (Fp 4.3; Rm 16.12; Paulo, em Filipenses 4:3, reconhece o trabalho de mulheres como colaboradoras no evangelho, destacando sua contribuição sem explorá-las em sua fé. Romanos 16:12 também menciona uma mulher, Trifena, como alguém que trabalha arduamente no Senhor. Mc 12.38-40; 2 Tm 3.6,7).
SINOPSE III
A convicção de Rute nos apresenta uma Fé fervorosa e que inspira.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“A DEVOÇÃO DE RUTE
Noemi pediu mais uma vez para que Rute voltasse, mas a jovem permaneceu firme. Sua resposta é uma das mais memoráveis promessas de devoção e amor encontradas em toda a literatura: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me faça assim o Senhor e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti (16,17).
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Esta terna amizade humana é similar à de Davi e Jônatas (1 Sm 20.17,41) e à de Cristo e os apóstolos (Jo 15.9,15). Além disso, é o reflexo de uma firme decisão religiosa. Rute estava determinada a abandonar os deuses de Moabe e tornar-se seguidora do Deus de Israel juntamente com Noemi. Ela viu alguma coisa nas vidas e na fé daqueles israelitas que fez com que ela se aproximasse não apenas deles, mas também do Senhor |Jeová” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. II. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.163).
CONCLUSÃO
O relacionamento de Noemi e Rute nos ensina quão precioso para Deus é o amor altruísta. A pessoa altruísta se doa para o próximo sem esperar nada em troca. Ao pensarem uma na outra e se dedicarem ao cuidado mútuo, ambas foram alcançadas pelo favor divino (Rt 4.13-17). Em um mundo tão narcisista, o Senhor espera que nos doemos mais uns aos outros. A família é o primeiro ambiente no qual o amor deve ser praticado (1Tm 5.8). O segundo, nossa igreja local.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Que atitudes de Noemi revelam seu altruísmo?
Noemi decidiu liberá-las, para que voltassem à casa dos pais (Rt 1.7,8; 2.11). Mesmo de avançada idade, Noemi pensou primeiro em suas noras e no futuro delas.
2- O que a insistência de Noemi extraiu de Rute?
A atitude de Noemi extraiu o que havia no mais íntimo de Rute: uma convicção amorosa por sua sogra, além de uma declaração de fé no Deus de Israel.
3- Como se revelou o amor prático de Rute?
Rute trabalhou – e muito – nos campos de Boaz. Seu esforço impressionou o chefe dos trabalhadores. No fim do dia, recolhia tudo e levava para a sogra (Rt 2.7,17,18). Rute não apenas dizia amar, ela praticava o amor (1 Jo 3.18).
4- Qual a missão das mulheres mais velhas em relação às mais novas?
As mulheres mais velhas têm a missão de resistir aos ventos da superficialidade espiritual, sendo piedosas, dedicadas a Deus e à família, a despeito das pressões da sociedade mundana. Somente assim poderão inspirar e ensinar as mais novas (Tt 23-5).
5- Qual a importância da liderança em relação à sensibilidade espiritual da mulher?
E de grande valor quando esse extraordinário potencial feminino é reconhecido e floresce sob uma liderança séria, que orienta o trabalho da mulher, evitando que ela seja explorada em sua fé (Fp 4.3; Rm 16.12; Mc 12.18- 40; 2 Tm 3.6,7).
VOCABULÁRIO
Ócio: falta de ocupação, cessação de trabalho.
Frívolo: que é ou tem pouca importância; inconsistente, inútil, superficial