EBD – UM DRAGÃO – LIÇÃO 7 JUVENIS
CONECTADO COM DEUS
Vivemos um momento desafiador, pois nos aproximamos do final da história. A ira de Satanás aumenta dia após dia, à medida que seu tempo diminui. A Palavra de Deus nos garante que os seus fiéis não testemunharão a guerra que haverá no capítulo 12 do livro de Apocalipse, pois a Igreja, isto é, os que servem a Cristo genuinamente já terão sido arrebatados. Porém, atualmente, nós também estamos em batalha e cabe a nós nos revestirmos da armadura de Deus a fim de que não caíamos nas astutas ciladas do diabo (Ef 6.11-13). Precisamos buscar o Espírito Santo constantemente para manter os nossos corações e mentes voltados ao Senhor (Rm 12.2) e perseverarmos nEle até o fim! Quando a sua fé for confrontada e provada, comprometa-se em permanecer fiel a Cristo, servindo-o com amor, pois nEle está a recompensa para o que o for fiel até o fim.
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A simbologia da mulher grávida
O apóstolo João viu um grande sinal no céu. A palavra sinal possui alguns significados, dentre eles: algo maravilhoso ou extraordinário. O capitulo 12 começa com a espantosa visão de uma mulher grávida vestida do sol, com os pés sobre a lua e usando uma coroa com 12 estrelas. O detalhe deste sinal: ela está prestes a dar à luz (v.2). Fique atento, pois temos muito a aprender nesta lição.
1.1. Quem essa mulher representa?
Apesar das inúmeras teorias, você precisa saber que a mulher em trabalho de parto representa a nação de Israel. No Antigo Testamento, a nação de Israel é comparada a uma mulher grávida, prestes a dar à luz (Is 26.17: Mq 4.10). Israel também é representado por uma mulher que num único parto deu à luz a muitos filhos e filhas (Is 66.8). Como disse o profeta: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante?” A história milenar do povo judeu é de fato extraordinária. Os propósitos de Deus para o povo escolhido sempre são realizados de maneira sobrenatural.
Conforme comentamos nas lições anteriores, muitos aspectos descritos no livro do apocalipse são direcionados especificamente para o povo judeu, e por isso a sua interpretação deve ser cautelosa. A visão da Mulher e do Dragão retrata os “bastidores” do mundo espiritual. A mulher possui um significado; a sua gravidez possui um significado; o filho dessa mulher possui um significado; o dragão que lhe opunha também possui um significado. A nossa interpretação nem sempre deve ser literal! Vamos trabalhar com três pessoas: a mulher, o filho e o dragão.
Nesse contexto, a mulher (que é uma “pessoa” diferente do filho) representa a nação de Israel. Veja que não podemos inicialmente confundir essa mulher com a igreja, e nem mesmo com a querida e honrada irmã Maria, mãe de Jesus. A seguir veremos o significado dos demais aspectos acerca dela (beleza, resplendor, gravidez etc.).
1.2. O significado desta gravidez.
Israel foi eleito e separado pelo Senhor como reino sacerdotal a fim de mostrar a sua glória e salvação aos demais povos da terra (Êx 19.6: Dt 7.6), porém, falhou. Entretanto, ainda assim, o Senhor manteve a promessa de que o Messias nasceria em Israel (Is 59.20). Portanto, esta gravidez significa que no tempo propicio, Deus enviou o seu Filho (Gl 4.4), nascido de mulher, na cidade de Davi, cumprindo o que predisse por meio dos profetas (Lc 2.11). Na visão descrita pelo apóstolo João, Jesus Cristo, o Messias, nascido em Israel, virá outra vez e triunfará sobre todo o mal, derrotando Satanás.
Quando as coisas se materializam neste mundo, certamente grandes eventos já ocorreram no mundo espiritual. A primeira carta do apóstolo Pedro narra que Cristo, o cordeiro imaculado e incontaminado “foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós” (1 Pe 1:19,20). Veja que a “fundação do mundo” pressupõe a criação do tempo; porém o mundo espiritual está assentado sob a dimensão chamada eternidade. Portanto, na eternidade Deus previu a queda do homem no Éden; e a preparação do cordeiro desde aquele instante revela a sabedoria de Deus em não ser “surpreendido” pelo adversário. Então, podemos imaginar que a mulher grávida significa a promessa que estava sendo gerada para o povo de israel. “Que promessa”? A promessa primeiramente feita no Éden (de que da semente da mulher nasceria um que triunfaria sobre a serpente) e confirmada aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (Israel). Isso significa que em algum momento da “linha do tempo” da história da humanidade, aquela “preparação espiritual” (o cordeiro preparado na eternidade) se materializaria; e consequentemente, o dragão (a serpente) seria esmagado(a) pelo triunfo do filho da promessa.
1.3. Sua beleza e esplendor.
Israel é como uma mulher vestida do sol, revelando que a sua verdadeira glória está em refletir a luz de Deus para as demais nações da terra (Is 49.6). Ao lermos as Escrituras, descobrimos que o Senhor se apresenta como o sol e veste-se de Luz (Sl 84.11; 104,2). Refletir a luz do Senhor é, portanto, o resultado de um viver diário em íntima comunhão com Ele. Apenas através desta busca constante pela santificação do Espírito, agimos de acordo com a Palavra, refletindo o caráter de Cristo e seus atributos. O Senhor é galardoador daqueles que o buscam. Por isso, estes refletem a sua glória e tornam-se luz, assim como Jesus Cristo (Mt 4.16; 5.14-16).
Vivemos em um contexto em que o evangelho chegou aos confins da terra. Sim, ainda há partes do globo terrestre que estão “pendentes” do conhecimento da verdade, mas é evidente o trabalho dos missionários e servos de Deus (olhe para nós, tão distantes da “nação primária”, mas servimos ao Deus Altíssimo); e isso é possível mediante a graça salvadora do Senhor Jesus! Porém, nem sempre foi assim!
No começo da história, dentre os que habitavam na terra, Deus escolheu a Abraão para dele fazer uma nação que invocasse o nome do Senhor. Abraão ouviu o chamado do Senhor e creu, e por esse motivo foi considerado justo (a graça já estava sendo revelada, visto que Abraão foi justificado pela fé). E assim sucedeu; Deus fez uma aliança com Abraão; e lhe deu um novo nome (antes era Abrão); e foi o Senhor com Abraão e o abençoou e multiplicou a sua semente.
Nesse sentido, desde então, Israel se destacou como a Nação escolhida por Deus. Aquele seria o povo que o Senhor chamaria de “meu povo”; e aquele povo levaria o nome do Senhor. As outras nações não conheciam do Deus criador (embora a criação Dele testifique), mas era a nação de Israel que carregava a glória e o resplendor do Altíssimo, enquanto nação santa e propriedade do Senhor.
1.4. A lua e a coroa com 12 estrelas.
O apóstolo João narra que viu a mulher em pé sobre a lua. Assim como a lua brilha nas noites mais escuras, Israel deverá brilhar e confirmar a sua aliança como povo de Deus durante a Grande Tribulação. Tal simbolismo nos faz lembrar de José do Egito: “[…] Eis que ainda sonhei um sonho: e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim” (Gn 37.9). A coroa decorada com 12 estrelas representa as tribos de Israel, bem como a sua vitória definitiva no tempo do fim (Ap 12,11).
A promessa feita a Abraão foi confirmada a seu filho Isaque e ao seu neto Jacó, a quem Deus mudou o nome para Isael (ali se consolidava a aliança do Senhor). Jacó teve doze filhos, que são as doze tribos de Israel, e são esses dos patriarcas na nação escolhida. Portanto, a coroa que a mulher carregava com doze estrelas representa as doze tribos de Israel. A lua representa a luz em meio à escuridão. Nesse contexto, a escuridão representaria a grande tribulação que o povo de Israel há de enfrentar; mas assim como as trevas não resistem à luz (assim como a lua ilumina a noite), o mal não prevalecerá sobre o povo de Deus.
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O grande Dragão
Você sabe quem esse Dragão representa? O apóstolo João responde, dizendo: “o dragão é o diabo, a antiga serpente, também conhecido como Satanás” (Ap 12.9). Ele é o grande adversário e acusador de Israel e da Igreja de Cristo (v.10). Saiba que Satanás existe, não é um mero personagem de ficções. Jesus afirmou a existência deste ser ao dizer que viu “Satanás, como raio, cair do céu” (Lc 10.18).
2.1. Sua natureza.
O Dragão descrito em Apocalipse é um ser pessoal que, no princípio, levado por sua altivez, ambicionou ser semelhante ao Altíssimo (Is 14.12- 15). Ele é um anjo caído que possui intelecto, emoções, vontades e ciência do julgamento de Deus a seu respeito; que “nunca mais será para sempre” (Ez 28.14-19; Jo 16.11). Por isso, este ser maligno e mentiroso, age contra os eleitos de maneira feroz e desprezível, sabendo que tem pouco tempo (Jo 844; 10.10; Ap 12.12).
O dragão visto por João na visão espiritual é a mesma serpente que aparece materializada no Éden. Em um momento, na eternidade, ele cometeu pecado de rebelião e foi expulso do céu de glória. Como o seu pecado foi cometido em uma esfera eterna, a sua pena também foi calculada em “tempo eterno”, e por isso ele está eternamente condenado; não havendo perdão nem espaço para “arrependimento”, até porque, desde o princípio, todas as suas palavras são mentira, e no seu coração só há engano.
2.2. Visto como um dragão vermelho.
Satanás é chamado de homicida, pois desde o princípio intenta a morte física e espiritual do ser humano (Jo 8.44; 1 Pe 5.8). A cor avermelhada representa o pecado, a violência, bem como o sangue das vidas que foram destruídas por ele.
O adversário possui ira da humanidade, pois de um material tão desprezível como o barro (em comparação com os metais finos e pedras preciosas), Deus formou e santificou o homem para com Ele passar a eternidade. Portanto, o intento do adversário é impedir esse encontro, e com muitas maldades procura enganar e destruir o homem; mas damos graças a Deus pelo Senhor Jesus, em quem temos abrigo, proteção, justificação, remissão e garantias espirituais pelo selo do Espírito Santo.
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O poder de Satanás
A visão do Dragão é rica em detalhes. Ele possui sete cabeças, dez chifres e dez coroas (Ap 12.3). Ele realmente é desta forma? Satanás não possui um corpo físico, porém, foi esta a sua aparência espiritual, revelada por Deus ao apóstolo João. Ela simboliza a natureza e o poder deste ser. Apesar de o associarmos à aparência assustadora de um dragão, você precisa entender que ele é astuto e no intuito de enganar, pode se disfarçar até de anjo de luz (2 Co 11.14). Compreender quem é o nosso adversário nos ajudará a vencer as batalhas contra ele e seus agentes (Ef 6.12).
É importante frisar que a materialização é um aspecto terreno; e por esse motivo buscamos encontrar forma para as coisas. O adversário é um ser espiritual, e entendemos que as formas adotadas podem ser inúmeras (a visão do dragão seria, portanto, representativa).
3.1. Sete cabeças.
O significado do número sete em hebraico dá a ideia de completude. Portanto, as sete cabeças revelam que Satanás usa o seu intelecto por completo. Ele é inteligente, ardiloso e habilidoso para lidar com a natureza humana, a fim de destruí-la (Gn 3.1-6).
3.2. Dez chifres.
Os chifres simbolizam sua força e poder espiritual, que não devem ser subestimados (Jd 9). Ele veio para aprisionar e destruir o ser humano (Lc 13.16; Jo 10.10; 1 Tm 3,7). Você se lembra da história de Jó? Sob a permissão de Deus, Satanás usou o seu poder para tocar na família, bens materiais e até na saúde desse servo de Deus (Jó 1.12-19). Contudo, não tenha medo, pois servimos a Jesus Cristo que é o Todo-Poderoso e nosso advogado junto ao Pai (1 Jo 2.1,2; Ap 1.8).
O crente abrigado no Senhor Jesus não precisa temer a condenação do mal, mas também é falta de sabedoria “desrespeitar” seres espirituais. Há uma importante passagem que explica isso, no livro de Judas (irmão de Tiago, não o Iscariores), onde ele diz: “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais, se corrompem” (Jd 1:9,10). Nessa passagem ele fala daqueles que “vituperam as autoridades” (Jd 1:8). Ele faz questão de mencionar o “comportamento” que o arcanjo Miguel (autoridade no mundo espiritual, da parte de Deus) teve ao tratar com os seres do reino das trevas. Como falamos, não se deve agir com estultícia para com o inimigo, mas com Sabedoria e principalmente em nome do Senhor Jesus, conforme o próprio arcanjo fez. Ou seja, a autoridade está no nome do Senhor, e não necessariamente sobre o homem (afinal, o homem em si é pó, e não pode “competir” com seres espirituais)
3.3. Sete coroas.
As sete coroas revelam que Satanás é um monarca que governa o reino das trevas (Mt 12.26; Ef 6.12). No Evangelho de João ele é chamado de “príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11). Os seus súditos são os demônios, bem como homens e mulheres que se curvam diante dele. Após a queda de Adão e Eva, o seu reinado estendeu-se para o mundo físico (1 Jo 5.19). Ele é o idealizador de todo o mal que existe na terra.
Uma vez expulso do céu de glória, o adversário passou a opor-se ao reino de Deus; e essa “oposição” caracteriza o reino das trevas. Não é o nosso propósito adentrar sobre a maneira como este reino se “organiza” e quais são os seus níveis hierárquicos; mas de maneira simples, Satanás é o monarca deste reino, e os anjos caídos são os seus “súditos”.
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Os parceiros de Satanás
João narra que, com a sua cauda, o dragão arrastou para a terra um terço das estrelas do céu (Ap 12.4). Mas o que isso significa? As estrelas representam os anjos que caíram junto com Satanás em sua rebelião e com ele foram condenados por Deus (2 Pe 24). Contudo, até que sejam lançados no fogo eterno preparado para eles (Mt 25.41), nosso adversário reina em parceria com os seus anjos. Estes anjos caídos também são chamados de demônios (Tg 2.19).
4.1. O propósito de Satanás.
O principal propósito do inimigo de nossas almas é destruir o Filho de Deus e os seus santos. Como está escrito: “E o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela a luz, lhe tragasse o filho” (Ap 12.4).
Na visão que João teve e que ele descreveu no livro do Apocalipse, o dragão perseguia a mulher a fim de tragar a sua semente, o seu filho; porque ele sabia que aquele seria um varão que haveria de reger todas as nações com vara de ferro (Ap 12:5); ou seja, da nação de Israel viria o Messias. Perceba que essa visão revela os “bastidores” do mundo espiritual, e desde que essa promessa se fez “conhecida”, o empenho do adversário sempre foi em atrapalhar a concretização.
Por sua vez, o versículo 5 diz que “O seu filho (o filho da mulher) foi arrebatado para Deus e para o seu trono” (Ap 12:5b), o que revela tanto o aspecto da preparação do cordeiro na eternidade quanto o triunfo e a ascensão de Cristo ao vencer a morte e ser elevado ao mais alto nível de glória, no trono à destra de Deus.
4.2. Suas estratégias.
Satanás usou meios para frustrar a promessa de Deus feita no Jardim do Éden (Gn 3.15). Suas estratégias foram para tentar destruir Israel, a fim de impedir o nascimento de Jesus (Êx 3.7:2 Cr 22.10- 12; Et 4 3.14); assim, foram assassinadas milhares de crianças, a mando de Herodes, com a intenção de matar Jesus (Mt 2.16). Por isso, ele afrontou a divindade de Cristo, através da tentação (Mt 4.3- 11); e após tantas outras tentativas de matá-lo (Mt 26.4; Lc 19.47: Jo 8.59) tentou impedi-lo de ser crucificado para que não consumasse a nossa salvação (Mt 16.22,23). Contudo, Jesus consumou o seu propósito salvífico, morreu, ressuscitou e em breve derrotará, definitivamente, a Satanás e seus demônios.
Desde que a promessa foi feita no Éden – e consequentemente reveladoo o plano de Deus – o adversário realizou fortes oposições ao povo de Deus, a fim de impedir o nascimento do Libertador.
No Egito, ao impedir a continuidade da vida dos bebês machos, o propósito era impedir a consolidação de Israel enquanto nação. Ora, se Israel não saísse do Egito, não seria uma nação independente; e não sendo uma nação independente, como então viria um monarca? Mas Deus trouxe livramento para Moisés e fez dele um grande libertador!
Na pérsia o propósito era aniquilar todos os Judeus através da conspiração de Hamã e a persuasão para o rei Assuero para a publicação daquele decreto; mas Deus trouxe o livramento através da rainha Ester.
Na Judeia, Herodes ordenou que matassem a todos os bebês machos, e essa também foi uma tentativa do adversário de frustrar a consolidação da promessa divina. Mais uma vez o Senhor entrou com livramento e em visões alertou a José para que fugisse para o Egito, e que lá ficasse até a morte de Herodes (Mt 2:13-21).
Por fim, Jesus nascido e crescido, o adversário investiu contra o seu ministério e sua identidade, primeira tentando-o no deserto e até o último instante, para que não morresse e não cumprisse o propósito (por isso é considerada uma conduta pagã lamentar a morte do Senhor Jesus!). Mas para glória de Deus, o nosso Senhor Jesus permaneceu fiel até o fim e consumou o propósito de Deus e consolidou o plano de salvação estabelecido pelo Pai!
PARA CONCLUIR
Satanás não cessa de vagar pela terra, promovendo o mal. Quando lemos as páginas do Apocalipse, percebemos a clara intenção do dragão: destruir Jesus Cristo e aos seus eleitos. Ele declarou guerra contra os anjos de Deus no Céu, contra os judeus, tentou matar Jesus e segue tentando tragar os genuínos cristãos. Apesar disso, aprendemos que o poder desse ser é limitado. Ele já está julgado e condenado; logo cairá eternamente, perante o poder de Cristo! Aleluia!