EBD – Uma história sobre dinheiro – Lição 12 Adolescentes
Introdução
O dinheiro é importante para a nossa sociedade? Existem benefícios nele (ou através dele)? Por que por muitos o dinheiro é visto de maneira negativa? O que a Bíblia nos fala acerca do dinheiro? O que o Senhor Jesus espera de nós em relação a esse assunto? Poderíamos de maneira prática dizer que o dinheiro é sim um importante instrumento na sociedade, pois representa um elemento em comum entre os dois lados de uma negociação, o lado da oferta e o lado da demanda. Ou seja, ele viabiliza a aquisição de bens e a contratação de serviços essenciais para o ser humano. Por esse ponto de vista, podemos dizer que existem sim muitos benefícios que podem ser proporcionados pelo dinheiro, ainda que de maneira indireta.
Não confundamos, todavia, o “ter” com o “ser” (abençoado). Veja que é plenamente possível um indivíduo ter fartura de bens e posses, e mesmo assim ser infeliz e não ter consigo a bênção de Deus. Também é possível ter uma vida simples e ser muito abençoado por Deus; cheio de felicidade e de contentamento. E sim, também é possível ter muitos bens e principalmente – antes de tudo – ter consigo as bênçãos do Senhor. Isso tudo nos mostra que ser abençoado por Deus está acima de ter bens e riquezas; porque enquanto a visão materialista está ligada às coisas terrenas, a visão espiritual está ligada às coisas eternas.
Essa lição tem por objetivo esclarecer e caracterizar o que seria um “mau uso” do dinheiro, especialmente quando esse mau uso está relacionado à avareza e à dureza de coração. Veremos que a avareza se assemelha ao pecado da idolatria, pois nesses casos o dinheiro deixa de ser meramente um instrumento de troca e passa a ser um verdadeiro objeto (e que para as pessoas avarentas torna-se literalmente um objeto de adoração, ainda que indireta).
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Hora de Aprender
O cenário desta parábola é o seguinte: Jesus está ensinando à multidão, quando de repente um homem lhe interrompe solicitando sua ajuda na resolução de um problema familiar. Seu pai havia morrido e o irmão mais velho, em sua opinião, não estava cumprindo o acordado no testamento. Para tristeza do rapaz, Jesus se recusa a se envolver na questão e, ao invés disso, resolve expor a real causa do conflito dos homens: o problema da avareza (Lc 21.13-15).
I – CUIDADO COM A AVAREZA
Você sabe o que é avareza? Os dicionários a definem como “uma característica de quem tem apego demasiado e sórdido ao dinheiro, de quem vive para adquirir e acumular riquezas”. Você reconhece esse comportamento? Infelizmente, esse tipo de atitude tem conquistado o coração de inúmeras pessoas, inclusive de alguns cristãos que foram seduzidos pelo consumismo desenfreado. Entretanto, Jesus faz uma forte advertência aos seus ouvintes, que serve para todas as gerações: “[…] Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza […]” (v.15).
Ao percorrermos o texto bíblico, nos deparamos com diversas passagens que nos alertam sobre cuidados que devemos ter com o dinheiro. O salmista disse: “[…] Ainda que suas riquezas aumentem, não confiem nelas” (Sl 62.10); Jesus falou que “pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês” (Mt 6.21); Paulo afirmou que “os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão parte no Reino de Deus” (ICo 6.10); e a Timóteo ele fala da causa do problema: “Pois o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos” (lTm 6.10).
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Como observamos, o problema é quando o dinheiro se torna um ídolo oculto em nosso coração. A partir desse momento, aquilo que conquistamos para o nosso benefício e das pessoas que nos cercam, passa a nos conquistar e nos tornamos escravos. Foi assim com o jovem rico, que amou tanto o dinheiro que escolheu não seguir a Jesus (Lc 18.18,22-25). Afinal de contas, não podemos servir a Deus e também servir ao dinheiro (Mt 6.24). Guarde o seu coração! Não se esqueça que ele tem um dono: Jesus Cristo, o Senhor.
O dinheiro é um importante instrumento na sociedade moderna, porque viabiliza negociações e proporciona a troca por bens, mercadorias, serviços, saúde, segurança, entre outros benefícios. Tudo isso é bom, pois facilita a vida e a dinâmica do dia a dia. Porém, para algumas pessoas, o dinheiro (e os bens que nele podem ser quantificados) possui não apenas uma função, mas representam um objeto. O grande “problema” ocorre quando esse “objeto” ocupa um lugar no coração do homem.
Exemplo prático disso foi o jovem rico descrito em Lucas 18, que tinha um grande apego material. Lembremos, em tempo, de homens que foram prósperos e que não se corromperam, como Abraão, Isaque, Jacó, Jó, Rei Davi, Rei Salomão, entre outros; o que mostra que a riqueza não é abominável para o Senhor, mas o fato de ela se apossar do homem. Nesse contexto, a avareza seria um apego demasiado ao dinheiro a ponto de torná-lo um verdadeiro norteador da própria vida. Desse modo, tal prática assemelha-se à idolatria, sendo reprovada pelo Senhor.
II – A PROSPERIDADE ILUSÓRIA GERA ESQUECIMENTO
A história contada por Jesus nos mostra como um homem que recebe uma bênção é capaz de torná-la uma maldição. O fazendeiro rico da parábola foi agraciado com uma grande colheita, sendo necessário ampliar seus depósitos de cereais (Lc 12.16-18).
Entretanto, em nenhum momento, o fazendeiro agradece a Deus pela produção abundante da terra ou cogita demonstrar generosidade com o próximo. Pelo contrário, diante da colheita abundante, ele planeja construir um novo depósito para guardar tudo apenas para si (w. 18,19).
Ele estava tão equivocado em suas prioridades que, segundo Jesus, sua loucura é revelada no esquecimento de algumas verdades básicas e essenciais da vida:
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O homem descrito nessa parábola foi comparado a um homem louco pelo fato de – além de possuir um coração avarento – viver sem se preocupar com a eternidade. Quando o Senhor Jesus diz “esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Ele aponta para dois fatos: o de não poder levar consigo nenhum dos bens para a eternidade, mas principalmente o fato de que os bens terrenos não possuem relevância alguma diante do mundo espiritual. Isso porque a “moeda espiritual” é diferente da “moeda humana”.
2.1. Ele se esqueceu de Deus
Deus não fazia parte da equação de sucesso desse fazendeiro tolo. Ele estava convencido de que era possível ser bem-sucedido sem o Altíssimo. Sua fé e esperança estavam depositadas exclusivamente nos bens materiais, por isso ele diz confiantemente: “[…] homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se” (v.19).
Ele escolheu amar as coisas criadas no lugar do Criador. Seu coração foi iludido pela falsa prosperidade; confiou que tudo que precisava estava diante dos seus olhos. Tolo, ignorou o primeiro mandamento (Mc 12.30).
O adolescente precisa desde cedo entender que a maior bênção que o homem pode ter em sua vida é estar aos pés do Senhor Jesus. O nosso contentamento no Senhor precisa estar acima de qualquer adversidade, bens ou conquistas. Ademais, precisamos reconhecer também que a verdadeira prosperidade vem de Deus, pois traz (além das benção materiais) sobretudo paz. Provérbios 10:22 diz que a bênção do Senhor é a que enriquece; e não traz consigo dores.
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2.2. Ele se esqueceu do próximo
Sua colheita abundante seria uma ótima oportunidade para compartilhar generosamente as bênçãos recebidas com outras pessoas, mas, como se esqueceu de Deus (sua fonte de provisão, amor e contentamento), ele também esqueceu o próximo. Ele escolheu viver como que se o próximo não existisse; preferiu a apatia ao invés do envolvimento com as necessidades dos seus semelhantes. Tolo, desconsiderou o segundo mandamento (Mc 12.31).
Repartir com o próximo não só é um “ato”, mas é uma das formas de materializar o amor. Ou seja, aquele que é incapaz de enxergar a necessidade daquele que está ao seu lado, na verdade está tomado de frieza. A caridade é um dos dons descritos na Bíblia, e que deve ser buscado por nós, visto que a nossa caminhada aqui na terra deve ser acompanhada da produção de frutos para o reino de Deus.
3.3. Ele se esqueceu que era mortal
Infelizmente ele se esqueceu de que a vida é como um sopro e que não temos qualquer controle sobre os acontecimentos futuros (Tg 4.13-15). O mesmo bem material que gera um aparente conforto, segurança e tranquilidade, quando idolatrado, pode escravizar, matar e inquietar a alma. Deus faz questão de lembrá-lo: “seu tolo! Esta noite você vai morrer: aí quem ficará com tudo o que você guardou?” (Lc 12.20). Afinal de contas, “o que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira?” (Mc 8.36).
A palavra nos alerta acerca da falibilidade dos projetos humanos (Tg 4:13-17), pois não sabemos as demandas e as “surpresas” que cada dia “reservou”. Muitas vezes fazemos planos de viagens, passeios, encontros, e simplesmente somos surpreendidos até mesmo por uma simples chuva, que poderia impedir a perfeita realização de um desses eventos. Nesse sentido, quanto mais relevante ainda não seria vivermos de modo a estarmos prontos para a eternidade, pois não sabemos nem o dia nem a hora da vinda do Senhor. Cada vez mais, pois, criemos a consciência de que a nossa vida aqui é passageira, e que uma eternidade nos espera a qualquer momento.
III – SER OU TER, EIS A QUESTÃO
Vivemos em uma cultura consumista, de maneira que, para muitos, nosso valor está na quantidade de bens que possuímos, na marca de roupa que vestimos, no lugar em que trabalhamos, etc.
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Por essa razão, inúmeras pessoas, inclusive jovens, seduzidos pela lógica do “ter”, acabam comprando o que não precisam, com o dinheiro que não possuem, para mostrar o que não são, a pessoas que não conhecem.
Mas, graças a Deus que no seu Reino a lógica é diferente. Aqui, o importante não é o que temos, mas o que somos diante de Deus. Somos desafiados a viver uma vida de essência e não de aparência. Somos movidos por princípios e valores eternos, nossa vontade é fazer a vontade de Deus. Pela Palavra, somos ensinados a amar pessoas, de maneira que, os que invertem tal lógica estão literalmente na contramão do Reino de Deus. Usando as palavras de Jesus, estão ajuntando “[…] riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos” (Lc 12.21).
Ser rico para com Deus é valorizar e amar aquilo que é importante para Deus. O fazendeiro da parábola escolheu “ter” riqueza material e “ser” miserável diante de Deus. Que o Espírito Santo nos desperte para sermos tudo o que Deus espera que sejamos: obedientes, fiéis, amorosos e santificados (Ef 5.8-11; Cl 3.5-14; 1 Pe 1.15,16), porque isso é importante no Reino de Deus. Que vivamos para a Glória de Deus, buscando as riquezas do seu Reino.
No evangelho de Lucas (v 20,21) o Senhor Jesus diz que o Reino de Deus não vem com aparência exterior, e nem dirão “Ei-lo aqui! Ou: “Ei-lo ali!”, porque eis que o reino de Deus está entre nós. E isso significa que as coisas espirituais estão em uma escala muito superior às carnais. Os homens buscam aparência, mas o Senhor age com propósitos. O apóstolo Pedro, inclusive, ao ter uma experiência com Deus disse uma frase que se tornou icônica no universo Cristão: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas” (At 10:34). Naquele episódio ele entendeu que o Senhor é aquele que sonda os corações e prova os espíritos, e que vê além do exterior.
O jovem, portanto, deve ter a tranquilidade de viver uma vida não para agradar os homens, moldando a sua aparência e o seu estilo de vida aos padrões deste mundo, pois o nosso dever de “prestar contas” e de “agradar” está direcionado ao nosso Deus. Não adiantaria ser aceito pelo mundo e ser rejeitado por Ele. Portanto, desde já, devemos desenvolver essa “cultura de pensamento”, de maneira a moldar o nosso entendimento, para que não nos frustrarmos quando o mundo nos rejeitar.
CONCLUSÃO
A prosperidade sem Deus tem seus perigos (Pv 30.7-9). A riqueza é capaz de sufocar a Palavra de Deus semeada no coração (Mt 13.22), de criar armadilhas e tentações desnecessárias (1 Tm 6.6-10) e de oferecer uma falsa sensação de segurança (lTm 6.17).
Assim, devemos procurar incessantemente ajuntar “[._) riquezas no céu, onde as traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las” (Mt 6.20)