EBD – Zacarias e Malaquias – Lição 12 Juvenis
Prefácio
O período pós-exílio foi marcado não só pelo retorno de parte do povo que havia sido levado cativo, mas também pela reconstrução do tempo, dos muros, da cidade, e do povo como um todo. Vale destacar que o retorno do povo não aconteceu de maneira única e absoluta, porquanto eram “liberados” pouco a pouco. Por exemplo, a (re)construção do templo ocorreu antes mesmo da reconstrução dos muros. Enquanto naquele primeiro momento (reconstrução do templo) temos a participação de Zorobabel e dos profetas (que motivavam o povo pela palavra de Deus); no segundo momento (reconstrução dos muros) temos a participação ativa de Neemias, que outrora era copeiro do Rei Artaxerxes, no império Persa. É através de uma notícia trazida por Hanani (acerca de como estava o povo lá em Judá) que Neemias se comove e desenvolve no seu coração o desejo de reconstruir os muros de Israel. Tudo isso que falamos foi apenas para contextualizarmos e diferenciarmos os períodos. Apesar disso, todos esses homens de Deus foram contemporâneos.
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A presente lição, no entanto, objetiva tratar sobre o período de reconstrução do templo (na visão do profeta Zacarias), e explicar o contexto posterior (na visão do profeta Malaquias). Aliás, o profeta Malaquias foi o último “profeta menor” descrito na Bíblia, e não possui citação do seu nome em nenhuma outra passagem (senão do seu próprio livro).
CONECTADO
As mensagens anunciadas por Zacarias e Malaquias aos judeus que retornaram do exílio na Babilônia ressaltam a importância de um compromisso sincero com a vida espiritual. Deus não quer que sejamos crentes nominais, pessoas com aparência de servos do Altíssimo, mas vivendo uma vida oposta aos valores e princípios dEle. Na aula desta semana, veremos que o retorno à Terra Prometida foi marcado por altos e baixos. E, devido à falta de compromisso do povo com a Lei de Deus, ele sofreu terríveis consequências. Que o seu coração seja vigilante e aprenda com este exemplo, a fim de não precisar sofrer para compreender que os mandamentos do Senhor visam o seu próprio bem.
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1. A PROFECIA DE ZACARIAS
1.1. A conclusão do Templo.
O profeta Zacarias é contemporâneo de Ageu. Ambos são mencionados como os profetas que estimularam a Zorobabel, governador; a Josué, o sumo sacerdote; e a todo o povo de Judá a iniciarem a reconstrução do Templo. A história mostrou que o encorajamento desses profetas surtiu o efeito esperado. No tocante à profecia, enquanto Ageu foi mais prático sobre as etapas para a reconstrução do Templo, Zacarias exerceu um papel mais espiritual, anunciando uma mensagem apocalíptica sobre o futuro de Jerusalém, Deus tinha uma renovação especial para o seu povo, mas ela precisava ser permanente. Nesse sentido, o ponto inicial era a conclusão da obra de reconstrução do Templo.
Os profetas Ageu (que vimos na lição anterior) e Zacaria eram contemporâneos e são conhecidos como profetas “pós-exílicos”, pois foram levantados por Deus para profetizar exatamente no momento em que alguns dos povos retornavam do cativeiro. Ambos profetizaram acerca (também) da reconstrução do templo, só que, enquanto o profeta Ageu fez apontamentos “estruturais” (motivando o povo à construção), o profeta Zacarias fez apontamentos um tanto mais “espirituais”, pois o núcleo da primeira parte da sua profecia revela um cuidado maior acerca da preparação do povo para aquele novo momento. É sabido que aqueles que retornaram do cativeiro carregavam “bagagens” emocionais e psicológicas que levariam um tempo para “curar”, mas as bases espirituais precisavam de uma conversão imediata.
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A título de curiosidade (caso concreto), a Bíblia relata o “concerto com Deus” feito pelo povo logo após a reconstrução dos muros, com a convocação de Neemias e do sacerdote e escriba Esdras (Indicação: Ler Neemias 9 como subsídio).
1.2. As promessas messiânicas.
Enquanto a primeira parte do livro de Zacarias apresenta a reconstrução não apenas material, mas também espiritual do povo escolhido (Zc 1-8), a segunda parte destaca as promessas messiânicas e os acontecimentos finais antes que o Senhor reine sobre toda a Terra (9-14), Muitas profecias sobre o Messias estão presentes no livro de Zacarias: a) A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (9.9); b) O preço da traição de Cristo: trinta moedas de prata (11.12); c) O reconhecimento do Unigênito de Deus como Messias e o derramamento do Espírito (12.10); d) Jesus, a fonte de águas vivas que purifica os pecados (13.1); e) O Pastor será ferido, ou seja, Jesus seria crucificado, e as suas ovelhas se espalhariam (13.7); f) O Senhor será Rei sobre toda a Terra (14.9). Algumas dessas profecias já se cumpriram, como vemos nos Evangelhos; outras ainda vão se cumprir quando Jesus voltar.
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O profeta Zacarias é um dos cinco profetas denominados “Messiânicos” (Isaías, Jeremias, Miqueias, Zacarias e João Batista). Essa denominação é dada porquanto tais homens de Deus anunciaram a vinda do Messias, que por sua terminologia significa “o ungido” ou “o escolhido”; aquele que reinaria com justiça e retidão. Essas profecias, sabemos que apontam para o Senhor Jesus, que na sua primeira vinda cumpriu o plano do resgate, para que pela perfeita justiça recuperasse o domínio sobre a morte (uma vez que o pecado trouxe a morte para o mundo); e que na sua segunda vinda virá para reinar com o seu povo.
2. AS VISÕES DE DEUS REVELADAS A ZACARIAS
Durante a reconstrução do Templo, Deus revelou a Zacarias importantes visões:
2.1 Uma síntese de cada visão:
a. A primeira visão: O anjo entre as árvores de mirto: aponta o fim do julgamento de Jerusalém e o início da restauração (1.7-17);
b. A segunda visão: Quatro chifres e quatro ferreiros: sobre os inimigos de Judá que seriam destruídos (1.18-21);
c. A terceira visão: O homem com o cordel de medir: sobre a restauração de Jerusalém, cheia de pessoas em busca da presença de Deus (2.1-13);
d. A quarta visão: Josué, o sumo-sacerdote, recebendo vestes novas: sobre Deus prometendo purificar a Terra (3.1-10);
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e. A quinta visão: O castiçal de ouro e as duas oliveiras: o trabalho de Zorobabel seria bem-sucedido (4.1-14);
f. A sexta visão: O rolo voante: aponta o julgamento de Deus sobre os malfeitores (5:1-4)
g. A sétima visão: A mulher e o efa: sobre a impiedade dentro do efa, sendo levado à terra de Sinar (5.5-11);
h. A oitava visão:O s quatro carros, sobre a presença de Deus para toda a Terra (6.1-8).
2.2. Renovo espiritual.
É importante ressaltar que a reconstrução do Templo, embora fosse de suma importância para a vida religiosa dos judeus, precisava ser acompanhada de uma renovação espiritual no interior de cada um. Por esse motivo, as revelações dadas por Deus a Zacarias focaram mais na condição espiritual dos líderes e do povo do que na parte estrutural, física do Templo. A glória de Deus se revela não naquilo que é aparente, pois, como afirmou nosso Senhor Jesus Cristo, os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade (Jo 4.24).
Alguns estudiosos entendem que entre o início da construção do templo e a sua conclusão teve um período do “pausa”. Ao lançar os alicerces do templo o provo jubilou de tal maneira que em grande distância era possível ouvir o seu som (Esdras 3:10-13). Ocorre que alguns dos povos das nações vizinhas se contaminaram de inveja e tentaram impedir a prosperidade daquele povo, que era recém-chegado. Os historiadores dizem que diante dessas injúrias, o povo desanimou em relação à construção do tempo e resolveu cuidar da construção das suas próprias casas. Nesse contexto é que Deus levanta os seus profetas (e Zacarias é um deles) a fim de lembrar o povo o real motivo do seu retorno àquele lugar. As palavras de Zacarias e as visões descritas nas suas profecias trouxeram um renovo espiritual e um renovo sobre a esperança de todos.
3. A PROFECIA DE MALAQUIAS
3.1. Acusações de Deus contra a falsa religião
Naqueles dias, o Templo já havia sido reedificado, e o ministério da Casa de Deus restabelecido. Entretanto, com o tempo, o povo abandonou o zelo pelo Senhor, que não estava se agradando de suas práticas religiosas. Malaquias fez duras críticas concernentes: a) A adoração hipócrita e mecânica (Ml 17-2.9): b) O casamento com pagãos (2.10-16); c) A idolatria (2.10-12); d) O divórcio (2.13-16); e) A falsa religiosidade (2.17); f) O roubo dos dízimos e ofertas (3.8-10). Essas atitudes revelam o nível de declínio espiritual em que o povo se encontrava. A mensagem de Malaquias é muito atual, pois se as nossas práticas espirituais não forem sinceras, seremos, igualmente, repreendidos por Ele (Mt 5.20).
Após completar o período do exílio, retornar para a sua terra, construir o templo, completar a construção dos muros e de certa forma se “estabilizar”, o povo provou de um tempo de frieza espiritual, pois caiu na naturalidade das suas rotinas (o que é um grande perigo). Aquele ânimo inicial, o concerto feito por meio de Neemias e Esdras, as orações e súplicas; por um momento tudo pareceu ter sido esquecido. Com muita misericórdia, Deus levanta mais um profeta para protestar diante do povo as suas faltas; e nesse contexto figura o profeta Malaquias, que foi o último “profeta menor” descrito na Bíblia. Muitos já não adoravam com sinceridade; estavam vivendo de maneira mecânica; os casamentos eram frustrados (ou eram feitos com o povo pagão das nações vizinhas ou simplesmente compactuavam com o divórcio); além de principalmente conviverem com a idolatria e profanarem os estatutos (apropriavam-se da parte que era devida aos levitas; dos dízimos).
3.2. A diferença entre o justo e o ímpio.
Uma das lições mais importantes que Malaquias trouxe ao povo se referia à falta de honestidade perante Deus (2.17). Malaquias confrontou os que agiam com falsidade, mas também o desânimo daqueles que diziam ser inútil servir a Deus com integridade. Eles declaravam que não valia a pena praticar o correto, pois os soberbos é quem prosperavam (3.14,15). Contudo, Deus prometeu castigar a maldade do povo e poupar os que genuinamente temem o seu nome (vv.16,17). Assim, por meio do profeta, o Senhor garantiu que eles veriam outra vez a diferença entre o justo e o ímpio. O Senhor sabe recompensar os que o servem de todo o coração (Cl 3.23,24).
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Diante desse novo cenário muitos desanimaram, pois comparavam os resultados obtidos das suas vidas enquanto justos e consagrados, com os resultados obtidos por aqueles que viviam de maneira dissoluta. Chegaram a dizer que não havia “vantagem” em levar uma vida plena, visto que os que praticaram a maldade estavam “prosperando”. Nesse sentido, através do profeta Malaquias, Deus envia a palavra dizendo que valia sim a pena ser fiel, pois castigaria a maldade daqueles que a praticavam, mas que pouparia aqueles que temem o seu nome, de modo que eles veriam a diferença entre o justo o ímpio. Lembremo-nos que o Senhor não se deixa escarnecer, e que Ele é recompensador e galardoador.
PARA CONCLUIR
Os profetas Zacarias e Malaquias foram chamados por Deus no período pós-exílico. Naquele tempo, uma característica marcante no povo que retornou da Babilônia foi a falsa religiosidade, pois não servia a Deus com integridade. Precisamos sempre vigiar para não nos tornarmos cristãos apenas em aparência. A Palavra de Deus nos encoraja a buscarmos um relacionamento íntimo e sincero com o Senhor. Portanto, decida não servir a Cristo de qualquer maneira. Faça o seu melhor, e Ele certamente o recompensará!