Lição 1 Jovens- Introdução a Primeira Carta a Timóteo

Lição 1 Jovens- Introdução a Primeira Carta a Timóteo

LIÇÃO 1 DE JOVENS – 3° TRIMESTRE 2023 – INTRODUÇÃO À PRIMEIRA CARTA A TIMÓTEO

TEXTO PRINCIPAL “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” (1 Tm 4.12)

RESUMO DA LIÇÃO: As cartas pastorais, embora escritas em um tempo distinto do nosso, apresentam orientações importantes para a igreja e a liderança atuais.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE: 1 Timóteo 1.1-7

I – TIMÓTEO NO CONTEXTO DAS CARTAS DE PAULO

  1. Epístolas pastorais

o fato de que o apóstolo Paulo escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento. Nove desses livros são cartas dirigidas a diferentes igrejas e pastores, enquanto as outras quatro são consideradas cartas da prisão.

As cartas mencionadas são:

  1. Gálatas: Escrita antes da primeira prisão de Paulo em Roma, aborda questões teológicas e a liberdade em Cristo.
  2. 1 e 2 Tessalonicenses: Também escritas antes da prisão, são dirigidas à igreja em Tessalônica e tratam de questões relacionadas à segunda vinda de Cristo e à vida cristã.
  3. 1 e 2 Coríntios: Também escritas antes da prisão, são cartas que abordam vários problemas enfrentados pela igreja em Corinto, incluindo divisões, imoralidade e questões doutrinárias.
  4. Romanos: Escrita antes da prisão, é considerada uma das cartas mais teologicamente abrangentes de Paulo, abordando tópicos como pecado, salvação e a justiça de Deus.
  5. Colossenses: Escrita durante a primeira prisão de Paulo em Roma, lida com ensinamentos heréticos que surgiram na igreja em Colossos e destaca a supremacia de Cristo.
  6. Efésios: Também escrita durante a prisão, enfatiza a unidade dos crentes em Cristo e o propósito divino para a igreja.
  7. Filipenses: Também escrita durante a prisão, é uma carta de encorajamento e agradecimento à igreja em Filipos, destacando a alegria em Cristo.
  8. Filemom: Uma carta pessoal escrita durante a prisão, em que Paulo apela a Filemom para receber seu escravo fugitivo, Onésimo, como um irmão em Cristo.

Essas cartas de Paulo fornecem uma rica fonte de ensinamentos teológicos, instruções pastorais e encorajamento para os primeiros cristãos e continuam a ser uma parte significativa do cânon bíblico até hoje.

Cada carta tem seu propósito e contexto específico, abordando as necessidades e desafios das igrejas e indivíduos aos quais foram escritas.

  1. Escrevendo durante as viagens

Paulo escreveu as cartas pastorais, 1 Timóteo e Tito, entre 63 e 65 d.C., durante uma viagem que ele realizou após seu primeiro aprisionamento em Roma. A última carta de Paulo, a Segunda Carta a Timóteo, foi escrita durante seu segundo aprisionamento, de dentro de uma das cadeias romanas, provavelmente em 66 ou 67 d.C.

É importante observar que as cartas pastorais foram escritas posteriormente aos outros textos paulinos e aos eventos registrados por Lucas em Atos 28.30,31. Portanto, essas cartas fornecem informações históricas valiosas sobre os últimos anos do ministério de Paulo, além de apresentarem uma teologia pastoral substancial.

Essas cartas são direcionadas a Timóteo e Tito, a quem Paulo confiou a responsabilidade de liderar e instruir igrejas e pastores. Elas abordam questões de liderança, organização da igreja, ensino correto, disciplina eclesiástica e resistência a falsos ensinamentos.

Ao estudar as cartas pastorais, obtemos insights sobre a vida e o ministério de Paulo após os eventos descritos em outros livros do Novo Testamento. Essas cartas complementam os demais escritos paulinos, ampliando nosso entendimento do contexto neotestamentário e fornecendo orientações práticas para a igreja.

  1. De volta às viagens

Paulo enfrentou períodos significativos de prisão e restrição em seu ministério. Além dos dois anos de prisão domiciliar em Roma (Atos 28.16-30), ele também passou aproximadamente três anos preso desde sua captura em Jerusalém (Atos 21.33). Ele foi encarcerado em Cesareia por mais de dois anos (Atos 24.27) antes de ser levado à capital do Império Romano.

Durante esses cinco anos de privação de sua atividade apostólica e pastoral presencial, Paulo retomou suas viagens depois de sua libertação. É possível que ele tenha cumprido seu desejo de ir à Espanha durante essa oportunidade, como mencionado em Romanos 15.24,28.

Sabe-se com certeza que ele visitou algumas das igrejas que havia fundado durante suas três grandes viagens missionárias registradas em Atos 13-21, incluindo Creta e Éfeso.

Mesmo enquanto estava aprisionado, Paulo continuou a viver como um fiel e atuante ministro de Cristo. Além das quatro cartas que ele escreveu, ele pregava e ensinava “as coisas pertinentes ao Senhor Jesus Cristo” (Atos 28.31), demonstrando seu profundo compromisso com seu Salvador.

Ele entendia sua condição de prisioneiro como sendo “prisioneiro de Jesus Cristo [pelos] gentios” (Efésios 3.1) e permaneceu fiel durante todo o tempo (João 16.33; Apocalipse 2.10).

II – TIMÓTEO, VERDADEIRO FILHO

  1. Sua origem.

Timóteo nasceu em Listra, uma cidade localizada na Licaônia, que fazia parte da província romana da Galácia. Sua mãe, Eunice, e sua avó, Lóide, eram judias e ensinaram as Escrituras a ele desde a infância (2 Timóteo 1.5; 3.14,15). Acredita-se que Timóteo, sua mãe e sua avó tenham se tornado cristãos durante a primeira viagem missionária de Paulo, quando ele estava acompanhado por Barnabé.

Durante essa viagem, muitas pessoas em Listra se converteram ao cristianismo através da pregação do apóstolo Paulo (Atos 14.6-23).

Quando Paulo retornou a Listra em sua segunda viagem missionária, desta vez acompanhado por Silas, ele encontrou Timóteo, descrito como “filho de uma judia que era crente, mas de pai grego, do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio” (Atos 16.1,2). Essa passagem indica que Timóteo já era bem conceituado entre os cristãos locais e foi altamente recomendado pelos irmãos da região.

Vídeo aula da lição 1 dos Jovens do 3º Trimestre 2023- Introdução a Primeira Carta a Timóteo 

  1. Companheiro de Paulo.

O bom testemunho de Timóteo, resultado de sua educação espiritual e crescimento na fé cristã, levou Paulo a convidá-lo para acompanhá-lo em sua jornada missionária. Embora Timóteo não fosse circuncidado, o apóstolo decidiu circuncidá-lo “por causa dos judeus que estavam naqueles lugares” (Atos 16.3).

Paulo não circuncidou Timóteo porque considerava isso necessário para a salvação, mas sim para evitar que os judeus tivessem um motivo para rejeitar o Evangelho.

Em várias ocasiões, o apóstolo ensinou sobre a suficiência da fé em Cristo como meio de receber a graça salvadora, como está registrado em suas diversas epístolas (Romanos 3.21-28; Efésios 2.8,9; Gálatas 2.16).

Paulo tinha uma compreensão clara da obra da salvação (Efésios 3.1-7), que estava além de qualquer prática legalista. Ele afirmou que em Jesus Cristo, a circuncisão ou a falta dela não têm valor, mas sim a fé que opera por amor (Gálatas 5.6).

Precisamos entender bem o que é a liberdade cristã e o lugar das obras no propósito divino. Como o apóstolo nos ensina, somos salvos pela fé, mas também fomos criados em Cristo Jesus para realizar boas obras, que Deus preparou para que andássemos nelas (Efésios 2.10).

  1. Evangelho da incircucisão

Conforme o Dicionário Wycliffe, a circuncisão é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino. Foi uma ordenança de Deus como um pacto entre Ele e os descendentes de Abraão (Gênesis 17.10-14) e foi ratificada ao povo de Israel nos dias de Moisés (Levítico 12.1-3).

Observamos que, em relação a Tito, que era grego, o apóstolo Paulo deliberadamente decidiu que ele não precisava ser circuncidado, embora houvesse certa pressão por parte dos judeus, a quem Paulo chama de “falsos irmãos” (Gálatas 2.1-4). Aos Gálatas, o apóstolo afirma claramente que foi comissionado a pregar o “evangelho da incircuncisão” (Gálatas 2.6-10; 5.1,2).

Hoje, da mesma forma, precisamos ter cuidado para não sermos enganados pelos judaizantes, que ignoram o fato de que, em Cristo, não estamos mais sujeitos aos preceitos da lei mosaica, como a guarda do sábado, a abstinência de certos alimentos e práticas litúrgicas do judaísmo (Romanos 14.1-6; Gálatas 4.1-10).

III – TIMÓTEO: UM JOVEM MINISTRO

  1. A trajetória.

De acordo com a opinião de alguns estudiosos, estima-se que Timóteo tenha sido pastor da igreja em Éfeso por volta dos 30 a 35 anos de idade, o que situaria esse período em torno de 65 d.C. Portanto, é possível que ele tenha se tornado cooperador de Paulo com, no máximo, 20 anos de idade, por volta de 50 d.C.

Desde o momento em que foi convidado por Paulo para acompanhá-lo em suas viagens (Atos 16.3-8), Timóteo serviu ao apóstolo por muitos anos. Mesmo sendo jovem, ele acompanhou fielmente Paulo em suas segunda e terceira viagens missionárias, ganhando confiança para missões de grande importância espiritual.

Timóteo foi designado para servir nas igrejas em Tessalônica (1 Tessalonicenses 3.1-10), Corinto (1 Coríntios 4.16,17) e Filipos (Filipenses 2.19-24).

Durante o primeiro aprisionamento de Paulo em Roma, Timóteo esteve ao seu lado. O apóstolo menciona-o em três das quatro cartas escritas durante esse período de prisão (Filipenses 1.1; Colossenses 1.1). Quando Paulo foi libertado, ele levou Timóteo consigo em sua quarta e última viagem missionária, mas pediu-lhe que permanecesse servindo na igreja em Éfeso (1 Timóteo 1.3).

  1. o roteiro final

De fato, o exato roteiro da viagem de Paulo após sua primeira prisão em Roma não é conhecido com precisão. As cartas que ele escreveu a Timóteo e a Tito não foram destinadas a ser um registro histórico detalhado, mas tinham o propósito de fornecer orientação espiritual e prática aos jovens pastores em relação ao cuidado com eles mesmos e às igrejas que estavam liderando.

Embora não tenhamos informações específicas sobre todos os lugares que Paulo visitou após sua libertação, é possível que ele tenha ido até a Espanha, como mencionado em Romanos 15.24 e 28. Sabemos que ele visitou Creta, onde deixou Tito (Tito 1.5), e também algumas cidades da Ásia Menor, como Mileto (2 Timóteo 4.20) e possivelmente

Éfeso. Após passar por Mileto, Paulo seguiu para Trôade e depois para a Macedônia, onde visitou Filipos, Tessalônica e Bereia. É nessa região que ele escreveu a primeira carta a Timóteo (1 Timóteo 1.3).

  1. A responsabilidade de Timóteo

De fato, um dos principais desafios enfrentados por Timóteo na igreja em Éfeso eram os falsos mestres que estavam promovendo ensinamentos errôneos e divisões dentro da comunidade.

Esses falsos mestres estavam propagando doutrinas que envolviam fábulas e genealogias intermináveis, que mais geravam controvérsias do que edificação espiritual. A responsabilidade de Timóteo era advertir esses indivíduos sobre seus erros doutrinários e assegurar que a “boa doutrina” fosse ensinada e preservada.

Timóteo tinha a tarefa de transmitir tanto os ensinamentos práticos para toda a igreja quanto exercer a disciplina eclesiástica quando necessário. Apesar de sua juventude e de enfrentar desafios pessoais, como problemas de saúde, Timóteo recebeu a grande responsabilidade de cuidar de uma das principais igrejas do primeiro século, a igreja de Éfeso.

Sete anos antes da primeira carta a Timóteo, Paulo havia advertido os presbíteros de Éfeso sobre a presença de falsos mestres e lobos cruéis que surgiriam para desviar os discípulos. Agora, essas advertências haviam se concretizado, e era responsabilidade de Timóteo defender a pureza do Evangelho e proteger a igreja dos ensinamentos enganosos.

CONCLUSÃO

Com certeza, a jornada de estudo das cartas pastorais será emocionante e edificante. As recomendações transmitidas a Timóteo por Paulo são preciosas e têm um valor duradouro para a Igreja e para todos os cristãos ao longo dos tempos.

Ao explorar essas recomendações, descobriremos princípios e orientações que nos ajudarão a crescer em nossa fé, a aperfeiçoar nosso serviço a Deus e a fortalecer o corpo de Cristo.

Que a graça de Deus esteja conosco enquanto prosseguimos em nosso estudo e que possamos aplicar os ensinamentos de Paulo e a sabedoria contida nas cartas pastorais em nossas vidas diárias. Que sejamos encorajados e inspirados pelo exemplo de Timóteo e pela maneira como ele cumpriu sua missão como servo de Deus.

Que o estudo das cartas pastorais nos ajude a compreender melhor o propósito de Deus para nossas vidas e a viver de acordo com Sua vontade. Que sejamos capacitados pelo Espírito Santo para crescer em maturidade espiritual e sermos instrumentos de transformação no mundo ao nosso redor.

Que a graça de Deus nos acompanhe em nossa jornada de estudo e nos capacite a viver de acordo com a Palavra de Deus. Que sejamos fortalecidos, encorajados e edificados por meio dessas preciosas cartas pastorais.

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