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LIÇÃO 7 ” As Naturezas Humana e Divina de Jesus” EBD 1 Trimestre 2025

CANAL DESCOMPLICANDO A TEOLOGIA

PR. JEOVANE SANTOS.

DESCOMPLICADA: LIÇÃO 7 ADULTOS –” As Naturezas Humana e Divina de Jesus”.

Introdução

A lição de hoje aborda a dualidade das naturezas de Cristo, enfatizando que Ele é tanto plenamente Deus quanto plenamente homem. O Concílio de Calcedônia, realizado em 451, foi fundamental para esclarecer essas questões, especialmente em relação ao Nestorianismo e ao Monofisismo, que são considerados heresias. Essas controvérsias surgiram após a definição da Cristologia em Niceia (325) e da Trindade em Constantinopla (381), refletindo a complexidade da natureza de Cristo.

Texto Áureo

Da Lição:

“Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5)

Explicação:

Este versículo destaca a linhagem de Cristo, enfatizando que, embora Ele tenha uma origem humana, sendo descendente de Davi, Sua divindade é inquestionável. A expressão “Deus bendito eternamente” reafirma a crença de que Jesus não é apenas um ser humano, mas o próprio Deus que se fez carne, mostrando a profundidade da encarnação.

Verdade Prática

Da Lição:

Jesus é o eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, o verdadeiro homem.

Explicação:

Essa afirmação é fundamental para a fé cristã. Jesus, sendo plenamente Deus, possui todos os atributos divinos, como onisciência, onipotência e onipresença. Ao mesmo tempo, Sua humanidade é real e completa, permitindo que Ele se identifique com nossas experiências e sofrimentos. Essa dualidade é essencial para a compreensão da salvação, pois somente um Salvador que é tanto Deus quanto homem poderia reconciliar a humanidade com Deus.

1. O Ensino Bíblico da Dupla Natureza de Jesus

1.1. “Descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3)

Da Lição:

O apóstolo está se referindo aos ancestrais de Jesus. Ele veio de uma família humana de carne e ossos, que vivia entre o povo de Israel. A sua linhagem está registrada na introdução do Evangelho de Mateus e no capítulo 3 de Lucas. Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus.

Explicação:

Este versículo enfatiza a humanidade de Jesus, mostrando que Ele tem uma linhagem direta de Davi, conforme as profecias do Antigo Testamento. A concepção virginal é um elemento crucial, pois revela a intervenção divina na Sua vinda ao mundo. Essa dualidade de natureza é fundamental: Jesus é verdadeiro homem, com uma herança humana, e ao mesmo tempo, é Deus que se encarna, estabelecendo um elo entre o céu e a terra.

1.2. “Declarado Filho de Deus em poder” (Rm 1.4)

Da Lição:

Essa expressão indica a divindade de Jesus e isso é reforçado logo em seguida pelas palavras “Jesus Cristo, nosso Senhor”. Mais adiante, Paulo, ao descrever os privilégios que Deus concedeu a Israel, conclui: “dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5). O Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e, ao mesmo tempo, é o “Deus bendito eternamente”.

Explicação:

Aqui, Paulo destaca a divindade de Cristo, afirmando que Ele não é apenas um líder religioso, mas o próprio Deus. A declaração “Filho de Deus em poder” ressalta que, apesar de sua origem humana, Jesus possui uma autoridade divina. Essa verdade é essencial para a compreensão da fé cristã, pois Jesus é o único mediador entre Deus e os homens, unindo em Si mesmo as duas naturezas.

1.3. O Antigo Hino Cristológico (Fp 2.5,6)

Da Lição:

O texto está dizendo que, embora Jesus sendo Deus, não usou as prerrogativas da divindade durante seu ministério terreno e, mesmo que fizesse uso delas, não consideraria isso uma usurpação. O apóstolo está se referindo ao status de Cristo antes da encarnação (Jo 1.1,14). Mas enfatiza o aspecto humano (vv.7,8). O apóstolo está sendo muito claro no ensino das naturezas humana e divina em uma só Pessoa.

Explicação:

Este hino cristológico é uma declaração poderosa sobre a humildade de Cristo. Ele, sendo Deus, escolheu não se apegar às suas prerrogativas divinas, mas se fez servo, mostrando a profundidade de Seu amor e sacrifício. O termo grego “morphê”, que significa “forma”, indica que, mesmo em Sua humanidade, a essência de Deus permanece. Essa passagem destaca que Jesus é plenamente Deus e plenamente homem, um mistério que é central para a nossa fé.

II – As Heresias Contra o Ensino Bíblico da Dupla Natureza de Jesus

2.1. Quem foi Nestório?

Da Lição:

Ele foi bispo de Constantinopla entre 428-431. Nestório discordava do título dado à Maria, defendido por Cirilo de Alexandria, “mãe de Deus”, em grego theotokos, literalmente “portadora de Deus”. Ele sugeriu “receptora de Deus” ou christotokos, “mãe de Cristo”. Sim, Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11, 13, 14, 20, 21), e não mãe de Deus, visto que Deus é eterno (Sl 90.2; 93.2; Is 40.28). A expressão adotada por Cirilo era uma contradição em si mesma.

Explicação:

A posição de Nestório, embora correta do ponto de vista bíblico e teológico, gerou controvérsias. A popularidade do termo “mãe de Deus” proposto por Cirilo acabou prevalecendo, e a preocupação de Nestório estava mais voltada para a defesa da divindade de Cristo e contra a Mariolatria do que uma simples disputa terminológica. Essa discussão reflete a complexidade das doutrinas cristãs e a necessidade de um entendimento claro sobre a natureza de Cristo.

2.2. Nestorianismo

Da Lição:

Nestório defendia a formulação dos pais nicenos, a divindade de Cristo e a humanidade definida no Credo Niceno-constantinopolitano em 381. Segundo o pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas. Essa foi a acusação contra ele. A ilustração nestoriana era a comparação de marido e mulher serem uma “uma só carne” (Gn 2.24). Essa alegada afirmação nestoriana foi considerada heresia pelo Concílio de Éfeso em 431, e ele foi condenado por esse concílio que o declarou herege e o imperador o exilou.

Explicação:

O Nestorianismo é uma heresia porque divide a natureza de Cristo em duas pessoas, o que contradiz a essência da cristologia ortodoxa. Essa visão compromete a unidade de Cristo e a eficácia da redenção, pois se Cristo fosse duas pessoas, a salvação se tornaria problemática. O entendimento correto é que as duas naturezas coexistem de forma inseparável em uma única pessoa.

2.3. Monofisismo

Da Lição:

O termo vem de duas palavras gregas monos, “único”, e physis, “natureza”. Seu principal expoente foi Êutico, também conhecido como Eutique. Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada. O sentido de “amalgamar” não é de unir, mas de mistura, fusão, assim, seria uma só natureza híbrida, nem totalmente Deus e nem totalmente homem. Essa doutrina foi condenada no Concílio de Calcedônia, em 451.

Explicação:

O Monofisismo é problemático porque nega a plena humanidade e divindade de Cristo. A fusão das naturezas resulta em uma natureza que não representa adequadamente nem a divindade nem a humanidade. Essa visão compromete a verdade fundamental da encarnação, onde Cristo é plenamente Deus e plenamente homem, essencial para a salvação da humanidade.

2.4. Ilustração e Resposta Bíblica

Da Lição:

a) Ilustração. O bronze é uma liga de cobre e estanho, de modo que nem é cobre e nem estanho, mas outro metal; quanto à cor verde, é uma mistura das cores azul e amarela. Assim como o bronze não é cobre e nem estanho, e o verde não é azul e nem amarelo, da mesma forma, de acordo com Êutico, as naturezas de Cristo não são divina nem humana.

Explicação:

Essa ilustração é inadequada, pois sugere que as naturezas de Cristo se misturam de tal forma que perdem suas características individuais. Na realidade, as naturezas permanecem distintas, mas unidas em uma única pessoa.

Da Lição:

b) Resposta bíblica. Segundo a Bíblia, o Senhor Jesus é perfeito quanto à divindade e perfeito quanto à humanidade (Rm 9.5; Fp 2.5-11).

2.5. O Concílio de Calcedônia

Da Lição:

Essa formulação teológica fala das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa: “as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só Pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas Pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor”. A encarnação do Verbo não é uma conversão ou transmutação de Deus em homem e nem de homem em Deus. A distinção é precisa entre natureza e pessoa, diz o documento. A união dessas duas naturezas é permanente como resultado da encarnação.

Explicação:

O Concílio de Calcedônia foi um marco na definição da cristologia, afirmando que Jesus é uma única pessoa com duas naturezas, divina e humana, que coexistem de maneira inseparável. Essa verdade é essencial para a fé cristã, pois garante que Jesus, sendo Deus, pode efetivamente interceder por nós, enquanto, sendo homem, pode se identificar com nossas lutas e sofrimentos.

III – O Perigo Dessas Heresias na Atualidade

3.1. Os Monofisitas

Da Lição:

Quando a doutrina monofisista foi rejeitada juntamente com o nestorianismo, houve reação. Jacob Baradeus (500-578), um monge sírio, liderou o grupo monofisista e preservou a tradição siro-monofisista, conhecida como tradição jacobita. Ele e seus seguidores rejeitaram a decisão do Concílio de Calcedônia. Quem são eles hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas.

Explicação:

A rejeição das decisões do Concílio de Calcedônia por parte dos monofisitas resultou em divisões significativas dentro do cristianismo. As tradições jacobitas e outras igrejas orientais ainda mantêm a perspectiva monofisista, o que pode levar a mal-entendidos sobre a natureza de Cristo. É fundamental que os cristãos conheçam a cristologia dessas tradições e estejam preparados para responder a questionamentos, reafirmando a fé em Jesus como o Deus que se fez homem, o Emanuel, “Deus Conosco” (Mt 1.23).

3.2. O Kenoticismo

Da Lição:

Do verbo grego kenoō, significa “esvaziar” (Fp 2.7). A doutrina kenótica afirma que Jesus, enquanto esteve na Terra, esvaziou a Si mesmo dos atributos divinos. São duas linhas principais: o Verbo possuía os atributos divinos, mas escolheu não os usar; e, as prerrogativas da deidade foram usadas, mas na submissão do Pai e na direção do Espírito Santo. Entendemos que, sem atributos divinos, Jesus é menos que Deus.

Explicação:

O kenoticismo apresenta um entendimento problemático da natureza de Cristo, pois sugere que Ele poderia abrir mão de Sua divindade. No entanto, a Escritura nos mostra que, mesmo em Sua humanidade, Jesus atuou com a autoridade divina, perdoando pecados e realizando milagres. A ideia de kenosis deve ser entendida no sentido de que Jesus, embora tenha se tornado homem, nunca deixou de ser Deus, mantendo Sua plenitude divina enquanto cumpria Sua missão redentora.

3.3. Mariolatria

Da Lição:

O catolicismo romano adotou o termo “mãe de Deus” de Cirilo, ou seja, um pensamento antibíblico que se desenvolveu numa teologia e permanece até hoje por conta da sua popularidade. Com isso aprendemos que o que parece certo e a escolha popular nem sempre representam a verdade (At 8.9-11).

Explicação:

A doutrina da Mariolatria, que exalta Maria de maneira que pode obscurecer o papel central de Cristo, é uma preocupação para a teologia cristã. É importante lembrar que a popularidade de uma crença não garante sua veracidade. A verdadeira adoração deve ser direcionada a Deus, e qualquer desvio desse foco pode levar a erros doutrinários que comprometem a integridade da fé cristã.

Conclusão

Da Lição:

O Concílio de Calcedônia em 451 reafirma os dois concílios anteriores, o de Niceia, em 325, e o de Constantinopla, em 381, ratificando os credos produzidos por esses conclaves gerais e estabelecendo definitivamente as duas naturezas de Cristo.

Explicação:

A melhor maneira de se proteger dessas e de outras heresias é conhecer bem no que acreditamos, os ensinos oficiais da nossa igreja e seus respectivos fundamentos bíblicos. Isso serve como nosso referencial quando nos deparamos com doutrinas inadequadas. A solidez da nossa fé está enraizada na compreensão clara da natureza de Cristo e na defesa das verdades centrais da cristologia.

Enriquecendo a Compreensão Teológica das Naturezas de Cristo

A compreensão das naturezas humana e divina de Jesus Cristo é um dos pilares da teologia cristã. A dualidade de Cristo não é apenas uma questão de dogma, mas uma verdade que tem profundas implicações para a fé e a prática cristã. Vamos explorar alguns aspectos teológicos que enriquecem nossa compreensão sobre este tema.

1. A Importância da Encarnação

A encarnação é o ato pelo qual o Verbo se fez carne (Jo 1.14). Este evento não é apenas um marco histórico, mas um mistério profundo que revela a natureza de Deus. A encarnação demonstra que Deus se importa com a criação e está disposto a entrar na história humana. Ao se tornar homem, Jesus não apenas assumiu uma forma humana, mas também se identificou plenamente com a experiência humana, incluindo o sofrimento, a tentação e a morte.

2. A Natureza Humana de Cristo

A humanidade de Cristo é essencial para a nossa salvação. Ele experimentou todas as facetas da vida humana, exceto o pecado (Hb 4.15). Isso significa que Ele entende nossas lutas e pode interceder por nós de maneira única. A Escritura nos assegura que, sendo homem, Ele se tornou o nosso sumo sacerdote, capaz de se compadecer de nossas fraquezas. Essa identificação de Cristo com a humanidade traz conforto e esperança, pois sabemos que temos um Salvador que entende nossas dores.

3. A Natureza Divina de Cristo

Ao mesmo tempo, a divindade de Cristo é fundamental para a eficácia da salvação. Como Deus, Ele possui autoridade sobre o pecado, a morte e o inferno. Sua ressurreição é a garantia de que a morte foi vencida e que a vida eterna está disponível para todos que creem. A divindade de Cristo é um testemunho do poder de Deus atuando na história para redimir a humanidade.

4. A União Hipostática

A doutrina da união hipostática afirma que em Cristo coexistem duas naturezas, a humana e a divina, em uma única pessoa. Esta verdade é central para a cristologia ortodoxa e foi reafirmada pelo Concílio de Calcedônia. A união hipostática não significa que as naturezas se misturam ou se confundem, mas que permanecem distintas e intactas na pessoa de Jesus. Essa doutrina é crucial para a compreensão de como Cristo pode ser nosso Mediador, unindo a humanidade e a divindade.

5. Implicações para a Vida Cristã

A compreensão das naturezas de Cristo tem implicações práticas para a vida cristã. Primeiro, ela nos convida a uma relação pessoal com Jesus, que não é apenas um conceito teológico, mas uma pessoa que vive e intercede por nós. Segundo, nos desafia a seguir Seu exemplo de humildade e serviço. Jesus, sendo Deus, não se apegou à Sua divindade, mas se fez servo (Fp 2.7). Isso nos chama a viver uma vida de serviço e amor ao próximo.

6. A Necessidade de Defensores da Fé

Diante das heresias que surgem, como o Nestorianismo e o Monofisismo, é crucial que a igreja mantenha uma defesa clara da verdadeira natureza de Cristo. A história nos ensina que a verdade deve ser constantemente afirmada e defendida. Conhecer as Escrituras e os credos da igreja é fundamental para resistir a doutrinas que distorcem a imagem de Cristo.

Conclusão

A lição sobre as naturezas humana e divina de Jesus é rica em teologia e oferece uma base sólida para a nossa fé. Compreender que Jesus é plenamente Deus e plenamente homem nos capacita a viver em resposta ao Seu amor e sacrifício. Que possamos sempre buscar conhecer mais profundamente a Cristo, o nosso Salvador, e viver de acordo com a verdade que Ele revelou.

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Pr. Jeovane Santos: Pr. Jeovane Santos da Igreja Assembleia de Deus na Bahia, Bacharel em Teologia, Pedagogo, Licenciado em Matemática, Pós Graduado em Gestão, Autor do Livro Descomplicando a Escatologia, Criador do Canal Descomplicando a Teologia no YouTube e do Curso Completo Para Professores da EBD

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